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[[Ficheiro:OceanCarbonCycle.jpg|miniaturadaimagem|270x270px|Ciclo do carbono nos oceanos ([[Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas|IPCC]])]]
O '''ciclo do carbono nos oceanos''' (ou '''ciclo marinho do carbono''') é composto por processos que trocam [[carbono]] entre vários reservatórios no oceano, bem como entre a atmosfera, o interior da Terra e o [[Relevo oceânico|fundo do mar]]. O [[ciclo do carbono]] é o resultado de muitas forças que interagem em várias escalas de tempo e espaço, que fazem o carbono circular pelo planeta, garantindo que ele esteja disponível globalmente. O '''ciclo oceânico do carbono''' é um processo central para o ciclo global do carbono e abrange tanto o {{Ill|en|Carbono inorgânico total|Total inorganic carbon|carbono inorgânico}} (carbono não associado a um ser vivo, como o dióxido de carbono) quanto o [[Carbono orgânico total|carbono orgânico]] (carbono que é, ou foi, incorporado a um ser vivo). Parte do ciclo do carbono marinho compreende a transformação do carbono entre matéria viva e não viva.

Três processos principais (ou bombas) que compõem o ciclo do carbono marinho trazem o [[dióxido de carbono]] (CO<sub>2</sub>) atmosférico para o interior do oceano e o distribuem pelos ecossistemas marinhos. Essas três bombas são: (1) a bomba de solubilidade, (2) a bomba de carbonato e (3) a bomba biológica. O total de carbono ativo na superfície da Terra por períodos inferiores a 10 000 anos é de aproximadamente 40 000 gigatoneladas de C (Gt C, uma gigatonelada é um bilhão de toneladas, ou o peso de aproximadamente 6 milhões de [[Baleia-azul|baleias azuis]]), e cerca de 95% (~38 000 Gt C) é armazenado no oceano, principalmente como {{Ill|en|Carbono inorgânico dissolvido|Dissolved inorganic carbon|carbono inorgânico dissolvido}}.<ref name=":0">{{Citar livro|título=Biogeochemistry: an analysis of global change|ultimo=Schlesinger|primeiro=William H.|ultimo2=Bernhardt|primeiro2=Emily S.|data=2013|editora=Elsevier/Academic Press|edicao=3d edition|local=Amsterdam Boston|lingua=en|isbn=9780123858740}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.290.5490.291 |título=The Global Carbon Cycle: A Test of Our Knowledge of Earth as a System |data=2000-10-13 |acessodata=2024-12-19 |periódico=Science |número=5490 |ultimo=Falkowski |primeiro=P. |ultimo2=Scholes |primeiro2=R. J. |paginas=291–296 |lingua=en |doi=10.1126/science.290.5490.291 |issn=0036-8075 |ultimo3=Boyle |primeiro3=E. |ultimo4=Canadell |primeiro4=J. |ultimo5=Canfield |primeiro5=D. |ultimo6=Elser |primeiro6=J. |ultimo7=Gruber |primeiro7=N. |ultimo8=Hibbard |primeiro8=K. |ultimo9=Högberg |primeiro9=P. |volume=290}}</ref> A diversidade do carbono inorgânico dissolvido no ciclo de carbono marinho é o principal controlador da [[Reação ácido–base|química ácido-base]] nos oceanos.

As plantas e as algas da Terra ([[produtores primários]]) são responsáveis pelos maiores fluxos anuais de carbono. Embora a quantidade de carbono armazenada na [[Vida|biota]] marinha (~3 GtC) seja muito pequena em comparação com a vegetação terrestre (~610 GtC), a quantidade de carbono trocada (o fluxo) por esses grupos é quase igual - cerca de 50 GtC cada.<ref name=":0" /> Os organismos marinhos vinculam os ciclos de carbono e oxigênio por meio de processos como a [[fotossíntese]].<ref name=":0" /> O ciclo do carbono marinho também está biologicamente ligado aos [[Ciclo do nitrogênio|ciclos do nitrogênio]] e do [[Ciclo do fósforo no oceano|fósforo]] por uma relação [[Estequiometria|estequiométrica]] quase constante C:N:P de 106:16:1, também conhecida como [[Relação de Redfield|relação Redfield Ketchum Richards (RKR)]],<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/27827150 |título=The Biological Control of Chemical Factors in the Environment |data=1958 |acessodata=2024-12-19 |periódico=American Scientist |número=3 |ultimo=Redfield |primeiro=Alfred C. |paginas=230A–221 |lingua=en |issn=0003-0996 |volume=46}}</ref> que afirma que os organismos tendem a absorver nitrogênio e fósforo incorporando novo carbono orgânico. Da mesma forma, a matéria orgânica decomposta por bactérias libera fósforo e nitrogênio.

Com base nas publicações da [[NASA]], da [[Organização Meteorológica Mundial]], do [[Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas|IPCC]] e do [[Conselho Internacional para a Exploração do Mar]], bem como de cientistas da [[Administração Oceânica e Atmosférica Nacional|NOAA]], do [[Instituto Oceanográfico de Woods Hole]], do [[Instituto de Oceanografia Scripps]], da [[Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation|CSIRO]] e do [[Laboratório Nacional de Oak Ridge]], os impactos humanos no ciclo do carbono marinho são significativos.<ref>{{Citar web|url=https://earthobservatory.nasa.gov/features/CarbonCycle/page5.php|titulo=The Carbon Cycle|data=2011-06-16|acessodata=2024-12-20|website=earthobservatory.nasa.gov|lingua=en}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.ipcc.ch/report/ar5/wg1/|titulo=AR5 Climate Change 2013: The Physical Science Basis|acessodata=2024-12-20|website=IPCC|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.pmel.noaa.gov/pubs/outstand/sabi2683/sabi2683.shtml|titulo=Sabine et al. - The Oceanic Sink for Anthropogenic CO2|acessodata=2024-12-20|website=www.pmel.noaa.gov|lingua=en}}</ref> Antes da [[Revolução Industrial]], o oceano era uma fonte líquida de CO<sub>2</sub> para a atmosfera, enquanto agora a maior parte do carbono que entra no oceano vem do dióxido de carbono atmosférico (CO<sub>2</sub>).<ref name=":2">{{citar livro|url=https://oceanrep.geomar.de/id/eprint/7878/1/965_Raven_2005_OceanAcidificationDueToIncreasing_Monogr_pubid13120.pdf|título=Ocean acidification due to increasing atmospheric carbon dioxide|editora=The Royal Society|ano=2005|local=London|lingua=en|isbn=0-85403-617-2}}</ref>

Nas últimas décadas, o oceano atuou como um sumidouro de CO<sub>2</sub> antropogênico, absorvendo cerca de um quarto do CO<sub>2</sub> produzido pelos seres humanos por meio da queima de [[Combustível fóssil|combustíveis fósseis]] e mudanças no uso da terra.<ref>{{Citar periódico |url=https://essd.copernicus.org/articles/15/5301/2023/ |título=Global Carbon Budget 2023 |data=2023-12-05 |acessodata=2024-12-20 |periódico=Earth System Science Data |número=12 |ultimo=Friedlingstein |primeiro=Pierre |ultimo2=O'Sullivan |primeiro2=Michael |paginas=5301–5369 |lingua=en |doi=10.5194/essd-15-5301-2023 |issn=1866-3516 |ultimo3=Jones |primeiro3=Matthew W. |ultimo4=Andrew |primeiro4=Robbie M. |ultimo5=Bakker |primeiro5=Dorothee C. E. |ultimo6=Hauck |primeiro6=Judith |ultimo7=Landschützer |primeiro7=Peter |ultimo8=Le Quéré |primeiro8=Corinne |ultimo9=Luijkx |primeiro9=Ingrid T. |volume=15}}</ref> Ao fazer isso, o oceano agiu como um amortecedor, retardando um pouco o aumento dos níveis de CO<sub>2</sub> atmosférico. No entanto, essa absorção de CO<sub>2</sub> antropogênico também causou a [[Acidificação oceânica|acidificação dos oceanos]].<ref name=":2" /><ref name=":3">{{Citar livro|título=CO₂ in seawater: equilibrium, kinetics, isotopes|ultimo=Zeebe|primeiro=Richard E.|ultimo2=Wolf-Gladrow|primeiro2=Dieter A.|data=2001|editora=Elsevier|series=Elsevier oceanography series|local=Amsterdam ; New York|lingua=en|isbn=978-0444509468}}</ref> A [[Mudança do clima|mudança climática]], resultado desse excesso de CO<sub>2</sub> na atmosfera, aumentou a temperatura do oceano e da atmosfera.<ref name=":1" /> A taxa reduzida de aquecimento global ocorrida entre 2000 e 2010<ref>{{citar periódico |título=Global oceans: Do global temperature trends over the last decade falsify climate predictions? |data=2009 |periódico=Bulletin of the American Meteorological Society |ultimo=Knight |primeiro=J. |paginas=56–57 |lingua=en |volume=90}}</ref> pode ser atribuída a um aumento observado no [[Aquecimento oceânico|conteúdo de calor do oceano]] superior.<ref>{{Citar web|ultimo=Boyer|primeiro=Tim|url=https://www.ncei.noaa.gov/access/global-ocean-heat-content/|titulo=Global Ocean Heat and Salt Content - Seasonal, Yearly, and Pentadal Fields|acessodata=2024-12-20|website=www.ncei.noaa.gov|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/nclimate1863 |título=Retrospective prediction of the global warming slowdown in the past decade |data=2013-07 |acessodata=2024-12-20 |periódico=Nature Climate Change |número=7 |ultimo=Guemas |primeiro=Virginie |ultimo2=Doblas-Reyes |primeiro2=Francisco J. |paginas=649–653 |lingua=en |doi=10.1038/nclimate1863 |issn=1758-678X |ultimo3=Andreu-Burillo |primeiro3=Isabel |ultimo4=Asif |primeiro4=Muhammad |volume=3}}</ref>

{{TDC limitada}}

== Carbono marinho ==
Os compostos de carbono podem ser distinguidos como orgânicos ou inorgânicos, e dissolvidos ou particulados, dependendo de sua composição. O carbono orgânico forma a espinha dorsal dos principais componentes dos compostos orgânicos, como [[Proteína|proteínas]], [[Lípido|lipídios]], [[Carboidrato|carboidratos]] e [[Ácido nucleico|ácidos nucleicos]]. O carbono inorgânico é encontrado principalmente em compostos simples, como dióxido de carbono, ácido carbônico, bicarbonato e carbonato (CO<sub>2</sub>, H<sub>2</sub>CO<sub>3</sub>, HCO<sub>3</sub><sup>-</sup>, CO<sub>3</sub><sup>2-</sup>, respectivamente).

