Mostrar código-fonte de Amalteia (satélite)

{{Info/Planeta
 | nome               = Amalteia
 | imagem             = [[Imagem:Amalthea PIA02532.png|200px|Duas imagens de Amalteia tiradas pela sonda Galileu. A imagem da esquerda foi tirada em 12 de agosto de 1999, enquanto a da direita é de 26 de novembro de 1999]]
 | categoria          = Satélite [[Júpiter (planeta)|Júpiter V]]
 | ref_órbita         =
 | eixo_sm            = 181 366 [[Quilômetro|km]]
 | circunferência_orb =
 | excentricidade     = 0,00319 ± 0,00004
 | dist_sol           =
 | periastro          = 181 150 [[Quilômetro|km]]
 | apoastro           = 182 840 [[Quilômetro|km]]
 | período_rev        = 0,4981794 [[dia|d]] (11,956306 [[hora|h]])
 | vel_orb            = 26,57
 | inclinação         = 0,374 ±  0,002
 | arg_peri           =
 | no_asc             =
 | satélites          =
 | ref_físicas        =
 | área_sup           = 3 976 × 10<sup>11</sup>
 | volume             = (2,43 ± 0,22) × 10<sup>6</sup>
 | massa              = (2,08 ± 0,15) × 10<sup>18</sup>
 | densidade          = 0,857 ± 0,099
 | gravidade          = 0,020 m/s²<br /> 0,002
 | dia_sid            = 11 [[hora|h]] 57 [[minuto|m]] 23 [[segundo|s]]
 | vel_escape         = 0,058
 | incli_axial        =
 | albedo             = 0,090 ± 0,005
 | T_min              =
 | T_max              = -108,1
 | T_med              = -153,1
 | magnitude          = 14,1
 | magnitude_abs      =
 | pressão_atm        = Inexistente
 | ref_atmosfera      =
 | atmosfera_perc     =
 | atmosfera_elem     =
|dimensões=250 × 146 × 128 km <ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0019103598959760 |titulo=The Small Inner Satellites of Jupiter |data=1998-09 |acessodata=2021-07-07 |jornal=Icarus |número=1 |ultimo=Thomas |primeiro=P.C. |ultimo2=Burns |primeiro2=J.A. |paginas=360–371 |lingua=en |doi=10.1006/icar.1998.5976 |ultimo3=Rossier |primeiro3=L. |ultimo4=Simonelli |primeiro4=D. |ultimo5=Veverka |primeiro5=J. |ultimo6=Chapman |primeiro6=C.R. |ultimo7=Klaasen |primeiro7=K. |ultimo8=Johnson |primeiro8=T.V. |ultimo9=Belton |primeiro9=M.J.S.}}</ref>|diam=167 ± 4 km}}
{{PU-FO43|Amalteia|Amaltéia}} (em [[língua grega|grego]]: ''Αμάλθεια'') é uma [[Satélite natural|lua]] do [[planeta]] [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] com cerca de 167&nbsp;km de [[diâmetro]]<ref>{{Citar web |url=https://ssd.jpl.nasa.gov/?sat_phys_par |titulo=Planetary Satellite Physical Parameters |acessodata=2021-07-07 |website=ssd.jpl.nasa.gov}}</ref> e orbitando a uma distância média de 181&nbsp;000&nbsp;km do centro de Júpiter. Tem uma forma irregular e não possui qualquer tipo de [[atmosfera]] permanente. Foi observado mais em pormenor pelas sondas [[Programa Voyager|Voyager]] e mais recentemente pela sonda orbital [[Galileu (sonda espacial)|Galileu]]. É a terceira lua mais próxima de Júpiter dentre as atuais 79 conhecidas.

Completa uma órbita em torno de Júpiter em cerca de 12h que é também o seu período de [[rotação]]. Amalteia é o corpo mais vermelho do sistema solar, facto que possivelmente está relacionado com depósitos de [[enxofre]] expelido pelos [[vulcões]] de [[Io (satélite)|Io]]. Parece libertar mais calor do que o recebido de Júpiter e do [[Sol]], indicando que será uma fonte de calor, provavelmente devido à sua interacção com o forte [[campo magnético]] de Júpiter.

