Mostrar código-fonte de Mar

{{Ver desambig|texto=Este artigo trata do mar enquanto coletividade de águas oceânicas da Terra. Para mares individuais, veja [[Lista de mares]].<br>Para outros significados, veja [[Mar (desambiguação)]].}}

[[imagem:Sea (1).png|thumb|350px|Componente vital da [[biosfera]], o mar contém 97,2% de toda a [[água]] presente na Terra.]]

'''Mar''' é um grande [[Corpo de água|corpo]] de [[Água do mar|água salgada]] cercado por [[Continente|terra]] em parte ou em totalidade. Mais amplamente, '''o mar''' — com o [[artigo definido]] — é o sistema interconectado de [[águas]] [[Oceano|dos oceanos]], considerado um [[oceano global]] ou o conjunto das várias divisões oceânicas principais. Ele modera o [[Climatologia|clima da Terra]] e desempenha importante papel nos ciclos [[#ciclo da água|hídrico]], [[#ciclo do carbono|do carbono]] e [[#Algas e plantas|do nitrogênio]]. Embora tenha sido canal para [[#Viagem|viagens]] e [[#Exploração|explorações]] desde a [[pré-história]], seu [[Ciência|estudo científico]] contemporâneo, a [[#Ciência física|oceanografia]], data da [[expedição Challenger]] [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|britânica]], durante a década de 1870. O mar é, por convenção, dividido por [[Oceano#Divisões oceânicas|até cinco grandes seções oceânicas]], entre elas as instituídas pela [[Organização Hidrográfica Internacional]], que são o [[Oceano Atlântico|Atlântico]], [[Oceano Pacífico|Pacífico]], [[Oceano Índico|Índico]] e [[Oceano Ártico|Ártico]], mais o [[Oceano Antártico|Antártico]].

Em decorrência do estado da [[deriva continental]], o [[hemisfério norte]] apresenta uma razoável proporção entre terra e mar (cerca de 2:3), enquanto o [[Hemisfério sul|sul]] é predominantemente oceânico (1:4.7). A [[#Água do mar|salinidade]] em alto mar é, em geral, de aproximadamente 3.5% de massa, não obstante isso varie em águas fechadas, proximamente a bocas de grandes [[rio]]s ou a grandes profundidades. Cerca de 85% dos sólidos em mar aberto são [[cloreto de sódio]]. As [[Circulação termoalina|correntes de mar profundo]] surgem a partir de diferenças salinas e de [[temperatura]]; os [[#Correntes|cursos de superfície]], por sua vez, são formados pelo atrito de [[#Ondas|ondas]] produzidas por [[vento]]s e [[#Marés|marés]]. Já as mudanças locais no [[#Nível do mar|nível do mar]] originam-se a partir da [[gravidade]] da [[Lua]] e do [[Sol]]. A direção de tudo isso é atribuída às massas de terra [[#Costas|de superfície]] e [[#Bacias|submarinas]] e à [[rotação da Terra]], por meio da [[força inercial de Coriolis]].

Antigas mudanças nos níveis marítimos provocaram a formação de [[Plataforma continental|plataformas continentais]], áreas rasas próximas à terra. As águas dessas áreas, ricas em [[nutriente]]s, são abundantes em [[#Vida marinha|vida]], provendo aos [[humano]]s suprimentos essenciais para [[#Alimento|alimento]] — sobretudo [[peixe]]s, mas também [[marisco]]s, [[Mamífero marinho|mamíferos]] e [[macroalga]]s, por exemplo — que são tanto [[Pesca|colhidos em estado selvagem]] quanto [[Aquacultura|cultivados em viveiro]]. As áreas mais diversificadas são cercadas por grandes [[Recife de coral|recifes de coral]] tropicais. A [[baleação]] já foi uma atividade comum, mas a redução dos números de [[Baleia|tais animais]] induziu o surgimento de [[Convenção Internacional para a Regulação da Atividade Baleeira|esforços internacionais de conservação]] e uma consequente moratória à maior parte da caça comercial. A oceanografia estabeleceu que nem toda forma de vida marítima é restrita a [[Zona pelágica|águas de superfície iluminada pelo Sol]]; mesmo a [[Zona hadal|grandes profundidades e pressão]], nutrientes que fluem de [[Fonte hidrotermal|fontes hidrotermais]] mantêm seu próprio e [[Extremófilo|único ecossistema]]. A [[Abiogênese|vida pode ter tido início]] nesses locais, e [[microorganismo]]s aquáticos são geralmente creditados pelo [[grande evento de oxigenação]] da [[atmosfera terrestre]]. Acredita-se que tanto [[História evolutiva das plantas|vegetais]] quanto [[Animalia|animais]] teriam [[História evolutiva da vida|evoluído]] a partir dos mares.

Tem-se o mar como um dos elementos essenciais do [[#Comércio|comércio]], do [[#Viagem|transporte]], da [[#Indústrias extrativistas|extração mineral]], da [[#Geração de energia|geração de força e energia]] e do [[#Guerra naval|militarismo]]. Ele é, ainda, um fator determinante na exposição de cidades e populações a [[terremoto]]s e [[Vulcão|vulcões]] de [[Falha geológica|falhas geológicas]] próximas; a [[#Tsunamis|tsunami]]s; e a [[Ciclone tropical|ciclones]] produzidos em [[Trópico|zonas tropicais]]. Sua significância e dualidade — construída pela interpretação humana de suas características, tanto benéficas quanto perigosas — tiveram imensurável efeito no desenvolvimento da [[#Na cultura|cultura das sociedades]], das mudanças socioculturais do [[intercâmbio colombiano]] à ''[[Odisseia]]'' de [[Homero]] e às [[divindades aquáticas]]; dos [[Funeral viquingue|funerais viquingues]] à ''[[A Grande Onda de Kanagawa|Grande Onda de Kanagawa]]'' de [[Katsushika Hokusai|Hokusai]] e aos filmes ''[[Filme arrasa-quarteirão|blockbusters]]'' da contemporaneidade; do ''[[Der fliegende Holländer|Holandês Voador]]'' de [[Richard Wagner]] à ''[[A Tempestade|Tempestade]]'' de [[William Shakespeare]] e ao [[Leviatã (monstro)|Leviatã]]. Ele é, também, um local de [[#Lazer|atividades de lazer]], estando a [[natação]], o [[mergulho]], o [[surfe]] e o [[iatismo]] entre as mais populares. O mar sofre, entretanto, constantes danos, como os do fenômeno da absorção de [[dióxido de carbono]] atmosférico em grandes quantidades, diminuindo seu [[pH]] num processo denominado [[acidificação oceânica]]. O [[crescimento populacional|crescimento populacional humano]] e o [[Tragédia dos comuns|uso não sustentável dos recursos marítimos]] advindo da [[industrialização]] e da aquacultura intensiva, por exemplo, têm contribuído para a intensificação da [[#Poluição marinha|poluição]] e de outros [[Lista de problemas ambientais|problemas ambientais]].

== Definição ==

[[Imagem:World ocean map.gif|thumb|upright|O sistema interconectado dos oceanos e suas várias divisões.]]

{{further|Lista de oceanos e mares segundo a Organização Hidrográfica Internacional}}

Após o fortalecimento do uso indiscriminado dos termos ao longo do tempo, não restaram consideráveis diferenças de definição entre "mar" e "oceano", embora o primeiro seja tido como um menor corpo de água — com exceção do [[mar dos Sargaços]], criado pelo [[Giro do Atlântico Norte]]<ref name=Stow>{{citar livro|ref=Stow |título=Encyclopedia of the Oceans |publicado=Oxford University Press |autor =Stow, Dorrik |data=2004 | isbn=0-19-860687-7}}</ref>{{rp|page=90}} — cercado por terras na escala de países, e o segundo, em comparação, banhe múltiplos continentes.<ref name="oceanservice.noaa">National Oceanic and Atmospheric Administration. [http://oceanservice.noaa.gov/facts/oceanorsea.html "What's the Difference between an Ocean and a Sea?"] in ''Ocean Facts''.</ref> Mares são geralmente maiores que [[lago]]s e contêm [[água salgada]]. Há, contudo, casos peculiares no tocante à utilização do vocábulo, como o do [[mar da Galileia]], um lago de [[água doce]] que, por motivos históricos e culturais, mantém seu nome.<ref>{{Citar periódico|titulo = Lake Kinneret (The Sea of Galilee): the effects of diversion of external salinity sources and the probable chemical composition of the internal salinity sources|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0009254199000078|jornal = Chemical Geology|data = 1999-06-03|paginas = 37-52|volume = 158|numero = 1–2|doi = 10.1016/S0009-2541(99)00007-8|primeiro = A|ultimo = Nishri|coautor=M}}</ref> Não há, entretanto, uma designação técnica universalmente aceita entre os oceanógrafos.{{efn|Uma delas postula que um "mar" é uma subdivisão de um oceano, embora a [[Organização Hidrográfica Internacional]] defina os limites dos "oceanos" do planeta pela referência às águas não incluídas nas áreas dos mares,<ref name=ihorg/> que são tidas como consuetudinárias e arbitrárias.<ref>American Society of Civil Engineers (1994). [http://books.google.com/books?id=jPVxSDzVRP0C&pg=PA365 ''The Glossary of the Mapping Sciences'']. p. 365. ASCE Publications. ISBN 0-7844-7570-9.</ref> Outra defende que "mar" é um nome de conveniência para um corpo d'água cercado de terra,<ref>Karleskint, George (2009). [http://books.google.com/?id=0JkKOFIj5pgC&pg=PA47 ''Introduction to Marine Biology'']. p. 47. Cengage Learning. ISBN 978-0-495-56197-2.</ref> o que excluiria o mar dos Sargaços, por exemplo. Uma terceira posição compreende que mares possuem solo formado por [[#Bacia|crosta oceânica]], o que viria a incluir satisfatoriamente, por exemplo, o [[mar Cáspio]], por este ter sido parte de um antigo oceano.<ref>Conforti, B. (2005). [http://books.google.com/?id=tLcin2NyJQgC&pg=PA237 ''The Italian Yearbook of International Law'']. Vol. 14, p. 237. Martinus Nijhoff. ISBN 978-90-04-15027-0.</ref> Na acepção mais popularizada, contudo, ele é qualquer corpo de água salgada cercado por terra completa ou parcialmente.<ref name="pri.sea">{{citar web |url=http://wordnetweb.princeton.edu/perl/webwn?s=sea |título=WordNet Search — sea |publicado=Princeton University |acessodata=21 de fevereiro de 2012}}</ref>}} No campo do [[direito internacional]], a [[Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar]] decretou que toda a totalidade do oceano é "o mar".<ref>Vukas, B. (2004) [http://books.google.com/books?id=sbqBvQy04XwC&pg=PA271 ''The Law of the Sea: Selected Writings'']. p. 271. Martinus Nijhoff. ISBN 978-90-04-13863-6.</ref>{{efn|Conformemente, a Convenção não se aplica ao mar Cáspio, que é considerado um "lago internacional", para efeitos legais.<ref>{{citar periódico| url = http://books.google.com/books?id=uxmInSrE9vQC&pg=PA74|título= The Politics of Caspian Oil | isbn = 978-0-333-73973-0 |último1 = Gokay |primeiro1 = Bulent |data= 2001 |página=74 |publicado=Palgrave Macmillan }}</ref>}} Por convenção, ele tem até cinco grandes seções oceânicas, entre elas as instituídas pela Organização Hidrográfica Internacional,<ref name=ihorg>[[Organização Hidrográfica Internacional]]. "[http://epic.awi.de/29772/1/IHO1953a.pdf Limits of Oceans and Seas (Special Publication №28)]", 3rd ed. Imp. Monégasque ([[Monte Carlo]]), 1953. Visitado em 7 de fevereiro de 2010.</ref> que são o Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico, mais o Antártico.<ref name=oed>''[[Oxford English Dictionary]]'', 1st ed. "sea, ''n.''" Oxford University Press (Oxford), 1911.</ref>

{{Âncora|Oceanografia}}

== Ciência física ==

{{Artigo principal|Oceanografia|Oceanografia física}}

[[imagem:Apollo17WorldReversed.jpg|thumb|esquerda|alt=Jack Smidt. Fotografia AS17-148-22727 da NASA. 7 de dezembro de 1979.|''[[The Blue Marble]]'' em sua representação original (de ponta-cabeça), exibindo a confluência entre os oceanos [[Oceano Índico|Índico]] e [[Oceano Atlântico|Atlântico]] no [[cabo da Boa Esperança]].]]

A [[Terra]] é o único [[planeta]] conhecido a abrigar água [[Líquido|líquida]] em sua [[Superfície terrestre|superfície]] e, portanto, o único a possuir mares,<ref name=Stow />{{rp|page=22}} embora [[Marte (planeta)|Marte]] seja [[Água em Marte|dotada dessa substância]] em estado [[sólido]] nas suas [[Calota de gelo|calotas de gelo]] permanente e em [[Vapor de água|vapor]] na sua [[Atmosfera de Marte|atmosfera]], além da possibilidade aberta de existência de [[Análogo à Terra|planetas similares à Terra]] [[Exoplaneta|em outros sistemas]], onde também podem existir mares e oceanos.<ref>Ravilious, Kate (21 de abril de 2009). "[http://news.nationalgeographic.co.uk/news/2009/04/090421-most-earthlike-planet.html Most Earthlike Planet Yet Found May Have Liquid Oceans]" in ''National Geographic''.</ref> A [[origem da água na Terra]] ainda é incerta; porém, visto do [[espaço sideral]], o planeta parece uma "[[The Blue Marble|bola azul]]" com vários componentes, entre oceanos, calotas de gelo e nuvens.<ref>Platnick, Steven. "[http://visibleearth.nasa.gov/view.php?id=57723 Visible Earth]". [[National Aeronautics and Space Administration|NASA]].</ref> A relação entre água e terra no hemisfério Norte do globo é de cerca de 2:3, enquanto que o valor no Sul é de 1:4.7.<ref name="reddyornot">Reddy, M.P.M. (2001) [http://books.google.com/books?id=2NC3JmKI7mYC&lpg=PA112 ''Descriptive Physical Oceanography'']. p. 112. A.A. Balkema, Leiden. ISBN 90-5410-706-5.</ref> Estima-se que exista {{fmtn|1335000000|[[km³]]}} de mar,<ref name="NOAAvol">{{citar web |título=Volumes of the World's Oceans from ETOPO1 |url=http://www.ngdc.noaa.gov/mgg/global/etopo1_ocean_volumes.html|publicado=[[National Oceanic and Atmospheric Administration|NOAA]] |acessodata=2015-03-07 }}</ref> volume representativo de aproximadamente 97,2 [[Porcentagem|porcento]] da água conhecida,<ref name=NOAAcycle/>{{efn|O estudo de [[ringwoodita]]s hidratadas recuperadas de [[Erupção vulcânica|erupções vulcânicas]] indica que a [[Zona de transição (Terra)|zona de transição]] entre as camadas inferior e superior do [[Manto|manto terrestre]] abriga entre uma<ref>Oskin, Becky (12 de março de 2014). [http://www.scientificamerican.com/article/rare-diamond-confirms-that-earths-mantle-holds-an-oceans-worth-of-water/ "Rare Diamond Confirms that Earth's Mantle Holds an Ocean's Worth of Water"] in ''[[Scientific American]]''.</ref> e três<ref>{{Citar periódico|titulo = Dehydration melting at the top of the lower mantle|url = http://www.sciencemag.org/content/344/6189/1265|jornal = Science|data = 2014-06-13|issn = 0036-8075|pmid = 24926016|paginas = 1265-1268|volume = 344|numero = 6189|doi = 10.1126/science.1253358|idioma = inglês|primeiro = Brandon|ultimo = Schmandt|coautor=Steven D.}}</ref> vezes mais água que toda a superfície planetária e seus oceanos. Experimentos buscando recriar as características do manto inferior indicam que ele pode conter também maior quantidade de água, tanto ou mais que cinco vezes a quantidade presente nos mares.<ref>Harder, Ben (7 de março de 2002). "[http://news.nationalgeographic.com/news/2002/03/0307_0307_waterworld.html Inner Earth May Hold More Water Than the Seas]" in ''[[National Geographic (revista)|National Geographic]]''.</ref><ref>{{Citar periódico|titulo = Water in Earth's Lower Mantle|url = http://www.sciencemag.org/content/295/5561/1885|jornal = Science|data = 2002-03-08|issn = 0036-8075|pmid = 11884752|paginas = 1885-1887|volume = 295|numero = 5561|doi = 10.1126/science.1065998|idioma = inglês|primeiro = Motohiko|ultimo = Murakami|coautor=Kei}}</ref>}} cobrindo mais de setenta porcento da superfície.<ref name=Stow />{{rp|page=7}} Ainda, cerca de 2,15% da água terrestre está congelada e localiza-se nos mares que cobrem o oceano Ártico, nas calotas da [[Antártida]] e adjacências, além das várias [[geleira]]s e depósitos de superfície por todo o mundo. O restante, por volta de 0,65%, constitui os [[Água subterrânea|reservatórios subterrâneos]] ou os vários estágios do [[#O ciclo da água|ciclo da água]], abrigando a [[água doce]] encontrada e usada pela maior parte das formas de vida: vapor no [[Atmosfera terrestre|ar]], nas [[Nuvem|nuven]]s e em suas [[chuva]]s, além de lagos e rios espontaneamente formados com os fluxos marítimos.<ref name=NOAAcycle>[[National Oceanic and Atmospheric Administration|NOAA]]. "[http://oceanexplorer.noaa.gov/edu/learning/player/lesson07.html Lesson 7: The Water Cycle]" in ''Ocean Explorer''.</ref> Notando a tamanha dominância e influência do mar sobre o planeta, o escritor britânico [[Arthur C. Clarke]] uma vez disse que a Terra teria sido melhor nomeada de "Oceano".<ref name=Stow />{{rp|page=7}}

O estudo científico da água no planeta e seu ciclo é chamado de [[hidrologia]]; já a [[hidrodinâmica]] dedica-se à [[física]] da substância em movimento. As pesquisas mais recentes sobre o mar em particular são fruto da oceanografia. Elas foram iniciadas a partir de inquietações acerca das formas de [[#Correntes|corrente]] oceânica,<ref>Lee, Sidney (ed.) "[[s:Rennell, James (DNB00)|Rennell, James]]" in the ''Dictionary of National Biography'', Vol. 48. Smith, Elder, & Co. (Londres), 1896. Hosted at [[s:Main Page|Wikisource]].</ref> expandindo-se, após, enquanto campo [[Multidisciplinaridade|multidisciplinar]].<ref name="Jenkins">Monkhouse, F.J. (1975) ''Principles of Physical Geography''. pp. 327–328. Hodder & Stoughton. ISBN 978-0-340-04944-0.</ref> Essa vertente científica estuda, por exemplo, as propriedades da [[#Água do mar|água do mar]]; das [[#Ondas|ondas]], [[#Maré|marés]] e correntes; mapeia [[#Costas|litorais]] e analisa [[#Bacias|solos oceânicos]]; além de investigar a [[#Vida marinha|vida marinha]].<ref>{{Citar periódico|titulo = Review|url = http://www.jstor.org/stable/1785367|jornal = The Geographical Journal|data = 1929-06-01|paginas = 571-572|volume = 73|numero = 6|doi = 10.2307/1785367|primeiro = R. N. R.|ultimo = B.}}</ref> O subcampo que lida com o movimento dos mares, suas forças e forças nele atuantes é conhecido como [[Oceanografia#Oceanografia física|oceanografia física]].<ref>Stewart, Robert H. (2008) [http://oceanworld.tamu.edu/resources/ocng_textbook/PDF_files/book.pdf ''Introduction To Physical Oceanography'']. pp. 2–3. [[Universidade Texas A&M]].</ref> Já a [[biologia marinha]] (ou [[Oceanografia#Oceanografia biológica|oceanografia biológica]]) debruça-se sobre as [[#Plantas|plantas]], [[#Animais|animais]] e outros organismos habitantes dos [[#Habitats|ecossistemas marinhos]]. Nesse grupo de subcampos, também está a [[Oceanografia#Oceanografia química|oceanografia química]], relacionada ao comportamento de [[Elemento (química)|elementos]] e [[molécula]]s nos oceanos, em particular o ciclo do carbono e o papel do [[dióxido de carbono]] na [[#Acidificação|crescente acidificação]] das águas do mar. As [[Geografia física|geografia]]s marinha e marítima dissertam sobre as formas e formações dos grandes corpos de água, enquanto a geologia marinha (ou [[Oceanografia#Oceanografia geológica|oceanografia geológica]]) provê as evidências da deriva continental e da composição e estrutura da Terra, clarificando o processo de [[sedimentação]] e assistindo o estudo do [[vulcanismo]] e da [[sismologia]].<ref name=Jenkins/>

===Água do mar===

{{Artigo principal|Água do mar}}

[[imagem:SMOS2010.png|thumb|alt=Mapa global de salinidade (agosto – setembro, 2010 e 2011) produzido pelo satélite SMOS, da Agência Espacial Europeia, e lançado em 2012.|Médias globais da salinidade da superfície oceânica, produzidas pelo [[Satélite artificial|satélite]] [[SMOS (satélite)|SMOS]], da [[Agência Espacial Europeia]], em 2011. O índice salino varia de 32‰ ([[azul]]) a 38‰ ([[vermelho]]).]]