O carbono marinho é ainda separado em fases particuladas e dissolvidas. Esses grupos são definidos operacionalmente pela separação física - o carbono dissolvido passa por um filtro de 0,2 μm, enquanto o carbono particulado não.

=== Carbono inorgânico ===
Há dois tipos principais de carbono inorgânico encontrados nos oceanos. O {{Ill|en|Carbono inorgânico total|Total inorganic carbon|carbono inorgânico dissolvido}} (DIC) é composto de bicarbonato (HCO<sub>3</sub><sup>-</sup>), carbonato (CO<sub>3</sub><sup>2-</sup>) e dióxido de carbono (incluindo CO<sub>2</sub> dissolvido e ácido carbônico H<sub>2</sub>CO<sub>3</sub>). O DIC pode ser convertido em {{Ill|en|Carbono inorgânico particulado|Particulate inorganic carbon|carbono inorgânico particulado}} (PIC) por meio da precipitação de CaCO<sub>3</sub> (biológica ou abiótica). O DIC também pode ser convertido em carbono orgânico particulado (POC) por meio da fotossíntese e da [[Quimiotrófico|quimioautotrofia]] (ou seja, produção primária). O DIC aumenta com a profundidade à medida que as partículas de carbono orgânico afundam e são respiradas. O oxigênio livre diminui com o aumento do DIC porque o oxigênio é consumido durante a respiração aeróbica.

O carbono inorgânico particulado (PIC) é a outra forma de carbono inorgânico encontrada no oceano. A maior parte do PIC é o CaCO<sub>3</sub> que compõe as conchas de vários organismos marinhos, mas também pode se formar em {{Ill|en|Evento de esbranquiçamento|Whiting event|eventos de esbranquiçamento}}. Os peixes marinhos também excretam carbonato de cálcio durante a [[osmorregulação]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.1157972 |título=Contribution of Fish to the Marine Inorganic Carbon Cycle |data=2009-01-16 |acessodata=2024-12-22 |periódico=Science |número=5912 |ultimo=Wilson |primeiro=R. W. |ultimo2=Millero |primeiro2=F. J. |paginas=359–362 |lingua=en |doi=10.1126/science.1157972 |issn=0036-8075 |ultimo3=Taylor |primeiro3=J. R. |ultimo4=Walsh |primeiro4=P. J. |ultimo5=Christensen |primeiro5=V. |ultimo6=Jennings |primeiro6=S. |ultimo7=Grosell |primeiro7=M. |volume=323}}</ref>

Algumas das espécies de carbono inorgânico no oceano, como o [[bicarbonato]] e o [[carbonato]], são os principais contribuintes para a [[alcalinidade]], um amortecedor natural do oceano que evita mudanças drásticas na acidez (ou [[pH]]). O ciclo do carbono marinho também afeta as taxas de reação e dissolução de alguns compostos químicos, regula a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e a temperatura da Terra.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/title/183916203|título=Chemical oceanography and the marine carbon cycle|ultimo=Emerson|primeiro=Steven|ultimo2=Hedges|primeiro2=John|data=2008|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge|lingua=en|isbn=978-0-521-83313-4|oclc=183916203}}</ref>

=== Carbono orgânico ===
Assim como o carbono inorgânico, há duas formas principais de carbono orgânico encontradas no oceano (dissolvido e particulado). O [[Matéria orgânica dissolvida|carbono orgânico dissolvido]] (DOC) é definido operacionalmente como qualquer molécula orgânica que possa passar por um filtro de 0,2 μm. O DOC é convertível em carbono orgânico particulado por meio da [[Heterotrofismo|heterotrofia]] e também pode ser convertido novamente em carbono inorgânico dissolvido (DIC) por meio da respiração.

Essas moléculas de carbono orgânico capturadas pelo filtro são definidas como carbono orgânico particulado (POC). O POC é composto por organismos (vivos ou mortos), sua matéria fecal e [[Detrito geológico|detritos]]. O POC também é convertível em DOC por meio da desagregação de moléculas e da [[Exsudato|exsudação]] pelo [[fitoplâncton]], por exemplo. O POC é geralmente convertido em DIC por meio de heterotrofia e respiração.

== Bombas de carbono marítimas ==

=== Bomba de solubilidade ===
{{Artigo principal|Bomba física (oceanografia)}}
[[Ficheiro:Marine carbon cycle.png|esquerda|miniaturadaimagem|250x250px|O carbono é separado em quatro grupos distintos com base no fato de ser orgânico/inorgânico e estar dissolvido/particulado. Os processos associados a cada seta descrevem a transformação associada à transferência de carbono de um grupo para outro]]
Os oceanos armazenam o maior conjunto de carbono reativo do planeta como DIC, introduzido como resultado da dissolução do dióxido de carbono atmosférico na água do mar – a bomba de solubilidade.<ref name=":4">{{Citar livro|título=Chemical oceanography and the marine carbon cycle|ultimo=Emerson|primeiro=Steven|ultimo2=Hedges|primeiro2=John|data=2008|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge|lingua=en|isbn=978-0-521-83313-4}}</ref> As concentrações aquosas de CO<sub>2</sub>, [[ácido carbônico]], íon bicarbonato e íon carbonato compreendem o carbono inorgânico dissolvido (DIC). O DIC circula por todo o oceano por meio da [[circulação termoalina]], o que facilita a enorme capacidade de armazenamento de DIC do oceano.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.290.5490.291 |título=The Global Carbon Cycle: A Test of Our Knowledge of Earth as a System |data=2000-10-13 |acessodata=2024-12-23 |periódico=Science |número=5490 |ultimo=Falkowski |primeiro=P. |ultimo2=Scholes |primeiro2=R. J. |paginas=291–296 |lingua=en |doi=10.1126/science.290.5490.291 |issn=0036-8075 |ultimo3=Boyle |primeiro3=E. |ultimo4=Canadell |primeiro4=J. |ultimo5=Canfield |primeiro5=D. |ultimo6=Elser |primeiro6=J. |ultimo7=Gruber |primeiro7=N. |ultimo8=Hibbard |primeiro8=K. |ultimo9=Högberg |primeiro9=P. |volume=290}}</ref> As equações químicas abaixo mostram as reações pelas quais o CO<sub>2</sub> passa depois que entra no oceano e se transforma em sua forma aquosa.{{NumBlk|:|<chem>CO2(aq) + H2O -> H2CO3</chem>|{{EquationRef|1}}}}O [[ácido carbônico]] se dissocia rapidamente em [[Ião hidrogénio|íons de hidrogênio]] livre (tecnicamente, [[hidrônio]]) e [[bicarbonato]].{{NumBlk|:|<chem>H2CO3 -> H+ +  HCO3^-</chem>|{{EquationRef|2}}}}O íon de hidrogênio livre encontra o carbonato, já presente na água devido à dissolução do [[Carbonato de cálcio|CaCO<sub>3</sub>]], e reage para formar mais íons de bicarbonato.{{NumBlk|:|<chem>H+ + CO3^2- -> HCO3^-</chem>|{{EquationRef|3}}}}As espécies dissolvidas nas equações acima, em sua maioria bicarbonato, compõem o sistema de alcalinidade de carbonato, o principal contribuinte para a alcalinidade da água do mar.<ref name=":3" />
[[Ficheiro:Dissociation of carbon and henry's law in the oceanic carbon pump nov 2017.jpg|miniaturadaimagem|250x250px|Dissociação do dióxido de carbono conforme a Lei de Henry]]