Foi descoberta a 9 de setembro de 1892 por [[Edward Barnard]]. Foi o primeiro satélite de Júpiter a ser descoberto desde 1610 quando [[Galileu Galilei]] descobriu os quatro satélites galileanos (Io, [[Europa (satélite)|Europa]], [[Ganímedes (satélite)|Ganímedes]] e [[Calisto (satélite)|Calisto]]). Foi também, o último satélite a ser detectado por observação visual directa.

'''Amalteia''' o terceiro satélite de Júpiter em ordem de distância, e o membro principal do [[Grupo Amalteia]]. Foi descoberto em 9 de setembro de 1892 pelo astrônomo [[Edward Emerson Barnard|E. E. Barnard]] desde o [[observatório Lick]] da [[Universidade de Califórnia]].<ref name=Barnard>{{Citar periódico| autor=E. E. Barnard|título=Discovery and Observation of a Fifth Satellite to Jupiter|ano=1892| publicação=The Astronomical Journal|volume=12|páginas= 81-85| url=http://adsabs.harvard.edu//full/seri/AJ.../0012//0000081000.html}}</ref> O nome provém de [[Amalteia (mitologia)|Amalteia]], uma [[ninfa]] da [[mitologia grega]]. que cuidou de [[Zeus]] durante sua infância ou, em outra versão, a uma cabra que o amamentou.

Amalteia descreve uma órbita quase circular muito próxima a Júpiter, e faz parte do [[anéis de Júpiter|anel de Amalteia]], constituído principalmente por material da sua própria superfície.<ref name=Anel>{{Citar periódico| autor=J. A. Burns, D. P. Simonelli, M. R. Showalter, D. P. Hamilton, C. C. Porco, L. W. Esposito, H. B. Throop|título=Jupiter’s Ring-Moon System|ano=2004| publicação=Jupiter : The Planet, Satellites and Magnetosphere|id=''Cambridge University Press''.| url=http://www.astro.umd.edu/~hamilton/research/preprints/BurSimSho03.pdf}}</ref> Desde a superfície de Amalteia, Júpiter abrangeria uma grande fração do céu, sendo umas 92 vezes maior que a [[Lua]] vista desde a [[Terra]].<ref name="calculos">Calculado com base em distâncias, tamanhos, períodos, e [[magnitude aparente|magnitudes aparentes]] visíveis desde a Terra. As magnitudes aparentes desde Júpiter, m<sub>J</sub>, calculam-se em função das magnitudes aparentes desde a Terra, m<sub>T</sub>, mediante a fórmula:
:<math>m_J=m_T-\log_{2.512}\left(\frac{L_J}{L_T}\right)</math>
onde L<sub>J</sub> e L<sub>T</sub> são os respectivos brilhos. Veja-se [http://www.ciencia.net/VerArticulo/astrofisica/Magnitud-relativa?idArticulo=55 Magnitude relativa. Alexander Hristov.] {{Wayback|url=http://www.ciencia.net/VerArticulo/astrofisica/Magnitud-relativa?idArticulo=55 |date=20041224140030 }} e [[Júpiter (planeta)]].</ref>

Tem uma forma irregular, é de cor avermelhada, e provavelmente é formado por gelo d'água, com uma quantidade desconhecida de outros materiais. A sua superfície está cheia de [[Cratera de impacto|crateras]] e de montanhas enormes.<ref name=Thomas>{{Citar periódico| autor=P. C. Thomas|título=The Small Inner Satellites of Jupiter|ano=1998| publicação=Icarus|volume=135| id=p. 360-371| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1998Icar..135..360T}}</ref>
== Descoberta ==
[[Edward Emerson Barnard]] descobriu o satélite Amalteia em [[9 de setembro]] de [[1892]] usando o [[telescópio refrator]] de 36 polegadas (91 [[centímetro|cm]]) do [[observatório Lick]] em [[Califórnia]].<ref name=Barnard/> Amalteia tem a particularidade de ser a última lua descoberta visualmente através de um telescópio, pois todas as seguintes descobertas de satélites foram realizadas através de [[sonda espacial|sondas espaciais]] ou de fotografias. Amalteia foi o primeiro satélite de Júpiter descoberto depois que, em [[1610]], [[Galileu Galilei]] descobrisse os quatro [[satélites galileanos]], e por isso recebe também o nome de Júpiter V, segundo a [[numeração romana]].

