Mostrar código-fonte de Assinatura isotópica

Uma '''assinatura isotópica''' (também citada como '''pegada isotópica''') é uma proporção de '[[Isótopo estável|isótopos estáveis]]' não-radiogênicos, [[Nuclídeo radiogênico|isótopos radiogênicos]] estáveis, ou isótopos instáveis [[Radioatividade|radioativos]] de elementos particulares em um material em análise.<ref>[https://carta.anthropogeny.org/glossary/isotopic-signature ISOTOPIC SIGNATURE] - carta.anthropogeny.org</ref>  As proporções de isótopos em um material de amostra são medidas por [[espectrometria de massa de razões isotópicas]] comparado a um [[Materiais de referência para análise isotópica estável|material de referência isotópico]]. Esse processo é chamado [[análise isotópica]].<ref>Kjell Billström; [http://www.ehu.eus/sem/seminario_pdf/SEMINARIOS_SEM_5_111.pdf Radiogenic isotopes and their applications within a range of scientific fields] - www.ehu.eus</ref><ref>Jonathan D. Bethard; [https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780123851895000157 Chapter 15 - Isotopes], Editor(s): Elizabeth A. DiGangi, Megan K. Moore, Research Methods in Human Skeletal Biology, Academic Press, 2013, Pages 425-447, ISBN 9780123851895</ref>

== Isótopos estáveis ==

A [[massa atômica]] de diferentes isótopos afeta seu comportamento [[cinética química|cinético químico]], levando a processos naturais de [[separação de isótopos]].

=== Isótopos de carbono ===

{{Artigo principal|[[δ13C|δ<sup>13</sup>C]]}}

{| class="infobox" style="font-size: 95%; width: auto;"
! Grupo de algas
! δ<sup>13</sup>C range<ref name=Maberly1992>
{{citar periódico
 |último1=Maberly |primeiro1=S. C.
 |último2=Raven |primeiro2=J. A.
 |último3=Johnston |primeiro3=A. M.
 |ano=1992
 |titulo=Discrimination between <sup>12</sup>C and <sup>13</sup>C by marine plants
 |periódico=[[Oecologia]]
 |volume=91 |número=4 |páginas=481
 |doi=10.1007/BF00650320
 |jstor=4220100
}}</ref>
|-
| [[Rhodophyta|Algas vermelhas]] (''Rhodophyta'') usando HCO<sub>3</sub>
| &minus;22.5‰ to &minus;9.6‰
|-
| Algas vermelhas usando CO<sub>2</sub>
| &minus;34.5‰  to &minus;29.9‰
|-
| [[Phaeophyceae|Algas pardas]] (''Phaeophyceae'')
|  &minus;20.8‰  to &minus;10.5‰
|-
| [[Algas verdes]] (''Chlorophyta'' e ''Charophyta'')
| &minus;20.3‰  to &minus;8.8‰
|}

Por exemplo, diferentes fontes e sumidouros de [[metano]] tem afinidade diferente para os isótopos [[Carbono-12|<sup>12</sup>C]] e [[carbono-13|<sup>13</sup>C]], permite distinguir entre diferentes fontes pela razão <sup>13</sup>C/<sup>12</sup>C no metano no ar. Em [[geoquímica]], [[paleoclimatologia]] e [[paleoceanografia]] esta razão é chamada [[Δ13C|δ<sup>13</sup>C]]. A razão é calculado em relação ao [[Materiais de referência para análise isotópica estável|padrão]] [[Δ13C|Pee Dee Belemnite]] (PDB):

:<math chem>\delta \ce{^{13}C}_\mathrm{amostra} = \left(\frac{\ce{^{13}C/^{12}C}_\ce{amostra}}{\ce{^{13}C/^{12}C}_\mathrm{padrao}} - 1\right) \cdot 1000</math> ‰