A água do mar é, via de regra, salgada. Embora o índice de salinidade possa variar, cerca de 90% das águas oceânicas têm 34–35 [[grama|g]] (1,2 [[Onça (massa)|oz]]) de [[Solução aquosa|sólidos dissolvidos]] por [[litro]], o que produz uma medida salina de 3,4 e 3,5%.<ref>Pond, Stephen (1978). ''Introductory Dynamic Oceanography''. Pergamon Press. p. 5. ISBN 0750624965.</ref> Para a fácil descrição de pequenas diferenças, contudo, os oceanógrafos indicam usualmente esse índice em [[Por mil|permilagem]] (‰) ou [[Ponto base|parte por mil]] em vez de percentagem. Tais estimativas acerca das águas de superfície no hemisfério norte são geralmente próximas à marca de 34‰, enquanto que 35‰ é a média do hemisfério sul.<ref name=reddyornot/> Os [[soluto]]s oceânicos vêm [[Água do mar#A origem da salinidade do oceano|tanto do afluxo dos rios quanto do fundo do mar]],<ref>Pinet, Paul. ''Invitation to Oceanography''. West Publishing Co. ([[St. Paul, Minnesota|St. Paul]]), 1996. ISBN 978-0-314-06339-7.</ref> sendo estável a sua composição relativa:<ref name="Millero">{{Citar periódico|titulo = The composition of Standard Seawater and the definition of the Reference-Composition Salinity Scale|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0967063707002282|jornal = Deep Sea Research Part I: Oceanographic Research Papers|data = 2008-01-01|paginas = 50-72|volume = 55|numero = 1|doi = 10.1016/j.dsr.2007.10.001|primeiro = Frank J.|ultimo = Millero|coautor=Rainer}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.palomar.edu/oceanography/salty_ocean.htm|título=Why is the Ocean Salty?|autor=Swenson, Herbert|publicado=US Geological Survey|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150209191609/http://www.palomar.edu/oceanography/salty_ocean.htm|arquivodata=15-09-2015}}</ref> [[sódio]] (Na) e [[cloreto]] (Cl) perfazem cerca de 85% e o restante divide-se entre [[magnésio]] (Mg), [[cálcio]] (Ca), [[sulfato]] (SO₄), [[carbonato]] (CO₃) e [[brometo]]s. Na ausência de [[#Poluição marinha|poluição]], a água do mar não seria danosa para o consumo oral, exceto por possuir gosto acentuadamente salgado;{{efn|O [[rim]] excreta [[urina]] com salinidade de 2%,<ref name=10hut>[[United States Army|US Army]] (junho de 1992). [http://www.basegear.com/ch6.html FM 21-76: ''Survival'']. Chapter 6: "Water Procurement".</ref> de forma que a bebida de um litro de água do mar requere o consumo de ao menos um litro de água doce, no intuito de evitar o excesso de sódio no organismo. Sem esse beber adicional, a micção aumentada provoca [[desidratação]].<ref>NOAA (11 de janeiro de 2013). "[http://oceanservice.noaa.gov/facts/drinksw.html Drinking Seawater Can Be Deadly to Humans]".</ref>}} similarmente, não é possível usá-la para [[irrigação]] da maior parte das plantas sem anterior [[#Indústrias extrativistas|dessalinização]].<ref>{{citar web|url=http://time.com/7357/california-drought-debate-over-desalination/|título=California’s Farmers Need Water. Is Desalination the Answer?|data=14-02-2014|publicado=[[Time (revista)|Time]]|acessodata=10-08-2015}}</ref>

<div class="floatright">
{| class="wikitable collapsible autocollapse" style="float:left; border: 1px solid darkgray; margin: .46em 0 0 .2em;"
|+ {{nowrap|Solutos na água do mar a 35‰ de salinidade<ref name=Millero />}}
! [[Soluto]] !! colspan="2" | [[‰]] de água<br><small>(massa)</small> !! colspan="2" | [[%]] do total<br>de soluto
|-
| [[Cloreto]] || align="right" style="border-right: 0px" | 19|| style="border-left: 0px" |.3 || align="right" style="border-right: 0px" | 55|| style="border-left: 0px" |.0
|-
| [[Sódio]] || align="right" style="border-right: 0px" | 10|| style="border-left: 0px" |.8 || align="right" style="border-right: 0px" | 30|| style="border-left: 0px" |.6
|-
| [[Sulfato]] || align="right" style="border-right: 0px" | 2|| style="border-left: 0px" |.7 || align="right" style="border-right: 0px" | 7|| style="border-left: 0px" |.7
|-
| [[Magnésio]] || align="right" style="border-right: 0px" | 1|| style="border-left: 0px" |.3 || align="right" style="border-right: 0px" | 3|| style="border-left: 0px" |.7
|-
| [[Cálcio]] || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.41 || align="right" style="border-right: 0px" | 1|| style="border-left: 0px" |.2
|-
| [[Potássio]] || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.40 || align="right" style="border-right: 0px" | 1|| style="border-left: 0px" |.1
|-
| [[Bicarbonato]] || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.10 || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.4
|-
| [[Brometo]]s || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.07 || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.2
|-
| [[Carbonato]] || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.01 || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.05
|-
| [[Estrôncio]] || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.01 || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.04
|-
| [[Borato]] || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.01 || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.01
|-
| [[Fluoreto]] || align="right" style="border-right: 0px" | 0|| style="border-left: 0px" |.001 || align="right" style="border-right: 0px" | < 0|| style="border-left: 0px" |.01
|-
| Todos os outros || align="right" style="border-right: 0px" | < 0|| style="border-left: 0px" |.001 || align="right" style="border-right: 0px" | < 0|| style="border-left: 0px" |.01
|}
</div>

Variações de salinidade podem ser causadas por muitos fatores: o movimento de [[#Correntes|correntes]] entre os [[Lista de oceanos e mares segundo a Organização Hidrográfica Internacional|mares]]; o afluxo de água doce de rios e geleiras; a [[precipitação (meteorologia)|precipitação]]; a formação e o derretimento de [[banquisa|bancos de gelo]]; e a [[evaporação]], que por sua vez é afetada pela [[temperatura]], [[vento]]s e [[#Onda|onda]]s. Por exemplo, o nível superior do [[mar Báltico]] possui pouca salinidade (de 10 a 15‰) em decorrência da parca evaporação nas baixas temperaturas do ambiente em que ele se insere; também, pela grande quantidade de afluxo de rios que ele recebe; e ainda porque sua conexão com o [[mar do Norte]] tende a criar uma densa camada subaquática que dificilmente se mistura com as águas de superfície.<ref>Thulin, janeiro de 2003. "[https://web.archive.org/web/20070606211738/http://www.ices.dk/projects/balticsea/Baltic%20Sea-RSE%20Thulin%20and%20Andrusaitis.pdf Religion, Science, and the Environment Symposium V on the Baltic Sea]".</ref> Como caso contrastante, o [[mar Vermelho]], entre o [[deserto do Saara|Saara]] e o [[deserto da Arábia]], tem alto índice de produção de vapor e pouca precipitação, além de poucos e sazonais afluxos e estreitas conexões com grandes corpos de água próximos, notadamente o [[canal de Suez]] ao norte e o [[Bab-el-Mandeb]] ao sul; tais características são determinantes para sua salinidade de cerca de 40‰.<ref>{{Citar periódico|titulo = Glacio-eustatic sea-level control on Red Sea salinity|url = http://www.nature.com/nature/journal/v334/n6183/abs/334601a0.html|jornal = Nature|data = 1988-08-18|paginas = 601-604|volume = 334|numero = 6183|doi = 10.1038/334601a0|idioma = inglês|primeiro = Robert C.|ultimo = Thunell|coautor=Sharon M.}}</ref>

[[imagem:WOA09 sea-surf TMP AYool.png|thumb|alt=Medida anual da temperatura de superfície marítima do ''World Ocean Atlas 2009''.|Médias globais de temperatura da superfície marítima em 2009, indo de -2 °C ([[lilás]] claro) a 30 °C ([[bege]])]]

A [[temperatura]] da água marítima depende, sobretudo, da quantidade de [[radiação solar]] absorvida. Nos [[trópico]]s, onde a luz do Sol recai de forma mais direta, essa medida nas camadas aquáticas de superfície pode chegar a mais de 30 [[°C]]. Na proximidade dos [[Polo geográfico|polos]], esse índice equilibra-se com o do gelo marítimo em seu [[ponto de fusão]]. Sua taxa de salinidade torna essa escala menor que a das áreas de água doce, que é usualmente de cerca de -1,8&nbsp;°C. Essas diferenças de temperatura contribuem para a contínua circulação da água no mar. Por exemplo, correntes quentes de superfície esfriam à medida que se movem para longe dos trópicos; ao ficarem mais adensadas, elas afundam, misturando-se. Por outro lado, a água fria do mar profundo move-se em direção ao [[Linha do equador|equador]] antes de fluir para a superfície tendo temperatura entre -2 e 5&nbsp;°C em todas as partes do globo terrestre.<ref>Gordon, Arnold (2004). [http://eesc.columbia.edu/courses/ees/climate/lectures/o_circ.html "Ocean Circulation" in ''The Climate System'']. Columbia University (Nova Iorque).</ref>

Nas baixas temperaturas dos mares de [[Solidificação|congelamento]], [[cristalização|cristais]] de [[gelo]] começam a se formar a partir da superfície, quebram-se depois em pequenos pedaços e se aglutinam em [[Círculo|discos]] planos que, por sua vez, formam uma espessa suspensão conhecida como [[Gelo frazil|frazil]]. Em calmas condições, frazis congelam-se e formam chapas finas e planas chamadas "nilas", que engrossam-se como novos construtos de gelo acima do mar. Já em águas turbulentas, os frazis unem-se para constituir discos planos maiores, com nome popular de "panquecas de gelo". Estes deslizam sobre ou sob outros, gerando blocos de [[gelo à deriva]]. Durante esses processos, água salgada e ar prendem-se em meio às formações sólidas. Nilas desenvolvem-se em ambientes com salinidade girando em torno de 12–15‰ e são acinzentadas de início, dotando-se de viço com o tempo; após um ano, elas ganham cor azulada e evidenciam índice de salino de cerca de 4–6‰.<ref name=10hut/><ref>Jeffries, Martin. [http://www.britannica.com/EBchecked/topic/939404/sea-ice "Sea ice"]. ''Encyclopædia Britannica Online''.</ref>

[[imagem:WOA09 sea-surf O2 AYool.png|thumb|alt=Annual mean dissolved oxygen levels at the sea surface from ''World Ocean Atlas 2009''.|Médias globais dos níveis de [[oxigênio dissolvido]] nos mares em 2009, de 0.15 ([[violeta (cor)|violeta]] claro) a 0.45 (bege) [[mol]]s de [[Oxigénio|O₂]] por [[metro cúbico]]]]

A quantidade de [[luz|luz do dia]] que penetra o mar depende do [[Latitude e clima|ângulo do Sol]], do [[Albedo#Exemplos de efeitos do albedo terrestre|clima]], e da [[turbidez]]. Grande porção da [[Insolação atmosférica|luz que alcança a superfície marítima]] é refletida e seus comprimentos de onda de [[Espectro eletromagnético|espectro vermelho]] são absorvidos nos primeiros metros de profundidade dessa superfície. Já os amarelos e verdes atingem maiores distâncias mar adentro; os azuis e violetas, contudo, podem penetrar mil metros (3 300 pés) ou mais. A [[Oxigénio dissolvido|quantidade de oxigênio]] presente na água marinha depende primariamente de sua temperatura e dos [[#Vida marinha|organismos]] [[Fotossíntese|fotossintéticos]] nela viventes, em particular [[#Álgas|álgas]], [[fitoplâncton]]s e [[#Plantas|plantas]] como a [[erva marinha]]. Durante o dia, suas atividades de fotossíntese produzem tal gás, que se dissolve no meio aquoso salino e é consumido por [[#Animais|animais]]. A [[saturação (química)|saturação]] desse oxigênio é mais baixa durante a noite e muito mais em mar profundo. Abaixo da profundidade de cerca de 200 m (660 pés), há insuficiência de luz para desenvolvimento fotossintético e consequentemente [[hipóxia (ambiente)|hipóxia]].<ref name=Russell>Russell, F.S. (1928) ''The Seas''. pp. 225–227. Frederick Warne.</ref> Ainda mais abaixo, [[Anaerobiose|bactérias anaeróbias]] desmembram a [[Neve marinha|matéria orgânica caída das camadas superiores]], produzindo [[sulfeto de hidrogênio]] (H₂S).<ref>Swedish Meteorological and Hydrological Institute (2010). [http://www.smhi.se/en/theme/oxygen-in-the-sea-1.11274 "Oxygen in the Sea"].</ref> Projeta-se que o [[aquecimento global]] reduzirá o oxigênio, tanto das camadas de superfície quanto das profundas, em decorrência do decréscimo de solubilidade advindo do aumento de temperatura<ref>United States [[Environmental Protection Agency]] (2012). [http://water.epa.gov/type/rsl/monitoring/vms52.cfm ''Water Monitoring & Assessment'', 5.2: "Dissolved Oxygen and Biochemical Oxygen Demand"].</ref> e da [[Estratificação aquática|estratificação oceânica]].<ref>{{Citar periódico|titulo = Long-term ocean oxygen depletion in response to carbon dioxide emissions from fossil fuels|url = http://www.nature.com/doifinder/10.1038/ngeo420|jornal = Nature Geoscience|data = 2009-01-01|volume = 2|numero = 2|doi = 10.1038/ngeo420|primeiro = Gary|ultimo = Shaffer|coautor=Steffen Malskær}}</ref>

{{Âncora|Ondas oceânicas de superfície|Ondas de superfície|ondas de superfície|ondas}}

===Ondas===

{{Artigo principal|Onda oceânica de superfície|Tsunami}}

{{Imagem múltipla
 | align     = esquerda
 | direction = vertical
 | width     = 215

 | image1    = MeanWaveHeight1992.png
 | alt1      = Mapa da média de amplitude de ondas no período de 3 a 12 de outubro de 1992, feito pela NASA.
 | caption1  = Médias globais de altura das [[Onda oceânica de superfície|ondas de superfície]] em 1992, de 0 m ([[púrpura]]) a 6 m ([[branco]]). Nota-se os grandes ''[[swell]]s'' nas porções marítimas do sul.

 | image2    = Deep water wave.gif
 | alt2      = Animação de movimento de moléculas na passagem das ondas.
 | caption2  = Dinâmica de movimento dos fluidos durante a passagem das ondas.
}}

As [[onda]]s oceânicas são oscilações causadas pelo [[atrito]] do [[Atmosfera terrestre|ar]] que se movimenta sobre a superfície marítima. Tal atrito transfere [[energia]] e causa a instabilidade na água, perpendicular à direção do vento. O topo da onda é conhecido como "crista" e a base é chamada de "vale". A distância entre duas cristas é o [[comprimento de onda|comprimento]]. Tais ondas são [[Onda mecânica|mecânicas]]; à medida que se aproximam de um determinado ponto, as moléculas de água de uma determinada posição elevam-se e, à passagem, baixam, traçando um caminho mais ou menos circular. A energia transita pela superfície e não representa um movimento horizontal da própria água. O [[estado do mar|estado]] do oceano é determinado pelo tamanho de tais ondas, que, na [[Fluido|superfície livre]], depende da velocidade do vento e do ''[[fetch (geografia)|fetch]]'', que é a distância a que o vento sopra sobre a água. As ondas menores são chamadas de [[Onda capilar|capilares]]. Com o bater de ventos mais fortes e prolongados nas cristas elevadas das capilares, ondas maiores e irregulares se formam. Em tal estágio, essas ondulações alcançam sua altura máxima quando o ritmo no qual elas viajam chega próximo ao correspondente de velocidade do vento e, com o tempo, elas se separam naturalmente,{{efn|"Quando as ondas se distanciam do ponto onde surgiram, as maiores passam adiante das novas, pois sua velocidade é maior. Gradualmente, elas caem e se desfazem juntas a outras ondas a viajar em similar velocidade — onde diferentes ondas estão no mesmo estágio, há reforço mútuo de uma para outra; já quando as ondas próximas estão em estágios diferentes, elas se reduzem. Eventualmente, um padrão regular de ondas altas e baixas, ou ''[[swell]]'', é desenvolvido."<ref name=Stow />{{rp|pages=83–84}}}} formando um grupo de longas e poderosas ondas com direções e comprimentos semelhantes. Tais ''[[swell]]s'' são particularmente comuns nos [[Roaring Forties]] do hemisfério Sul, onde o vento sopra continuamente.<ref name="NOAA">National Oceanic and Atmospheric Administration. "[http://oceanexplorer.noaa.gov/edu/learning/player/lesson09.html Ocean Waves]" in the ''Ocean Explorer''.</ref><ref>Young, I.R. (1999) ''Wind Generated Ocean Waves''. Elsevier. p. 83. ISBN 0-08-043317-0.</ref> Quando as rajadas diminuem, as capilares desaparecem facilmente em decorrência da [[tensão superficial]] da água, embora ''swells'' possam ser lentamente [[Ondas de gravidade|reduzidos pela gravidade]] ou por [[Interferência|interferências destrutivas]] somente a partir de outras ondas.<ref name=NOAA /> As [[Interferência|interferências construtivas]], no entanto, podem causar [[Vagalhão|vagalhões]] individuais muito maiores que as formações normais.<ref name="mrgarrison">Garrison, Tom (2012). [http://books.google.co.uk/books?id=DVgKAAAAQBAJ&pg=PA204 ''Essentials of Oceanography'']. 6th ed. pp. 204 ff. Brooks/Cole, [[Belmont (Califórnia)|Belmont]]. ISBN 0321814053.</ref> A maioria das ondulações é menor que 3 m (10 pés) em altura,<ref name=mrgarrison/> e não é incomum que fortes tempestades dupliquem ou tripliquem esse tamanho;<ref>National Meteorological Library and Archive (2010). [http://www.metoffice.gov.uk/media/pdf/b/7/Fact_sheet_No._6.pdf "Fact Sheet 6—The Beaufort Scale"]. Met Office ([[Devon]])</ref> construções nas águas distantes da costa, tais como plataformas eólicas e de petróleo, usam essas medidas na computação de [[Onda centenária|ondas centenárias]], um tipo especial ao qual tais equipamentos não são projetados para resistir.<ref>Goda, Y. (2000) ''Random Seas and Design of Maritime Structures''. pp. 421–22. World Scientific. ISBN 978-981-02-3256-6.</ref> Já foram documentados vagalhões que atingiram alturas de mais de 25 metros (82 pés).<ref>{{Citar periódico|titulo = Were extreme waves in the Rockall Trough the largest ever recorded?|url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2005GL025238/abstract|jornal = Geophysical Research Letters|data = 2006-03-01|issn = 1944-8007|paginas = L05613|volume = 33|numero = 5|doi = 10.1029/2005GL025238|idioma = inglês|primeiro = Naomi P.|ultimo = Holliday|coautor=Margaret J.}}</ref><ref>Laird, Anne (2006). [http://www.dtic.mil/cgi-bin/GetTRDoc?AD=ADA462573 "Observed Statistics of Extreme Waves"]. Naval Postgraduate School ([[Monterey (Califórnia)|Monterey, Califórnia]]).</ref>

[[Imagem:Propagation du tsunami en profondeur variable.gif|thumb|alt=Diagrama evidenciando o empolamento de ondas.|Quando as ondas entram em águas rasas, elas desaceleram e sua amplitude (altura) aumenta]]