O nome do satélite provém da [[mitologia grega]], concretamente da [[ama-de-leite]] [[Amalteia (mitologia)|Amalteia]], que amamentou o infante Zeus (o equivalente grego de Júpiter) com [[leite]] de cabra.<ref name=Barnard/> O nome foi proposto pelo astrônomo francês [[Camille Flammarion]].<ref>{{Citar web|url=http://planetarynames.wr.usgs.gov/append7.html |título=Gazetteer of Planetary Nomenclature |autor=USGS Astrogeology Research Program}}</ref> A [[União Astronômica Internacional|UAI]] não incorporou oficialmente o nome "Amalteia" até [[1975]],<ref>{{Citar web|url=http://cfa-www.harvard.edu/iauc/02800/02846.html|título =IAUC 2846:  '' Satellites of Jupiter '' |acessodata=}}</ref> embora várias [[década]]s antes já fosse usado de maneira informal entre os astrônomos.

== Órbita ==
Amalteia orbita a uma distância de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] de 181 000&nbsp;km (2,54 vezes o raio de Júpiter). A sua órbita possui uma excentricidade de 0,003, e a sua inclinação orbital é de 0,37° respeito do equador de Júpiter.<ref name=Cooper>{{Citar periódico| autor=N. J. Cooper, C. D. Murray, C. C. Porco, J. N. Spitale|título=Cassini ISS astrometric observations of the inner jovian satellites, Amalthea and Thebe|ano=2006| publicação=Icarus|volume=181| id=p. 223-234| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2006Icar..181..223C}}</ref> Estes valores tão elevados são estranhos em luas interiores, mas explicam-se pela influência de [[Io (lua)|Io]], o [[Luas de Galileu|satélite galileano]] mais próximo a Júpiter. Este satélite perturbou no passado os valores da inclinação e excentricidade da órbita de Amalteia, devido à [[ressonância orbital]] entre eles (dois corpos em ressonância orbital possuem períodos orbitais cuja razão é uma fração de números simples).<ref name=Anel/>

A órbita de Amalteia fica na beira do [[Anéis de Júpiter|Anel de Amalteia]], o qual está composto do próprio material expulso pelo satélite.<ref name=Burns>{{Citar periódico| autor=J. A. Burns, M. R. Showalter, D. P. Hamilton |título=The Formation of Jupiter's Faint Rings|ano=1999| publicação=Science|volume=284| id=p. 1146-1150| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1999Sci...284.1146B}}</ref>

== Características físicas ==
[[Imagem:Jupiter's moon Amalthea photographed by Galileo.jpg|thumb|direita|275px|Imagens tomadas pela sonda espacial [[Galileu (missão espacial)|Galileu]], nas quais se pode observar a forma irregular de Amalteia.]]
Amalteia é o objeto celeste mais avermelhado do [[Sistema Solar]], ainda mais que [[Marte (planeta)|Marte]].<ref name=Thomas/> Esta cor é devido a partículas de [[enxofre]] e outros materiais provenientes do satélite [[Io (lua)|Io]].<ref name=Thomas/> Às vezes, nos principais desníveis do satélite, aparecem pontos brilhantes de luz verde, ainda que a origem destes lampejos seja incerta.<ref name=Thomas/> A superfície de Amalteia é ligeiramente mais brilhante que as do resto de [[Grupo Amalteia|satélites interiores de Júpiter]].<ref name=Simonelli2000>{{Citar periódico| autor=D. P. Simonelli, L. Rossier, P. C. Thomas, J. Veverka, J. A. Burns, M. J. S. Belton|título=Leading/Trailing Albedo Asymmetries of Thebe, Amalthea, and Metis|ano=2000| publicação=Icarus|volume=147| id=p. 353-365| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2000Icar..147..353S}}</ref> Há uma importante [[assimetria]] entre ambos [[hemisfério]]s, um deles é cerca de 1,3 vezes mais brilhante que o outro. Esta assimetria poderia ser devida à alta frequência e velocidade dos impactos de objetos externos neste segundo hemisfério, os quais ocultam o material brilhante da superfície, normalmente gelo, no interior do satélite.<ref name=Simonelli2000/> Amalteia tem uma figura irregular, com dimensões de 250x146x128 [[quilômetro|km]], e com o eixo maior apontando sempre para Júpiter; ou seja, que o satélite se encontra num estado de [[rotação síncrona]].<ref name=Anel/> A sua superfície está cheia de [[Cratera de impacto|crateras]], algumas de um tamanho gigantesco comparado com o tamanho da lua: Pan, a cratera mais extensa, mede 100&nbsp;km de diâmetro e tem 8 quilômetros de profundidade.<ref name=Thomas/> A segunda cratera em extensão, Gaeia, tem um diâmetro de 80 quilômetros, e é provavelmente o dobro de profundo que Pan.<ref name=Thomas/> Amalteia também se caracteriza pelas suas altas e numerosas montanhas, com duas delas, Mons Lyctas e Mons Ida, atingindo os 20 quilômetros de altura.<ref name=Thomas/>