Da mesma forma, o carbono inorgânico de [[carbonato]]s mostra pouco fracionamento isotópico, enquanto o carbono nos materiais originados pela [[fotossíntese]] é empobrecido pelos isótopos mais pesados. Além disso, existem dois tipos de plantas com diferentes vias bioquímicas; a [[Fotossíntese C3|fixação de carbono C3]], onde o efeito de separação de isótopos é mais pronunciado, [[Fotossíntese C4|fixação de carbono C4]], onde o mais pesado <sup>13</sup>C é menos esgotado, e plantas com [[metabolismo ácido das crassuláceas]] (MAC), onde o efeito é semelhante, mas menos pronunciado do que com plantas C<sub>4</sub>. O fracionamento isotópico em plantas é causado por fatores físicos (difusão mais lenta de <sup>13</sup>C em tecidos vegetais devido ao aumento do peso atômico) e fatores bioquímicos (preferência de <sup>12</sup>C por duas enzimas: [[RuBisCO]] e [[fosfoenolpiruvato carboxilase]]).<ref>Park S. Nobel (2009) Physicochemical and Environmental Plant Physiology. P.410.</ref>  As diferentes razões de isótopos para os dois tipos de plantas se propagam através da [[cadeia alimentar]], portanto, é possível determinar se a dieta principal de um ser humano ou de um animal consiste principalmente de plantas C<sub>3</sub> ([[arroz]], [[trigo]], [[soja]], [[batata]]s) ou plantas C<sub>4</sub> ([[milho]], ou [[carne]] [[gado alimentado|oriunda de animais alimentados]]) por [[análise de isótopos]] de sua carne ou [[colágeno]] dos ossos (no entanto, para obter determinações mais precisas, o fracionamento isotópico de carbono também deve ser levado em consideração, uma vez que vários estudos relataram significativa discriminação <sup>13</sup>C durante biodegradação de substratos simples e complexos).<ref name="FernandezCadisch2003">{{citar periódico|último1=Fernandez|primeiro1=Irene|último2=Cadisch|primeiro2=Georg|titulo=Discrimination against13C during degradation of simple and complex substrates by two white rot fungi|periódico=Rapid Communications in Mass Spectrometry|volume=17|número=23|ano=2003|páginas=2614–2620|issn=0951-4198|doi=10.1002/rcm.1234|pmid=14648898|bibcode=2003RCMS...17.2614F}}</ref><ref name="FernandezMahieu2003">{{citar periódico|último1=Fernandez|primeiro1=I.|último2=Mahieu|primeiro2=N.|último3=Cadisch|primeiro3=G.|titulo=Carbon isotopic fractionation during decomposition of plant materials of different quality|periódico=Global Biogeochemical Cycles|volume=17|número=3|ano=2003|páginas=n/a|issn=0886-6236|doi=10.1029/2001GB001834|bibcode = 2003GBioC..17.1075F }}</ref> Dentro dos processos de plantas C3 que regulam as mudanças em δ<sup>13</sup>C são bem compreendidos, especialmente no nível da folha,<ref name="FarquharEhleringer1989">{{citar periódico|último1=Farquhar|primeiro1=G D|último2=Ehleringer|primeiro2=J R|último3=Hubick|primeiro3=K T|titulo=Carbon Isotope Discrimination and Photosynthesis|periódico=Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology|volume=40|número=1|ano=1989|páginas=503–537|issn=1040-2519|doi=10.1146/annurev.pp.40.060189.002443|url=https://semanticscholar.org/paper/dd229ae7249b0ce45e5d51511e3bd79fde4e7c18}}</ref> mas também durante a formação de madeira.<ref name="McCarrollLoader2004">{{citar periódico|último1=McCarroll|primeiro1=Danny|último2=Loader|primeiro2=Neil J.|titulo=Stable isotopes in tree rings|periódico=Quaternary Science Reviews|volume=23|número=7–8|ano=2004|páginas=771–801|issn=0277-3791|doi=10.1016/j.quascirev.2003.06.017|bibcode = 2004QSRv...23..771M |citeseerx=10.1.1.336.2011}}</ref><ref name="Eweda Silveira Lobo Sternberg1999">{{citar periódico|último1=Ewe|primeiro1=Sharon M.L|último2=da Silveira Lobo Sternberg|primeiro2=Leonel|último3=Busch|primeiro3=David E|titulo=Water-use patterns of woody species in pineland and hammock communities of South Florida|periódico=Forest Ecology and Management|volume=118|número=1–3|ano=1999|páginas=139–148|issn=0378-1127|doi=10.1016/S0378-1127(98)00493-9}}</ref> Muitos estudos recentes combinam o fracionamento isotópico ao nível da folha com padrões anuais de formação de madeira (i.e. anel de árvore δ<sup>13</sup>C) para quantificar os impactos das variações climáticas e da composição atmosférica<ref name="CabaneiroFernandez2015">{{citar periódico|último1=Cabaneiro|primeiro1=Ana|último2=Fernandez|primeiro2=Irene|titulo=Disclosing biome sensitivity to atmospheric changes: Stable C isotope ecophysiological dependences during photosynthetic uptake in Maritime pine and Scots pine ecosystems from southwestern Europe|periódico=Environmental Technology & Innovation|volume=4|ano=2015|páginas=52–61|issn=2352-1864|doi=10.1016/j.eti.2015.04.007}}</ref> nos processos fisiológicos de árvores individuais e povoamentos florestais.<ref name="SilvaAnand2013">{{citar periódico|último1=Silva|primeiro1=Lucas C. R.|último2=Anand|primeiro2=Madhur|último3=Shipley|primeiro3=Bill|titulo=Probing for the influence of atmospheric CO2and climate change on forest ecosystems across biomes|periódico=Global Ecology and Biogeography|volume=22|número=1|ano=2013|páginas=83–92|issn=1466-822X|doi=10.1111/j.1466-8238.2012.00783.x}}</ref> A próxima fase de compreensão, pelo menos em ecossistemas terrestres, parece ser a combinação de vários [[Proxy|proxies]] isotópicos para decifrar as interações entre as plantas, os solos e a atmosfera, e prever como as mudanças no uso da terra afetarão as mudanças climáticas.<ref name="Gómez-GuerreroSilva2013">{{citar periódico|último1=Gómez-Guerrero|primeiro1=Armando|último2=Silva|primeiro2=Lucas C. R.|último3=Barrera-Reyes|primeiro3=Miguel|último4=Kishchuk|primeiro4=Barbara|último5=Velázquez-Martínez|primeiro5=Alejandro|último6=Martínez-Trinidad|primeiro6=Tomás|último7=Plascencia-Escalante|primeiro7=Francisca Ofelia|último8=Horwath|primeiro8=William R.|titulo=Growth decline and divergent tree ring isotopic composition (δ13C and δ18O) contradict predictions of CO2 stimulation in high altitudinal forests|periódico=Global Change Biology|volume=19|número=6|ano=2013|páginas=1748–1758|issn=1354-1013|doi=10.1111/gcb.12170|pmid=23504983|bibcode=2013GCBio..19.1748G}}</ref>
Similarmente, peixes marinhos contêm mais<sup>13</sup>C do que peixes de água doce, com valores que se aproximam das plantas C<sub>4</sub> e C<sub>3</sub> respectivamente, dado que ossos são compostos de uma matriz de material inorgânico e colágeno orgânico.