Quando as ondas aproximam-se da beira da costa, [[Empolamento de onda|movendo-se em direção às águas rasas]], elas mudam de comportamento. No confronto a partir de um determinado ângulo, elas podem desviar ou envolver rochas e {{linktext|promontório}}s. Quando tais ondulações alcançam o ponto onde suas moléculas oscilantes mais profundas entram em contato com o [[Relevo oceânico|solo oceânico]], o atrito inicia seu processo de desaceleração. Este fenômeno "puxa" as cristas para perto uma da outra e aumenta suas [[amplitude|alturas]]. No momento em que a razão da altura com o comprimento de onda excede 1:7, ela é "quebrada", tombando numa massa de água espumante.<ref name=mrgarrison/> Uma camada dessa água corre na área de praia e então se retrai de volta ao mar por influência da gravidade.<ref name=NOAA />

{{Âncora|Tsunami|tsunami|Tsunamis|tsunamis}}

A tsunami é uma inusual forma de onda causada por repentinos e poderosos eventos, tais quais terremotos submarinos, [[Deslizamento de terra|deslizamentos de terra]], [[evento de impacto|impacto]]s de [[meteorito]] e [[Erupção vulcânica|erupções vulcânicas]], por exemplo. Tais fenômenos podem elevar ou rebaixar temporariamente a superfície marítima em determinada área afetada. A [[energia potencial]] da porção de água deslocada se transforma em [[energia cinética]], criando uma onda rasa que se movimenta numa velocidade proporcional à raiz quadrada da profundidade da água. Dessa forma, tsunamis se deslocam muito mais rapidamente em oceano aberto que numa plataforma continental.<ref name="usgstsunami">{{citar web |url=http://walrus.wr.usgs.gov/tsunami/basics.html |título=Life of a Tsunami |obra=Tsunamis & Earthquakes |publicado=US Geological Survey }}</ref> Apesar de possuírem velocidade de mais de 970&nbsp;km/h (600 [[Milha por hora|mph]]),<ref name=NTWC-physics /> tsunamis de mar profundo podem ser dotadas de comprimento que varia de 130 a 480&nbsp;km (80 a 300 milhas), com amplitude de menos de três [[Pé (unidade)|pés]].<ref name=UoW>{{citar web |url=http://earthweb.ess.washington.edu/tsunami/general/physics/physics.html |título=The Physics of Tsunamis |obra=Earth and Space Sciences |publicado=University of Washington}}</ref> Ondas comuns de superfície numa mesma região podem ter comprimentos de somente poucas centenas de pés e velocidades de cerca de 105&nbsp;km/h (65&nbsp;mph). Os tsunamis, porém, quando comparadas às possíveis amplitudes de cerca de 14&nbsp;m (45&nbsp;ft) dessas ondas comuns, podem comumente passar desapercebidas.<ref name=UoW/>

[[imagem:2004-tsunami balanced.jpg|thumb|alt=Tsunami na Tailândia|O [[Sismo e tsunami do Oceano Índico de 2004|tsunami do Oceano Índico de 2004]] avançando de súbito no litoral da [[Tailândia]]. Em decorrência desse desastre natural, estima-se que cerca de 8 000 pessoas morreram nesse país e outras 220 000 no restante da costa do Índico.<ref>United States Geological Survey. "[http://earthquake.usgs.gov/earthquakes/eqinthenews/2004/usslav/#summary/ Summary]".</ref>]]

Os [[Sistema de alerta de tsunami|sistemas de alerta de tsunami]] têm seu funcionamento dependente do fato de que ondas sísmicas causadas por terremotos viajam pelo mundo numa velocidade de cerca de 14&nbsp;400&nbsp;km (8 900&nbsp;mi) por hora, permitindo que regiões ameaçadas possam ser alertadas da possibilidade de uma grande onda.<ref>{{citar web |url=http://pptsndprojects.blogspot.co.uk/2009/06/tsunami-warning-system-ppt.html |título=Tsunami warning system |data=28 de junho de 2009}}</ref> Medições de redes de estações marítimas tornam possível a confirmação ou negação de um alerta de tsunami.<ref>{{citar web |url=http://ioc-tsunami.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=2&lang=en |título=Tsunami Programme: About Us |publicado=Intergovernmental Oceanographic Commission}}</ref> Um evento engatilhador na plataforma continental pode causar um tsunami local em terra próxima e outra grande oscilação a viajar pelo oceano. A energia de um tsunami é dissipada somente de forma gradual, embora se espalhe pela frente da onda. Quando a oscilação se desloca para longe de seu ponto de origem, sua frente fica mais longa e a energia média diminui, de forma que praias distantes são geralmente atingidas por porções de onda mais fracas. A velocidade de um tsunami, contudo, é determinada pela profundidade da água, o que faz com que ela não viaje com a mesma rapidez em todas as direções, além disso afetar também a frente da onda. Esse efeito, conhecido como [[refração]], pode concentrar a força de um tsunami a avançar em algumas áreas e enfraquecer em outras, de acordo com a topografia submarina que se apresenta ao longo do caminho.<ref>{{citar web |url=http://www.livescience.com/18998-deep-ocean-floor-focus-tsunami-waves.html |título=Deep Ocean Floor Can Focus Tsunami Waves |autor =Our Amazing Planet staff |data=12 de março de 2012 |obra=Livescience}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo = Focused tsunami waves|url = http://rspa.royalsocietypublishing.org/content/463/2087/3055|jornal = Proceedings of the Royal Society of London A: Mathematical, Physical and Engineering Sciences|data = 2007-11-08|issn = 1364-5021|paginas = 3055-3071|volume = 463|numero = 2087|doi = 10.1098/rspa.2007.0051|idioma = inglês|primeiro = M. V.|ultimo = Berry}}</ref>

Assim como acontece com outros tipos de onda, o deslocamento para águas rasas provoca uma desaceleração e crescimento em amplitude do [[Tsunâmi|tsunami]].<ref name=UoW /> Tanto o vale quanto a crista dessa grande oscilação podem chegar primeiro à costa.<ref name=usgstsunami /> Na primeira possibilidade, o mar recua e deixa áreas de submaré expostas.<ref>[[Bureau of Meteorology]] do [[Governo da Austrália]]. "[http://www.bom.gov.au/tsunami/info/index.shtml Tsunami Facts and Information]".</ref> Já na chegada da crista, ela não procede à usual quebra, mas se espalha em terra, inundando tudo em seu caminho. Muito da destruição decorrente de um tipo de desastre como esse pode ser produzido por tais águas da inundação, que, após se espalharem, são drenadas de volta ao mar pela gravidade, levando pessoas e escombros consigo. Vários tsunamis podem ser causadas por um único evento geológico. Em casos assim, é comum que as últimas ondas cheguem em terra entre oito minutos e duas horas após a primeira, que não necessariamente é a maior ou mais destrutiva.<ref name=usgstsunami /> Ocasionalmente, em baías rasas ou estuários, um tsunami pode se transformar num [[macaréu]].<ref name=NTWC-physics>{{citar web|url=http://ntwc.arh.noaa.gov/?page=tsunami_science |título=Physics of Tsunamis |publicado=[[National Tsunami Warning Center]] dos EUA }}</ref>

{{Âncora|marés|Maré|maré}}

===Marés===

{{Artigo principal|Maré}}

{{Imagem múltipla
 | align     = esquerda
 | direction = vertical
 | width     = 220

 | image1    = Tides overview.png
 | alt1      = Diagrama evidenciando como o Sol e a Lua causam as marés.
 | caption1  = Altas marés (azul) nos pontos mais próximos e mais distantes da Terra para a Lua.

 | image2    = Awaroa Inlet - timelapse.webm
 | caption2  = [[Time-lapse]] exibindo o fenômeno de transição da maré baixa para maré alta na [[Nova Zelândia]].
}}

Maré é o elevar e rebaixar regular do nível da água experienciado pelos mares e oceanos em resposta às influências gravitacionais da Lua e do Sol e os efeitos da rotação da Terra. Em qualquer lugar, águas ascendem sobre o curso do ciclo das marés a uma altura máxima conhecida como "maré alta", antes de declinar novamente ao nível mínimo da "maré baixa". Com o recuar, são reveladas áreas da [[zona entremarés]] ou faixa litoral submergível. A diferença de altura entre as marés alta e baixa é a amplitude da maré.<ref name=oceanservice>{{citar web |url=http://oceanservice.noaa.gov/education/tutorial_tides/ |título=Tides and Water Levels |obra=NOAA Oceans and Coasts |publicado=NOAA Ocean Service Education }}</ref><ref>{{citar web | url=http://www.arctic.uoguelph.ca/cpe/environments/marine_water/features/Tides/amplitude.htm |título=Tidal amplitudes |publicado=University of Guelph }}</ref> Macaréus podem ocorrer nas bocas de rios, onde o vigor da maré a chegar "empurra" ondas de áreas marítimas rio acima contra a corrente. Em [[Hangzhou]], na [[China]], por exemplo, um macaréu pode alcançar até 9 m (30 pés) de altura e viajar a cerca de 40&nbsp;km (25&nbsp;mi) por hora.<ref>{{citar web|url=http://wjla.com/weather/watch-dangerous-freak-tidal-wave-on-china-s-qiantang-river-12636|título=Dangerous, freak tidal wave on China's Qiantang River|data=2 de setembro de 2011|publicado=WJLA|acessodata=26 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=https://worldphoto.org/images/image/274350/?FromImageGalleryID=9298|título=Brave Tidal Bore 5 by Qiu Jianhua|publicado=[[World Photography Organisation]]|acessodata=26 de agosto de 2015}}</ref>

A maioria dos lugares costuma experienciar duas marés altas por dia, que ocorrem em intervalos de cerca de 12 horas e 25 minutos, metade do período necessário para a Terra completar uma rotação e a Lua retornar à sua posição relativa prévia para um observador. A massa desse [[satélite natural]] é por volta de 27 milhões de vezes menor que a do Sol, embora o primeiro esteja cerca de quatrocentas vezes mais próximo da Terra que o segundo.<ref name=NOAAtides>{{citar web |url=http://oceanexplorer.noaa.gov/edu/learning/player/lesson10.html |título=Tides |publicado=National Oceanic and Atmospheric Administration |obra=Ocean Explorer }}</ref> A [[força de maré]] decresce rapidamente com a distância do agente, de forma que a Lua é dotada de duas vezes mais influência sobre esse efeito que o Sol.<ref name=NOAAtides /> Uma protuberância é formada no oceano no lugar onde o planeta é mais próximo de seu satélite natural, por este ser também o ponto onde o efeito da gravidade da Lua é mais forte. No lado oposto do globo, a força lunar tem sua mais fraca influência, o que causa, da mesma maneira, a formação de uma protuberância. Tais bojos giram em torno da Terra assim como a Lua. Quando o Sol, a Lua e a Terra alinham-se nas luas [[Lua cheia|cheias]] e [[Lua nova|novas]], o efeito combinado resulta nas altas "marés vivas" ou "marés de sizígia". Em contraste, quando o Sol está a 90[[Símbolo de grau|°]] da Lua na visão terrestre, o efeito gravitacional combinado nas marés é correspondentemente reduzido, causando as baixas "marés mortas" ou "marés de quadratura".<ref name=oceanservice />

Os fluxos de água do mar nas marés são detidos pela [[inércia]] e podem ser afetados pelas massas de terra. Em lugares como o [[golfo do México]], onde a terra restringe o movimento dos bojos, apenas uma série de maré, constituída pela sequência de alta e baixa, pode ocorrer a cada dia. Na costa de uma ilha, pode acontecer um complexo ciclo diário com quatro marés altas. Os [[Estreito de Euripo|estreitos insulares]] em [[Cálcis]], [[Eubeia]], por exemplo, experienciam fortes correntes que abruptamente mudam de direção, em geral quatro vezes por dia, mas possivelmente até doze vezes quando a Lua e o Sol estão separados em noventa graus.<ref name="EuripusStraits">{{Citar periódico|titulo = The problem of the tide of Euripus|url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/asna.19292361904/abstract|jornal = Astronomische Nachrichten|data = 1929-01-01|issn = 1521-3994|paginas = 321-328|volume = 236|numero = 19-20|doi = 10.1002/asna.19292361904|idioma = inglês|primeiro = D.|ultimo = Eginitis}} Ver também os comentários sobre essa explanação em {{citar periódico|título= Les marées de l'Euripe|autor = Lagrange, E.|periódico= Ciel et Terre (Bulletin of the Société Belge d'Astronomie)|data= 1930|língua= francês|volume = 46|páginas= 66–69|bibcode = 1930C&T....46...66L}}</ref><ref>{{citar web | url=http://www.evia.gr/en/node/1250 |título=Evia Island |publicado=Evia.gr |obra=Chalkis }}</ref> Onde há baías ou estuários em forma de funil, a amplitude de maré pode ter maior abrangência. A [[baía de Fundy]], no [[Canadá]], por exemplo, pode passar por marés vivas de 15 m (49 pés). Embora ela seja regular e previsível, a altura de marés altas pode ser rebaixada por ventos vindos do oceano e elevada por ventos costeiros. A alta pressão do centro de [[anticiclone]]s compele as águas para baixo e está associada com marés anormalmente baixas, enquanto a [[pressão atmosférica]] baixa pode causar marés extremamente altas.<ref name=oceanservice /> Já a [[maré de tempestade]] pode ocorrer quando altos ventos pilham as águas contra a costa numa área rasa, e isso, combinado com o sistema de baixa pressão, pode elevar a superfície marítima em maré alta de forma drástica. Em 1900, [[Galveston]], nos [[Estados Unidos]], por exemplo, experienciou uma onda de 5 m (15 pés) durante a passagem de um [[Furacão de Galveston de 1900|furacão que devastou a localidade]], matando mais de 3 500 pessoas e destruindo 3 636 casas.<ref>{{citar web |url=http://www.history.noaa.gov/stories_tales/cline2.html |título=Galveston Storm of 1900 |autor =Cline, Isaac M. |data=4 de fevereiro de 2004 |publicado=National Oceanic and Atmospheric Administration }}</ref>

{{Âncora|correntes|Corrente|corrente}}

===Correntes===

{{Artigo principal|Corrente oceânica}}

[[imagem:Annual mean sea surface sea water density (World Ocean Atlas 2009).png|thumb|esquerda|Sea-surface density|Médias globais de densidade de superfície em 2009, de 1020 (lilás) a 1028 (bege) [[kilograma]]s por [[metro cúbico]]]]

O vento que sopra sobre a superfície oceânica causa atrito no ponto de contato entre o mar e o ar. Isso não somente causa a formação de ondas, mas também faz a água de tal superfície se mover na mesma direção do vento. Apesar de sua característica inerente de variabilidade, em qualquer lugar onde ele corre predominantemente numa mesma direção, uma corrente de superfície pode ser criada. Ventos do oeste são mais frequentes em médias latitudes enquanto os do leste dominam os trópicos.<ref>{{citar livro |título=Meteorology Today: An Introduction to Weather, Climate, and the Environment |último =Ahrens |primeiro =C. Donald |último2 =Jackson |primeiro2 =Peter Lawrence |último3 =Jackson |primeiro3 =Christine E. J. |último4 =Jackson |primeiro4 =Christine E. O. |data=2012 |publicado=Cengage Learning |isbn=0-17-650039-1 |página=283 |url=http://books.google.com/?id=jvnQiFG3dPkC&pg=PA283}}</ref> Quando uma corrente de água se move nesse esquema, outras águas fluem para preencher a lacuna e um movimento circular de superfície conhecido como [[giro oceânico]] é formado. Existem cinco giros principais nos oceanos: dois no Pacífico, dois no Atlântico e um no Índico. O do Atlântico Norte produz o [[mar dos Sargaços]] e acumula níveis salinos de cerca de 38‰.<ref name=reddyornot/> Outros giros inferiores são encontrados em mares menores e um único flui em torno da [[Antártida]]. Tais giros têm seguido a mesma rota por milênios, guiados pela topografia do solo, pela direção do vento e pela força inercial de Coriolis. As correntes de superfície fluem em [[sentido horário]] no Hemisfério Norte e em [[sentido anti-horário]] no Sul. A água que se desloca para longe do equador é quente, enquanto que a fluente em direção à linha perdeu a maior parte de seu calor. Tais correntes equatoriais contribuem para a moderação do clima na Terra, resfriando a região da linha e aquecendo zonas de maior latitude.<ref name=NOAAcurrent>{{citar web |url=http://oceanexplorer.noaa.gov/edu/learning/player/lesson08.html |título=Ocean Currents |publicado=National Oceanic and Atmospheric Administration |obra=Ocean Explorer }}</ref> O clima global e as [[Previsão do tempo|previsões de tempo]] são afetados pelo mar, ou oceano global, de forma tal que os estudos de [[Modelo climático|modelação climática global]] fazem uso de [[Modelo de Circulação Geral|modelos de circulação oceânica]], assim como de outras variáveis maiores para fatores como [[atmosfera]], superfície terrestre, [[aerossóis]] e gelo marítimo.<ref>{{citar jornal| url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/6320515.stm |título=Models 'key to climate forecasts' |publicado=BBC |data=2 de fevereiro de 2007 |autor =Pope, Vicky}}</ref> Os modelos oceânicos, por sua vez, utilizam um ramo específico da física, a [[dinâmica geofísica de fluidos]], que estuda o fluxo de larga escala de fluidos como a água do mar.<ref>{{citar livro |título=Introduction to Geophysical Fluid Dynamics: Physical and Numerical Aspects |publicado=Academic Press |autor =Cushman-Roisin, Benoit |autor2 =Beckers, Jean-Marie |data=2011 | isbn=978-0-12-088759-0}}</ref>

[[Imagem:Corrientes-oceanicas.png|thumb|alt=Mapa evidenciando as correntes de superfície.|Correntes globais de superfície, entre quentes (vermelhas) e frias (azuis)]]

As correntes de superfície afetam apenas as primeiras centenas de metros (ou [[jarda]]s) do mar, mas também há fluxos de larga escala nas profundezas oceânicas, causados pelo movimento das massas de água baixa. A principal corrente do oceano profundo flui através de todos os oceanos do mundo e é conhecida como [[circulação termohalina]]. Esse movimento é lento e dirigido por diferenças em densidade aquática causadas por variações de salinidade e temperatura.<ref>{{Citar periódico|titulo = What Is the Thermohaline Circulation?|url = http://www.sciencemag.org/content/298/5596/1179|jornal = Science|data = 2002-11-08|issn = 0036-8075|pmid = 12424356|paginas = 1179-1181|volume = 298|numero = 5596|doi = 10.1126/science.1079329|idioma = inglês|primeiro = Carl|ultimo = Wunsch}}</ref> A altas latitudes, a água é resfriada pela baixa temperatura atmosférica e se torna mais salgada com o cristalizar do gelo marítimo. Do fundo do mar próximo à Groelândia, tais fluxos deslocam-se para o sul entre as massas continentais do Atlântico. Ao chegar no Antártico, eles se juntam a outras massas de água fria de profundidade e fluem para o leste. Em seguida, os fluxos se dividem em duas correntes que se movem em direção ao norte, para os oceanos Índico e Pacífico. Nesse estágio, tais cursos são gradualmente aquecidos, tornam-se menos densos, sobem para a superfície e circulam de volta sobre si; alguns deles voltam ao Atlântico. São necessários mil anos para esse padrão de circulação ser concluído.<ref name=NOAAcurrent />

[[imagem:Circulação termoalina (1).svg|thumb|Alt=Map evidenciando a circulação termoalina.|Mapa global de [[circulação termoalina]]]]

Além de giros, há correntes temporárias de superfície que ocorrem em condições específicas. Quando as ondas encontram a costa num determinado ângulo, uma [[deriva litorânea]] é criada com a água a ser empurrada paralelamente ao litoral. Essa porção redemoinha para a praia em ângulo reto com as ondas que se aproximam, mas é drenada diretamente abaixo do declive pelo efeito da gravidade. Quanto maiores são as ondas de quebra, mais oblíquas são suas chegadas e os mais fortes são as correntes litorâneas.<ref>{{citar web |url=http://www.usoceansafety.com/safety/popup/lscurrent.asp |título=Long-shore currents |data=2007 |publicado=Orange County Lifeguards }}</ref> Tais correntes podem deslocar grandes volumes de areia ou pedras, criar [[Cordão litoral|cordões]], fazer praias inteiras desaparecerem ou canais de água entrarem em [[assoreamento]].<ref name=NOAAcurrent /> Uma [[corrente de retorno]] pode ocorrer quando a água é pilhada proximamente à costa a partir de ondas a avançar e é então conduzida ao mar por canais no solo oceânico. Isso pode ocorrer numa abertura de barra ou perto de estruturas construídas, como quebra-mares. Essas fortes correntes têm normalmente uma velocidade de 1&nbsp;m/s (3,3&nbsp;ft/s), formam-se em diferentes lugares, em diferentes fases da maré, além de terem força suficiente para arrastar consigo nadadores incautos.<ref>{{citar web |url=http://www.ceoe.udel.edu/ripcurrents/characteristics/ |título=Rip current characteristics |obra=Rip currents |publicado=University of Delaware Sea Grant College Program }}</ref> Já correntes de ressurgência temporárias ocorrem quando o vento empurra a água para longe da terra e porções profundas sobem para substitui-la. Tais levas de profundeza são frias e frequentemente ricas em nutrientes, podendo criar incidências de fitoplâncton e locupletar, em termos de variedade e quantidade de substâncias, a área em que incidem.<ref name=NOAAcurrent />