O grande tamanho e a forma irregular de Amalteia, levou à conclusão de que se tratava de um corpo forte e muito rígido,<ref name=Anel/> pois se alegou que um corpo composto majoritariamente de gelo ou outros materiais similares formaria uma [[esfera]], devido à ação da sua própria [[gravidade]]. Contudo, em [[5 de novembro]] de [[2002]], a sonda espacial [[Galileu (missão espacial)|Galileu]] transitou a 160&nbsp;km sobre a superfície do satélite,<ref name=galileu>{{Citar periódico| autor=T. P. Armstrong, L. Miller, S. Wadley, R. McEntire, D. Williams|título=Results from the Galileo Energetic Particle Detector during Amalthea Flyby on November 5, 2002|ano=2003| publicação=American Geophysical Union|id=SM22B-0255| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2003AGUFMSM22B0255A}}</ref> e obteve imagens detalhadas da mesma. Para além disso, mediante a [[deflexão]] da sua órbita conseguiu medir a massa desta lua (o volume já fora calculado antes mediante uma minuciosa análise de todas as imagens existentes).<ref name=Thomas/> Assim, a [[densidade]] pôde ser calculada, sendo de 0,86 g/cm<sup>3</sup>,<ref name=Anderson2005>{{Citar periódico| autor=J. D. Anderson, (entre otros)|título=Amalthea’s Density Is Less Than That of Water|ano=2005| publicação=Science|volume=308| id=p. 1291-1293| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2005Sci...308.1291A}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://ww.space.com/scienceastronomy/almathea_update_021209.html |título=Swiss Cheese Moon : Jovian Satellite Full of Holes |acessodata=9 de dezembro de 2002 |autor=Space.com |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060329211743/http://ww.space.com/scienceastronomy/almathea_update_021209.html |arquivodata=2006-03-29 |urlmorta=yes }}</ref> uma cifra muito mais baixa da esperada, sendo a sua densidade menor que a da [[água]], pelo qual devia ser, quer um corpo de gelo, quer um corpo rochoso com abundantes poros, ou provavelmente, uma mistura de ambos. Medições mais recentes desde o [[telescópio Subaru]] indicam que está composta de gelo,<ref name=Takato2005>{{Citar periódico| autor=Takato, Naruhisa; Terada, Hiroshi; Pyo, Tae-Soo; Kobayashi, Naoto; Bus, S.|título=Detection of a Deep 3-μm Absorption Feature in the Spectrum of Amalthea (JV)|ano=2005| publicação=Annual Report of the National Astronomical Observatory of Japan|volume=7| id=p. 29| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2005ARAOJ...7...29T}}</ref> e demonstram que não se pôde ter formado na posição atual, pois o calor de Júpiter derretê-la-ia. Portanto, o mais provável é que se haja formado muito longe do planeta, ou que se trate de um corpo capturado pelo [[Sistema Solar]].<ref name=Anderson2005/>

Amalteia raia mais calor do qual recebe do [[Sol]], provavelmente devido à influência do fluxo de calor dos planetas jovianos (Júpiter, [[Saturno (planeta)|Saturno]], [[Neptuno (planeta)|Neptuno]], e [[Urano (planeta)|Urano]]) (<9 K), a luz solar refletida de Júpiter (<5 K), e o bombardeamento de partículas carregadas (<2 K).<ref name=Simonelli1982>{{Citar periódico| autor=D. P. Simonelli|título=Amalthea : Implications of the temperature observed by Voyager|ano=1982| publicação=Icarus|volume=54| id=p. 524-538| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1983Icar...54..524S}}</ref> Este é um rasgo em comum com [[Io (lua)|Io]], embora por razões bem diferentes.

