Mostrar código-fonte de Anomalia geomagnética

[[File:Bangui anomaly.JPG|thumb|300px|A anomalia magnética de [[Bangui]], na [[África Central]] e a anomalia magnética de [[Kursk]], na Europa Oriental (ambas em vermelho).]]
[[File:Novatem CGJDD.jpg|thumb|250px|Aeronave modificada, equipada com mastro traseiro e extensões de asa, onde são instalados magnetómetros para [[levantamento aeromagnético]].]]
[[File:Magnetic anomalies off west coast of North America.gif|thumb|250px|Anomalias magnéticas nos flancos das dorsais de [[Dorsal de Juan de Fuca|Juan de Fuca]] e de [[Dorsal de Gorda|Gorda]], na costa oeste da América do Norte, com as idades codificadas por cores.]]

'''Anomalia magnética''' (ou '''anomalia geomagnética''') é a designação utilizada em [[geofísica]] para denotar uma variação local no [[campo magnético da Terra]] resultante de variações na [[geoquímica]] ou [[ferromagnetismo]] das [[rocha]]s que constituem a [[litosfera]] nesse local. O mapeamento da variação do campo geomagnético é um valioso instrumento na deteção de estruturas geológicas escondidas pelo material sobrejacente. A variação magnética a longo prazo (e em especial as [[reversões geomagnéticas]]) ficam registadas em bandas sucessivas dos [[fundos oceânicos]], paralelas às [[dorsal meso-oceânica|dorsais meso-oceânicas]] e são uma evidência importante da [[expansão dos fundos oceânicos]], um conceito central da [[tectónica de placas]].<ref>{{citar periódico|último1=Maus|primeiro1=S.|último2=Barckhausen |primeiro2=U.|último3= Berkenbosch |primeiro3=H.|último4= Bournas|primeiro4=N.|último5= Brozena |primeiro5=J.|último6= Childers |primeiro6=V.|último7= Dostaler |primeiro7=F.|último8= Fairhead |primeiro8=J. D.|último9= Finn |primeiro9=C.|último10= von Frese |primeiro10=R. R. B.|último11= Gaina |primeiro11=C.|último12= Golynsky |primeiro12=S.|último13= Kucks |primeiro13=R.|último14= Lühr |primeiro14=H.|último15= Milligan |primeiro15=P.|último16= Mogren |primeiro16=S.|último17= Müller |primeiro17=R. D.|último18= Olesen |primeiro18=O.|último19= Pilkington |primeiro19=M.|último20= Saltus |primeiro20=R.|último21= Schreckenberger |primeiro21=B.|último22= Thébault |primeiro22=E.|último23= Caratori Tontini |primeiro23=F.|numero-autores=9|título=EMAG2: A 2-arc min resolution Earth Magnetic Anomaly Grid compiled from satellite, airborne, and marine magnetic measurements|periódico=Geochemistry, Geophysics, Geosystems|data=agosto de 2009|volume=10|número=8|páginas=n/a|doi=10.1029/2009GC002471|bibcode=2009GGG....10.8005M|doi-access=free}}.</ref>
==Descrição==