=== Bomba de carbonato ===
A bomba de carbonato, às vezes chamada de contra bomba de carbonato, começa com organismos marinhos na superfície do oceano produzindo carbono inorgânico particulado (PIC) na forma de [[carbonato de cálcio]] ([[calcita]] ou [[aragonita]], CaCO<sub>3</sub>). Esse CaCO<sub>3</sub> é o que forma partes duras do corpo, como as [[Concha|conchas]].<ref name=":4" /> A formação dessas conchas aumenta o CO<sub>2</sub> atmosférico devido à produção de CaCO<sub>3</sub> na seguinte reação com estequiometria simplificada:<ref>{{citar livro|título=Parsing the Oceanic Calcium Carbonate Cycle: A Net Atmospheric Carbon Dioxide Source, or a Sink?|ultimo=Smith|primeiro=Stephen V.|editora=ASLO|ano=2013|lingua=en|isbn=978-0-9845591-2-1}}</ref>{{NumBlk|:|<chem>Ca^2+ + 2HCO3^- <=> CaCO3 + CO2 + H2O</chem><ref name=":5">{{Citar periódico |url=https://aslopubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.4319/lo.1975.20.3.0493 |título=Carbon dioxide and metabolism in marine environments1 |data=1975-05 |acessodata=2024-12-23 |periódico=Limnology and Oceanography |número=3 |ultimo=Smith |primeiro=S. V. |ultimo2=Key |primeiro2=G. S. |paginas=493–495 |lingua=en |doi=10.4319/lo.1975.20.3.0493 |issn=0024-3590 |volume=20}}</ref>|{{EquationRef|4}}}}Os [[Cocolitóforo|cocolitóforos]], um grupo quase onipresente de fitoplâncton que produz conchas de carbonato de cálcio, são os principais contribuintes para a bomba de carbonato.<ref name=":4" /> Devido à sua abundância, os cocolitóforos têm implicações significativas na química do carbonato, nas águas superficiais que habitam e no oceano abaixo: eles fornecem um grande mecanismo para o transporte descendente de CaCO<sub>3</sub>.<ref>{{Citar periódico |url=http://link.springer.com/10.1007/978-3-662-06278-4_5 |título=Coccolithophores and the biological pump: responses to environmental changes |data=2004 |acessodata=2024-12-23 |publicado=Springer Berlin Heidelberg |ultimo=Rost |primeiro=Björn |ultimo2=Riebesell |primeiro2=Ulf |editor-sobrenome=Thierstein |editor-nome=Hans R. |local=Berlin, Heidelberg |paginas=99–125 |lingua=en |doi=10.1007/978-3-662-06278-4_5 |isbn=978-3-642-06016-8 |editor-sobrenome2=Young |editor-nome2=Jeremy R.}}</ref> O fluxo de CO<sub>2</sub> ar-mar induzido por uma [[Ecologia#Ecologia de comunidades|comunidade]] biológica marinha pode ser determinado pela razão de precipitação - a proporção de carbono do carbonato de cálcio em comparação com a do carbono orgânico no material particulado que afunda no fundo do oceano (PIC/POC).<ref name=":5" /> A bomba de carbonato atua como um feedback negativo sobre o CO<sub>2</sub> levado para o oceano pela bomba de solubilidade. Ela ocorre em menor magnitude do que a bomba de solubilidade.
[[Ficheiro:Annual mean sea surface dissolved inorganic carbon for the 1990s (GLODAP).png|esquerda|miniaturadaimagem|250x250px|{{Ill|en|Carbono inorgânico total|Total inorganic carbon|Carbono inorgânico dissolvido}} na superfície do mar. Primeiro, o dióxido de carbono reage com a água para formar ácido carbônico. Concentração na década de 1990 (da {{Ill|en|Global Ocean Data Analysis Project|Global Ocean Data Analysis Project|climatologia GLODAP}})]]

=== Bomba biológica ===
{{Artigo principal|Bomba biológica}}O carbono orgânico particulado, criado por meio da produção biológica, pode ser liberado do oceano superior em um fluxo comumente chamado de bomba biológica, ou respirado (equação 6) de volta em carbono inorgânico. No primeiro caso, o carbono inorgânico dissolvido é biologicamente convertido em matéria orgânica pela fotossíntese (equação 5) e outras formas de [[autotrofismo]]<ref name=":4" /> que, em seguida, afunda e é, em parte ou totalmente, digerida por heterótrofos.<ref>{{Citar periódico |url=https://pubs.acs.org/doi/10.1021/ac034415p |título=Graphical Method for Analysis of Ultrahigh-Resolution Broadband Mass Spectra of Natural Organic Matter, the Van Krevelen Diagram |data=2003-10-15 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Analytical Chemistry |número=20 |ultimo=Kim |primeiro=Sunghwan |ultimo2=Kramer |primeiro2=Robert W. |paginas=5336–5344 |lingua=en |doi=10.1021/ac034415p |issn=0003-2700 |ultimo3=Hatcher |primeiro3=Patrick G. |volume=75}}</ref> O carbono orgânico particulado pode ser classificado como {{Ill|en|Labilidade|Lability|lábil}}, semilábil ou refratário, conforme a facilidade com que os organismos podem decompô-lo para obter alimentos. A fotossíntese pelo fitoplâncton é a principal fonte de moléculas lábeis e semilábeis, e é a fonte indireta da maioria das moléculas refratárias.<ref name=":6">{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/0198014989900022 |título=Production of biologically refractory dissolved organic carbon by natural seawater microbial populations |data=1989-04 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Deep Sea Research Part A. Oceanographic Research Papers |número=4 |ultimo=Brophy |primeiro=Jennifer E. |ultimo2=Carlson |primeiro2=David J. |paginas=497–507 |lingua=en |doi=10.1016/0198-0149(89)90002-2 |volume=36}}</ref><ref name=":7">{{Citar periódico |url=https://pnas.org/doi/full/10.1073/pnas.1514645113 |título=Deciphering ocean carbon in a changing world |data=2016-03-22 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences |número=12 |ultimo=Moran |primeiro=Mary Ann |ultimo2=Kujawinski |primeiro2=Elizabeth B. |paginas=3143–3151 |lingua=en |doi=10.1073/pnas.1514645113 |issn=0027-8424 |pmc=4812754 |pmid=26951682 |ultimo3=Stubbins |primeiro3=Aron |ultimo4=Fatland |primeiro4=Rob |ultimo5=Aluwihare |primeiro5=Lihini I. |ultimo6=Buchan |primeiro6=Alison |ultimo7=Crump |primeiro7=Byron C. |ultimo8=Dorrestein |primeiro8=Pieter C. |ultimo9=Dyhrman |primeiro9=Sonya T. |volume=113}}</ref> As moléculas lábeis estão presentes em baixas concentrações fora das células (na faixa de [[Molaridade|picomolar]]) e têm meia-vida de apenas alguns minutos quando livres no oceano.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/nrmicro1747 |título=Microbial structuring of marine ecosystems |data=2007-10 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Nature Reviews Microbiology |número=10 |ultimo=Azam |primeiro=Farooq |ultimo2=Malfatti |primeiro2=Francesca |paginas=782–791 |lingua=en |doi=10.1038/nrmicro1747 |issn=1740-1526 |volume=5}}</ref> Elas são consumidas pelos micróbios dentro de horas ou dias após a produção e estão presentes na superfície dos oceanos,<ref name=":7" /> onde contribuem com a predominância do fluxo de carbono lábil.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.int-res.com/abstracts/meps/v489/p75-85/ |título=Carbon fluxes through estuarine bacteria reflect coupling with phytoplankton |data=2013-08-28 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Marine Ecology Progress Series |ultimo=Morán |primeiro=Xag |ultimo2=Ducklow |primeiro2=Hw |paginas=75–85 |lingua=en |doi=10.3354/meps10428 |issn=0171-8630 |ultimo3=Erickson |primeiro3=M |volume=489}}</ref> As moléculas semilábeis, muito mais difíceis de consumir, podem atingir profundidades de centenas de metros abaixo da superfície antes de serem metabolizadas.<ref>{{Citar periódico |url=https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/98GB01928 |título=Net community production of dissolved organic carbon |data=1998-09 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Global Biogeochemical Cycles |número=3 |ultimo=Hansell |primeiro=Dennis A. |ultimo2=Carlson |primeiro2=Craig A. |paginas=443–453 |lingua=en |doi=10.1029/98GB01928 |issn=0886-6236 |volume=12}}</ref> A MOD refratária é composta em grande parte por moléculas altamente [[Aromaticidade|conjugadas]], como [[hidrocarbonetos aromáticos policíclicos]] ou [[lignina]].<ref name=":6" /> MOD refratária pode atingir profundidades superiores a 1 000 m e circula pelos oceanos durante milhares de anos.<ref name=":7" /><ref>{{Citar periódico |url=https://pnas.org/doi/full/10.1073/pnas.1407445111 |título=Hidden cycle of dissolved organic carbon in the deep ocean |data=2014-11-25 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences |número=47 |ultimo=Follett |primeiro=Christopher L. |ultimo2=Repeta |primeiro2=Daniel J. |paginas=16706–16711 |lingua=en |doi=10.1073/pnas.1407445111 |issn=0027-8424 |pmc=4250131 |pmid=25385632 |ultimo3=Rothman |primeiro3=Daniel H. |ultimo4=Xu |primeiro4=Li |ultimo5=Santinelli |primeiro5=Chiara |volume=111}}</ref><ref name=":8">{{Citar periódico |url=https://www.annualreviews.org/content/journals/10.1146/annurev-marine-120710-100757 |título=Recalcitrant Dissolved Organic Carbon Fractions |data=2013-01-03 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Annual Review of Marine Science |número=1 |ultimo=Hansell |primeiro=Dennis A. |paginas=421–445 |lingua=en |doi=10.1146/annurev-marine-120710-100757 |issn=1941-1405 |volume=5}}</ref> Ao longo de um ano, aproximadamente 20 gigatoneladas de carbono lábil e semilábil fixado fotossinteticamente são absorvidas pelos [[Heterotrofismo|heterótrofos]], enquanto menos de 0,2 gigatonelada de carbono refratário é consumido.<ref name=":7" /> A [[Matéria orgânica dissolvida|matéria orgânica marinha dissolvida]] (MOD) pode armazenar tanto carbono quanto o atual suprimento de CO<sub>2</sub> atmosférico,<ref name=":8" /> mas os processos industriais estão alterando o equilíbrio deste ciclo.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.annualreviews.org/content/journals/10.1146/annurev-marine-041911-111611 |título=Climate Change Impacts on Marine Ecosystems |data=2012-01-15 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Annual Review of Marine Science |número=1 |ultimo=Doney |primeiro=Scott C. |ultimo2=Ruckelshaus |primeiro2=Mary |paginas=11–37 |lingua=en |doi=10.1146/annurev-marine-041911-111611 |issn=1941-1405 |ultimo3=Emmett Duffy |primeiro3=J. |ultimo4=Barry |primeiro4=James P. |ultimo5=Chan |primeiro5=Francis |ultimo6=English |primeiro6=Chad A. |ultimo7=Galindo |primeiro7=Heather M. |ultimo8=Grebmeier |primeiro8=Jacqueline M. |ultimo9=Hollowed |primeiro9=Anne B. |volume=4}}</ref>{{NumBlk|:|<chem>\underset{carbon~dioxide}{6CO2} + \underset{water}{6H2O}  ->[light~energy]  \underset{carbohydrate}{C6H12O6} + \underset{oxygen}{6O2}</chem>|{{EquationRef|5}}}}{{NumBlk|:|<chem>\underset{carbohydrate}{C6H12O6} + \underset{oxygen}{6O2} -> \underset{carbon~dioxide}{6CO2} + \underset{water}{6H2O} + heat</chem>|{{EquationRef|6}}}}