== Relação com os anéis de Júpiter ==
[[Imagem:Amalthea colors.jpg|thumb|direita|350px|A imagem da esquerda mostra as diferentes [[velocidade de escape|velocidades de escape]]. A zona azulada representa a velocidade de escape mais baixa, 1 m/s. As imagens foram realizadas pelas sondas [[Voyager]] e [[Galileu (missão espacial)|Galileu]].]]
Devido à sua superfície irregular e à sua baixa densidade, a [[velocidade de escape]] nos pontos mais próximos e afastados de Júpiter apenas atinge 1&nbsp;m/s, pelo qual qualquer impacto de um [[meteorito]], por pequeno que for, expulsará poeira do satélite para o exterior; esta poeira forma o [[anéis de Júpiter|anel de Amalteia]].<ref name=Burns/>
[[Imagem:790106-0203 Voyager 58M to 31M reduced.gif|thumb|esquerda| [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] visto pela [[sonda espacial]] [[Voyager 1]].]]
Durante a sua estadia sobre Amalteia, o escâner da sonda espacial Galileu detectou nove lampejos estranhos, os quais resultaram ser satélites muito diminutos e muito próximos da órbita de Amalteia. Ao serem avistados somente duma única perspectiva, as distâncias reais são impossíveis de calcular. O comprimento destes diminutos satélites pode variar desde um cascalho miúdo até uma rocha do tamanho de um estádio de [[futebol]]. As origens destes objetos são desconhecidas, poderiam ser corpos capturados pela gravidade do planeta, mas também poderiam ser restos de [[evento de impacto|impactos de meteoros]] sobre a superfície de Amalteia. A sonda espacial, na sua seguinte passagem pela lua, detectou muitos destes pequenos satélites, e ao estar esta vez no lado contrário, pôde concluir-se que estas partículas formam um [[anel planetário|anel]] que fica muito perto da órbita de Amalteia.<ref>{{Citar web |url=http://solarsystem.nasa.gov/galileu/news/display.cfm?News_ID=4939 |título=Another Find for Galileo |acessodata=4 de setembro de 2003 |autor=Jet Propulsion Laboratory |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160304065002/http://solarsystem.nasa.gov/galileu/news/display.cfm?News_ID=4939 |arquivodata=2016-03-04 |urlmorta=yes }}</ref>

== Vistas desde Amalteia ==
[[Imagem:AmaltheaSimulation.jpg|thumb|200px|direita|Simulação por computador de Amalteia orbitando em redor de Júpiter, visto a uma distância de 1000 km desde a superfície de Amalteia]]
Desde a superfície de Júpiter (ou sobre a sua atmosfera), Amalteia ver-se-ia muito brilhante, com uma magnitude de -4,7,<ref name=calculos/> similar ao brilho de [[Vênus (planeta)|Vênus]] visto desde a [[Terra]]. Somente abrangeria 5 [[Minuto de arco|minutos de arco]] no céu,<ref name="size">Calculado com base em distâncias e tamanhos conhecidos de ambos os corpos celestes, mediante a fórmula:
:<math> 2\cdot\arcsin\left(\frac{R_C}{R_O}\right)</math>
No que R<sub>C</sub> é o raio do corpo celeste, e R<sub>O</sub> é a distância entre a superfície de Júpiter e Amalteia, ou seja, o raio orbital.</ref> o seu disco começa a discernir-se, tomando uma aparência similar à duma [[estrela]]. O período orbital de Amalteia é aproximadamente cerca de 20% mais longo que o de Júpiter, o que significa que percorreria o céu do planeta muito devagar. A lua permaneceria sobre a [[esfera celeste|abóbada celeste]] de Júpiter um tempo de 29 horas.<ref name=calculos />

Desde a superfície de Amalteia, Júpiter teria um tamanho descomunal: abrangeria 46 [[grau sexagesimal|graus]] no céu,<ref name=size/> sendo aproximadamente 92 vezes maior que a [[Plenilúnio|Lua cheia]] vista desde a Terra. Devido a que Amalteia possui [[rotação síncrona]] com Júpiter, se nos situarmos no satélite olhando para Júpiter pareceria que este não se movimentava, e do outro lado do satélite, nunca se chegaria a ver. O [[Sol]] desapareceria detrás de Júpiter durante hora e meia por cada revolução (o curto período de rotação de Amalteia somente permitiria seis horas de luz solar). Júpiter seria cerca de 900 vezes mais brilhante que a Lua cheia, e a sua luz propagar-se-ia sobre uma área 8500 vezes maior.<ref name=size/>

== Exploração ==
Em [[1979]] e [[1980]], as sondas espaciais [[Voyager 1]] e [[Voyager 2]] tomaram as primeiras imagens da superfície de Amalteia.<ref name=Thomas/> Também mediram o [[espectro eletromagnético|espectro]] [[espectro visível|visível]] e [[Radiação infravermelha|infravermelho]] e calcularam a temperatura superficial da lua.<ref name=Simonelli1982/> Mais tarde, a [[Galileu (missão espacial)|sonda espacial Galileu]] completou as imagens da superfície, e permitiu conhecer a composição e estrutura interna da lua.