As anomalias magnéticas representam geralmente uma pequena fração da intensidade do [[campo geomagnético]], já que a [[densidade de fluxo magnético]] do campo total varia de 25&nbsp;000 a 65&nbsp;000&nbsp;[[nanotesla]]s (nT).<ref name=NGDC>{{citar web |url=http://www.ngdc.noaa.gov/geomag/faqgeom.shtml |título=Geomagnetism Frequently Asked Questions |publicado=National Geophysical Data Center |acessodata=21 de outubro de 2013}}</ref> Para serem capazes de medir as anomalias, os [[magnetómetro]]s precisam de uma sensibilidade de 10&nbsp;nT ou menos.
===Deteção e medição das anomalias geomagnéticas===
Existem três tipos principais de magnetómetros usados para detetar e medir anomalias magnéticas:<ref name=Mussett>{{citar livro |último1=Mussett |primeiro1=Alan E. |último2=Khan |primeiro2=M. Aftab |capítulo=11. Magnetic surveying |título=Looking into the earth: an introduction to geological geophysics |ano=2000 |publicado=Cambridge Univ. Press |local=Cambridge |isbn=0-521-78085-3 |páginas=162–180 |edição=1. publ., repr.}}</ref>{{rp|162–164}}<ref name=Telford/>{{rp|77–79}}
# [[Magnetómetro de saturação]], muita vezes referido como o [[magnetómetro fluxgate]], um aparelho desenvolvido durante a [[Segunda Guerra Mundial]] para detetar submarinos em imersão.<ref name=Telford/>{{rp|75}}<ref>{{citar livro |último=Murray |primeiro=Raymond C. |título=Evidence from the earth: forensic geology and criminal investigation |data=2004 |publicado=Mountain press publ. company |local=Missoula (Mont.) |isbn=978-0-87842-498-6 |páginas=162–163}}</ref> Este tipo de magnetómetro mede a componente do campo geomanético ao longo de um determinado eixo do sensor, pelo que precisa de ser orientado. Em terra, geralmente é orientado verticalmente, mas em aeronaves, navios e satélites geralmente é orientado de modo que o eixo esteja na direção do campo. Mede o campo magnético continuamente, mas as leituras tendem a variar com o tempo. Uma maneira de corrigir o desvio é fazer medições repetidas no mesmo local durante o levantamento.<ref name=Mussett/>{{rp|163–165}}<ref name=Telford/>{{rp|75–77}}
# [[Magnetómetro de protões]], ou [[magnetómetro de precessão de protões]], um tipo de equipamento que mede a intensidade do campo geomagnético, mas não sua direção, eq que por isso não precisa ser orientado. Cada medição leva um segundo ou mais. É frequentemente usado em arqueologia e em levantamentos de solo, exceto para furos e levantamentos gradiométricos de alta resolução.<ref name=Mussett/>{{rp|163–165}}<ref name=Telford/>{{rp|77–78}}
# [[Magnetómetro óptico]], uma tipologia de equipamentos que usam gases alcalinos (mais comummente [[rubídio]] e [[césio]]) têm altas taxas de amostragem e sensibilidades de 0,001&nbsp;nT ou menos, mas são mais caro do que os outros tipos de magnetómetros. São usados em satélites e na maioria dos [[Levantamento aeromagnético|levantamentos aeromagnéticos]].<ref name=Telford/>{{rp|78–79}}