A proporção de isótopos de carbono-13 e carbono-12 nesses tipos de plantas é a seguinte:<ref>{{citar periódico| último1 = O'Leary | primeiro1 = M. H.| titulo = Carbon Isotopes in Photosynthesis| jstor = 1310735| periódico = BioScience| volume = 38| número = 5| páginas = 328–336| ano = 1988| doi = 10.2307/1310735| url = https://semanticscholar.org/paper/71e96b6c9aec4aa2757a44d150e05040782d887a}}</ref>
* plantas C<sub>4</sub>: -16 a -10 ‰
* plantas CAM: -20 a -10 ‰
* plantas C<sub>3</sub>: -33 a -24 ‰

[[Calcário]]s formado pela precipitação em [[mar]] s do [[dióxido de carbono]] atmosférico contêm proporção normal de <sup>13</sup>C. Por outro lado, [[calcita]] encontrada em [[salina]]s origina-se de dióxido de carbono formado por [[oxidação]] de [[petróleo]], que devido à sua origem vegetal é exaurido em <sup>13</sup>C.  A camada de calcário depositado na [[extinção do Permiano]] de 252 milhões de anos atrás pode ser identificada pela queda de 1% no <sup>13</sup>C/<sup>12</sup>C.

O [[Carbono-14|isótopo <sup>14</sup>C]] é importante para distinguir materiais [[Biossíntese|biossintetizados]] daqueles feitos pelo homem. Produtos químicos [[Substância biogênica|biogênicos]] são derivados do carbono biosférico, o qual contém <sup>14</sup>C. Carbono presente em produtos químicos feitos artificialmente é geralmente derivado de [[combustível fóssil|combustíveis fósseis]] como [[carvão]] ou [[petróleo]], onde o <sup>14</sup>C originalmente presente decaiu abaixo dos limites detectáveis. A quantidade de <sup>14</sup>C atualmente presente em uma amostra, portanto, indica a proporção de carbono de origem biogênica.