== Entradas ==
As entradas para o ciclo de carbono marinho são numerosas, mas as principais contribuições, em uma base líquida, vêm da atmosfera e dos rios.<ref name=":0" /> As [[Fissura hidrotermal|fissuras hidrotermais]] geralmente fornecem carbono equivalente à quantidade que consomem.<ref name=":4" />
[[Ficheiro:CO2 flux IPCC.jpg|miniaturadaimagem|250x250px|Fluxo global de CO<sub>2</sub> ar-mar - IPCC 2007]]

=== Atmosfera ===
Antes da [[Revolução Industrial]], o oceano era uma fonte de CO<sub>2</sub> para a [[atmosfera]],<ref name=":2" /> equilibrando o impacto do desgaste das rochas e do carbono orgânico particulado terrestre; agora ele se tornou um sumidouro para o excesso de CO<sub>2</sub> atmosférico.<ref>{{Citar periódico |url=https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2008GB003349 |título=Oceanic sources, sinks, and transport of atmospheric CO 2 |data=2009-03 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Global Biogeochemical Cycles |número=1 |ultimo=Gruber |primeiro=Nicolas |ultimo2=Gloor |primeiro2=Manuel |lingua=en |doi=10.1029/2008GB003349 |issn=0886-6236 |ultimo3=Mikaloff Fletcher |primeiro3=Sara E. |ultimo4=Doney |primeiro4=Scott C. |ultimo5=Dutkiewicz |primeiro5=Stephanie |ultimo6=Follows |primeiro6=Michael J. |ultimo7=Gerber |primeiro7=Markus |ultimo8=Jacobson |primeiro8=Andrew R. |ultimo9=Joos |primeiro9=Fortunat |volume=23}}</ref> O dióxido de carbono é absorvido da atmosfera na superfície do oceano em uma taxa de troca que varia localmente e com o tempo,<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0967064502000036 |título=Global sea–air CO2 flux based on climatological surface ocean pCO2, and seasonal biological and temperature effects |data=2002-01 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Deep Sea Research Part II: Topical Studies in Oceanography |número=9-10 |ultimo=Takahashi |primeiro=Taro |ultimo2=Sutherland |primeiro2=Stewart C. |paginas=1601–1622 |lingua=en |doi=10.1016/S0967-0645(02)00003-6 |ultimo3=Sweeney |primeiro3=Colm |ultimo4=Poisson |primeiro4=Alain |ultimo5=Metzl |primeiro5=Nicolas |ultimo6=Tilbrook |primeiro6=Bronte |ultimo7=Bates |primeiro7=Nicolas |ultimo8=Wanninkhof |primeiro8=Rik |ultimo9=Feely |primeiro9=Richard A. |volume=49}}</ref> mas, em média, os oceanos têm uma absorção líquida de cerca de 2,9 Pg (equivalente a 2,9 bilhões de toneladas métricas) de carbono do CO<sub>2</sub> atmosférico por ano.<ref>{{Citar periódico |url=https://essd.copernicus.org/articles/15/5301/2023/ |título=Global Carbon Budget 2023 |data=2023-12-05 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Earth System Science Data |número=12 |ultimo=Friedlingstein |primeiro=Pierre |ultimo2=O'Sullivan |primeiro2=Michael |paginas=5301–5369 |lingua=en |doi=10.5194/essd-15-5301-2023 |issn=1866-3516 |ultimo3=Jones |primeiro3=Matthew W. |ultimo4=Andrew |primeiro4=Robbie M. |ultimo5=Bakker |primeiro5=Dorothee C. E. |ultimo6=Hauck |primeiro6=Judith |ultimo7=Landschützer |primeiro7=Peter |ultimo8=Le Quéré |primeiro8=Corinne |ultimo9=Luijkx |primeiro9=Ingrid T. |volume=15}}</ref> Como a solubilidade do dióxido de carbono aumenta quando a temperatura diminui, as áreas frias podem conter mais CO<sub>2</sub> e ainda estar em equilíbrio com a atmosfera; em contrapartida, o aumento da [[temperatura da superfície do mar]] diminui a capacidade dos oceanos de absorver dióxido de carbono.<ref name=":3" /><ref name=":9">{{Citar periódico |url=http://tellusa.net/index.php/tellusa/article/view/9075 |título=Carbon Dioxide Exchange Between Atmosphere and Ocean and the Question of an Increase of Atmospheric CO 2 during the Past Decades |data=1957-02 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Tellus |número=1 |ultimo=Revelle |primeiro=Roger |ultimo2=Suess |primeiro2=Hans E. |paginas=18–27 |lingua=en |doi=10.1111/j.2153-3490.1957.tb01849.x |volume=9}}</ref> O [[Oceano Atlântico|Atlântico]] Norte e os {{Ill|en|Mares nórdicos|Nordic Seas|mares nórdicos}} têm a maior absorção de carbono por unidade de área do mundo<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0967064508004311 |título=Climatological mean and decadal change in surface ocean pCO2, and net sea–air CO2 flux over the global oceans |data=2009-04 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Deep Sea Research Part II: Topical Studies in Oceanography |número=8-10 |ultimo=Takahashi |primeiro=Taro |ultimo2=Sutherland |primeiro2=Stewart C. |paginas=554–577 |lingua=en |doi=10.1016/j.dsr2.2008.12.009 |ultimo3=Wanninkhof |primeiro3=Rik |ultimo4=Sweeney |primeiro4=Colm |ultimo5=Feely |primeiro5=Richard A. |ultimo6=Chipman |primeiro6=David W. |ultimo7=Hales |primeiro7=Burke |ultimo8=Friederich |primeiro8=Gernot |ultimo9=Chavez |primeiro9=Francisco |volume=56}}</ref> e, no Atlântico Norte, a convecção profunda transporta aproximadamente 197 Tg por ano de carbono não refratário para a profundidade.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/srep26931 |título=Dissolved Organic Carbon in the North Atlantic Meridional Overturning Circulation |data=2016-05-31 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Scientific Reports |número=1 |ultimo=Fontela |primeiro=Marcos |ultimo2=García-Ibáñez |primeiro2=Maribel I. |lingua=en |doi=10.1038/srep26931 |issn=2045-2322 |pmc=4886255 |pmid=27240625 |ultimo3=Hansell |primeiro3=Dennis A. |ultimo4=Mercier |primeiro4=Herlé |ultimo5=Pérez |primeiro5=Fiz F. |volume=6}}</ref>
[[Ficheiro:Carbon cycle processes in high-latitude shelf seas.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|250x250px|Processos do ciclo de carbono em mares de [[Plataforma continental|plataforma]] de alta latitude<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0079661120300586 |título=Effect of terrestrial organic matter on ocean acidification and CO2 flux in an Arctic shelf sea |data=2020-06 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Progress in Oceanography |ultimo=Capelle |primeiro=David W. |ultimo2=Kuzyk |primeiro2=Zou Zou A. |paginas=102319 |lingua=en |doi=10.1016/j.pocean.2020.102319 |ultimo3=Papakyriakou |primeiro3=Tim |ultimo4=Guéguen |primeiro4=Céline |ultimo5=Miller |primeiro5=Lisa A. |ultimo6=Macdonald |primeiro6=Robie W.}}</ref>]]
A taxa de absorção de CO<sub>2</sub> pelo oceano tem aumentado com o tempo à medida que as concentrações atmosféricas de CO<sub>2</sub> aumentam devido às emissões antropogênicas. No entanto, o sumidouro de carbono do oceano pode ser mais sensível à mudança climática do que se pensava anteriormente, e o aquecimento do oceano e as mudanças na circulação devido à mudança climática podem fazer com que o oceano absorva menos CO<sub>2</sub> da atmosfera no futuro do que o esperado.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/s43017-022-00381-x |título=Trends and variability in the ocean carbon sink |data=2023-01-24 |acessodata=2024-12-24 |periódico=Nature Reviews Earth & Environment |número=2 |ultimo=Gruber |primeiro=Nicolas |ultimo2=Bakker |primeiro2=Dorothee C. E. |paginas=119–134 |lingua=en |doi=10.1038/s43017-022-00381-x |issn=2662-138X |ultimo3=DeVries |primeiro3=Tim |ultimo4=Gregor |primeiro4=Luke |ultimo5=Hauck |primeiro5=Judith |ultimo6=Landschützer |primeiro6=Peter |ultimo7=McKinley |primeiro7=Galen A. |ultimo8=Müller |primeiro8=Jens Daniel |volume=4}}</ref>