Em levantamentos terrestres, as medições são feitas num conjunto de estações, normalmente com 15 a 60&nbsp;m de distância. Normalmente, é usado um magnetómetro de precessão de protões, frequentemente montado em um poste. Ao aumentar a altura do magnetómetro com o uso do poste, é reduzida a influência de pequenos objetos ferrosos que tenham sido abandonados no solo. Para reduzir ainda mais os sinais indesejados, os operadores do equipamento não transportam objetos metálicos, como chaves, facas ou bússolas e não utilizam veículos motorizados durante a medição. As medições não podem ser feitas nas proximidades de linhas ferroviárias, cercas de arame farpado e outras quaisquer estruturas metálicas. Se algum desses contaminantes for negligenciado, pode aparecer como um pico agudo na anomalia, portanto, tais eventos, quando registados, são tratados com suspeita. A principal aplicação para levantamentos terrestres é a busca detalhada de [[minério]]s.<ref name=Mussett/>{{rp|163}}<ref name=Telford/>{{rp|83&ndash;84}}

Os [[Levantamento aeromagnético|levantamentos magnéticos aéreos]] são frequentemente usados na pesquisa de petróleo e outros hidrocarbonetos como forma de fornecer informações preliminares para posterior realização de [[Levantamento sísmico|prospeção sísmica]]. Em alguns países, como o Canadá, as agências governamentais fizeram levantamentos sistemáticos de grandes áreas. A pesquisa geralmente envolve fazer uma série de passagens paralelas a uma altura constante e com intervalos que variam de centenas de metros a vários quilómetros. Estes são cruzados por linhas de confirmação ocasionais, perpendiculares ao levantamento principal, para verificar erros. O avião é uma fonte de magnetismo, pelo que os sensores são montados em uma lança (como na figura) ou rebocados por um cabo. Os levantamentos aeromagnéticos têm uma resolução espacial menor do que os levantamentos terrestres, mas isso pode ser uma vantagem para um levantamento regional de rochas mais profundas.<ref name=Mussett/>{{rp|166}}<ref name=Telford/>{{rp|81&ndash;83}}

Nas pesquisas utilizando embarcações, o magnetómetro é rebocado algumas centenas de metros atrás de um navio em um dispositivo chamado ''peixe''. O sensor é mantido a uma profundidade constante de cerca de 15&nbsp;m. Caso contrário, o procedimento é semelhante ao usado nos levantamentos aeromagnéticos.<ref name=Mussett/>{{rp|167}}<ref name=Telford/>{{rp|83}}

[[Sputnik 3]], lançado em 1958, foi o primeiro satélite a operar um magnetómetro.<ref name="Dicati">{{citar livro|último1=Dicati|primeiro1=Renato|título=Stamping the Earth from Space|data=2017|publicado=Springer|isbn=9783319207568}}</ref>{{rp|155}}<ref>{{citar livro|último1=Purucker|primeiro1=Michael E.|último2=Whaler|primeiro2=Kathryn A. |capítulo=6. Crustal magnetism |series=Treatise on Geophysics|volume=5|editor-sobrenome=Kono|editor-nome=M.|título=Geomagnetism|publicado=Elsevier|isbn=978-0-444-52748-6|página=195&ndash;236|url=http://core2.gsfc.nasa.gov/research/purucker/chapter6_draft_v2.8_wfigs.pdf}}</ref> No outono de 1979, foi lançado o satélite [[Magsat]], equipamento que foi operado conjuntamente pela [[NASA]] e pelo [[USGS]] até à primavera de 1980. Transportava um magnetómetro escalar de vapor [[césio]] e um magnetómetro vetorial do tipo ''fluxgate''.<ref>{{citar periódico|último=Langel|primeiro=Robert|autor2=Ousley, Gilbert |autor3=Berbert, John |autor4=Murphy, James |autor5= Settle, Mark |título=The MAGSAT mission|periódico=Geophysical Research Letters|data=abril de 1982|volume=9|número=4|páginas=243–245|doi=10.1029/GL009i004p00243|bibcode=1982GeoRL...9..243L}}</ref>