=== Isótopos de nitrogênio ===

[[Isótopos de nitrogênio|Nitrogênio-15]], ou <sup>15</sup>N, é frequentemente usado em pesquisa  [[agricultura|agrícola]] e [[medicina|médica]], por exemplo no [[experimento Meselson–Stahl]] para estabelecer a natureza da [[replicação do DNA]].<ref>{{citar periódico | último1 = Meselson |primeiro1=M. |último2=Stahl |primeiro2=F. W. | ano = 1958 | titulo = The replication of DNA in ''E. coli'' | periódico = Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America | volume = 44 | número = 7| páginas = 671–682 | pmc=528642|doi=10.1073/pnas.44.7.671 | pmid=16590258|bibcode = 1958PNAS...44..671M  }}</ref> Uma extensão desta pesquisa resultou no desenvolvimento de sondagem de isótopos estáveis baseada em DNA, que permite o exame das ligações entre a função [[metabólica]] e a identidade [[Taxonomia (biologia)|taxonômica]] de [[microrganismos]] no ambiente, sem a necessidade de isolamento de [[cultura microbiológica|cultura]].<ref>{{citar periódico |último1 = Radajewski |primeiro1=S. |último2=McDonald |primeiro2=I. R. |último3=Murrell |primeiro3=J. C. | ano = 2003 | titulo = Stable-isotope probing of nucleic acids: a window to the function of uncultured microorganisms | periódico = Current Opinion in Biotechnology | volume = 14 | número = 3| páginas = 296–302 | doi=10.1016/s0958-1669(03)00064-8|pmid=12849783 }}</ref><ref>{{citar periódico | último1 = Cupples | primeiro1 = A. M. | último2 = Shaffer | primeiro2 = E. A. | último3 = Chee-Sanford | primeiro3 = J. C. | último4 = Sims | primeiro4 = G. K. | ano = 2007 | titulo = DNA buoyant density shifts during <sup>15</sup>N DNA stable isotope probing | periódico = Microbiological Research | volume = 162 | número = 4| páginas = 328–334 | doi=10.1016/j.micres.2006.01.016| pmid = 16563712  }}</ref> [[Proteína]]s podem ser marcados isotopicamente, cultivando-as em um meio contendo <sup>15</sup>N como a única fonte de nitrogênio, e.g., em [[proteômica]] quantitativa, tal como [[SILAC]].

Nitrogênio-15 é amplamente utilizado para rastrear compostos de [[Nitrogênio amoniacal|nitrogênio mineral]] (particularmente [[fertilizante]]s) no ambiente. Quando combinado com o uso de outros marcadores isotópicos, <sup>15</sup>N também é muito importante [[Marcador isotópico|marcador]] para descrever o destino de [[Poluentes orgânicos persistentes|poluentes orgânicos]] contendo nitrogênio.<ref>{{citar periódico | último1 = Marsh | primeiro1 = K. L. | último2 = Sims | primeiro2 = G. K. | último3 = Mulvaney | primeiro3 = R. L. | ano = 2005 | titulo = Availability of urea to autotrophic ammonia-oxidizing bacteria as related to the fate of <sup>14</sup>C- and <sup>15</sup>N-labeled urea added to soil | periódico = Biology and Fertility of Soils | volume = 42 | número = 2| páginas = 137–145 | doi=10.1007/s00374-005-0004-2| s2cid = 6245255 }}</ref><ref>{{citar periódico | último1 = Bichat | primeiro1 = F. | último2 = Sims | primeiro2 = G. K. | último3 = Mulvaney | primeiro3 = R. L. | ano = 1999 | titulo = Microbial utilization of heterocyclic nitrogen from atrazine | periódico = Soil Science Society of America Journal | volume = 63 | número = 1| páginas = 100–110 | doi=10.2136/sssaj1999.03615995006300010016x| bibcode = 1999SSASJ..63..100B }}</ref> [[Rastreamento por nitrogênio-15]] é um método importante usado em [[biogeoquímica]].