{{Âncora|Bacias oceânicas|bacias oceânicas|Bacia|bacia|bacias}}

===Bacias===

{{Artigo principal|Bacia oceânica}}

[[Imagem:Tectonic plate boundaries.png|thumb|Os três tipos de fronteira de placas]]

A [[batimetria]] é o mapeamento e estudo da topografia do fundo dos oceanos. Os métodos utilizados para mensurar a profundidade do mar incluem a [[Ecobatímetro|ecobatimetria]], o uso de [[Sistema de sondagem laser aerotransportado|sonda aerotransportada de profundidade a laser]] e o cálculo por dados de [[sensoriamento remoto]] via satélite. Esta informação é usada para determinar rotas de [[Cabo submarino|cabos submarinos]] e de dutos, para a escolha de locais adequados à instalação de plataformas de [[petróleo]] e turbinas eólicas ''offshore'' e para identificação de possíveis novas áreas de pesca, por exemplo.<ref>{{citar web |url=http://www.ga.gov.au/marine/bathymetry.html |título=Marine and Coastal: Bathymetry |publicado=Geoscience Australia }}</ref>

A terra é composta por um [[Núcleo terrestre|núcleo magnético central]], um [[manto]] principalmente líquido e uma casca rígida exterior (ou [[litosfera]]), a qual é composta pela [[crosta]] rochosa e pela camada exterior sólida do manto. A crosta abaixo da terra é conhecida como [[Crusta continental|continental]], enquanto sob o mar abissal é chamada de [[Crosta oceânica|oceânica]]. Esta última é constituída de [[basalto]] relativamente denso e tem espessura de algo entre 5–10&nbsp;km (3-6 milhas). A consideravelmente fina litosfera flutua sobre o manto mais fraco e mais quente abaixo e é quebrada numa série de [[Tectónica de placas|placas tectônicas]].<ref>{{citar web |url=http://www.eoearth.org/view/article/156285/ |título=Structure of the Earth |autor =Pidwirny, Michael |data=28 de março de 2013 |obra=The Encyclopedia of Earth }}</ref> Em meio ao oceano, [[magma]] é constantemente empurrado do fundo por entre as placas adjacentes, formando as [[Dorsal oceânica|dorsais oceânicas]], onde as correntes em [[convecção]] entre o manto tendem a conduzir duas placas adjacentes à separação. Paralelamente aos [[cume]]s dorsais e mais proximamente às costas, uma placa oceânica pode deslizar sob outra, num processo conhecido como [[subdução]]. [[Fossa oceânica|Fossas]] profundas são formadas nesse processo, que é acompanhado por atrito no confrontar de placas. O movimento prossegue em arrancos, que por sua vez causam sismos. Calor também é produzido e magma é forçado para cima, criando montanhas submarinas, algumas das quais se transformam em ilhas vulcânicas. Perto de algumas fronteiras entre a terra e o mar, as placas oceânicas, ligeiramente mais densas, deslizam sob as placas continentais e mais trincheiras de subducção são formadas. Nesse fenômeno, as placas continentais se desfiguram, causando a formação de montanhas de superfície e atividade sísmica.<ref>{{citar web |url=http://www.eoearth.org/view/article/155264/ |título=Plate tectonics |autor =Pidwirny, Michael |data=28 de março de 2013 |obra=The Encyclopedia of Earth }}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.ucmp.berkeley.edu/geology/tectonics.html |título=Plate Tectonics: The Mechanism |publicado=University of California Museum of Paleontology }}</ref>

A mais profunda trincheira da Terra é a [[fossa das Marianas]], que se estende por cerca de 2&nbsp;500&nbsp;km (1&nbsp;600&nbsp;mi), localizada próxima às [[ilhas Marianas]], um [[arquipélago]] [[vulcânico]] no [[Pacífico Ocidental]]. Embora ela atinja apenas 68&nbsp;km (42 milhas) de amplitude, seu ponto mais profundo é 10&nbsp;994&nbsp;m (quase 7 milhas) abaixo da superfície oceânica.<ref name="smmt">{{citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/earth/environment/8940571/Scientists-map-Mariana-Trench-deepest-known-section-of-ocean-in-the-world.html |título=Scientists map Mariana Trench, deepest known section of ocean in the world |data=7 de dezembro de 2011 |jornal=The Telegraph }}</ref> Uma trincheira ainda mais longa estende-se na costa do [[Peru]] e [[Chile]], alcançando uma profundidade de 8&nbsp;065 m (26&nbsp;460 pés) e amplitude de aproximadamente 5&nbsp;900&nbsp;km (3&nbsp;700 milhas). Ela está onde a [[placa de Nazca]] oceânica resvala sob a [[placa Sul-Americana]] continental, estando associada à impulsão e atividades vulcânicas nos [[Cordilheira dos Andes|Andes]].<ref>{{citar web |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/453259/Peru-Chile-Trench |título=Peru-Chile Trench |obra=Encyclopædia Britannica online }}</ref>

{{Âncora|costas|Costa|costa}}

===Costas===

{{Artigo principal|Costa}}

{{Imagem múltipla
 | align     = esquerda
 | direction = vertical
 | width     = 215
 | image1    = McWay Falls Big Sur May 2011 006.jpg
 | alt1      = 
 | caption1  = Costa na [[Califórnia]], [[Estados Unidos]].

 | image2    = Simone Marinho - Trindade - 2010 05 08 edited.jpg
 | alt2      = 
 | caption2  = Costa de uma das ilhas do [[Trindade e Martim Vaz|arquipélago de Trindade e Martim Vaz]], [[Brasil]].

 | image3    = Playa de Ojos - Fuerteventura.JPG
 | alt3      = 
 | caption3  = Costa na [[Fuerteventura|ilha de Fuerteventura]], [[Canárias]].
}}

A zona onde a terra encontra o mar é conhecida como a costa. Já a parte entre as mais baixas marés vivas e o limite atingido pelas quebras de onda é chamada de [[Margem (geografia)|margem]]. A [[praia]] é o acúmulo de [[areia]] ou [[cascalho]] na margem.<ref name=Monkhouse291 /> Uma cabeceira, ou [[promontório]], é um ponto de terra projetado para o mar que, quando detém grande extensão, recebe o nome de [[cabo (geografia)|cabo]]. O recuo de um [[litoral]], especialmente entre dois promontórios, é uma [[baía]]; uma pequena baía com uma entrada estreita é chamada de [[enseada]]; já uma grande baía ou um mar em forma de baía detém a designação de [[golfo]].<ref>{{citar livro |título=The Penguin Dictionary of Physical Geography |último =Whittow |primeiro =John B. |data=1984 |publicado=Penguin Books |isbn=978-0-14-051094-2 |páginas=29, 80, 246 }}</ref> O litoral é afetado por um número de fatores, incluindo a força das ondas que chegam à costa, o declive da margem de terra, a composição e dureza das formações rochosas costeiras, a inclinação do declive marítimo e as alterações no nível da terra em decorrência da elevação ou submersão local. Normalmente, as ondas deslocam-se em direção à costa a uma taxa de seis a oito por minuto. Tais ondas são conhecidas como [[Espraiamento|construtivas]] e tendem a mover [[sedimento]]s e outros materiais do mar até a praia, além de possuírem pouco efeito erosivo. Já as ondas de tempestade que chegam em terra em rápida sucessão são conhecidas como [[Espraiamento|destrutivas]], pois movem sedimentos da praia para o mar. Sob sua influência, a areia e cascalho na margem são moídos em conjunto e decompostos. Em maré alta, o poder de uma onda de tempestade a impactar o pé de um penhasco tem um efeito devastador, com ar de fendas e rachaduras a ser comprimido e, em seguida, expandindo-se rapidamente para liberar pressão. No mesmo fenômeno, areia e [[seixo]]s têm um efeito erosivo quando são atirados contra as rochas. Junto com outros processos de [[meteorização]] e [[intemperismo]], como a [[geada]], isso tende a escavar e esculpir a base de um [[precipício]]. Ao fim, uma plataforma de quebra de onda se desenvolve no sopé, acabando por adquirir um efeito protetor à costa.<ref name=Monkhouse291>{{citar livro |título=Principles of Physical Geography |último =Monkhouse |primeiro =F. J. |data=1975 |publicado=Hodder & Stoughton |isbn=978-0-340-04944-0 |páginas=280–291 }}</ref>

Os materiais desgastados das margens são eventualmente deslocados para o mar, onde são sujeitos à [[Atrição (erosão)|atrição]], um tipo de [[erosão marinha]], com o fluir de correntes paralelas à costa, que limpam os canais e transportam depósitos e sedimentos para longe de seu lugar de origem. Tal sedimento movido para o mar se instala no seu fundo, causando o surgimento de [[estuários]] a partir de [[delta]]s. O movimento constante desses materiais é influenciado pelas ondas, marés e correntes.<ref name=Monkhouse291 /> Interferindo nesses fenômenos para a conveniência humana, a dragagem é um método de [[engenharia]] que remove matéria depositada no solo marítimo e aprofunda canais, embora possa encadear efeitos inesperados em outros lugares na costa. É uma atividade comum a governos o planejamento de ações preventivas a [[Inundação|inundações]] por meio da construção de [[dique]]s, [[quebra-mar]]es, [[molhe]]s, entre outras defesas contra o mar. Na [[Grã-Bretanha]], por exemplo, a [[barreira do Tamisa]] guarda eficazmente [[Londres]] do efeito de [[tempestade]]s,<ref>{{citar jornal|título=Thames Barrier engineer says second defence needed |url=http://www.bbc.co.uk/news/uk-england-london-20904885 |jornal=BBC News |data=5 de janeiro de 2013 }}</ref> enquanto que, em contraste, o fracasso dos diques e barragens nos arredores de [[Nova Orleans]] durante a passagem do [[furacão Katrina]] criou uma [[crise humanitária]] nos Estados Unidos. Outro exemplo relacionado é a recuperação de terras em [[Hong Kong]] que permitiu a construção do [[Aeroporto Internacional de Hong Kong]] após o nivelamento e expansão de duas [[ilha]]s menores.<ref>{{citar livro|autor =Plant, G.W.|autor2 =Covil, C.S|autor3 =Hughes, R.A.|título=Site Preparation for the New Hong Kong International Airport|publicado=Thomas Telford|data=1998|páginas=1–4, 43 |url= http://books.google.com/?id=NVlGrr9WOp4C&printsec=frontcover|isbn=978-0-7277-2696-4}}</ref> Na sequência da adoção à presente [[CNUDM]], o litoral sob a [[lei internacional]] é uma [[linha de base]] de um [[Teoria constitutiva do Estado|estado]].<ref name=unclose>[[Nações Unidas]] Escritório de Assuntos Legais (22 de agosto de 2013). [http://www.un.org/Depts/los/convention_agreements/convention_overview_convention.htm "Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 10 de dezembro de 1982"]. ''Oceanos & Lei marítima''. Divisão de Assuntos do Oceano e da Lei Marítima (Nova Iorque).</ref>

===Nível do mar===

[[imagem:Ocean dynamic topography.jpg|thumb|Esquemática evidenciando a variação de nível do mar no globo.|Variações do nível marítimo em 1992, de -1.4 m (roxo) a +1.0 m (bege), por [[TOPEX/Poseidon]]]]

{{Artigo principal|Nível médio do mar}}

Durante a maior parte do tempo geológico, o nível do mar foi maior do que é hoje.<ref name=Stow />{{rp|page=74}} O principal fator a influenciar esse nível ao longo dos anos é o resultado de alterações na crosta oceânica, com uma tendência de queda prevista para continuar a muito longo prazo.<ref>{{Citar periódico|titulo = Long-Term Sea-Level Fluctuations Driven by Ocean Basin Dynamics|url = http://www.sciencemag.org/content/319/5868/1357|jornal = Science|data = 2008-03-07|issn = 0036-8075|pmid = 18323446|paginas = 1357-1362|volume = 319|numero = 5868|doi = 10.1126/science.1151540|idioma = inglês|primeiro = R. Dietmar|ultimo = Müller|coautor=Maria}}</ref> No [[último máximo glacial]], há cerca de 20&nbsp;000 anos, o nível marítimo esteve 120 m (390 pés) abaixo do atual. Pelo menos durante os últimos cem anos, no entanto, ele [[Subida do nível do mar|tem aumentado]] a uma taxa média de aproximadamente 1,8&nbsp;mm (0,071 polegadas) por ano.<ref>{{Citar periódico|titulo = Global sea rise: a redetermination|url = http://link.springer.com/article/10.1023/A%3A1006544227856|jornal = Surveys in Geophysics|data = 1997-05-01|issn = 0169-3298|paginas = 279-292|volume = 18|numero = 2-3|doi = 10.1023/A:1006544227856|idioma = inglês|primeiro = Bruce C.|ultimo = Douglas}}</ref> A maior parte desse aumento pode ser atribuído a uma elevação na temperatura do mar e à resultante ligeira expansão térmica nos 500 m (1&nbsp;600 pés) superiores da água. Contribuições adicionais para isso, de cerca de um quarto do total, vêm de fontes de água em terra, tais como o derretimento de neve e geleiras e extração de água subterrânea para irrigação e outras necessidades agrícolas e humanas.<ref>{{citar livro |título=Observations: Oceanic Climate Change and Sea Level |último =Bindoff |primeiro =N. L. |último2 =Willebrand |primeiro2 =J. |último3 =Artale |primeiro3 =V. |último4 =Cazenave |primeiro4 =A. |último5 =Gregory |primeiro5 =J. |último6 =Gulev |primeiro6 =S. |último7 =Hanawa |primeiro7 =K. |último8 =Le Quéré |primeiro8 =C. |último9 =Levitus |primeiro9 =S. |último10 =Nojiri |primeiro10 =Y. |último11 =Shum |primeiro11 =A. |último12 =Talley |primeiro12 =L. D. |último13 =Unnikrishnan |primeiro13 =A. S. |último14 =Josey |primeiro14 =S. A. |último15 =Tamisiea |primeiro15 =M. |último16 =Tsimplis |primeiro16 =M. |último17 =Woodworth |primeiro17 =P. |data=2007 |publicado=Cambridge University Press |isbn=978-0-521-88009-1 |páginas=385–428 }}</ref> A tendência de aumento do aquecimento global deverá continuar pelo menos até o final do {{séc|XXI}}.<ref>{{Citar periódico|titulo = How Much More Global Warming and Sea Level Rise?|url = http://www.sciencemag.org/content/307/5716/1769|jornal = Science|data = 2005-03-18|issn = 0036-8075|pmid = 15774757|paginas = 1769-1772|volume = 307|numero = 5716|doi = 10.1126/science.1106663|idioma = inglês|primeiro = Gerald A.|ultimo = Meehl|coautor=Warren M.}}</ref>

{{Âncora|Ciclo da água|ciclo da água}}

===Ciclo da água===

{{Artigo principal|Ciclo hidrológico}}

O mar desempenha importante papel no ciclo da água. Quando ela [[Evaporação|evapora]] do oceano, viaja através da atmosfera como [[Vapor de água|vapor]], [[Condensação|condensa]], [[Precipitação (meteorologia)|cai]] (geralmente em forma de [[chuva]] ou [[neve]]) novamente e, em seguida, retorna em grande parte para o oceano.<ref>{{citar web | url=http://ga.water.usgs.gov/edu/watercycleoceans.html |título=The Water Cycle: The Oceans |publicado=US Geological Survey }}</ref> Mesmo no [[deserto de Atacama]], onde há pouca ocorrência de fortes chuvas, densas nuvens de nevoeiro conhecidas como ''[[camanchaca]]'' são sopradas do mar e auxiliam na manutenção de [[Plantae|vida vegetal]].<ref>{{citar web | url=http://ngm.nationalgeographic.com/ngm/0308/feature3/ |título=The Driest Place on Earth |publicado=National Geographic |data=2003 |autor =Vesilind, Priit J.}}</ref> Em grandes massas de terra, características geológicas podem bloquear o acesso de algumas regiões ao mar. Em lugares como esse, onda há [[Bacia endorreica|bacias endorreicas]], particularmente na [[Ásia Central]], podem se desenvolver [[Lago salgado|lagos salgados]] com o evaporar de águas de afluxo e o acúmulo de minerais dissolvidos ao longo do tempo. O maior dos corpos de água desse tipo é o [[mar Cáspio]], embora às vezes seja considerado um mar em decorrência de sua bacia de (na atualidade, sem litoral) crosta oceânica. Outros exemplos notáveis incluem o [[mar de Aral]], na Ásia Central, e o [[Grande Lago Salgado]], no oeste dos Estados Unidos.<ref>{{citar web | url=http://www.unep.or.jp/ietc/publications/short_series/lakereservoirs-2/10.asp |título=Endorheic Lakes: Waterbodies That Don't Flow to the Sea |obra=The Watershed: Water from the Mountains into the Sea |publicado=United Nations Environment Programme }}</ref> <!-- As águas dessas bacias ainda voltam eventualmente para o mar através da evaporação, do fluxo de água do solo e — ao longo do tempo geológico — da abertura das bacias pela deriva continental. -->

{{Âncora|Ciclo do carbono|ciclo do carbono}}

===Ciclo do carbono===

{{Artigo principal|Ciclo do carbono}}

Os oceanos contêm a maior quantidade de [[carbono]] de ciclo ativo no planeta e estão em segundo lugar, após somente a litosfera, na quantidade de armazenamento total.<ref name=GlobalCarbonCycle /> A camada de superfície marítima é dotada de grandes porções de [[Matéria orgânica dissolvida|carbono orgânico dissolvido]], que é rapidamente comutado com a atmosfera. A concentração de [[Carbono orgânico total|inorgânico dissolvido]] nas camadas profundas é cerca de quinze porcento maior que a da camada de superfície,<ref name=Sarmiento_and_Gruber_2006>{{citar livro |último1 =Sarmiento |primeiro1 =J. L. |último2 =Gruber |primeiro2 =N. |título=Ocean Biogeochemical Dynamics |data=2006 |publicado=Princeton University Press }}</ref> e nas profundezas permanece por muito mais tempo.<ref name=Prentice_etal_2001 /> As [[circulação termoalina]] intercambia carbono entre essas duas divisões.<ref name="GlobalCarbonCycle">{{Citar periódico|titulo = The Global Carbon Cycle: A Test of Our Knowledge of Earth as a System|url = http://www.sciencemag.org/content/290/5490/291|jornal = Science|data = 2000-10-13|issn = 0036-8075|pmid = 11030643|paginas = 291-296|volume = 290|numero = 5490|doi = 10.1126/science.290.5490.291|idioma = inglês|primeiro = P.|ultimo = Falkowski|coautor=R. J.}}</ref>

A substância adentra o oceano quando o dióxido de carbono atmosférico se dissolve na superfície marítima e é convertido em [[ácido carbônico]], [[carbonato]] e [[bicarbonato]]: CO<sub>2</sub> <sub>(aq)</sub> + H<sub>2</sub>O <math>\rightleftharpoons</math> H<sub>2</sub>CO<sub>3</sub> <math>\rightleftharpoons</math> HCO<sub>3</sub><sup>−</sup> + H<sup>+</sup> <math>\rightleftharpoons</math> CO<sub>3</sub><sup>2−</sup> + 2h<sup>+</sup>. O processo libera [[Ião hidrogénio|íons hidrogênio]] ({{chem|H|+}}), diminuindo o pH oceânico e elevando sua [[Ácido|acidez]].<ref>{{citar web|url=http://www.fondriest.com/environmental-measurements/parameters/water-quality/ph/|título=pH of Water|publicado=Fondriest Environmental|acessodata=26-08-2015}}</ref>

Ela também pode entrar em águas marítimas como carbono orgânico dissolvido por meio dos rios, sendo convertida por organismos fotossintéticos em carbono orgânico. Isso pode ser comutado na cadeia alimentar ou precipitar às camadas oceânicas mais profundas e mais ricas na substância como tecido morto ou em conchas e ossos na forma de [[carbonato de cálcio]]. Tal carbono circula nessa camada por longos períodos de tempo antes de ser depositado como sedimento ou retornado às águas de superfície pela circulação termoalina.<ref name=Prentice_etal_2001>{{citar web |último = Prentice |primeiro = I. C. |título= The carbon cycle and atmospheric carbon dioxide | url = http://ir.anet.ua.ac.be/irua/handle/10067/381670151162165141?show=full |publicado= Climate change 2001: the scientific basis: contribution of Working Group I to the Third Assessment Report of the Intergouvernmental Panel on Climate Change |editor= Houghton, J. T. |data= 2001}}</ref>