O satélite alemão [[CHAMP (satélite)|CHAMP]], fez medições precisas de gravidade e magnetismo de 2001 a 2010.<ref>{{citar web|título=The CHAMP mission|url=http://op.gfz-potsdam.de/champ/|publicado=GFZ German Research Centre for Geosciences|acessodata=20 de março de 2014}}</ref><ref>{{citar livro|editor-sobrenome=Reigber|editor-nome=Christoph|título=Earth observation with CHAMP : results from three years in orbit|data=2005|publicado=Springer|local=Berlin|isbn=9783540228042|edição=1st}}</ref> O satélite dinamarquês [[Ørsted (satélite)|Ørsted]] foi lançado em 1999 e ainda está em operação, enquanto a missão [[Swarm (missão espacial)|Swarm]], da [[Agência Espacial Europeia]], envolveu a criação de uma "constelação" de três satélites que foram lançados em novembro de 2013.<ref>{{citar web|último=Staunting|primeiro=Peter|título=The Ørsted Satellite Project|url=http://web.dmi.dk/projects/oersted/oerstedresults.pdf|publicado=Danish Meteorological Institute|data=1 de janeiro de 2008|acessodata=20 de março de 2014}}</ref><ref>{{citar web|título=Swarm (Geomagnetic LEO Constellation)|url=https://directory.eoportal.org/web/eoportal/satellite-missions/s/swarm|publicado=European Space Agency|acessodata=20 de março de 2014}}</ref><ref>{{citar periódico|último=Olsen|primeiro=Nils|autor2=Stavros Kotsiaros|título=Magnetic Satellite Missions and Data|periódico=IAGA Special Sopron Book Series|ano=2011|volume=5|páginas=27&ndash;44|doi=10.1007/978-90-481-9858-0_2|isbn=978-90-481-9857-3}}</ref>
===Tratamento de dados e sua interpretação===
{| class="wikitable collapsible" border="0" style="text-align: right;" align="right"
|+ Susceptibilidade magnética de minerais e rochas comuns<ref name=Telford>{{citar livro|último=Telford|primeiro=W. M.|autor2=L. P. Geldart |autor3=R. E. Sheriff  |capítulo= 3. Magnetic methods |título=Applied geophysics|data=2001|publicado=Cambridge Univ. Press|local=Cambridge|isbn=0521339383|páginas=62&ndash;135|edição=2nd, repr.}}</ref>{{rp|74}}
|-
! Tipo !! Suscetibilidade (<math>\times 10^{-3}</math> SI)
|-
|-
|colspan="2" align="left" | ''Sedimentares''
|-
| [[Calcário]]s || 0-3
|-
| [[Arenito]]s || 0-20
|-
| [[Folhelho]]s || 0.01-15
|-
|colspan="2" align="left" | ''Ígneas''
|-
| [[Basalto]]s || 0.2-175
|-
| [[Gabro]]s || 1-90
|-
| [[Granito]]s || 0-50
|-
| [[Riolito]]s || 0.2-35
|-
|colspan="2" align="left" | ''Metamórficas''
|-
| [[Gneisse]]s || 0.1-25
|-
| [[Serpentina (silicato)|Serpentinites]] || 3-17
|-
| [[Ardósia]]s e [[xisto]]s || 0-35
|-
|colspan="2" align="left" | ''Minerais''
|-
| [[Grafite]] || 0.1
|-
| [[Quartzo]] || -0.01
|-
| [[Carvão mineral|Carvões minerais]] || 0.02
|-
| [[Argila]]s || 0.2
|-
| [[Pirrotite]] || 1-6000
|-
| [[Magnetite]] || 1200-19200
|}
São necessários dois tipos de correções principais para garantir comparabilidade e fiabilidade nos resultados de medições magnéticas. Essa correções são imprescindíveis para permitir distinguir os efeitos das rochas presentes na litosfera dos efeitos induzidos por outros factores e determinar o valor do campo magnético terrestre geral para o distinguir das anomalias locais.

O primeiro tipo de correção consiste na remoção de variações de curto prazo do campo geomagnético induzidas por fontes externas, como por exemplo, as ''variações diurnas'' que têm um período de 24&nbsp;horas e magnitude de até 30&nbsp;nT, provavelmente resultantes da ação do [[vento solar]] na [[ionosfera]].<ref name=Telford/>{{rp|72}} Além disso, as [[Tempestade magnética|tempestades magnéticas]] podem ter magnitude de pico de 1000&nbsp;nT e podem durar vários dias. A contribuição destas fontes pode ser medida retornando a uma estação base repetidamente ou tendo outro magnetómetro que mede periodicamente o campo num local fixo.<ref name=Mussett/>{{rp|167}}