==== Taxas de troca de dióxido de carbono entre o oceano e a atmosfera ====
{{VT|Dióxido de carbono na atmosfera da Terra}}As taxas de troca oceano-atmosférica de CO<sub>2</sub> dependem da concentração de dióxido de carbono já presente na atmosfera e no oceano, da temperatura, da salinidade e da velocidade do vento.<ref>{{Citar periódico |url=https://pubs.usgs.gov/publication/ofr20101280 |título=CO2calc: A User-Friendly Seawater Carbon Calculator for Windows, Mac OS X, and iOS (iPhone) |data=2010 |acessodata=2024-12-24 |periódico=U.S. Geological Survey Open-File Report 2010 |ultimo=Robbins |primeiro=L. L. |ultimo2=Hansen |primeiro2=M. E. |lingua=en |doi=10.3133/ofr20101280 |ultimo3=Kleypas |primeiro3=J. A. |ultimo4=Meylan |primeiro4=S. C.}}</ref> Essa taxa de troca pode ser aproximada pela [[lei de Henry]] e pode ser calculada como S = kP, em que a [[solubilidade]] (S) do gás de dióxido de carbono é proporcional à quantidade de gás na atmosfera ou à sua [[pressão parcial]].<ref name=":0" />

==== Fator de Revelle ====
Como o consumo oceânico de dióxido de carbono é limitado, o influxo de CO<sub>2</sub> também pode ser descrito pelo fator de Revelle.<ref name=":3" /><ref name=":9" /> O {{Ill|en|Fator de Revelle|Revelle factor|fator de Revelle}} é uma relação entre a mudança de dióxido de carbono e a mudança no carbono inorgânico dissolvido, que serve como indicador da dissolução de dióxido de carbono na camada mista, considerando a bomba de solubilidade. O fator de Revelle é uma expressão para caracterizar a [[eficiência termodinâmica]] do reservatório de DIC para absorver CO<sub>2</sub> em bicarbonato. Quanto menor o fator de Revelle, maior a capacidade da água do oceano de absorver dióxido de carbono. Embora Revelle tenha calculado um fator de cerca de 10 em sua época, em um estudo de 2004 os dados mostraram um fator Revelle que varia de aproximadamente 9 em regiões tropicais de baixa latitude a 15 no oceano do sul próximo à Antártica.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.1097403 |título=The Oceanic Sink for Anthropogenic CO 2 |data=2004-07-16 |acessodata=2024-12-25 |periódico=Science |número=5682 |ultimo=Sabine |primeiro=Christopher L. |ultimo2=Feely |primeiro2=Richard A. |paginas=367–371 |lingua=en |doi=10.1126/science.1097403 |issn=0036-8075 |ultimo3=Gruber |primeiro3=Nicolas |ultimo4=Key |primeiro4=Robert M. |ultimo5=Lee |primeiro5=Kitack |ultimo6=Bullister |primeiro6=John L. |ultimo7=Wanninkhof |primeiro7=Rik |ultimo8=Wong |primeiro8=C. S. |ultimo9=Wallace |primeiro9=Douglas W. R. |volume=305}}</ref>

=== Rios ===
Os rios também podem transportar carbono orgânico para o oceano por meio de [[Meteorização|intemperismo]] ou erosão de rochas de [[aluminossilicato]] (equação 7) e carbonato (equação 8) em terra,{{NumBlk|:|<chem>2 NaAlSi3O8 + 2 H2CO3 + 9 H2O  ->  2 Na+ + 2 HCO3^- + 4 H4SiO4 + Al2Si2O5(OH)4</chem>|{{EquationRef|7}}}}{{NumBlk|:|<chem>CaCO3 + H2CO3  ->  Ca^2+ + 2 HCO3^-</chem>|{{EquationRef|8}}}}ou pela decomposição da vida (equação 5, por exemplo, material vegetal e do solo).<ref name=":0" /> Os rios contribuem com quantidades aproximadamente iguais (~0,4 GtC/ano) de DIC e DOC para os oceanos.<ref name=":0" /> Estima-se que aproximadamente 0,8 GtC (DIC + DOC) seja transportado anualmente dos rios para o oceano.<ref name=":0" /> Os rios que deságuam na [[Baía de Chesapeake]] ([[Rio Susquehanna|rios Susquehanna]], [[Rio Potomac|Potomac]] e [[Rio James (Virgínia)|James]]) contribuem com aproximadamente 0,004 Gt (6,5 x 1010 mols) de DIC por ano.<ref>{{Citar periódico |url=https://esajournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1890/12-1179.1 |título=Ecosystem effects of shell aggregations and cycling in coastal waters: an example of Chesapeake Bay oyster reefs |data=2013-04 |acessodata=2024-12-25 |periódico=Ecology |número=4 |ultimo=Waldbusser |primeiro=George G. |ultimo2=Powell |primeiro2=Eric N. |paginas=895–903 |lingua=en |doi=10.1890/12-1179.1 |issn=0012-9658 |ultimo3=Mann |primeiro3=Roger |volume=94}}</ref> O transporte total de carbono dos rios representa aproximadamente 0,02% do carbono total na atmosfera.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/nature14400 |título=Global carbon export from the terrestrial biosphere controlled by erosion |data=2015-05 |acessodata=2024-12-25 |periódico=Nature |número=7551 |ultimo=Galy |primeiro=Valier |ultimo2=Peucker-Ehrenbrink |primeiro2=Bernhard |paginas=204–207 |lingua=en |doi=10.1038/nature14400 |issn=0028-0836 |ultimo3=Eglinton |primeiro3=Timothy |volume=521}}</ref> Embora pareça pequeno, em escalas de tempo longas (de 1 000 a 10 000 anos), o carbono que entra nos rios (e, portanto, não entra na atmosfera) serve como um feedback estabilizador para o aquecimento do [[efeito estufa]].<ref>{{Citar periódico |url=https://pubs.geoscienceworld.org/geology/article/21/12/1059-1062/197709 |título=Temperature dependence of silicate weathering in nature: How strong a negative feedback on long-term accumulation of atmospheric CO2 and global greenhouse warming? |data=1993 |acessodata=2024-12-25 |periódico=Geology |número=12 |ultimo=Velbel |primeiro=Michael Anthony |paginas=1059 |lingua=en |doi=10.1130/0091-7613(1993)021<1059:TDOSWI>2.3.CO;2 |issn=0091-7613 |volume=21}}</ref>

== Saídas ==
[[Ficheiro:Fate of Buried Organic Matter.jpg|miniaturadaimagem|250x250px|Destino da matéria orgânica enterrada]]
As principais saídas do sistema de carbono marinho são a preservação da matéria orgânica particulada (POC) e do carbonato de cálcio (PIC), bem como o {{Ill|en|Intemperismo reverso|Reverse weathering|intemperismo reverso}}.<ref name=":0" /> Embora existam regiões com perda local de CO<sub>2</sub> para a atmosfera e processos hidrotermais, não ocorre uma perda líquida no ciclo.<ref name=":4" />

=== Conservação de matéria orgânica ===
A sedimentação é um sumidouro de longo prazo para o carbono no oceano, bem como a maior perda de carbono do sistema oceânico.<ref name=":10">{{Citar periódico |url=https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/PA003i005p00621 |título=Processes controlling the organic carbon content of open ocean sediments |data=1988-10 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Paleoceanography |número=5 |ultimo=Emerson |primeiro=S. |ultimo2=Hedges |primeiro2=J. I. |paginas=621–634 |lingua=en |doi=10.1029/PA003i005p00621 |issn=0883-8305 |volume=3}}</ref> Os [[Sedimento marinho|sedimentos marinhos]] profundos e as [[Formação geológica|formações geológicas]] são importantes, pois fornecem um registro completo da vida na Terra e uma importante fonte de combustível fóssil.<ref name=":10" /> O carbono oceânico pode sair do sistema na forma de detritos que afundam e são enterrados no fundo do mar sem serem totalmente decompostos ou dissolvidos. Os [[Sedimento|sedimentos]] da superfície do assoalho oceânico são responsáveis por 1,75x1015 kg de carbono no ciclo global do carbono.<ref>{{citar livro|título=Climate Change 2013: the physical science basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change|ultimo=Ciais|primeiro=Philippe|ultimo2=Sabine|primeiro2=Christopher|editora=Cambridge University Press|ano=2013|local=Cambridge|capitulo=Carbon and Other Biogeochemical Cycles|capítulourl=https://pure.mpg.de/rest/items/item_2058766/component/file_2058768/content}}</ref> No máximo, 4% do carbono orgânico particulado da [[zona eufótica]] do Oceano Pacífico, onde ocorre a [[produção primária]] movida a luz, é enterrado em sedimentos marinhos.<ref name=":10" /> Fica implícito, então, que como há uma entrada maior de matéria orgânica no oceano do que a que está sendo enterrada, uma grande parte dela é usada ou consumida dentro do sistema.