{{Âncora|Acidificação oceânica|acidificação}}

===Acidificação===

{{Artigo principal|Acidificação oceânica}}

[[Imagem:Impacts of ocean acidification (NOAA EVL).webm|thumb|O impacto ambiental e social da acidificação oceânica]]

A água do mar é levemente [[Alcalinidade|alcalina]] e tem um pH pré-industrial de cerca de 8,2. Nos últimos tempos, atividades [[Antropogénico|antropogênicas]] têm aumentado em constância a quantidade de [[#Ciclo do carbono|dióxido de carbono]] da atmosfera; por volta de 30–40% do CO<sub>2</sub> adicionado é absorvido pelos oceanos, formando ácido carbônico e diminuindo o pH (agora abaixo de 8,1<ref name="EPA_Ocean_Acidity">{{citar web |título= Ocean Acidity |obra= U.S. EPA climate change web site|publicado= [[Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos|EPA]]|data= 13 de setembro de 2013 | url = http://www.epa.gov/climatechange/science/indicators/oceans/acidity.html}}</ref>) por meio do processo de acidificação oceânica.<ref name="Feely04">{{Citar periódico|titulo = Impact of Anthropogenic CO2 on the CaCO3 System in the Oceans|url = http://www.sciencemag.org/content/305/5682/362|jornal = Science|data = 2004-07-16|issn = 0036-8075|pmid = 15256664|paginas = 362-366|volume = 305|numero = 5682|doi = 10.1126/science.1097329|idioma = inglês|primeiro = Richard A.|ultimo = Feely|coautor=Christopher L.}}</ref><ref name="Zeebe2008">{{Citar periódico|titulo = Carbon Emissions and Acidification|url = http://www.sciencemag.org/content/321/5885/51|jornal = Science|data = 2008-07-04|issn = 0036-8075|pmid = 18599765|paginas = 51-52|volume = 321|numero = 5885|doi = 10.1126/science.1159124|idioma = inglês|primeiro = Richard E.|ultimo = Zeebe|coautor=James C.}}</ref><ref name="GattusoHansson2011">{{citar livro|autor1 =Gattuso, J.-P.|autor2 =Hansson, L.|título=Ocean Acidification|url= http://books.google.com/books?id=8yjNFxkALjIC&printsec=frontcover|data= 2011|publicado=Oxford University Press|isbn= 978-0-19-959109-1|oclc= 730413873}}</ref> No ano de 2100, é esperado que esse índice chegue a 7,7, representando um aumento de três vezes na concentração de íon hidrogênio, o que será uma significante mudança na virada do século.<ref name=AboutAntarctica />{{efn|Para colocar uma mudança dessa magnitude em perspectiva, é possível destacar a suposição de que, caso o pH do plasma sanguíneo humano fosse elevado de seus normais 7.4 a um valor acima de 7.8, ou rebaixado a um abaixo de 6.8, seguiria-se ocorrência de morte.<ref name="Tanner2012">{{citar livro |editor-sobrenome = Rhoades |editor-nome = R. A. |editor-sobrenome2 = Bell |editor-nome2 = D. R. |último = Tanner |primeiro = G. A. |título=Medical Physiology: Principles for Clinical Medicine|url=http://books.google.com/books?id=1kGcFOKCUzkC|contribuição= Acid-Base Homeostasis |capítulourl= https://www.inkling.com/read/medical-physiology-rodney-rhoades-david-bell-4th/chapter-24/acidbase-balance-disturbances|data=2012|publicado=Lippincott Williams & Wilkins|isbn=978-1-60913-427-3}}</ref>}}

Um importante elemento para a [[Esqueleto|formação esqueletal]] dos animais marinhos é o cálcio. O carbonato de cálcio, no entanto, torna-se mais solúvel com pressão, de forma que conchas e esqueletos de carbonato se dissolvem abaixo de sua [[profundidade de compensação dos carbonatos|profundidade de compensação]].<ref name=Pinet>{{citar livro |último =Pinet |primeiro =Paul R. |data=1996 |título=Invitation to Oceanography |páginas=126, 134–135 |publicado=West Publishing Company |url=http://books.google.com/books?id=eAqQvGYap24C&printsec=frontcover|isbn= 978-0-314-06339-7 }}</ref> Esse composto também se torna mais solúvel a pHs baixos, fazendo, assim, com que a acidificação oceânica tenha profundos efeitos sobre os organismos do mar com formações externas de cálcio, como ostras, moluscos, ouriços-do-mar e corais,<ref name=PMEL>{{citar web | url=http://www.pmel.noaa.gov/co2/story/What+is+Ocean+Acidification%3F |título=What is Ocean Acidification? |publicado=NOAA PMEL Carbon Program }}</ref> prejudicando sua habilidade e reduzindo sua capacidade de formação e sobrevivência.<ref name="orr05">{{Citar periódico|titulo = Anthropogenic ocean acidification over the twenty-first century and its impact on calcifying organisms|url = http://www.nature.com/doifinder/10.1038/nature04095|jornal = Nature|data = 2005-01-01|volume = 437|numero = 7059|doi = 10.1038/nature04095|primeiro = James C.|ultimo = Orr|coautor=Victoria J.}}</ref> Nesse processo, outras formas de vida afetadas são os organismos [[Plâncton|plactônicos]], como os [[Pteropoda|pterópodes]], e [[algae|algas]] unicelulares, como [[cocolitóforo]]s e [[Foraminifera|foraminíferos]]. Todos esses são importantes para a [[cadeia alimentar]] e uma diminuição de seus números poderá acarretar significantes consequências. Nas regiões tropicais, há tendência de efeito maior aos corais a partir da dificuldade de construção de seus esqueletos de carbonato de cálcio,<ref name="Cohen2009">{{Citar periódico|titulo = Why Corals Care About Ocean Acidification: Uncovering the Mechanism|url = http://www.tos.org/oceanography/archive/22-4_cohen.html|jornal = Oceanography|data = 2009-01-01|volume = 22|numero = 4|doi = 10.5670/oceanog.2009.102|primeiro = Anne|ultimo = Cohen|coautor=Michael}}</ref> por sua vez, impactando negativamente outros habitantes de arrecife.<ref name=AboutAntarctica>{{citar web |url=http://www.antarctica.gov.au/about-antarctica/environment/climate-change/ocean-acidification-and-the-southern-ocean |título=Ocean acidification |data=28 de setembro de 2007 |publicado=Department of Sustainability, Environment, Water, Population & Communities: Australian Antarctic Division }}</ref>

A atual taxa de mudança química do oceano parece ser sem precedentes na história geológica da Terra, tornando pouco claro o quão bem os ecossistemas marinhos serão capazes de se adaptar às condições mutáveis do futuro próximo.<ref name="Hönisch2012">{{Citar periódico|titulo = The Geological Record of Ocean Acidification|url = http://www.sciencemag.org/content/335/6072/1058|jornal = Science|data = 2012-03-02|issn = 0036-8075|pmid = 22383840|paginas = 1058-1063|volume = 335|numero = 6072|doi = 10.1126/science.1208277|idioma = inglês|primeiro = Bärbel|ultimo = Hönisch|coautor=Andy}}</ref> De particular preocupação é a maneira na qual a combinação de acidificação com esperados problemas adicionais relacionados a altas temperaturas e [[evento anóxico|níveis baixos de oxigênio]] irá impactar o mar.<ref name="Gruber2011">{{Citar periódico|titulo = Warming up, turning sour, losing breath: ocean biogeochemistry under global change|url = http://rsta.royalsocietypublishing.org/content/369/1943/1980|jornal = Philosophical Transactions of the Royal Society of London A: Mathematical, Physical and Engineering Sciences|data = 2011-05-28|issn = 1364-503X|pmid = 21502171|paginas = 1980-1996|volume = 369|numero = 1943|doi = 10.1098/rsta.2011.0003|idioma = inglês|primeiro = Nicolas|ultimo = Gruber}}</ref>

{{Âncora|Vida|vida|vida marinha}}

==Vida marinha==

[[imagem:AYool SEAWIFS annual.png|thumb|alt=Mapa de incidência de clorofila no período de 1998-2006. NASA SeaWiFS.|Médias globais de [[Clorofila a|clorofila ''a'']], entre 1998 e 2006, de 0,03 (violeta) a 30 mg [[Clorofila a|chl]] por m³ ([[marrom]]) em [[escala logarítmica]]]]

{{Artigo principal|Biologia marinha}}

Os oceanos são o ''habitat'' de um diverso conjunto de formas de vida. Pelo fato da luz do Sol iluminar somente as camadas marítimas superiores, a maior parte dessas águas existe em permanente escuridão. Com diferentes profundidades e zonas de temperatura, essas duas áreas fornecem condições de manutenção de vida para grupos únicos de espécies, de forma que o ambiente marinho como um todo comporta uma cadeia imensa de diversidade biológica.<ref>{{citar web |url=http://www.k.u-tokyo.ac.jp/pros-e/nenv-e/index-e.htm |título=Profile |publicado=Department of Natural Environmental Studies: University of Tokyo }}</ref> Os ''habitats'' marinhos variam das águas de superfície às mais profundas trincheiras oceânicas, incluindo recifes de coral, [[Floresta de kelp|florestas de kelp]], ervas marinhas, [[Poça de maré|poças de maré]], solos oceânicos enlameados, arenosos e rochosos, além da [[zona pelágica]]. Os organismos característicos desses lugares variam de [[cetáceos|baleias]] de 30 metros (100 pés) de comprimento a fitoplânctons microscópicos, além de [[zooplâncton]]s, [[fungi]], [[bacteria]]s e [[vírus]], que incluem os recentemente descobertos [[bacteriófago marinho|bacteriófagos marinhos]], viventes [[Parasita|parasitários]] de bactérias.<ref>{{Citar periódico|titulo = The Third Age of Phage|url = http://dx.doi.org/10.1371/journal.pbio.0030182|jornal = PLoS Biol|data = 2005-05-17|pmid = 15884981|paginas = e182|volume = 3|numero = 5|doi = 10.1371/journal.pbio.0030182|primeiro = Nicholas H|ultimo = Mann}}</ref> A vida marinha tem importante papel no [[ciclo do carbono]] em decorrência da ação fotossintética de organismos que convertem dióxido de carbono dissolvido em carbono orgânico, além de serem de valor inestimável para a [[economia]] e suprimento humano, sobretudo os [[Pesca|peixes]].<ref name=Jeffrey>{{citar livro |título=Marine Biology: International Edition: Function, Biodiversity, Ecology |publicado=Oxford University Press |autor =Levinton, Jeffrey S. |data=2010 |capítulo=18. Fisheries and Food from the Sea | isbn=978-0-19-976661-1}}</ref><ref name=DKlife>{{citar livro |título=Illustrated Encyclopedia of the Ocean |publicado=Dorling Kindersley |autor =Kindersley, Dorling |data=2011 | isbn=978-1-4053-3308-5 }}</ref>{{rp|pages=204–229}}

A vida pode ter sido originada a partir do mar. Além disso, todos os [[Filo|grandes grupos]] de animais estão representados por formas viventes dos oceanos. Cientistas divergem acerca da estimativa de onde exatamente no mar a vida teria surgido. A [[experiência de Miller e Urey]], nesse sentido, sugeriu que uma "sopa" química diluída em águas abertas pudesse ter atuado nessa origem, mas estudos mais recentes incluem hipóteses que envolvem fontes termais vulcânicas, sedimentos argilosos de grão fino e [[Fonte hidrotermal#Fumarolas Negras e Brancas|fumarolas negras]], em todas elas teria havido provisão de proteção contra danos da [[radiação ultravioleta]] que não teria sido bloqueada pela atmosfera primitiva da Terra.<ref name=Stow />{{rp|pages=138–140}}

{{Habitats marinhos}}

===''Habitats''===

{{Artigo principal|Habitat marinho}}

Os ''habitats'' marinhos podem ser divididos horizontalmente em costeiros e de oceano aberto. Os costeiros têm extensão compreendida do litoral à beira da plataforma continental. A maioria das formas de vida marinha é encontrada nesse tipo de ''habitat'', mesmo com a área da plataforma ocupando apenas sete porcento do total do mar. Os de oceano aberto estão em águas profundas e distantes para além desse limite. De forma alternativa, ''habitats'' marinhos podem ser divididos verticalmente em [[Zona pelágica|pelágicos]] (de águas abertas), [[Zona demersal|demersais]] (logo acima do fundo do mar) e [[Zona bentónica|bentônicos]] (ao fundo do mar). Um terceiro agrupamento é caracterizado pela [[latitude]]: de águas tropicais a temperadas e a polares.<ref name=Stow />{{rp|pages=150–151}}

Recifes de coral, vulgarmente chamados de "florestas tropicais do mar", ocupam menos de 0,1 porcento da superfície oceânica, embora seus [[ecossistema]]s incluam 25 porcento de todas as espécies marinhas.<ref>{{Citar periódico|titulo = New estimates of global and regional coral reef areas|url = http://link.springer.com/article/10.1007/s003380050078|jornal = Coral Reefs|data = 1997-12-01|issn = 0722-4028|paginas = 225-230|volume = 16|numero = 4|doi = 10.1007/s003380050078|idioma = inglês|primeiro = M. D.|ultimo = Spalding|coautor=A. M.}}</ref> Entre os mais conhecidos, estão os corais [[tropical|tropicais]] da [[Austrália]] como a [[Grande Barreira de Coral]]. Recifes de água fria, contudo, também abrigam uma grande variedade de espécies, incluindo corais (apenas seis dos quais contribuem para a formação de recife).<ref name=Stow />{{rp|pages=204–207}}<ref>{{citar web | url=http://www.coralscience.org/main/articles/climate-a-ecology-16/cold-water-reefs |título=Cold-water reefs |publicado=CoralScience.org |data=2008–2009 |autor =Neulinger, Sven}}</ref>

{{Âncora|Algas|algas|Plantas|plantas}}

===Algas e plantas===

{{Artigo principal|Algas}}

Os [[produtores primários]] marinhos, entre plantas e organismos microscópicos em plâncton, estão largamente espalhados pelos oceanos e são de grande diversidade. Algas fotossintéticas e fitoplâncton contribuem numa maior proporção da potência desse fenômeno que todas as florestas terrestres combinadas. Cerca de 45 porcento da [[produção primária]] de matéria viva no mar é de responsabilidade das [[diatomácea]]s.<ref>{{Citar periódico|titulo = Role of diatoms in regulating the ocean's silicon cycle|url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2002GB002018/abstract|jornal = Global Biogeochemical Cycles|data = 2003-12-01|issn = 1944-9224|página = 1103|volume = 17|numero = 4|doi = 10.1029/2002GB002018|idioma = inglês|primeiro = Andrew|ultimo = Yool|coautor=Toby}}</ref> Algas de grande porte comumente conhecidas como [[macroalga]]s são dotadas de importância local; já os ''sargassum'' formam derivas flutuantes, enquanto as [[laminariales]] compõem as florestas do solo oceânico.<ref name=DKlife />{{rp|pages=246–255}} [[Angiosperma|Plantas de floração]] na forma de ervas marinhas crescem em espécies de [[prado]]s de águas rasas arenosas,<ref>{{Citar periódico|titulo = Positive Feedbacks in Seagrass Ecosystems – Evidence from Large-Scale Empirical Data|url = http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0016504|jornal = PLoS ONE|data = 2011-01-24|pmid = 21283684|paginas = e16504|volume = 6|numero = 1|doi = 10.1371/journal.pone.0016504|primeiro = Tjisse|ultimo = van der Heide|coautor=Egbert H.}}</ref> [[Manguezal|manguezais]] se alinham nas costas de regiões tropicais e subtropicais<ref>{{citar web|url=http://www.botgard.ucla.edu/html/botanytextbooks/worldvegetation/marinewetlands/mangal/ |título=Mangal (Mangrove) |publicado=Mildred E. Mathias Botanical Garden }}</ref> e plantas [[halófita]]s se desenvolvem em [[Sapal|sapais]] regularmente inundados.<ref>{{citar web |url=http://www.botgard.ucla.edu/html/botanytextbooks/worldvegetation/marinewetlands/saltmarsh/ |título=Coastal Salt Marsh |publicado=Mildred E. Mathias Botanical Garden }}</ref> Todos esses ''habitats'' são capazes de isolar grandes quantidades de carbono e manter uma cadeia [[Biodiversidade|biodiversa]] de vida animal de grande e pequeno porte.<ref>{{citar web |url=http://www.unesco.org/new/en/natural-sciences/ioc-oceans/priority-areas/rio-20-ocean/blueprint-for-the-future-we-want/marine-biodiversity/facts-and-figures-on-marine-biodiversity/ |título=Facts and figures on marine biodiversity |data=2012 |obra=Marine biodiversity |publicado=UNESCO }}</ref>

A luz é capaz de penetrar somente os primeiros 200 m (660 pés) dos ambientes oceânicos, fazendo dessas as únicas áreas do mar onde plantas podem crescer.<ref name=Russell /> Com frequência, as camadas de superfície tornam-se deficientes de compostos biologicamente ativos de nitrogênio. O [[ciclo do nitrogênio]] marinho consiste em complexas transformações microbiais que incluem a [[fixação de nitrogênio|fixação]], sua assimilação, [[nitrificação]], [[anammox]] e [[desnitrificação]].<ref>{{Citar periódico|titulo = The marine nitrogen cycle: recent discoveries, uncertainties and the potential relevance of climate change|url = http://rstb.royalsocietypublishing.org/content/368/1621/20130121|jornal = Philosophical Transactions of the Royal Society of London B: Biological Sciences|data = 2013-07-05|issn = 0962-8436|pmid = 23713119|página = 20130121|volume = 368|numero = 1621|doi = 10.1098/rstb.2013.0121|idioma = inglês|primeiro = Maren|ultimo = Voss|coautor=Hermann W.}}</ref> Alguns desses processos acontecem em águas profundas, de modo que o crescimento de plantas é maior onde há ressurgência de águas geladas ou proximamente a estuários que guardam nutrientes terrenos. Isso significa que as áreas mais produtivas, ricas em plâncton e por consequência em peixes, são principalmente costeiras.<ref name=Stow />{{rp|pages=160–163}}

{{Âncora|Animais|Zoologia}}

===Animais e outros tipos de vida===

{{further|Zoologia marinha}}

{{Imagem múltipla
 | align     = esquerda
 | direction = vertical
 | width     = 210

 | image1    = Mother and baby sperm whale.jpg
 | caption1  = [[Baleia]] [[cachalote]], a maior [[Odontoceti|baleia com dentes]] e maior [[predador]] marinho com dentes, além de também possuir o maior [[cérebro]] entre os [[mamíferos]].

 | image2    = Underwater World.jpg
 | caption2  = Habitats marinhos como os [[Recife de coral|recifes de coral]] guardam uma grande [[Biodiversidade|diversidade de espécies]].

 | image3    = Amphiprion sandaracinos on Heteractis crispa.jpg
 | caption3  = ''[[Amphiprion]] sandaracinos'', uma das muitas formas de vida marinha dotadas de [[dicogamia]].

 | image4    = Giant Manta AdF.jpg
 | caption4  = A [[Jamanta|manta gigante]] é uma espécie marinha considerada [[Espécie vulnerável|vulnerável]] e está na [[Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais|Lista Vermelha]] da [[União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais|IUCN]].
}}