Em segundo lugar, como a anomalia é a contribuição local para o campo magnético, o campo geomagnético principal deve ser subtraído dela. O [[Campo de Referência Geomagnética Internacional]] (''[[International Geomagnetic Reference Field]]'') é geralmente usado para esta finalidade. Este é um modelo matemático do campo magnético da Terra, em larga escala e com valores médios ponderados no tempo, construído com base em medições feitas por satélites, observatórios magnéticos e outras métodos.<ref name=Mussett/>{{rp|167}}

Algumas correções que são necessárias para detetar [[anomalia gravítica|anomalias gravíticas]] são menos importantes para o estudo das anomalias magnéticas. Por exemplo, o gradiente vertical do campo magnético é de 0,03&nbsp;nT/m ou menos, pelo que uma correção de elevação não é geralmente necessária.<ref name=Mussett/>{{rp|167}}

A [[Magnetismo das rochas|magnetização na rocha]] investigada é a soma vetorial da magnetização induzida com [[Remanência|magnetização remanente]]:
:<math> \mathbf{M} = \mathbf{M}_\text{i} + \mathbf{M}_\text{r}.</math>
A magnetização induzida da maioria dos minerais e rochas é o produto do campo magnético ambiente pela sua [[suscetibilidade magnética]] {{math|&chi;}}:
:<math> \mathbf{M}_\text{i} = \chi \mathbf{H}. </math>
Algumas suscetibilidades são indicadas na tabela que se apresenta à direita.

Minerais que são [[diamagnetismo|diamagnéticos]] ou [[paramagnetismo|paramagnéticos]] possuem apenas magnetização induzida. Os minerais [[Ferromagnetismo|ferromagnéticos]], como a [[magnetite]], também podem ter uma magnetização remanente (ou por [[remanência]]). Essa [[Magnetismo das rochas|remanência no material geológivo]] pode durar milhões de anos, portanto pode estar numa direção completamente diferente do atual campo magnético da Terra. Se houver remanência presente, é difícil fazer a separação desse tipo de magnetismo residual da magnetização induzida, a menos que amostras da rocha sejam medidas. A razão entre as grandezas, {{math|''Q'' {{=}} ''M''<sub>r</sub>/''M''<sub>i</sub>}}, é conhecida por [[rácio de Koenigsberger]].<ref name=Mussett/>{{rp|172&ndash;173}}<ref name=Clark>{{citar periódico|último=Clark|primeiro=D. A.|título=Magnetic petrophysics and magnetic petrology: aids to geological interpretation of magnetic surveys|periódico=AGSO Journal of Australian Geology & Geophysics|data=1997|volume=17|número=2|páginas=83&ndash;103|url=http://www.ga.gov.au/image_cache/GA1691.pdf|acessodata=20 de março de 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140320040347/http://www.ga.gov.au/image_cache/GA1691.pdf|arquivodata=20 de março de 2014}}</ref>

A interpretação e modelação das anomalias geomagnéticas é geralmente feita combinando os valores observados e modelados do campo magnético anómalo. Um algoritmo desenvolvido por [[Manik Talwani]] e [[James R. Heirtzler]] (em 1964 e aperfeiçoado posteriormente por [[Vadim Kravchinsky]] em 2019) considera tanto as magnetizações induzidas quanto as remanentes como vetores e permite a estimativa teórica da magnetização remanente a partir dos [[Desvio polar aparente|percursos de desvio polar aparente]] para diferentes unidades tectónicas ou continentes.<ref name=Talwani>{{citar livro|último=Talwani|primeiro= M.|autor2=J. R. Heirtzler |título=Computation of magnetic anomalies caused by two dimensional structures of arbitrary shape|data=1964|url=https://scholar.google.com/citations?user=v_niKhUAAAAJ&hl=en&oi=sra}}</ref><ref name=Kravchinsky>{{citar periódico|último=Kravchinsky|primeiro=V. A.|autor2=D. Hnatyshin |autor3=B. Lysak  |autor4=W. Alemie  |título=Computation of magnetic anomalies caused by two dimensional structures of arbitrary shape: derivation and Matlab implementation|periódico=Geophysical Research Letters|data=2019|volume=46|número=13|páginas=7345&ndash;7351|doi=10.1029/2019GL082767|bibcode=2019GeoRL..46.7345K|s2cid=197572751}}</ref>
== Registo magnético nos fundos oceânicos ==
Pesquisas magnéticas sobre os oceanos revelaram um padrão característico de anomalias em torno das dorsais meso-oceânicas. Naquelas regiões está presente um conjunto de anomalias positivas e negativas na direção e intensidade do campo magnético, formando faixas paralelas a cada zona de acreção ao longo da dorsal. Aquelas faixas são frequentemente simétricos em relação ao eixo da dorsal.