==== Destino do carbono orgânico que afunda ====
Historicamente, os sedimentos com os maiores teores de carbono orgânico eram frequentemente encontrados em áreas com alta produtividade da água superficial ou com baixas concentrações de oxigênio na água do fundo.<ref>{{citar livro|título=Recent Marine Sediments|ultimo=Fleming|primeiro=R.H.|ultimo2=Revelle|primeiro2=R.|editora=American Association of Petroleum Geologists|ano=1939|local=Tulsa|lingua=en|capitulo=Physical processes in the oceans}}</ref> 90% do acúmulo de carbono orgânico ocorre em depósitos de [[Delta|deltas]], [[Plataforma continental|plataformas continentais]] e encostas superiores;<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/0031018289901867 |título=Biogeochemical cycles of carbon and sulfur and their effect on atmospheric oxygen over phanerozoic time |data=1989-01 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology |número=1-2 |ultimo=Berner |primeiro=Robert A. |paginas=97–122 |lingua=en |doi=10.1016/0031-0182(89)90186-7 |volume=75}}</ref> isso se deve, em parte, ao curto tempo de exposição devido à menor distância até o fundo do mar e à composição da matéria orgânica já depositada nesses ambientes.<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/030442039290098U |título=Early diagenesis of organic matter in marine sediments: progress and perplexity |data=1992-09 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Marine Chemistry |número=1-3 |ultimo=Henrichs |primeiro=Susan M. |paginas=119–149 |lingua=en |doi=10.1016/0304-4203(92)90098-U |volume=39}}</ref> O enterramento de carbono orgânico também é sensível aos padrões climáticos: a taxa de acúmulo de carbono orgânico foi 50% maior durante o [[Último máximo glacial|máximo glacial]] em comparação com os [[Interglacial|interglaciais]].<ref name=":13">{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/ncomms10796 |título=Global pulses of organic carbon burial in deep-sea sediments during glacial maxima |data=2016-02-29 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Nature Communications |número=1 |ultimo=Cartapanis |primeiro=Olivier |ultimo2=Bianchi |primeiro2=Daniele |lingua=en |doi=10.1038/ncomms10796 |issn=2041-1723 |pmc=4773493 |pmid=26923945 |ultimo3=Jaccard |primeiro3=Samuel L. |ultimo4=Galbraith |primeiro4=Eric D. |volume=7}}</ref>

==== Degradação ====
O POC é decomposto por uma série de processos conduzidos por microorganismos, como metanogênese e redução de sulfato, antes de ser enterrado no fundo do mar.<ref>{{citar livro|título=Natural Gases in Marine Sediments|ultimo=Claypool|primeiro=G.E.|ultimo2=Kaplan|primeiro2=I.R.|editora=Plenum Press|ano=1974|local=New York|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.1064878 |título=Metabolic Activity of Subsurface Life in Deep-Sea Sediments |data=2002-03-15 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Science |número=5562 |ultimo=D'Hondt |primeiro=Steven |ultimo2=Rutherford |primeiro2=Scott |paginas=2067–2070 |lingua=en |doi=10.1126/science.1064878 |issn=0036-8075 |ultimo3=Spivack |primeiro3=Arthur J. |volume=295}}</ref> A degradação do POC também resulta na produção microbiana de metano, o principal hidrato de gás nas margens continentais.<ref>{{Citar livro|título=Natural gas hydrates: occurrence, distribution, and detection|ultimo=Kvenvolden|primeiro=K.A.|ultimo2=Lorenson|primeiro2=T.D.|data=|editora=American Geophysical Union|ano=2001|editor-sobrenome=Paull|editor-nome=Charles K.|series=Geophysical monograph|local=Washington, DC|lingua=en|isbn=978-0-875-90982-0|editor-sobrenome2=Dillon|editor-nome2=William P.}}</ref> A lignina e o pólen são inerentemente resistentes à [[Biodegradabilidade|degradação]], e alguns estudos mostram que as matrizes inorgânicas também podem proteger a matéria orgânica.<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0016703708005668 |título=Selective preservation of soil organic matter in oxidized marine sediments (Madeira Abyssal Plain) |data=2008-12 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Geochimica et Cosmochimica Acta |número=24 |ultimo=Huguet |primeiro=Carme |ultimo2=de Lange |primeiro2=Gert J. |paginas=6061–6068 |lingua=en |doi=10.1016/j.gca.2008.09.021 |ultimo3=Gustafsson |primeiro3=Örjan |ultimo4=Middelburg |primeiro4=Jack J. |ultimo5=Sinninghe Damsté |primeiro5=Jaap S. |ultimo6=Schouten |primeiro6=Stefan |volume=72}}</ref> As taxas de preservação da matéria orgânica dependem de outras variáveis interdependentes que variam de forma não linear no tempo e no espaço.<ref name=":11">{{Citar periódico |url=https://ajsonline.org/article/88311 |título=Sedimentary organic matter preservation; a test for selective degradation under oxic conditions |data=1999-11-01 |acessodata=2024-12-27 |periódico=American Journal of Science |número=7-9 |ultimo=Hedges |primeiro=J. I. |paginas=529–555 |lingua=en |doi=10.2475/ajs.299.7-9.529 |issn=0002-9599 |volume=299}}</ref> Embora a decomposição da matéria orgânica ocorra rapidamente na presença de oxigênio, os micróbios que utilizam uma variedade de espécies químicas (por meio de gradientes [[Oxirredução|redox]]) podem degradar a matéria orgânica em sedimentos [[Águas anóxicas|anóxicos]].<ref name=":11" /> A profundidade de enterramento na qual a degradação é interrompida depende da taxa de sedimentação, da abundância relativa de matéria orgânica no sedimento, do tipo de matéria orgânica que está sendo enterrada e de inúmeras outras variáveis.<ref name=":11" /> Embora a decomposição da matéria orgânica possa ocorrer em sedimentos anóxicos quando as bactérias usam outros oxidantes além do oxigênio ([[nitrato]], [[sulfato]], [[Férrico|Fe<sup>3+</sup>]]), a decomposição tende a terminar antes da [[Mineralização (biologia)|mineralização]] completa.<ref name=":12">{{Citar periódico |url=https://aslopubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.4319/lo.1995.40.8.1430 |título=Aerobic and anaerobic decomposition of organic matter in marine sediment: Which is fastest? |data=1995-12 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Limnology and Oceanography |número=8 |ultimo=Kristensen |primeiro=Erik |ultimo2=Ahmed |primeiro2=Saiyed I. |paginas=1430–1437 |lingua=en |doi=10.4319/lo.1995.40.8.1430 |issn=0024-3590 |ultimo3=Devol |primeiro3=Allan H. |volume=40}}</ref> Isso ocorre devido à decomposição preferencial de moléculas lábeis em relação às moléculas refratárias.<ref name=":12" />

==== Enterramento ====
O enterramento de carbono orgânico é uma entrada de energia para ambientes biológicos subterrâneos e pode regular o oxigênio na atmosfera em escalas de tempo longas (> 10 000 anos).<ref name=":13" /> O enterramento só pode ocorrer se o carbono orgânico chegar ao fundo do mar, tornando as plataformas continentais e as margens costeiras o maior depósito de carbono orgânico da produção primária terrestre e oceânica. Os [[Fiorde|fiordes]], ou penhascos criados pela erosão glacial, também foram identificados como áreas de enterramento significativo de carbono, com taxas cem vezes maiores do que a média do oceano.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/ngeo2421 |título=High rates of organic carbon burial in fjord sediments globally |data=2015-06 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Nature Geoscience |número=6 |ultimo=Smith |primeiro=Richard W. |ultimo2=Bianchi |primeiro2=Thomas S. |paginas=450–453 |lingua=en |doi=10.1038/ngeo2421 |issn=1752-0894 |ultimo3=Allison |primeiro3=Mead |ultimo4=Savage |primeiro4=Candida |ultimo5=Galy |primeiro5=Valier |volume=8}}</ref> O carbono orgânico particulado é enterrado em sedimentos oceânicos, criando um caminho entre um reservatório de carbono rapidamente disponível no oceano e seu armazenamento em escalas de tempo geológicas. Uma vez que o carbono é sequestrado no fundo do mar, ele é considerado "{{Ill|en|Carbono azul|Blue carbon|carbono azul}}". As taxas de enterramento podem ser calculadas como a diferença entre a taxa na qual a matéria orgânica afunda e a taxa na qual ela se decompõe.