<!-- {{Imagem dupla|Monaco BW 2011-06-07 17-50-43.jpg|240|L'Oceanografic, Valencia, Spain 2 - Jan 07-cropped.jpg|170|[[Museu Oceanográfico do Mónaco|Museu Oceanográfico]], em [[Mônaco]].|Oceanário da [[Cidade das Artes e das Ciências]], [[Espanha]].}} -->
Há um espectro mais amplo de ''[[Táxon|taxa]]'' animal no mar que em terra. Além disso, muitas espécies marinhas ainda não foram descobertas, e o número de conhecidas à ciência eleva-se todos os anos.<ref name=Thorne-Miller /> Alguns [[vertebrados]], como [[Ave oceânica|aves oceânicas]], [[pinípedes|focas]] e [[Cheloniidae|tartarugas marinhas]], retornam em constância à terra para procriar, mas peixes, [[cetáceos]] e [[hydrophiidae|cobras marinhas]], por exemplo, têm estilo de vida completamente aquático, e muitos [[filo]]s de invertebrados são completamente marinhos. Em verdade, os oceanos abundam em formas de vida e propiciam também variados ''microhabitats''.<ref name=Thorne-Miller>{{citar livro |título=The Living Ocean: Understanding and Protecting Marine Biodiversity |último =Thorne-Miller |primeiro =Boyce |data=1999 |publicado=Island Press |isbn=978-1-59726-897-4 |página=2 |url=http://books.google.com/?id=ZM7MEk7f4Q4C&printsec=frontcover}}</ref> Um deles é a camada de superfície, que, embora sofra as perturbações da ação das [[#Ondas|ondas]], provê um rico ambiente, abrigando bactérias, [[Fungo|fungos marinhos]], [[microalga]]s, [[protozoário]]s, ovos de peixe e [[larva]]s.<ref>{{citar livro |título=The Living Ocean: Understanding and Protecting Marine Biodiversity |último =Thorne-Miller |primeiro =Boyce |data=1999 |publicado=Island Press |isbn=978-1-59726-897-4 |página=88 |url=http://books.google.com/?id=ZM7MEk7f4Q4C&printsec=frontcover}}</ref>

A [[zona pelágica]] contém [[Fauna|macro]] e [[microfauna]], além de uma miríade de zooplânctons que se deslocam com as correntes. A maioria dos organismos menores é de larvas de peixe e [[invertebrados marinhos]], que liberam [[ovo]]s em grandes quantidades em decorrência da diminuta chance de que qualquer dos embriões sobreviva à maturação.<ref>{{citar web |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/365256/marine-ecosystem/70721/Plankton |título=Marine ecosystem: Plankton |autor =Kingsford, Michael John |obra=Encyclopædia Britannica online Encyclopedia}}</ref> Os zooplânctons se alimentam de fitoplânctons ou de seus iguais, além de formarem uma peça basilar na complexa cadeia alimentar que se estende por peixes de vários tamanhos e outros organismos [[Nécton|nectônicos]], que, por sua vez, servem de alimentação para lulas, [[Tubarão|tubarões]], [[Phocoenidae|marsuínos]], [[golfinho]]s e baleias.<ref>{{citar web |url=http://www.teara.govt.nz/en/oceanic-fish/page-1 |título=Oceanic Fish |autor =Walrond, Carl |obra=The Encyclopedia of New Zealand |publicado=New Zealand Government }}</ref> Algumas criaturas marinhas executam grandes migrações para outras regiões dos oceanos numa periodicidade sazonal ou acima e abaixo nas camadas marítimas, frequentemente ascendendo às áreas de superfície para se alimentar à noite e voltando à segurança das interiores durante o dia.<ref>{{citar livro |título=Marine Ecological Processes: A Derivative of the Encyclopedia of Ocean Sciences |editor=Steele, John H. |editor2=Thorpe, Steve A. |editor3=Turekian, Karl K.|data=2010 |publicado=Academic Press |isbn=978-0-12-375724-1 |página=316 |url=http://books.google.com/?id=kkRKJCofvXMC&pg=PA316}}</ref> Navios podem introduzir ou espalhar [[Espécie invasora|espécies invasoras]] com a descarga da água de [[Lastro (transporte)|lastros]] ou pelo trasporte de organismos acumulados via [[bioincrustação]] em [[Casco (navio)|cascos]].<ref>{{citar web |url=http://water.epa.gov/type/oceb/habitat/invasive_species_index.cfm |título=Invasive species |data=6 de março de 2012 |obra=Water: Habitat Protection |publicado=Environmental Protection Agency }}</ref>

A zona demersal abriga muitos animais que se alimentam de organismos bentônicos ou procuram proteção de predadores. O solo oceânico provê uma variedade de ''habitats'' na e sob a superfície de [[Substrato (ecologia)|substratos]], que são utilizados por criaturas adaptadas às condições locais. A zona entremarés, com sua exposição periódica a ar desidratante, é o local de vivência de [[cirripedia]]s, moluscos e crustáceos. A [[zona nerítica]] possui muitos organismos que necessitam de luz para se desenvolver. Nela, [[Porifera|esponjas]], [[Echinodermata|equinodermes]]s, [[Polychaeta|poliquetas]], [[Actiniaria|anêmonas-do-mar]] e outros invertebrados vivem entre rochas de algas encrustadas. Corais comumente contêm [[Simbiose|simbiontes]] fotossintéticos e vivem em águas rasas, onde a luz penetra. Os extensos esqueletos calcários que eles expelem acumulam-se e formam [[arrecifes]], que são uma importante marca do solo marítimo, constituindo um biodiverso ''habitat''. Há menos formas de vida marinha ao solo das mais profundas áreas oceânicas, embora a vida também floresça nos montes submarinos que se elevam das maiores profundezas, onde peixes e outros animais se reúnem para a desova e alimentação. Próximos a essas áreas baixas, vivem peixes demersais que se alimentam largamente de organismos pelágicos ou de invertebrados bentônicos.<ref>{{Citar periódico|titulo = Feeding strategies of some demersal fishes of the continental slope and rise off the Mid-Atlantic Coast of the USA|url = http://link.springer.com/article/10.1007/BF00390900|jornal = Marine Biology|data = 1978-12-01|issn = 0025-3162|paginas = 357-375|volume = 44|numero = 4|doi = 10.1007/BF00390900|idioma = inglês|primeiro = G. R.|ultimo = Sedberry|coautor=J. A.}}</ref> A exploração do mar profundo por meio de submersíveis revelou um novo mundo de criaturas antes desconhecidas a viver proximamente ao solo. Alguns, como os [[detritívoro]]s, dependem da neve marinha. Outros se aglomeram em volta de fontes hidrotermais, onde ricos fluxos de minerais emergem, mantendo comunidades cujos produtores primários são bactérias [[Quimiotrófico|quimiotróficas]] sulfureto-oxidantes e cujos consumidores incluem [[Bivalvia|bivalves]] especializados, anêmonas-do-mar, cirripedias, caranguejos, vermes e peixes.<ref name=Stow />{{rp|page=212}} Uma baleia morta afundada ao solo oceânico também fornece alimento para grupos de organismos que similarmente também dependem em grande parte das ações de bactérias redutoras de enxofre. Essas áreas oceânicas abrigam, ainda, biomas únicos onde muitos micróbios novos e outras formas de vida têm sido constantemente descobertas.<ref>{{citar livro |título=Understanding Marine Biodiversity |último =Committee on Biological Diversity in Marine Systems |primeiro =National Research Council |data=1995 |publicado=National Academies Press |isbn=978-0-309-17641-5 |capítulo=Waiting for a whale: human hunting and deep-sea biodiversity |url=http://books.google.com/?id=qUQMss0mfVIC&printsec=frontcover}}</ref>

{{Âncora|História|história}}

==Humanidade e o mar==

{{Âncora|Navegação|Exploração|navegação|exploração|Exploração em alto-mar}}

===Navegação e exploração===

{{Artigo principal|Navegação marítima|Cartografia}}

[[imagem:Columbus Taking Possession.jpg|thumb|Gravura do {{séc|XIX}} retratado a descoberta das [[América]]s por [[Cristóvão Colombo]], em 12 de outubro de 1492.]]

As sociedades têm [[Navegação|viajado]] por meio do mar desde [[Pré-história|tempos pré-históricos]], originalmente em jangadas, balsas e canoas de casca e junco. A maior parte das [[Hipótese da origem única|migrações humanas primitivas]], no entanto, ocorreu via terra; mesmo as áreas que nos tempos atuais são separadas pelo mar, como as&nbsp;[[Beríngia|Américas]], eram conectadas por [[Ponte terrestre|pontes terrestres]] ou [[gelo permanente]] durante a [[Último período glacial|última era do gelo]]. O&nbsp;''[[homo floresiensis]]'', afetado pelo [[nanismo insular]], provavelmente precisou cruzar um [[estreito de Sape|estreito]] de 19 km (12 milhas) na&nbsp;[[Sundalândia]]&nbsp;para chegar até [[Komodo]],<ref>University of Wollongong (28 de outubro de 2004). "[http://www.sciencedaily.com/releases/2004/10/041028144857.htm Skeleton Reveals Lost World Of 'Little People']". ScienceDaily.</ref> e, embora os exatos detalhes ainda sejam objeto de estudo por pesquisadores, tem-se como válida a hipótese de que os ancestrais dos [[aborígenes australianos]] teriam cruzado o alto-mar na&nbsp;[[linha de Wallace]] até a [[Oceania Próxima]] há dezenas de milhares de anos.{{efn|Dado que as mais prováveis regiões de terra-firme em que aconteceram os desembarques estão submersas a 50 metros (160 pés) de água desde a [[Último período glacial|última era do gelo]], é improvável que uma periodização precisa seja algum dia estabelecida.<ref name=scocane>Cane, Scott (2013). ''First Footprints—The Epic Story of the First Australians''. pp. 25 ff. Allen & Unwin. ISBN 978 1 74331 493 7.</ref> Duas teorias comuns envolvem um cruzamento a partir do [[Timor]] ao noroeste australiano por volta de 70 000 anos atrás e outro a partir de [[Celebes]] até a [[Nova Guiné]] por volta de 50 000.<ref name=scocane/><ref>Lourandos, H. (1997) ''Continent of Hunter-Gatherers: New Perspectives in Australian Prehistory''. pp. 80 ff. Cambridge University Press. ISBN 0521359465</ref> possivelmente auxiliada por uma [[#Tsunami|tsunami]].<ref>Gerritsen, Rupert (2011). ''Beyond the Frontier: Explorations in Ethnohistory''. pp. 70 ff. Batavia Online Publishing (Canberra). ISBN 978-0-9872141-4-0.</ref>}}<ref>{{citar web|url=http://www.pnas.org/content/104/21/8726.long|título=Revealing the prehistoric settlement of Australia by Y chromosome and mtDNA analysis|data=30-03-2007|publicado=[[Proceedings of the National Academy of Sciences|PNAS]]|acessodata=26-08-2015}}</ref>

O povo caçador-coletor [[ortoiroide]] começou a se espalhar pelo [[História do Caribe#O Caribe antes contato europeu|Caribe]] a partir do [[Rio Orinoco|vale Orinoco]], na [[Venezuela]], no {{AC|VI milênio|x}} ou antes. Por volta do mesmo período, [[Período de al-Ubaid|mesopotâmios]] já faziam uso de [[betume]] para [[Calafetagem|calafetar]] seus barcos de junco e, pouco depois, vieram a dominar a concepção de velas.<ref name="DrCarter">Carter, Robert (2012). ''A Companion to the Archaeology of the Ancient Near East''. Ch. 19: "Watercraft", pp. 347 ff. Wiley-Blackwell. ISBN 978-1-4051-8988-0.</ref> [[Lotal]], no [[Civilização do Vale do Indo|Vale do Indo]], abrigou a primeira [[doca]] que se tem notícia, por volta de {{AC|2400|X}}.<ref>Rao, S.R. (1985) ''Lothal'' in the [[Archaeological Survey of India]], pp. 27 ff.</ref> Em torno de {{AC|2000|X}}, [[austronésios]] em [[Taiwan]] começaram a se dispersar pelas regiões marítimas do sudoeste da Ásia.<ref name="matrilineality2003">{{Citar periódico|titulo = Matrilineality and the Melanesian Origin of Polynesian Y Chromosomes|url = http://www.jstor.org/stable/10.1086/379272|jornal = Current Anthropology|data = 2003-12-01|paginas = S121-S127|volume = 44|numero = S5|doi = 10.1086/379272|primeiro = Per|ultimo = Hage|coautor=Jeff}}</ref><ref name="Kayser, M. 2006">{{Citar periódico|titulo = Melanesian and Asian Origins of Polynesians: mtDNA and Y Chromosome Gradients Across the Pacific|url = http://mbe.oxfordjournals.org/content/23/11/2234|jornal = Molecular Biology and Evolution|data = 2006-11-01|issn = 0737-4038|pmid = 16923821|paginas = 2234-2244|volume = 23|numero = 11|doi = 10.1093/molbev/msl093|idioma = inglês|primeiro = Manfred|ultimo = Kayser|coautor=Silke}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo = Polynesian origins: Insights from the Y chromosome|url = http://www.pnas.org/content/97/15/8225|jornal = Proceedings of the National Academy of Sciences|data = 2000-07-18|issn = 0027-8424|pmid = 10899994|paginas = 8225-8228|volume = 97|numero = 15|doi = 10.1073/pnas.97.15.8225|idioma = inglês|primeiro = Bing|ultimo = Su|coautor=Li}}</ref> De 1300 a {{AC|900|X}}, povos austronésios "[[Cultura Lapita|lapita]]" executaram grandes façanhas de navegação, indo do [[arquipélago de Bismarck]] a lugares distantes como [[Fiji]], [[Tonga]] e [[Samoa]].<ref name="Belwood1">{{citar livro |último1 = Bellwood|primeiro1 = Peter |título=The Polynesians – Prehistory of an Island People |data= 1987 |publicado=Thames and Hudson |páginas=45–65|isbn=0500274509}}</ref> Seus [[Polinésios|descendentes]] continuaram a realizar, em [[Canoa polinésia|canoas especiais]], viagens de milhares de milhas;<ref>{{citar web |url=http://www.pbs.org/wgbh/nova/ancient/polynesia-genius-navigators.html |título=Polynesia's Genius Navigators |autor =Clark, Liesl |data=15 de fevereiro de 2000 |publicado=NOVA }}</ref> os austronésios das [[ilhas da Sonda]] [[História de Madagáscar|se estabeleceram em Madagascar]], a sudeste da África, antes de 500 d.C.; já os polinésios se assentaram em [[Havaí|ilhas do Havaí]] antes de 800,<ref>Kirch, Patrick (2001). ''Hawaiki''. p. 80. Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-78309-5.</ref> na [[ilha de Páscoa]] antes de 1200<ref>Hunt, Terry (2011). ''The Statues that Walked: Unraveling the Mystery of Easter Island''. Free Press. ISBN 1-4391-5031-1.</ref> e na [[História da Nova Zelândia|Nova Zelândia]] pouco depois.<!--NÃO antes--><ref>Lowe, David (2008). [http://researchcommons.waikato.ac.nz/bitstream/10289/2690/1/Lowe%202008%20Polynesian%20settlement%20guidebook.pdf "Polynesian settlement of New Zealand and the Impacts of Volcanism on Early Maori Society: an Update"], p. 142 in ''Guidebook for Pre-conference North Island Field Trip A1 &#x2018;Ashes and Issues&#x2019;''. ISBN 978-0-473-14476-0.</ref>

O [[faraó]] [[Necao II]] iniciou a construção de um [[Canal dos Faraós|canal]] que eventualmente veio a ligar o mar Mediterrâneo e o Vermelho por volta de {{AC|600|x}}. Acredita-se que [[Heródoto]] tenha autorizado uma expedição de três anos de circunavegação da África a partir do mar Vermelho até o [[delta do Nilo]].<ref>[[Heródoto]]. {{lang|grc|Ἱστορίαι}} [''[[Histórias (Heródoto)|Histórias]]''], IV.42. c. 420 BC.</ref>{{efn|O navegador [[Cízico|grego]] [[Eudoxo de Cízico]] foi posteriormente [[Geografia (Estrabão)|relatado]] por [[Estrabão]] como tendo descoberto acidentalmente um navio naufragado de [[Cádis|Gades]] na costa nordestina da África e como tendo tentado executar duas circunavegações malsucedidas do mesmo continente por volta de {{AC|116|X}}.<ref>Tozer, Henry F. (1997). [http://books.google.com/books?id=svsNTIU3EskC ''History of Ancient Geography'']. Biblo & Tannen. pp. 189 ff. ISBN 0-8196-0138-1.</ref>}} Por volta de {{AC|500|X}}, o navegador [[Cartago|cartaginês]] [[Hanão]] deixou um detalhado [[périplo]] de uma jornada pelo Atlântico que teria alcançado ao menos [[Senegal]] e possivelmente o [[monte Camarões]];<ref>Harden, Donald (1962). ''The Phoenicians'', p. 168. Penguin (Harmondsworth).</ref><ref>Warmington, Brian H. (1960) ''Carthage'', p. 79. Penguin (Harmondsworth).</ref> já o [[Marselha|grego]] [[Píteas]] deixou outro périplo, que dava detalhes de exploração dos mares ao redor da [[Grã-Bretanha]] por volta de {{AC|325|X}}. O grande [[Farol de Alexandria]], do {{-séc|III}}, foi considerado uma das [[sete maravilhas do mundo]].<ref>{{citar livro|último =Mckenzie|primeiro =Judith|título=Architecture of Alexandria and Egypt 300 B.C A.D 700|data=2007|publicado=Yale University Press|isbn=978-0-300-11555-0|url=http://books.google.com/books?id=KFNCaZEZKYAC&pg=PA41|página=41}}</ref> No segundo século, o [[Alexandria|alexandrino]] [[Ptolemeu]] [[Geografia (Ptolomeu)|mapeou o mundo até então conhecido]], usando as [[ilhas Afortunadas]] como seu [[meridiano primário]] e incluindo detalhes de lugares tão distantes quanto o [[golfo da Tailândia]]. Uma versão modificada de seu mapa foi usada por [[Cristóvão Colombo]] durante suas viagens de exploração.<ref>{{citar periódico|autor =Jenkins, Simon |data=1992 |título=Four Cheers for Geography |periódico=Geography |volume=77 |número=3 |páginas=193–197 |jstor=40572190 }}</ref>

Na [[Era Viquingue|era medieval]], os [[viquingues]] usaram [[Dracar|barcos]] de [[casco trincado]] para colonizar a [[Islândia]], [[Groenlândia]], [[Colonização viquingue da América|Canadá]] e [[Rússia de Quieve|Rússia]].<ref name=Stow />{{rp|pages=12–13}} Foi registrado o uso da primeira [[bússola]] com [[declinação magnética]] no livro clássico do primeiro século chinês ''[[Lunheng]]'' (論衡). A primeira evidência de seu uso na navegação marítima desse povo, contudo, data ao texto ''Pingzhou Ketan'' (萍洲可談), de c. 1115, por [[Zhu Yu (autor)|Zhu Yu]]. A publicação ''De naturis rerum'', de [[Alexander Neckham]], contém a primeira menção europeia de uma agulha magnética, datando de 1190, e relata seu uso por marinheiros. A [[latitude]] (posição do barco indo de 0° ao [[Linha do equador|equador]] a 90° aos polos [[Polo Norte|Norte]] e [[Polo Sul|Sul]]) podia ser determinada por [[inclinômetro]]s — incluindo [[astrolábio]], [[sextante]] e [[balestilha]] — a medir o ângulo entre o horizonte e grandes corpos como o Sol e a Lua. A determinação acurada da [[longitude]] (posição do barco a leste ou oeste de determinado ponto fixo), no entanto, era muito mais difícil.<ref name=daSB>[[Dava Sobel|Sobel, Dava]]. ''Longitude: The True Story of a Lone Genius Who Solved the Greatest Scientific Problem of His Time''. Walker, 1995.</ref>

[[imagem:Mercator 1569 map small.jpg|thumb|esquerda|alt=Mapa do mundo de Mercator.|[[Mapa]] de 1569 de [[Gerardo Mercator]]. A costa do [[Velho Mundo]] é retratada com bastante precisão, apesar das grandes distorções desta [[Projeção cartográfica|projeção]] nas zonas polares e da informação incerta acerca das Américas.]]