As faixas apresentam geralmente dezenas de quilómetros de largura e as anomalias são de algumas centenas de [[nanotesla]]s. A origem dessas anomalias é principalmente a magnetização permanente transportada por minerais de [[titanomagnetite]] presentes em [[basalto]]s e [[gabro]]s. Aqueles minerais são magnetizados quando a crista oceânica é formada na dorsal onde à medida que o [[magma]] sobe à superfície e arrefece, a rocha adquire uma [[Remanência termomagnética|magnetização termo-remanente]] na direção do campo. À medida que a rocha é levada para longe da dorsal pelos [[Tectónica de placas|movimentos das placas tectónicas]], as faixas vão ficando cada vez mais distantes da dorsal de formação, embora mantendo em traços gerais o seu paralelismo. A cada poucas centenas de milhares de anos, a direção do campo magnético terrestre sofre [[reversão geomagnética|inversão]].O padrão de faixas é um fenómeno global na litosfera oceânica e, por datação de cada período de polaridade, pode ser usado para calcular a velocidade de [[expansão dos fundos oceânicos]].<ref>{{citar livro|último1=Merrill |primeiro2=Michael W. |último2=McElhinny |primeiro3=Phillip L. |último3=McFadden|primeiro1=Ronald T.|título=The magnetic field of the earth : paleomagnetism, the core, and the deep mantle|data=1996|publicado=Acad. Press|local=San Diego|isbn=0124912451|páginas=172&ndash;185}}</ref><ref>{{citar livro|último=Turcotte|primeiro=Donald L.|título=Geodynamics|data=2014|publicado=Cambridge University Press|isbn=9781107006539|páginas=34&ndash;39}}</ref>

==As anomalias magnéticas na ficção==
Na série ''[[Space Odyssey]]'', de [[Arthur C. Clarke]], uma conjunto de [[Monolito (Space Odyssey)|monolitos]] são deixados por extraterrestres para os humanos encontrarem. Um perto da [[Tycho (cratera)|cratera Tycho]], na [[Lua]], é encontrado pelo seu campo magnético anormalmente poderoso e chamado ''Tycho Magnetic Anomaly 1'' (TMA-1).<ref>{{citar livro|último=Nelson|primeiro=Thomas Allen|título=Kubrick : inside a film artist's maze|data=2000|publicado=Indiana University Press|local=Bloomington|isbn=9780253213907|página=107|edição=New and expand}}</ref> Um é encontrado em órbita de Júpiter e é designado TMA-2. Um outro, localizado no [[Olduvai Gorge]], é encontrado em 2513 e retroativamente designado TMA-0 porque fora encontrado inicialmente por humanos primitivos.