=== Conservação do carbonato de cálcio ===
A precipitação de carbonato de cálcio é importante, pois resulta na perda de alcalinidade e na liberação de CO<sub>2</sub> (Equação 4) e, portanto, uma mudança na taxa de preservação do carbonato de cálcio pode alterar a pressão parcial de CO<sub>2</sub> na atmosfera da Terra.<ref name=":4" /> O CaCO<sub>3</sub> é [[Supersaturação|supersaturado]] na grande maioria das águas superficiais do oceano e [[Saturação (química)|insaturado]] em profundidade,<ref name=":3" /> o que significa que as conchas têm maior probabilidade de se dissolver à medida que afundam nas profundezas do oceano. O CaCO<sub>3</sub> também pode ser dissolvido por meio de dissolução metabólica (ou seja, pode ser usado como alimento e excretado) e, portanto, os sedimentos do oceano profundo têm muito pouco carbonato de cálcio.<ref name=":4" /> A precipitação e o enterramento do carbonato de cálcio no oceano removem o carbono inorgânico particulado do oceano e, por fim, formam o [[calcário]].<ref name=":4" /> Em escalas de tempo superiores a 500 000 anos, o clima da Terra é moderado pelo fluxo de carbono que entra e sai da [[litosfera]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scientificamerican.com/article/how-climate-evolved-on-the-terrestr |título=How Climate Evolved on the Terrestrial Planets |data=1988-02 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Scientific American |número=2 |ultimo=Kasting |primeiro=James F. |ultimo2=Toon |primeiro2=Owen B. |paginas=90–97 |doi=10.1038/scientificamerican0288-90 |issn=0036-8733 |ultimo3=Pollack |primeiro3=James B. |volume=258}}</ref> As rochas formadas no fundo do mar do oceano são recicladas por meio de [[Tectónica de placas|placas tectônicas]] de volta à superfície e desgastadas ou [[Subducção|subduzidas]] no [[manto]], e o carbono é [[Desgaseificação|liberado]] por [[Vulcão|vulcões]].<ref name=":0" />

== Impactos humanos ==
Os oceanos absorvem cerca de 25 a 31% do CO<sub>2</sub> antropogênico.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.aau5153 |título=The oceanic sink for anthropogenic CO 2 from 1994 to 2007 |data=2019-03-15 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Science |número=6432 |ultimo=Gruber |primeiro=Nicolas |ultimo2=Clement |primeiro2=Dominic |paginas=1193–1199 |lingua=en |doi=10.1126/science.aau5153 |issn=0036-8075 |ultimo3=Carter |primeiro3=Brendan R. |ultimo4=Feely |primeiro4=Richard A. |ultimo5=van Heuven |primeiro5=Steven |ultimo6=Hoppema |primeiro6=Mario |ultimo7=Ishii |primeiro7=Masao |ultimo8=Key |primeiro8=Robert M. |ultimo9=Kozyr |primeiro9=Alex |volume=363}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/s43017-022-00381-x |título=Trends and variability in the ocean carbon sink |data=2023-01-24 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Nature Reviews Earth & Environment |número=2 |ultimo=Gruber |primeiro=Nicolas |ultimo2=Bakker |primeiro2=Dorothee C. E. |paginas=119–134 |lingua=en |doi=10.1038/s43017-022-00381-x |issn=2662-138X |ultimo3=DeVries |primeiro3=Tim |ultimo4=Gregor |primeiro4=Luke |ultimo5=Hauck |primeiro5=Judith |ultimo6=Landschützer |primeiro6=Peter |ultimo7=McKinley |primeiro7=Galen A. |ultimo8=Müller |primeiro8=Jens Daniel |volume=4}}</ref> Como o fator de Revelle aumenta com o aumento do CO<sub>2</sub>, uma fração menor do fluxo antropogênico será absorvida pelo oceano no futuro.<ref>{{Citar periódico |url=http://tellusa.net/index.php/tellusa/article/view/9075 |título=Carbon Dioxide Exchange Between Atmosphere and Ocean and the Question of an Increase of Atmospheric CO 2 during the Past Decades |data=1957-02 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Tellus |número=1 |ultimo=Revelle |primeiro=Roger |ultimo2=Suess |primeiro2=Hans E. |paginas=18–27 |lingua=en |doi=10.1111/j.2153-3490.1957.tb01849.x |volume=9}}</ref> O aumento anual atual do CO<sub>2</sub> atmosférico é de aproximadamente 4 a 5 gigatoneladas de carbono,<ref>{{Citar periódico |url=https://essd.copernicus.org/articles/15/5301/2023/ |título=Global Carbon Budget 2023 |data=2023-12-05 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Earth System Science Data |número=12 |ultimo=Friedlingstein |primeiro=Pierre |ultimo2=O'Sullivan |primeiro2=Michael |paginas=5301–5369 |lingua=en |doi=10.5194/essd-15-5301-2023 |issn=1866-3516 |ultimo3=Jones |primeiro3=Matthew W. |ultimo4=Andrew |primeiro4=Robbie M. |ultimo5=Bakker |primeiro5=Dorothee C. E. |ultimo6=Hauck |primeiro6=Judith |ultimo7=Landschützer |primeiro7=Peter |ultimo8=Le Quéré |primeiro8=Corinne |ultimo9=Luijkx |primeiro9=Ingrid T. |volume=15}}</ref> cerca de 2 a 3 ppm de CO<sub>2</sub> por ano.<ref>{{Citar web|url=https://climate.copernicus.eu/climate-indicators/greenhouse-gas-concentrations#:~:text=Based%20on%20additional%20data%20sources,contributed%20needs%20to%20be%20investigated.|titulo=Greenhouse gas concentrations {{!}} Copernicus|acessodata=2024-12-27|website=climate.copernicus.eu|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.climate.gov/news-features/understanding-climate/climate-change-atmospheric-carbon-dioxide|titulo=Climate Change: Atmospheric Carbon Dioxide {{!}} NOAA Climate.gov|data=2024-04-09|acessodata=2024-12-27|website=www.climate.gov|lingua=en}}</ref> Isso induz a mudanças climáticas que impulsionam a concentração de carbono e os processos de feedback carbono-clima que modificam a [[Circulação termoalina|circulação oceânica]] e as propriedades físicas e químicas da [[água do mar]], o que altera a absorção de CO<sub>2</sub>.<ref>{{Citar periódico |url=http://journals.ametsoc.org/doi/10.1175/JCLI-D-12-00365.1 |título=Feedbacks in Emission-Driven and Concentration-Driven Global Carbon Budgets |data=2013-05-15 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Journal of Climate |número=10 |ultimo=Boer |primeiro=G. J. |ultimo2=Arora |primeiro2=V. K. |paginas=3326–3341 |lingua=en |doi=10.1175/JCLI-D-12-00365.1 |issn=0894-8755 |volume=26}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://journals.ametsoc.org/doi/10.1175/2009JCLI2949.1 |título=Quantifying Carbon Cycle Feedbacks |data=2009-10-01 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Journal of Climate |número=19 |ultimo=Gregory |primeiro=J. M. |ultimo2=Jones |primeiro2=C. D. |paginas=5232–5250 |lingua=en |doi=10.1175/2009JCLI2949.1 |issn=1520-0442 |ultimo3=Cadule |primeiro3=P. |ultimo4=Friedlingstein |primeiro4=P. |volume=22}}</ref> A [[Pesca predatória|pesca excessiva]] e a [[Poluição por plástico|poluição plástica]] dos oceanos contribuem para o estado degradado do maior sumidouro de carbono do mundo.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.theguardian.com/environment/2019/dec/04/tackling-ocean |título=Tackling degraded oceans could mitigate climate crisis - report |data=2019-12-04 |acessodata=2024-12-27 |periódico=The Guardian |ultimo=Harvey |primeiro=Fiona |lingua=en-GB |issn=0261-3077}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.theguardian.com/environment/2019/dec/07/oceans-losing-oxygen-at-unprecedented-rate-experts-warn |título=Oceans losing oxygen at unprecedented rate, experts warn |data=2019-12-07 |acessodata=2024-12-27 |periódico=The Guardian |ultimo=Harvey |primeiro=Fiona |lingua=en-GB |issn=0261-3077}}</ref>

=== Acidificação oceânica ===
{{Artigo principal|Acidificação oceânica}}
O pH dos oceanos está diminuindo devido à absorção de CO<sub>2</sub> atmosférico.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/425365a |título=Anthropogenic carbon and ocean pH |data=2003-09 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Nature |número=6956 |ultimo=Caldeira |primeiro=Ken |ultimo2=Wickett |primeiro2=Michael E. |paginas=365–365 |lingua=en |doi=10.1038/425365a |issn=0028-0836 |volume=425}}</ref> O aumento do dióxido de carbono dissolvido reduz a disponibilidade do íon carbonato, reduzindo o estado de saturação do CaCO<sub>3</sub>, o que torna termodinamicamente mais difícil a formação de conchas de CaCO<sub>3</sub>.<ref name=":14">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/title/730413873|título=Ocean acidification|data=2011|editora=Oxford University Press|editor-sobrenome=Gattuso|editor-nome=Jean-Pierre|local=Oxford ; New York|lingua=en|isbn=9780199591091|oclc=730413873|editor-sobrenome2=Hansson|editor-nome2=Lina}}</ref> Os íons de carbonato se ligam preferencialmente aos íons de hidrogênio para formar bicarbonato,<ref name=":3" /> portanto, uma redução na disponibilidade de íons de carbonato aumenta a quantidade de íons de hidrogênio não ligados e diminui a quantidade de bicarbonato formado (Equações 1-3). O pH é uma medida da concentração de íons de hidrogênio, em que um pH baixo significa que há mais íons de hidrogênio não ligados. O pH é, portanto, um indicador da {{Ill|en|Especiação de íons|Ion speciation|especiação}} de carbonato (o formato do carbono presente) nos oceanos e pode ser usado para avaliar a sua saúde.<ref name=":14" />