No {{Séc|XV}}, marinhas da Europa Ocidental — sendo a de [[Descobrimentos portugueses|Portugal]] a pioneira — iniciaram a execução de ainda mais longas [[Era dos Descobrimentos|viagens de exploração]], usando [[Tábuas Afonsinas|conhecimentos adquiridos]] e uma variação dos barcos de pesca africanos que recebeu o nome de [[caravela]]. Em 1473, [[Lopo Gonçalves]] conseguiu cruzar o equador e assim refutar a noção [[Aristóteles|aristotélica]] de que um anel de fogo barraria a exploração do hemisfério Sul. [[Bartolomeu Dias]] passou pelo [[cabo da Boa Esperança]] em 1487; no ano seguinte, [[Vasco da Gama]] alcançou [[Melinde]], onde um navegador local o ensinou como seguir a [[monção]] do Sul da Ásia até a [[Samorim|Índia]]. Em 1492, usando estimativas incorretas da [[Raio terrestre|circunferência da Terra]], Colombo navegou de Cádis às [[Canárias]] e de lá para o Atlântico numa tentativa de alcançar o Oriente. Em vez disso, ele desembarcou numa ilha do [[mar do Caribe]]. O resultante [[intercâmbio colombiano]] introduziu as [[batata]]s, [[Zea mays|milho]]s e [[pimenta]]s ao Velho Mundo, enquanto epidemias de [[varíola]] começaram a surgir entre os [[povos ameríndios]]. Essa perturbação e a resultante despopulação de determinadas áreas propiciou a rápida [[colonização espanhola da América]] e levou à ampla adoção da escravização de povos africanos para o trabalho nos lucrativos cultivos de [[tabaco]], [[açúcar]], índigo e [[algodão]]. Em 1519, [[Juan Sebastián Elcano]] completou a expedição à vela [[Circum-navegação|pelo mundo]] iniciada por [[Fernão de Magalhães]].<ref name=Stow />{{rp|pages=12–13}} Esta e outras viagens permitiram a criação de mapas num grau de precisão antes impossível de ser alcançado. Em 1538, [[Gerardo Mercator]] concebeu uma projeção cartográfica com [[rumo (náutica)|rumo]]s ([[loxodromia]]) convenientemente constantes e retos.<ref name=Stow />{{rp|pages=12–13}} No Ártico, em 1594, o [[capitão]] [[República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos|neerlandês]] [[Willem Barents]] alcançou [[Svalbard|Esvalbarda]] e o [[mar de Barents]]; já [[Anthony de la Roché]] cruzou a [[convergência Antártica]] em 1675, e [[História da Antártida#Primeiras expedições|três expedições separadas]] — uma [[Edward Bransfield|britânica]], uma [[Nathaniel Palmer|estadunidense]] e outra [[Fabian Gottlieb Thaddeus von Bellingshausen|russa]] — reivindicaram a descoberta da Antártica em 1820.<ref>{{citar web |url=http://www.nsf.gov/pubs/1997/antpanel/antpan05.pdf |título=Antarctica —past and present |autor =U.S. Antarctic Program External Panel |publicado=[[National Science Foundation|NSF]] }}</ref><ref>{{citar web |url=http://quest.arc.nasa.gov/antarctica/background/NSF/palmer.html |título=Nathaniel Brown Palmer |autor=Guy G. Guthridge |publicado=[[NASA]] |acessodata=2015-09-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060202101525/http://quest.arc.nasa.gov/antarctica/background/NSF/palmer.html |arquivodata=2006-02-02 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar web|url=http://web.archive.org/web/20060828065910/http://arcane.ucsd.edu/pstat.html|título=Palmer Station}} ucsd.edu</ref> Nem todas as viagens de descoberta, contudo, partiram da Europa Ocidental. Embora o mapeamento preciso da costa da Rússia só tenha sido iniciado no {{séc|XVIII}} e o arquipélago de [[Severnaya Zemlya]] não fosse conhecido até 1910,<ref>{{citar web |url=http://arcticcircle.uconn.edu/HistoryCulture/russianexplor.html |título=Russian naval officers and geographic exploration in Northern Russia (18th through 20th centuries) |autor =Sverdlov, Leonid |data=27 de novembro de 1996 |obra=Arctic Voice No. 11 }}</ref> navegadores de [[República da Novogárdia|Novogárdia]] já exploravam o [[mar Branco]] desde pelo menos o {{séc|XIII}}.<ref>{{citar web |url= http://www.rgo.ru/2010/08/zacepilis-za-morzhovec/ |script-title=ru:Зацепились за Моржовец|publicado=Русское географическое общество|língua=russo|data=2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130811020922/http://www.rgo.ru/2010/08/zacepilis-za-morzhovec/|arquivodata=11-08-2013 }}</ref> Mesmo com sua preferência de longa data pela [[autarquia]], a China se abriu brevemente durante a [[Dinastias chinesas|dinastia]] [[Dinastia Sung|Sung]] e a [[Império Mongol|mongol]] [[Dinastia Yuan|Yuan]]. No início do {{séc|XV}}, a frota de [[Navio do tesouro|navios do tesouro]] sob o comando de [[Zheng He]] navegou repetidamente a partir da [[Dinastia Ming|China Ming]] com tripulações de cerca de 37&nbsp;000 homens em um total de 317 embarcações, alcançando lugares distantes como a costa africana.<ref name=Stow />{{rp|pages=12–13}} A exploração chinesa, entretanto, foi reduzida e [[Haijin|banida]] posteriormente. Os povos da Ásia Oriental passaram a conhecer as formas de outros continentes somente a partir dos [[Kunyu Wanguo Quantu|mapas]] de [[Matteo Ricci]].<ref>{{citar livro|autor=Vimalin Rujivacharakul, H. Hazel Hahn, Ken Tadashi Oshima, Peter Christensen|título=Architecturalized Asia: Mapping a Continent through History|editora=Hong Kong University Press|ano=2013|página=22|isbn=978-0824839529}}</ref>

[[imagem:Kunyu Wanguo Quantu (坤輿萬國全圖).jpg|thumb|350px|[[Mapa-múndi]], em [[língua chinesa]], elaborado por [[Matteo Ricci]] e colaboradores nativos, com o nome de 坤輿萬國全圖 (''Kūnyú Wànguó Quántú''; em italiano: ''Carta Geografica Completa di tutti i Regni del Mondo''). Na história registrada, foi o primeiro dos mapas orientais a guardar alguma proximidade com o estilo cartográfico ocidental.<ref name="Baran">{{citar jornal|url=http://minnesota.publicradio.org/display/web/2009/12/16/tulip-map/|título=Historic map coming to Minnesota |último =Baran|primeiro =Madeleine |data=16 de dezembro de 2009|publicado=Minnesota Public Radio|acessodata=12 de janeiro de 2010|local=St. Paul, Minn. }}</ref> Chamado de "[[Mania das tulipas|tulipa negra]] da cartografia" por sua "raridade, importância e exotismo",<ref name="Abbe">{{citar jornal|url=http://www.startribune.com/entertainment/art/79576487.html|título=Million-dollar map coming to Minnesota|último =Abbe|primeiro =Mary|data=2009-12-18|obra= Star Tribune|publicado=Star Tribune Company|acessodata=12 de janeiro de 2010|local=Minneapolis}}</ref> foi uma obra crucial para a expansão do conhecimento oriental sobre o resto do mundo.<ref>{{citar livro|autor=Masuda Wataru|título=Japan and China: Mutual Representations in the Modern Era|editora=Palgrave Macmillan|ano=2000|isbn=978-0312228408}}</ref>]]

A determinação de longitudes continuou a envolver aproximações e estimativas vagas; seu cálculo requeria o uso de [[cronômetro marinho]], um medidor acurado que permitia comparações entre o [[meio-dia]] a partir da posição relativa do navio e o tempo exato num determinado ponto, como o [[Meridiano de Greenwich|Observatório Real]] em [[Greenwich (Londres)|Greenwich]]. O prêmio [[Reino da Grã-Bretanha|britânico]] [[Longitude prize|Longitude]] foi concedido em 1773 a [[John Harrison]], pelo seu desenvolvimento de um medidor específico para atividades marítimas em 1761. [[James Cook]] usou uma cópia dessa invenção em sua segunda e terceira viagens para o estudo do Pacífico,<ref name=NavHist /> exploração essa que inspirou outros estudos na [[Império Russo|Rússia]], [[França]], Países Baixos e Estados Unidos.<ref name=Stow />{{rp|page=15}} A finalização de instalação de um [[Telegrafia|cabo telegráfico submarino]] a cruzar o canal da Mancha em 1850 e subsequentes ligações do [[All Red Line]] levaram a um aumento do interesse pelo fundo do mar. [[Edward Forbes|Ideias iniciais]] de que não poderia existir vida abaixo de trezentas [[braça]]s (550 metros ou 1 800 pés) foram refutadas em 1860, quando uma linha mediterrânea falhou e foi puxada para cima, percebendo-se que estivera a uma profundidade quatro vezes maior, completamente encrustada nas profundezas do oceano.<ref>Rozwadowski, Helen (2005). [http://books.google.com/books?id=hh3gygUdb6AC&pg=PA141 ''Fathoming the Ocean: The Discovery and Education of the Deep Sea'']. pp. 141 ff. Harvard University Press, [[Cambridge, Massachusetts]]. ISBN 0674016912.</ref> A descoberta de [[Michael Sars]] de "[[Crinoidea|fósseis vivos]]" aos fundos dos [[fiorde]]s da Noruega ajudou a impulsionar os esforços de estudo da [[Marinha Real Britânica]], incluindo a [[Expedição Challenger]] durante a década de 1870,<ref>Rozwadowski, Helen (2005). [http://books.google.com/books?id=hh3gygUdb6AC&pg=PA141 ''Fathoming the Ocean: The Discovery and Education of the Deep Sea'']. p. 154. Harvard University Press, [[Cambridge, Massachusetts]]. ISBN 0674016912.</ref> que criou efetivamente a [[#Oceanografia|oceanografia]] moderna.<ref name=Stow />{{rp|page=15}}<ref>National Oceanic and Atmospheric Administration. [http://oceanexplorer.noaa.gov/explorations/03mountains/background/challenger/challenger.html "Then and Now: The HMS ''Challenger'' Expedition and the 'Mountains in the Sea' Expedition"]. ''Ocean Explorer''.</ref> De 1878 a 1880, a [[expedição Vega]] executou com sucesso a [[passagem do Nordeste]], [[Circum-navegação|circunavegando]] pela primeira vez as formações continentais que um dia foram a [[Eurásia]]. Na metade da década de 1890, [[Fridtjof Nansen]] usou um [[Fram (navio)|navio especialmente desenhado]] para [[Expedição Fram|flutuar pelo bloco de gelo do norte]], levando ao entendimento de que o Ártico era um mar aberto. Em 1898 e 1899, [[Carl Chun]] descobriu e estudou muitas [[#Vida marinha|formas de vida]] características de mais de {{fmtn|4000}} m ({{fmtn|13000}} pés) abaixo da superfície do Atlântico Sul.<ref>{{citar web|url=http://www.wiley-vch.de/books/sample/3527327444_c01.pdf|título=Under the Eye of Neptune: An Historical Perspective of Marine Creature Imagery|autor=Emmanuel G. Reynaud|data=2013|publicado=[[Wiley-VCH]]|acessodata=26-08-2015}}</ref>

No {{séc|XX}}, o ''[[Gjøa]]'' foi a primeira embarcação a concluir a [[passagem do Noroeste]], em 1906. Em 1921, A [[Organização Hidrográfica Internacional]], em [[Mônaco]], padronizou a análise técnica e a pesquisa no mar;<ref>[[Organização Hidrográfica Internacional]] (15 de março de 2013). [http://www.iho.int/srv1/ Official website].</ref> já em 1924, as [[Discovery Investigations]] buscaram estudar as baleias e mapear os mares próximos à [[Antártida]].<ref name=Jenkins /> Em 1930, a [[batisfera]] era capaz de descer a uma profundidade de 434 metros (1 424 pés) com o auxílio de cabos<ref name=jrank>"[http://science.jrank.org/pages/7100/Underwater-Exploration.html Underwater Exploration—History, Oceanography, Instrumentation, Diving Tools and Techniques, Deep-sea Submersible Vessels, Key Findings in Underwater Exploration, Deep-sea Pioneers]" in the ''Science Encyclopedia''. Net Industries.</ref> e, na década de 1940, [[Jacques-Yves Cousteau]] ajudou a desenvolver o [[Aqualung|primeiro equipamento funcional de scuba]] e a popularizar o [[#Lazer|mergulho subaquático]]. A [[Guerra Fria]] e o desenvolvimento da exploração de óleo e gás propiciaram outra tendência de interesse geral crescente pela pesquisa marítima; por volta de 1960, o [[batiscafo]] ''[[Batiscafo Trieste|Trieste]]'' conseguiu levar uma tripulação a 10 915 m (35 810 pés) adentro da fossa das Marianas,<ref>{{citar jornal|url=http://www.independent.co.uk/news/obituaries/jacques-piccard-oceanographer-and-pioneer-of-deepsea-exploration-992032.html |título=Jacques Piccard: Oceanographer and pioneer of deep-sea exploration |publicado=The Independent |data=5 de novembro de 2008 }}</ref> e, em 2006, um mergulhador da [[Marinha dos Estados Unidos]], num ''[[atmospheric diving suit]]'', alcançou com sucesso profundezas de 2 000 pés (610 m) abaixo do nível do mar.<ref>{{citar web |url=http://www.navy.mil/submit/display.asp?story_id=25000 |título=Navy Chief Submerges 2,000 Feet, Sets Record |autor =Logico, Mark G. |data=8 de abril de 2006 |obra=America's Navy |publicado=United States Navy }}</ref>

Nos dias atuais, o [[sistema de posicionamento global]] propicia navegações acuradas pelo mundo com o auxílio de mais de trinta satélites e com tempo de mensagem extremamente exato.<ref name=NavHist>[[BBC]]. "[http://www.bbc.co.uk/history/interactive/animations/navigation/index_embed.shtml A History of Navigation]".</ref> Pesquisas oceanográficas mais recentes incluem o estudo de formas de vida marinha conhecidas e ainda desconhecidas, conservação, ambiente marítimo, química do oceano, modelamento de dinâmicas climáticas, estudo de padrões do clima, recursos oceânicos, energias renováveis, ondas e correntes, além da concepção e desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias para a investigação das profundezas do mar, por exemplo.<ref>{{citar web |url=https://scripps.ucsd.edu/research/topics |título=Research topics |publicado=Scripps Institution of Oceanography}}</ref> Pesquisadores fazem uso de sensoriamento remoto via satélite para águas de superfície, além de embarcações destinadas à pesquisa, [[observatório]]s ancorados e veículos de navegação subaquática autônoma para o exame e monitoramento de todas as partes dos oceanos.<ref name=NOC>{{citar web | url=http://noc.ac.uk/research-at-sea |título=Research at Sea |publicado=National Oceanography Centre |data=2013}}</ref>

{{Âncora|Shipping|trade|shipping}}

===Comércio===

{{Artigo principal|Transporte marítimo|Comércio}}

[[Imagem:Shipping routes red black.png|thumb|esquerda|alt=Mapa evidenciando rotas de navegação.|As mais comuns rotas de navegação e a relativa densidade da rede marítima pelo globo.]]

O uso de [[Rota (navegação)|rotas]] no mar para transporte de [[mercadoria]]s é um dos elementos basilares do comércio desde o despontar da [[civilização]], quando a [[Suméria]] era conectada à [[Civilização do Vale do Indo|Índia Harappeana]].<ref>Gosch, Stephen S. (2007) ''Premodern Travel in World History''. Taylor & Francis. ISBN 0-203-92695-1.</ref> Por volta de {{AC|2000|x}}, os [[Civilização Minoica|minoicos]] de [[Creta]] estabeleceram uma forma primitiva de [[talassocracia]], um império marítimo fortemente dependente de seu poder naval e de mercados.<ref>Hägg, R. (1994) ''The Minoan Thalassocracy: Myth and Reality''. (Stockholm).</ref> Os governos das [[Cidade-Estado|cidades-estado]] dos [[Fenícia|fenícios]] e [[Grécia Antiga|gregos]] os substituíram nos séculos após {{AC|1200|X}}, estabelecendo [[Colónias (Antiguidade)|longínquos impérios coloniais]] que iam do [[Tánais|mar de Azov]] à [[Essaouira|costa atlântica de Marrocos]].<ref>Greer, Thomas (2004). [http://books.google.com/books?id=DR4MKjXY_MMC&pg=PA63 A Brief History of the Western World]. p. 63. Thomson Wadsworth. ISBN 978-0-534-64236-5.</ref> Com os [[Império Romano|romanos]], o comércio marítimo continuou a progredir. Nos primeiros séculos antes de Cristo, a interrupção, por parte de nômades das estepes, do acesso da Índia ao ouro da Sibéria motivou esse povo a criar rotas até a [[Malásia]] e [[Indonésia]],<ref>Shaffer, Lynda (2001). "Southernization" in ''Agricultural and Pastoral Societies in Ancient and Classical History''. Temple University Press. ISBN 1-56639-832-0.</ref> expondo a população do primeiro à cultura [[Hinduísmo|hindu]] e então colocando-as em contato com comerciantes [[muçulmano]]s. Com o colapso dos romanos, o comércio europeu minguou, mas a atividade continuou a se desenvolver em outros lugares.<ref>{{citar livro |título=Cross-Cultural Trade in World History |último =Curtin |primeiro =Philip D. |data=1984 |publicado=Cambridge University Press |isbn=978-0-521-26931-5 |páginas=88–104 |url=http://books.google.com/?id=R4IiYFhliv4C&printsec=frontcover}}</ref> A [[Império Chola|dinastia Chola]], de origem [[Tâmeis|tâmil]], prosperou com atividades mercantis entre a [[Dinastia Tangue|China Tangue]], o [[Império Serivijaia|Serivijaia]] javanês e o [[Califado Abássida]] no oeste. Seguindo [[Expansão islâmica|conquistas seguintes]], os arábios vieram a dominar o comércio marítimo no Índico, espalhando o [[islão]] pela costa leste africana e eventualmente pela costa sudoeste asiática.<ref>{{citar livro |título=A Comparison of Medieval Arab Methods of Navigation with Those of the Pacific Islands |publicado=Coimbra |autor =Tibbets, Gerald Randall |data=1979}}</ref> Um dos principais efeitos da [[era dos descobrimentos]] foi a unificação das redes de rotas regionais do globo num único mercado mundial, em grande parte operacionalizado por e para as [[monarquia]]s europeias e mercadores de [[Amesterdão]], Londres e de outros portos do Atlântico. Do {{séc|XVI}} ao XIX, cerca de treze milhões de pessoas foram transportadas por vias marítimas atlânticas para serem vendidas como [[Escravidão|escravas]] nas [[Américas]].<ref>{{citar livro |título=The Atlantic Slave Trade: Effects on Africa |último =Kubetzek |primeiro =Kathrin |último2 =Kant |primeiro2 =Karo |data=2012 |publicado=GRIN Verlag |isbn=978-3-656-15818-9 |página=1 |url=http://books.google.com/?id=jSg1G5gKNsIC}}</ref> A [[Blue Riband]] foi um prêmio dado às viagens comerciais mais rápidas a cruzarem esse oceano.<ref>{{citar periódico|autor =Smith, Jack |data=1985 |título=Hales Trophy, won in 1952 by ''SS United States'' remains at King's Point as ''Challenger'' succumbs to the sea |periódico=Yachting |número=novembro |página=121 |url=http://books.google.com/?id=BLg5v41rbmEC&pg=PA121}}</ref>

Na contemporaneidade, grandes quantidades de bens e produtos são transportadas pelo mar, especialmente pelo oceano Atlântico e pelo [[Círculo do Pacífico]]. Uma das mais importantes rotas comerciais passa pelas [[Colunas de Hércules]], cruza o Mediterrâneo e o [[canal de Suez]] para o oceano Índico e prossegue pelo [[estreito de Malaca]]; há viagens, ainda, pelo [[canal da Mancha]] e vários outros pontos estratégicos de navegação pelo mundo.<ref>{{Citar periódico|titulo = A Global Map of Human Impact on Marine Ecosystems|url = http://www.sciencemag.org/content/319/5865/948|jornal = Science|data = 2008-02-15|issn = 0036-8075|pmid = 18276889|paginas = 948-952|volume = 319|numero = 5865|doi = 10.1126/science.1149345|idioma = inglês|primeiro = Benjamin S.|ultimo = Halpern|coautor=Shaun}}</ref> Dentro desse processo, as [[Rota de comércio|rotas comerciais]] são os trajetos padronizados em alto-mar usados por embarcações cargueiras, tradicionalmente executadas com o auxílio de [[alísio]]s e correntes. Mais de sessenta porcento do trafego mundial de [[Container (transporte)|contêiner]]es é manejado em cerca de vinte principais rotas comerciais.<ref>{{citar web |url=http://www.worldshipping.org/about-the-industry/global-trade/trade-routes |título=Trade routes |publicado=World Shipping Council}}</ref> O crescente derretimento do gelo do Ártico possibilita desde 2007 o atravessar de navios pela passagem do Noroeste durante algumas semanas do [[verão]], evitando rotas maiores como a de Suez ou do [[canal do Panamá]].<ref>{{citar web | url=http://news.nationalgeographic.co.uk/news/2007/09/070917-northwest-passage.html |título=Arctic Melt Opens Northwest Passage |publicado=National Geographic |data=17 de setembro de 2007 |autor =Roach, John}}</ref> O transporte marítimo é suplementado pelo [[transporte aéreo]], um método mais dispendioso e comumente usado para cargas mais valiosas ou perecíveis. O comércio marítimo movimenta mais de 4 trilhões de [[Dólar dos Estados Unidos|dólares]] em bens e produtos por ano.<ref>{{citar web |url=http://www.worldshipping.org/about-the-industry/global-trade |título=Global trade |publicado=World Shipping Council}}</ref>