A proporção de isótopos de nitrogênio estáveis, <sup>15</sup>N/[[Isótopos de nitrogênio#Nitrogênio-14|<sup>14</sup>N]] ou [[δ15N|δ<sup>15</sup>N]], tende a aumentar com o [[nível trófico]], de modo que [[herbívoro]]s têm valores de isótopos de nitrogênio mais altos do que [[planta]]s, e [[carnívoros]] têm valores de isótopos de nitrogênio mais altos do que os herbívoros. Dependendo do [[Tecido (biologia)|tecido]] sendo examinado, tende a haver um aumento de 3-4 partes por mil com cada aumento no nível trófico.<ref name="Adams">{{citar periódico
 |último1        = Adams
 |primeiro1       = Thomas S.
 |último2       = Sterner
 |primeiro2      = Robert W.
 |data        = 2000
 |titulo       = The effect of dietary nitrogen content on trophic level <sup>15</sup>N enrichment
 |periódico     = Limnol. Oceanogr.
 |volume      = 45
 |número       = 3
 |páginas       = 601–607
 |doi         = 10.4319/lo.2000.45.3.0601
 |bibcode     = 2000LimOc..45..601A
 
 }}</ref> Os tecidos e [[cabelo]]s de [[vegan]]os, portanto, contêm significativamente mais baixos δ<sup>15</sup>N do que os corpos das pessoas que comem principalmente carne. Da mesma forma, uma dieta terrestre produz uma assinatura diferente de uma dieta marinha. [[Análise de cabelo|Análise isotópica de cabelo]] é uma importante fonte de informação para [[arqueologia|arqueólogos]], fornecendo pistas sobre as dietas antigas e diferentes atitudes culturais em relação às fontes de alimentos.<ref>{{citar periódico |doi=10.1073/pnas.0903821106 |titulo=Isotopic evidence for the diets of European Neanderthals and early modern humans |ano=2009 |último1=Richards |primeiro1=M. P. |último2=Trinkaus |primeiro2=E. |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences |volume=106 |número=38 |páginas=16034–16039 |pmid=19706482 |pmc=2752538  }}</ref>

Uma série de outros fatores ambientais e fisiológicos podem influenciar a composição isotópica do nitrogênio na base da [[Rede trófica|cadeia alimentar]] (i.e. em plantas) ou ao nível de animais individuais. Por exemplo, em regiões áridas, o [[ciclo do nitrogênio]] tende a ser mais "aberto" e sujeito à perda de <sup>14</sup>N, incrementando δ<sup>15</sup>N em solos e plantas.<ref name="Handley">{{citar periódico |último1=Handley |primeiro1=L.L |último2=Austin |primeiro2=A. T. |último3=Stewart |primeiro3=G.R. |último4=Robinson |primeiro4=D. |último5=Scrimgeour |primeiro5=C.M. |último6=Raven |primeiro6=J.A. |último7=Heaton |primeiro7=T.H.E. |último8=Schmidt |primeiro8=S. |ano=1999 |titulo=The 15N natural abundance (δ15N) of ecosystem samples reflects measures of water availability |periódico=Aust. J. Plant Physiol. |issn=0310-7841 |volume=26 |número=2 |páginas=185–199 |doi=10.1071/pp98146}}{{closed access}}</ref> Isso leva a um nível relativamente alto de valores δ<sup>15</sup>N em plantas e animais em ecossistemas quentes e áridos em relação a ecossistemas mais frios e úmidos.<ref name="Szpak2013PLoSOne">{{citar periódico |último1=Szpak |primeiro1=Paul |último2=White |primeiro2=Christine D. |último3=Longstaffe |primeiro3=Fred J. |último4=Millaire |primeiro4=Jean-Francois |último5=Vásquez Sánchez |primeiro5=Victor F. |ano=2013 |titulo=Carbon and Nitrogen Isotopic Survey of Northern Peruvian Plants: Baselines for Paleodietary and Paleoecological Studies |periódico=[[PLOS ONE]] |volume=8 |número=1 |páginas=e53763 |doi=10.1371/journal.pone.0053763 |pmid=23341996 |pmc=3547067 |bibcode = 2013PLoSO...853763S  }}</ref> Além disso, δ<sup>15</sup>N elevado têm sido associados à [[excreção]] preferencial de <sup>14</sup>N e reutilização de tecidos já enriquecidos de <sup>15</sup>N no corpo sob condições de estresse hídrico prolongado ou ingestão insuficiente de proteínas.<ref>{{citar periódico | último1 = Ambrose | primeiro1 = Stanley H. | último2 = DeNiro | primeiro2 = Michael J. | ano = 1986 | titulo = The isotopic ecology of East African mammals | periódico = Oecologia | volume = 69 | número = 3| páginas = 395–406 | doi = 10.1007/bf00377062 | pmid = 28311342 | bibcode = 1986Oecol..69..395A | s2cid = 22660367 }}</ref><ref>{{citar periódico | último1 = Hobson | primeiro1 = Keith A. | último2 = Alisauskas | primeiro2 = Ray T. | último3 = Clark | primeiro3 = Robert G. | ano = 1993 | titulo = Stable-Nitrogen Isotope Enrichment in Avian Tissues Due to Fasting and Nutritional Stress: Implications for Isotopic Analyses of Diet | periódico = The Condor | volume = 95 | número = 2| página = 388 | doi = 10.2307/1369361 | jstor = 1369361 }}</ref>