A lista de organismos que podem ser afetados pela acidificação dos oceanos inclui [[Cocolitóforo|cocolitóforos]] e [[Foraminifera|foraminíferos]] (a base da {{Ill|en|Teia alimentar marinha|Marine food web|cadeia alimentar marinha}} em muitas áreas), fontes de alimentos para humanos, como [[Ostra|ostras]] e [[Mexilhão|mexilhões]],<ref>{{Citar periódico |url=https://tos.org/oceanography/article/impacts-of-coastal-acidification-on-the-pacific-northwest-shellfish-industr |título=Impacts of Coastal Acidification on the Pacific Northwest Shellfish Industry and Adaptation Strategies Implemented in Response |data=2015-06-01 |acessodata=2024-12-27 |periódico=Oceanography |número=2 |ultimo=Whiskey Creek Shellfish Hatchery |ultimo2=Barton |primeiro2=Alan |paginas=146–159 |lingua=en |doi=10.5670/oceanog.2015.38 |ultimo3=Waldbusser |primeiro3=George |ultimo4=Feely |primeiro4=Richard |ultimo5=Weisberg |primeiro5=Stephen |ultimo6=Newton |primeiro6=Jan |ultimo7=Hales |primeiro7=Burke |ultimo8=Cudd |primeiro8=Sue |ultimo9=Eudeline |primeiro9=Benoit |volume=25}}</ref> e talvez o mais evidente, uma estrutura construída por organismos - os recifes de coral.<ref name=":14" /> A maioria das águas superficiais permanecerá supersaturada em relação ao CaCO<sub>3</sub> (calcita e aragonita) por algum tempo nas trajetórias atuais de emissões,<ref name=":14" /> mas os organismos que necessitam de carbonato serão provavelmente substituídos em muitas áreas.<ref name=":14" /> Os recifes de coral estão sob pressão devido à pesca excessiva, à poluição por nitrato e ao aquecimento das águas; a acidificação dos oceanos aumentará o estresse sobre estas importantes estruturas.<ref name=":14" />

=== Fertilização com ferro ===
{{Artigo principal|Hipótese do Ferro}}
A fertilização com ferro é uma faceta da [[geoengenharia]], que manipula propositalmente o sistema climático da Terra, geralmente em aspectos do ciclo do carbono ou do forçamento radiativo. O interesse atual da geoengenharia é a possibilidade de acelerar a bomba biológica para aumentar a saída de carbono da superfície do oceano. Esse aumento da produção poderia, teoricamente, remover o excesso de dióxido de carbono da atmosfera para armazenamento no oceano profundo. Existem investigações em andamento sobre fertilização artificial.<ref name=":15">{{Citar periódico |url=https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2005GB002591 |título=Globalizing results from ocean in situ iron fertilization studies |data=2006-06 |acessodata=2024-12-28 |periódico=Global Biogeochemical Cycles |número=2 |ultimo=Aumont |primeiro=O. |ultimo2=Bopp |primeiro2=L. |lingua=en |doi=10.1029/2005GB002591 |issn=0886-6236 |volume=20}}</ref> Devido à escala do oceano e aos tempos de resposta rápidos das comunidades heterotróficas aos aumentos na produção primária, é difícil determinar se a fertilização com nutrientes limitantes resulta em um aumento na transferência de carbono.<ref name=":15" /> Entretanto, a maioria da comunidade não acredita que essa seja uma abordagem razoável ou viável.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.1065349 |título=Dis-Crediting Ocean Fertilization |data=2001-10-12 |acessodata=2024-12-28 |periódico=Science |número=5541 |ultimo=Chisholm |primeiro=Sallie W. |ultimo2=Falkowski |primeiro2=Paul G. |paginas=309–310 |lingua=en |doi=10.1126/science.1065349 |issn=0036-8075 |ultimo3=Cullen |primeiro3=John J. |volume=294}}</ref>

=== Barragens e reservatórios ===
Existem mais de 16 milhões de [[Barragem|barragens]] no mundo<ref>{{Citar periódico |url=https://esajournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1890/100125 |título=High‐resolution mapping of the world's reservoirs and dams for sustainable river‐flow management |data=2011-11 |acessodata=2024-12-28 |periódico=Frontiers in Ecology and the Environment |número=9 |ultimo=Lehner |primeiro=Bernhard |ultimo2=Liermann |primeiro2=Catherine Reidy |paginas=494–502 |lingua=en |doi=10.1890/100125 |issn=1540-9295 |ultimo3=Revenga |primeiro3=Carmen |ultimo4=Vörösmarty |primeiro4=Charles |ultimo5=Fekete |primeiro5=Balazs |ultimo6=Crouzet |primeiro6=Philippe |ultimo7=Döll |primeiro7=Petra |ultimo8=Endejan |primeiro8=Marcel |ultimo9=Frenken |primeiro9=Karen |volume=9}}</ref> que alteram o transporte de carbono dos rios para os oceanos.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/ngeo1830 |título=Anthropogenic perturbation of the carbon fluxes from land to ocean |data=2013-08 |acessodata=2024-12-28 |periódico=Nature Geoscience |número=8 |ultimo=Regnier |primeiro=Pierre |ultimo2=Friedlingstein |primeiro2=Pierre |paginas=597–607 |lingua=en |doi=10.1038/ngeo1830 |issn=1752-0894 |ultimo3=Ciais |primeiro3=Philippe |ultimo4=Mackenzie |primeiro4=Fred T. |ultimo5=Gruber |primeiro5=Nicolas |ultimo6=Janssens |primeiro6=Ivan A. |ultimo7=Laruelle |primeiro7=Goulven G. |ultimo8=Lauerwald |primeiro8=Ronny |ultimo9=Luyssaert |primeiro9=Sebastiaan |volume=6}}</ref> Usando dados do banco de dados Global Reservoirs and Dams (Reservatórios e Barragens Globais), que contém aproximadamente 7 000 reservatórios que detêm 77% do volume total de água retida por barragens (8 000 km3), estima-se que o transporte de carbono para o oceano tenha diminuído 13% desde 1970 e a projeção é que chegue a 19% até 2030.<ref name=":16">{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/ncomms15347 |título=Global perturbation of organic carbon cycling by river damming |data=2017-05-17 |acessodata=2024-12-28 |periódico=Nature Communications |número=1 |ultimo=Maavara |primeiro=Taylor |ultimo2=Lauerwald |primeiro2=Ronny |lingua=en |doi=10.1038/ncomms15347 |issn=2041-1723 |pmc=442313 |pmid=28513580 |ultimo3=Regnier |primeiro3=Pierre |ultimo4=Van Cappellen |primeiro4=Philippe |volume=8}}</ref> O excesso de carbono contido nos reservatórios pode emitir mais ~0,184 Gt de carbono para a atmosfera por ano<ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/ngeo1211 |título=Carbon emission from hydroelectric reservoirs linked to reservoir age and latitude |data=2011-09 |acessodata=2024-12-28 |periódico=Nature Geoscience |número=9 |ultimo=Barros |primeiro=Nathan |ultimo2=Cole |primeiro2=Jonathan J. |paginas=593–596 |lingua=en |doi=10.1038/ngeo1211 |issn=1752-0894 |ultimo3=Tranvik |primeiro3=Lars J. |ultimo4=Prairie |primeiro4=Yves T. |ultimo5=Bastviken |primeiro5=David |ultimo6=Huszar |primeiro6=Vera L. M. |ultimo7=del Giorgio |primeiro7=Paul |ultimo8=Roland |primeiro8=Fábio |volume=4}}</ref> e mais ~0,2 GtC será enterrado em sedimentos.<ref name=":16" /> Antes de 2000, as bacias dos rios [[Rio Mississippi|Mississippi]], [[Rio Níger|Níger]] e [[Rio Ganges|Ganges]] eram responsáveis por 25 a 31% de todo o carbono enterrado nos reservatórios.<ref name=":16" /> Após o ano 2000, as bacias dos rios [[Rio Paraná|Paraná]] (que abriga 70 represas) e [[Rio Zambeze|Zambeze]] (que abriga o maior reservatório) excederam o enterramento registrado pelo Mississippi.<ref name=":16" /> Outros grandes contribuintes para o enterramento de carbono causado por barragens ocorrem nos rios [[Rio Danúbio|Danúbio]], [[Rio Amazonas|Amazonas]], [[Rio Yangtzé|Yangtzé]], [[Rio Mecom|Mekong]], [[Rio Ienissei|Ienissei]] e [[Rio Tocantins|Tocantins]].<ref name=":16" />

== Ver também ==

* [[Ciclo do fósforo no oceano]]

== Referências ==
<references />

== Ligações externas ==

* [https://earth.nullschool.net/#current/ocean/surface/currents/overlay=spco2/winkel3 Mapa global atual da pressão parcial de dióxido de carbono na superfície do oceano]
* [https://earth.nullschool.net/#current/ocean/surface/currents/overlay=fgco2/winkel3 Mapa global atual da densidade do fluxo de dióxido de carbono entre o ar e o mar]

[[Categoria:Oceanografia]]
[[Categoria:Carbono]]
[[Categoria:Mudanças climáticas]]