==Ver também==
{{Div col}}
*[[Anomalia magnética de Bangui]]
*[[Reversão geomagnética]]
*[[Anomalia magnética de Kursk]]
*[[Detetor de anomalia magnética]]
*[[Anomalia magnética do Atlântico Sul]]
*[[Anomalia magnética de Temagami]]
*[[World Digital Magnetic Anomaly Map]] (WDMAM)
*[[Enhanced Magnetic Model]] (EMM)
{{Div col end}}

==Referências==
{{Reflist}}

==Bibliografia==
{{Refbegin}}
*{{citar livro|último1=Constable |primeiro1=Catherine G.|authorlink1=Catherine Constable |primeiro2=Steven C. |último2=Constable |capítulo= Satellite Magnetic Field Measurements: Applications in Studying the Deep Earth|páginas=147&ndash;159|editor-sobrenome=Sparks|editor-nome=Robert Stephen John|editor-nome2=Christopher John |editor-sobrenome2=Hawkesworth |título=The state of the planet frontiers and challenges in geophysics|data=2004|publicado=American Geophysical Union|local=Washington, DC|isbn=9781118666012}}
*{{citar livro|último1=Hinze|primeiro1=William J.|primeiro2=Ralph R.B. von |último2=Frese |primeiro3=Afif H. |último3=Saad |título=Gravity and magnetic exploration : principles, practices, and applications|data=2013|publicado=Cambridge University Press|local=Cambridge|isbn=9780521871013}}
*{{citar livro|último=Hinze|primeiro=R. A. Langel, W. J.|título=The magnetic field of the earth's lithosphere : the satellite perspective|data=2011|publicado=Cambridge University Press|local=Cambridge, U.K.|isbn=978-0521189644|edição=1st pap.}}
*{{citar livro|último1=Kearey|primeiro1=Philip|primeiro2=Michael |último2=Brooks |primeiro3=Ian |último3=Hill |capítulo=7. Magnetic surveying|título=An Introduction to Geophysical Exploration|data=16 de abril de 2013|publicado=John Wiley & Sons|isbn=9781118698938}}
*{{citar periódico|último1=Maus|primeiro1=S.|último2=Barckhausen |primeiro2=U.|último3= Berkenbosch |primeiro3=H.|último4= Bournas|primeiro4=N.|último5= Brozena |primeiro5=J.|último6= Childers |primeiro6=V.|último7= Dostaler |primeiro7=F.|último8= Fairhead |primeiro8=J. D.|último9= Finn |primeiro9=C.|último10= von Frese |primeiro10=R. R. B.|último11= Gaina |primeiro11=C.|último12= Golynsky |primeiro12=S.|último13= Kucks |primeiro13=R.|último14= Lühr |primeiro14=H.|último15= Milligan |primeiro15=P.|último16= Mogren |primeiro16=S.|último17= Müller |primeiro17=R. D.|último18= Olesen |primeiro18=O.|último19= Pilkington |primeiro19=M.|último20= Saltus |primeiro20=R.|último21= Schreckenberger |primeiro21=B.|último22= Thébault |primeiro22=E.|último23= Caratori Tontini |primeiro23=F.|numero-autores=9|título=EMAG2: A 2-arc min resolution Earth Magnetic Anomaly Grid compiled from satellite, airborne, and marine magnetic measurements|periódico=Geochemistry, Geophysics, Geosystems|data=agosto de 2009|volume=10|número=8|páginas=n/a|doi=10.1029/2009GC002471|bibcode=2009GGG....10.8005M|doi-access=free}}
{{Refend}}
==Ligações externas==
*[http://geomag.org/info/lithosphere.html Magnetic field of the lithosphere] (CIRES)
*[http://mrdata.usgs.gov/magnetic/ Magnetic anomaly maps and data for North America] (USGS)
*[http://projects.gtk.fi/WDMAM/index.html World Digital Magnetic Anomaly Map: info]
*[http://projects.gtk.fi/export/sites/projects/WDMAM/general/WDMAM_1.03_2007_Edition_1_250_000_000.pdf Magnetic anomaly map of the world]
*[http://sservi.nasa.gov/articles/asteroids-may-have-delivered-magnetic-material-to-the-moon/ Asteroids may have delivered magnetic material to the Moon]

{{Controlo de autoridade}}
{{oceanografia física}}

[[Categoria:Geofísica| ]]
[[Categoria:Geomagnetismo]]