δ<sup>15</sup>N também fornece uma ferramenta de diagnóstico em [[ciência planetária]], já que a proporção exibida em atmosferas e materiais de superfície "está intimamente ligada às condições sob as quais os materiais se formam".<ref name="NASA-201450623">{{cite press release |último1=Dyches |primeiro1=Preston |último2=Clavin |primeiro2=Whitney |titulo=Titan's Building Blocks Might Pre-date Saturn |url=http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2014-200 |data=23 de junho de 2014 |publicado=[[Jet Propulsion Laboratory]] |acessodata=28 de junho de 2014 }}</ref>

=== Isótopos de oxigênio ===

O oxigênio apresenta-se em três variantes, mas o <sup>17</sup>[[Oxygen|O]] é tão raro que é difícil de ser detectado (abundância ~0.04%).<ref name="iupac_abundance">{{CAWIA 2003}}</ref> A razão de <sup>18</sup>O/<sup>16</sup>O na água depende da quantidade de evaporação que a água experimentou (como <sup>18</sup>O é mais pesado e, portanto, menos propenso a vaporizar). Como a tensão do vapor depende da concentração de sais dissolvidos, a razão <sup>18</sup>[[Oxygen|O]]/<sup>16</sup>O mostra correlação com a [[salinidade]] e temperatura da água. À medida que o oxigênio é incorporado às conchas dos organismos secretores de [[carbonato de cálcio]], esses sedimentos evidenciam um registro cronológico da temperatura e salinidade da água na área.

A proporção de isótopos de oxigênio na atmosfera varia previsivelmente com a época do ano e localização geográfica; e.g. há um diferença de 2% entre a precipitação rica em <sup>18</sup>O em [[Montana]] e precipitação com depleção de <sup>18</sup>O em [[Florida Keys]]. Essa variabilidade pode ser usada para determinação aproximada da localização geográfica de origem de um material; e.g. é possível determinar onde uma remessa de [[óxido de urânio]] foi produzida. A taxa de troca dos isótopos de superfície com o meio ambiente deve ser levada em consideração.<ref name="nucfor">{{citar livro |url=https://books.google.com/books?id=W3FnEOg8tS4C&pg=PA399 |titulo=Nuclear Forensic Analysis |primeiro1=Kenton J. |último1=Moody |primeiro2=Ian D. |último2=Hutcheon |primeiro3=Patrick M. |último3=Grant |data=28 de fevereiro de 2005 |página=399|isbn=9780203507803 }}</ref>

As assinaturas isotópicas de oxigênio de amostras sólidas (orgânicas e inorgânicas) são geralmente medidas com [[pirólise]] e [[espectrometria de massa]].<ref name=":0">{{citar periódico|último1=Tsang|primeiro1=Man-Yin|último2=Yao|primeiro2=Weiqi|último3=Tse|primeiro3=Kevin|data=2020|editor-sobrenome=Kim|editor-nome=Il-Nam|titulo=Oxidized silver cups can skew oxygen isotope results of small samples|periódico=Experimental Results|língua=en|volume=1|páginas=e12|doi=10.1017/exp.2020.15|issn=2516-712X}}</ref> Os pesquisadores precisam evitar o armazenamento impróprio ou prolongado das amostras para medições precisas.<ref name=":0" />

{{referências}}

[[Categoria:Isótopos]]
[[Categoria:Geocronologia]]
[[Categoria:Química ambiental]]