== Traços geológicos ==
A superfície de Amalteia tem a peculiaridade de ser muito acidentada. Existem quatro importantes traços geológicos em Amalteia com nome próprio, duas [[Cratera de impacto|crateras]] e duas [[fácula]]s (pontos brilhantes),<ref name=nomenclatura>{{Citar web|url=http://planetarynames.wr.usgs.gov/jsp/FeatureTypes2.jsp?system=Jupiter&body=Amalthea&systemID=5&bodyID=24&sort=AName&show=Fname&show=Lat&show=Long&show=Diam&show=Stat&show=Orig |título=Amalthea Nomenclature |acessodata=|autor=US Geological Survey}}</ref> os quais pensa-se que se tratam de montanhas.

{| class="wikitable"
! Acidente !! Origem do nome
|-
| Pan, cratera || [[Pan (mitologia)|Pan]], deus grego
|-
| Gaeia, cratera || [[Gaia (mitologia)|Gaia]], deusa grega
|-
| Mons Lyctas || Monte Lyctos, montanha grega sagrada
|-
| Mons Ida || Monte Ida, montanha grega sagrada
|}

== Amalteia na ficção ==
Amalteia é o lugar de vários contos de [[ficção científica]]:
* ''Jupiter V'' (1951) é um [[conto]] de [[Arthur C. Clarke]] que ocorre em Amalteia. Relata o que passaria se um astronauta se lançasse desde a sua superfície.
* ''They Shall Have Stars'' (1956) é a primeira história da série ''Cities in Flight'' escrita por [[James Blish]]. Na história estabelece-se um centro de operações remoto em Jupiter V.
* ''[[The Way to Amalthea]]'' é um conto de ficção científica de [[Arkadi e Boris Strugatsky]], escrito em 1959.
* Nos primeiros rascunhos do romance ''2001: A Space Odyssey'', um [[monólito]] de grandes dimensões fica sobre a superfície de Amalteia (segundo [[Arthur C. Clarke]] no romance ''The Lost Worlds of 2001'', 1972.)
* No videojogo ''Sol-Deace'', a linha defensiva mais potente do vilão do jogo fica em Amalteia.
* Na série ''Venus Prime'' de [[Paul Preuss]], nos dois últimos romances (a quinta: ''The diamond moon'', e a sexta: ''The shining ones'') trata-se o tema da exploração de Amalteia.

== Ver também ==
* [[Júpiter (planeta)|Júpiter]]
* [[Satélites de Júpiter]]
* [[Satélite natural]]
* [[Anéis de Júpiter]]

{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==
* {{Citar livro| sobrenome=Editor : Rajiv Gupta|título=Observer's Handbook|ano=2005| editora=Royal Astronomical Soc of Canada|isbn = 0-9689141-8-7}}
* {{Citar livro| sobrenome=W. Sheehan|título=Worlds in the Sky|ano=1992| editora=University of Arizona Press|isbn = 0-8165-1290-6}}

== Ligações externas ==
{{commonscat|Amalthea|Amalteia}}
* [http://ssd.jpl.nasa.gov/?sat_elem#jupiter Parâmetros orbitais, de JPL]
* [https://web.archive.org/web/20141009165036/http://solarsystem.nasa.gov/planets/profile.cfm?Object=Jup_Amalthea Perfil de Amaltea]em [http://solarsystem.nasa.gov solarsystem.nasa.gov]
* [https://web.archive.org/web/20130313165916/http://www.skyhighgallery.com/gallery-page-14.htm ''Jupiter From Amalthea''], pintura de Frank Hettick, 2002.

{{Tradução/ref|es|Amaltea}}
{{Luas de Júpiter}}
{{Portal3|Astronomia}}
{{Controle de autoridade}}

[[Categoria:Luas de Júpiter]]
[[Categoria:Objetos astronômicos descobertos em 1892]]
[[Categoria:Descobertas de Edward Emerson Barnard]]