Antes da [[contentorização]], na década de 1950, as cargas marítimas e mercadorias eram carregadas, transportadas e descarregadas de forma fragmentada.<ref>{{citar web |url=http://www.dtic.mil/cgi-bin/GetTRDoc?AD=ADA439918&Location=U2&doc=GetTRDoc.pdf |autor =Joint Chief of Staff |autorlink =Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos |título=Bulk cargo |data=31 de agosto de 2005 |obra=Department of Defense Dictionary of Military and Associated Terms |publicado=Department of Defense |local=Washington DC |página=73 }}</ref> O uso de contêineres otimizou grandemente a eficiência e baixou o custo de tais movimentações,<ref>{{citar periódico|data=22 de maio de 1958|departamento=News and Comments |periódico=The New Scientist |volume=4 |número=79 |página=10 |título=Fork lift trucks aboard|url=http://books.google.com/books?id=nJa21Dy8XxwC&lpg=PA10 |autor =Reed Business Information}}</ref> com a maioria do frete, na atualidade, sendo manejada a partir de uma padronização de tamanhos e pesos, em compartimentos com dispositivos de segurança, carregados em [[Navio cargueiro|navios cargueiros]] do tipo [[Navio porta-contentores|porta-contentor]] em [[Porto (transporte)|terminais dedicados]].<ref name=Sauerbier>{{citar livro |autor =Sauerbier, Charles L. |autor2 =Meurn, Robert J. |título=Marine Cargo Operations: a guide to stowage |publicado=Cornell Maritime Press |local=Cambridge, Md |data=2004 |páginas=1–16 |isbn=0-87033-550-2 }}</ref><ref name=Sauerbier /> Nesse contexto, os [[transitário]]s desempenham o papel de firmar agendas de carga, organizar retiradas e entregas e gerenciar documentações.<ref>{{citar web |url=http://dictionary.infoplease.com/freight-forwarder#ixzz2FhueT97J |título=Freight forwarder |data=1997 |obra=Random House Unabridged Dictionary |publicado=Random House }}</ref> A segurança dessa modalidade de navegação é regimentada pela [[Organização Marítima Internacional]], convocada pela primeira vez em 1959. Suas incumbências incluem o desenvolvimento e a manutenção de quadros regulatórios de frotas e rotas, salvaguarda marítima, atuação em questões ambientais, assuntos legais, cooperação técnica, entre outras competências.<ref>{{citar web | url=http://www.imo.org/About/Pages/Default.aspx |título=Introduction to IMO |publicado=International Maritime Organization |data=2013 }}</ref>

{{Âncora|Alimento|alimento|Suprimento do mar|suprimento do mar|pesca}}

===Pesca===

{{Artigo principal|Fruto do mar|Pesca|Aquacultura|Baleação}}

{{Imagem múltipla
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 | image1    = Tomb of Usheret 01.jpg
 | caption1  = Pesca com lança no Egito Antigo. Pintura na tumba de Usheret em [[Tebas (Egito)|Tebas]], décima oitava dinastia, ca. {{AC|1430|x}}.

 | image2    = Ensenada fish market 2.jpg
 | caption2  = O total global de unidades de pescado capturadas em 2010 foi estimado em 0,97-2,7 trilhões.<ref name="Mood and Brooke, 2010">A Mood and P Brooke (July 2010). [http://www.fishcount.org.uk/published/std/fishcountstudy.pdf Estimating the Number of Fish Caught in Global Fishing Each Year]. FishCount.org.uk.</ref>
}}

Há 40 000 anos, populações humanas da [[Ásia Oriental]] já consumiam grandes quantidades de peixe de água fresca.<ref>{{Citar periódico|titulo = Stable isotope dietary analysis of the Tianyuan 1 early modern human|url = http://www.pnas.org/content/106/27/10971|jornal = Proceedings of the National Academy of Sciences|data = 2009-07-07|issn = 0027-8424|pmid = 19581579|paginas = 10971-10974|volume = 106|numero = 27|doi = 10.1073/pnas.0904826106|idioma = inglês|primeiro = Yaowu|ultimo = Hu|coautor=Hong}}</ref> A [[caça submarina]] com [[Arpão|arpões]] farpados pelos litorais passou a se difundir já a partir do [[paleolítico]].<ref>Guthrie, Dale (2005). [http://books.google.com/books?id=3u6JNwMyMCEC&pg=PA298 ''The Nature of Paleolithic Art'']. p. 298. University of Chicago Press. ISBN 0-226-31126-0.</ref> Por volta de {{AC|2500|X}}, [[Viveiro de peixe|viveiros de peixe]] eram comumente usados como cercania de templos sumérios. Um [[Textos clássicos chineses|texto clássico chinês]] credita o negociante do {{-séc|X}} [[Fan Li]]<ref>{{lang|zh|范蠡}} ([[Fan Li]]). {{lang|zh|《養魚經》}} or {{lang|zh|《养鱼经》}} [''Yǎngyú Jīng'', "The Fish-Breeding Classic"]. c. 475 BC.</ref> como o primeiro indivíduo conhecido a trabalhar com [[piscicultura]].<ref>Nash, Colin (2011). [http://books.google.com/books?id=glWz131N4i4C&pg=PT26 ''The History of Aquaculture'']. pp. 26 ff. Blackwell Publishing, [[Danvers (Massachusetts)|Danvers, Massachusetts]].</ref> Um fragmento remanescente de itinerário de [[Pártia]], escrito por [[Isidoro de Cárax]] e datado do {{séc|I}}, descreve locais propícios ao [[mergulho livre]] para a [[caça]] de [[pérola]]s no [[Golfo Pérsico]],<ref>{{lang|grc|Ἰσίδωρος Χαρακηνός}} ([[Isidoro de Cárax]]). {{lang|grc|Τὸ τῆς Παρθίας Περιηγητικόν}} [''Tò tēs Parthías Periēgētikón'', ''A Journey around Parthia'']. c. 1st century AD in {{lang|grc|Ἀθήναιος}} ([[Ateneu|Ateneu de Náucratis]]). {{lang|grc|Δειπνοσοφισταί}} [''Deipnosophistaí'', ''[[Dipnosofistas]]''], Book III, 93E. c. 3rd century Trans. Charles Burton Gulick as [http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Athenaeus/3B*.html#p403 ''Athenaeus''], Vol. I, p. 403. Harvard University Press, 1927.</ref> e uma obra do segundo século, ''Halieutics'', de [[Opiano]], refere-se aos quatro principais métodos romanos e gregos de pescaria como sendo [[anzol]]-e-[[Linha de pesca|linha]], [[Rede de pesca|rede]], [[Armadilha#Armadilhas para peixes|armadilha passiva]] e por [[tridente]].<ref>{{lang|grc|Ὀππιανός}} ([[Opiano]]). {{lang|grc|Ἁλιευτικά}} [''Halieutiká'', ''The Halieutics'']. c. 180. Trans. John Jones as ''[https://archive.org/stream/oppianshalieuti00jonegoog#page/n142/mode/2up Oppian's Halieuticks]'', Part II: "Of the Fishing of the Ancients", Book III, ll. 103–132. Rob. Shippen (Oxford), 1722.</ref>

[[Barco de pesca|Barcos de pesca]] tradicionais operam comumente em águas costeiras. Durante a [[Baixa Idade Média]] e início da [[Idade Moderna]], contudo, a pescaria de alto-mar — particularmente de [[Gadus|bacalhau]] — foi particularmente importante para o desenvolvimento econômico e naval da [[Europa Setentrional]], [[Nova Inglaterra]] e Canadá.<ref>Kurlansky, Mark. ''Cod: A Biography of the Fish That Changed the World''. Walker (Nova Iorque), 1997. ISBN 0-8027-1326-2.</ref> A [[sobrepesca]] pela costa do [[mar do Norte]] impulsionou o desenvolvimento de embarcações de caça de águas profundas, sobretudo [[Rede de arrasto|de arrasto]], como o [[Brixham trawler|Brixham]]<ref>Trinity Sailing Foundation (2014). [http://issuu.com/tobyrussell/docs/brixham_sailing_trawlers ''Sailing Trawlers'']. Issuu (Brixham).</ref> e outros [[Arrastão (pesca)|arrastões]], que podiam servir como [[Nave-mãe|naves-mãe]] para barcos de baixo [[calado]] para [[palangre]].<ref name=ragnardock>Kunzig, Robert (abril de 1995). [http://discovermagazine.com/1995/apr/twilightofthecod489 "Twilight of the Cod"] in ''Discover Magazine'', Vol. 52.</ref> No {{séc|XIX}}, avanços como o [[transporte ferroviário]], a [[conservação de alimentos]] e a [[refrigeração]] permitiram que a [[Pesca industrial|pesca]] se tornasse uma [[indústria]] eminente. Os [[sonar]]es, a partir de melhoramentos desenvolvidos durante as [[Guerra mundial|guerras mundiais]], foram adaptados como [[fatômetro]]. Na década de 1950, grandes [[Barco-fábrica|barcos-fábrica]] capturavam e processavam pescado em unidades por hora na mesma quantidade que o total de uma temporada de um arrastão.<ref name=ragnardock/> Já nos anos 1960, as caças marítimas no Norte Atlântico e Norte Pacífico estiveram próximas à exploração máxima. Como efeito do rápido avanço da atividade, sua capacidade de captura aumentou de 18 milhões de [[Toneladas|toneladas métricas]] em 1950 para cerca de 85 milhões no fim da década de 1980.<ref name="olderfishstats">Granger, R. (2012). [http://www.fao.org/docrep/016/i2727e/i2727e.pdf ''The State of World Fisheries and Aquaculture'']. pp. 3 ff. FAO Fisheries and Aquaculture Department (Rome). ISBN 978-92-5-107225-7.</ref>{{efn|A pesca de frutos do mar de [[águas interiores]] tem crescido com constância, de menos de 3 milhões de toneladas métricaspor ano em 1950 a mais de 11 milhões em 2010, embora permaneça representando menos de 10% do total de captura.<ref name=olderfishstats/>}}

A [[abertura econômica da China]] levou a um massivo crescimento de sua produtividade pesqueira, de 7% do total mundial em 1961 a 35% em 2010.<ref name=olderfishstats/> A evolução de estudos científicos sobre dinâmica de populações marinhas e a [[#Lei|nacionalização]] de áreas oceânicas têm ajudado no enfrentamento à superexploração desses recursos, mas o sucesso da indústria da pesca comercial tem exigido ações corretivas contundentes. Em 1992, por exemplo, a pescaria de bacalhau no noroeste do Atlântico entrou em colapso, reduzindo-se a menos de 1% de seus níveis históricos e requerendo uma grande moratória por parte do governo do Canadá.<ref>{{citar periódico|autor =Hamilton, Lawrence |título=Outport Adaptations: Social Indicators through Newfoundland's Cod Crisis|periódico=Human Ecology Review|volume=8|número=2|páginas=1–11|data=2001}}</ref> A China tem aplicado uma política de zero crescimento para a captura desde 2000, redirecionando sua indústria pesqueira para a [[aquacultura]];<ref>"[ftp://ftp.fao.org/FI/DOCUMENT/fcp/en/FI_CP_CN.pdf Fishery Country Proimagem: The People's Republic of China]{{Ligação inativa|data=maio de 2019 }}". FAO Fisheries and Aquaculture Department (Rome), 2001.</ref> suas frequentes interdições de atividade pesqueira em áreas disputadas do [[mar da China Meridional]] são impostas sob protesto dos Estados vizinhos.<ref>Qiang, Hou (16 de maio de 2013). [http://news.xinhuanet.com/english/china/2013-05/16/c_132386383.htm "China starts annual South China Sea fishing ban"]. Xinhua (Beijing).</ref>

{{Imagem múltipla
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 | image1    = Cu Đê River, Da Nang.jpg
 | caption1  = Redes de pesca artesanal de arrasto em [[Da Nang]], [[Vietnã]].

 | image2    = Sea turtle entangled in a ghost net.jpg
 | caption2  = A pesca de arrasto tem sido alvo de rígida legislação em decorrência de sua nocividade à [[conservação da natureza|conservação]] da [[fauna]].
}}

Em 2006, estimava-se que 43,5 milhões de pessoas estariam envolvidas na captura ou criação de frutos do mar, 85,5% das quais localizadas na Ásia. Cerca de [[Fração|três quartos]] era de pescadores e o restante de aquacultores.<ref name=fishpeople>Farmer, Tina (2014). "[http://www.fao.org/fishery/topic/13827/en Topics Fact Sheet: Fishing People]". [[Food and Agriculture Organization|FAO]] Fisheries and Aquaculture Department (Rome).</ref> Em 2012, o total da produção de pescado, seja de peixes, [[crustáceo]]s, [[molusco]]s ou outros [[#Animais|animais aquáticos]], bateu o recorde de 158 milhões de toneladas métricas (174 milhões de toneladas curtas), das quais 91,3 milhões de toneladas métricas (100 milhões de toneladas curtas) foram capturadas em ''habtat'' natural.<ref name=fishstats/> O índice é também um recorde se não for considerada a captura [[peru]]ana de ''[[engraulis ringens]]'',<ref name=fishstats>Statistics and Information Service (2012). [ftp://ftp.fao.org/FI/STAT/summary/YB_Overview.pdf "Overview: Major Trends and Issues"] {{Webarchive|url=https://wayback.archive-it.org/all/20111221003139/ftp://ftp.fao.org/FI/STAT/summary/YB_Overview.pdf |data=2011-12-21 }}. [[Food and Agriculture Organization|FAO]], Fisheries and Aquaculture Department (Rome).</ref> cuja população pode variar drasticamente com o ciclo do [[El Niño]].<ref name="fishystats">{{Citar periódico|titulo = Systematic distortions in world fisheries catch trends|url = http://www.nature.com/doifinder/10.1038/35107050|jornal = Nature|data = 2001-01-01|volume = 414|numero = 6863|doi = 10.1038/35107050|primeiro = Reg|ultimo = Watson|coautor=Daniel}}</ref><ref>"[http://www.peruthisweek.com/news-peruvian-fisheries-production-up-dramatically-102012 Peruvian Fisheries' Production Up Dramatically]". ''Peru This Week''. 17 de janeiro de 2014.</ref> A tendência geral é de permanência de crescimento do índice em decorrência da expansão da aquacultura em águas interiores e da [[maricultura]] no oceano em vez de capturas massivas como a de arrasto. As [[Zona económica exclusiva|zonas econômicas exclusivas]] nas imediações de países costeiros sob o [[#Lei|regine da CNUDM]] têm permitido a estados instituir cotas de captura e outros decretos de manutenção<ref>Evans, Michael (3 de junho de 2011). "[http://www.earthtimes.org/encyclopaedia/environmental-issues/fishing/ Fishing]". ''Earth Times''.</ref> nas regiões mais produtivas dos mares, tendo as atividades sob essas medidas representatividade de cerca de 87% do total da colheita anual.<ref name=GreenFacts>{{citar web |url=http://www.greenfacts.org/en/fisheries/ |título=Fisheries: Latest data |publicado=GreenFacts }}</ref> Mudanças radicais nos indicadores dessa indústria podem ter efeitos drásticos — a exemplo da calmaria de pesca ao longo da Primeira Guerra Mundial, que acarretou acúmulo no de demanda e fez com que as capturas no mar do Norte em 1919 duplicassem no comparativo com 1913.<ref name=ragnardock/> Nas últimas décadas, as espécies mais frequentemente e globalmente pescadas têm sido [[arenque]], [[bacalhau]], [[Engraulidae|engráulido]], [[Thunnini|atum]], [[linguado]], [[tainha]], [[lula]] e [[salmão]]. As populações de parte desses grupos, bem como de grandes peixes predadores,<ref name="Myers2003">{{Citar periódico|titulo = Rapid worldwide depletion of predatory fish communities|url = http://www.nature.com/doifinder/10.1038/nature01610|jornal = Nature|data = 2003-01-01|volume = 423|numero = 6937|doi = 10.1038/nature01610|primeiro = Ransom A.|ultimo = Myers|coautor=Boris}}</ref> encontram-se abaixo dos níveis históricos.<ref name="Clover2008">{{citar livro|autor =Charles Clover|título=The End of the Line: How Overfishing is Changing the World and what We Eat|url=http://books.google.com/books?id=OMY-gEKMod8C&printsec=frontcover|data=2008|publicado=University of California Press|isbn=978-0-520-25505-0|oclc=67383509}}</ref>

Mais de três milhões de navios são usados para pesca em todo o mundo.<ref name=GreenFacts /> Modernas embarcações pesqueiras incluem arrastões de popa, cercadores, navios-fábrica com palangre e grandes navios-fábrica adaptados à permanência em alto-mar por semanas, com mecanismos de processamento e congelamento de grandes quantidades de peixe. Os equipamentos mais tradicionais usados para a captura variam entre diferentes tipos de rede, como as [[Rede de emalhar|de emalhar]], dragas e palangres. A [[Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura]] encoraja o desenvolvimento de organizações pesqueiras locais no intuito de zelar pela [[segurança alimentar]] de pequenas comunidades costeiras e ajudar a diminuir a pobreza por meio da atuação comunitária coordenada.<ref>{{citar livro |url=http://www.fao.org/docrep/009/a0965e/a0965e00.htm |título=Increasing the contribution of small-scale fisheries to poverty alleviation and food security |autor =Béné, C. |autor2 =Macfadyen, G. |autor3 =Allison, E. H. |data=2007 |obra=Fisheries Technical Paper. No. 481 |isbn=978-92-5-105664-6 |publicado=FAO }}</ref> Uma mais embarcações mais notórias história é o barco-fábrica [[baleeiro]] ''Tonan Maru №2'', que foi atingido por torpedos em quatro ocasiões de período de guerra e reparado ou reedificado após cada uma delas.<ref>Hackett, Bob (2014). "[http://www.combinedfleet.com/Tonan2_t.htm Tonan Maru No. 2: Tabular Record of Movement]" in ''Yusosen! Stories and Battle Histories of the IJN's Oilers & Tanker Fleet''..</ref> Construída com ''design'' [[Noruega|norueguês]], a [[Caça à baleia no Japão|frota baleeira japonesa]] provia metade da demanda de carne do país durante a [[Ocupação do Japão|ocupação estadunidense]] e permanece como a mais ativa do mundo. Baleeiros similares na Europa inspiraram os barcos-fábrica da atualidade.<ref name=ragnardock/><!-- Fishing vessels are increasingly venturing further afield to exploit stocks in international waters. However, industrial fishing has depleted native stocks and developing regions such as Africa see falling harvests, forcing them to import increasing amounts of seafood from developed nations.-->

{{Imagem múltipla
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 | image1    = Whaling in the Faroe Islands.jpg
 | caption1  = A [[caça às baleias nas Ilhas Feroe]] é centenária e essencial para a subsistência da população. A atividade, porém, enfrenta a oposição de organizações de proteção da vida marinha.<ref>{{citar web|url=http://motherboard.vice.com/read/the-fight-for-whale-hunting-in-the-faroe-islands-inside-the-grind|título=Inside the Grind: The Fight for Whale Hunting in the Faroe Islands|data=31 de março de 2015|publicado=[[Vice (revista)|Vice]]|acessodata=3 de setembro de 2015}}</ref> | image2 = French aquaculture.png | caption2 = [[Aquacultura]] em [[Marselha]], [[França]].
}}

Cerca de 79 milhões de toneladas métricas (87 milhões de toneladas curtas) de produtos alimentícios e não alimentícios foram produzidos a partir de aquacultura em 2010, um recorde até aquele ano. Algo entre seiscentas espécies de animais e plantas foram cultivados, entre [[fusiforme]]s, [[répteis]] aquáticos, crustáceos, moluscos, [[Pepino-do-mar|pepinos-do-mar]], [[Echinoidea|ouriços]], [[Urochordata|urocordados]] e [[Medusa (animal)|medusas]].<ref>{{citar livro |url=http://www.fao.org/docrep/016/i2727e/i2727e00.htm |título=The State of World Fisheries and Aquaculture 2012 |data=2012 |isbn=978-92-5-107225-7 |publicado= FAO Fisheries and Aquaculture Department }}</ref> A maricultura integrada tem a vantagem de que há, no mar, suprimento de alimentos planctônicos prontamente disponível e remoção natural de resíduos;<ref>{{citar livro |url=http://www.fao.org/docrep/012/i1092e/i1092e00.htm |título=Integrated mariculture |editor=Soto, D. |data=2009 |obra=Fisheries and Aquaculture Technical Paper. No. 529 |publicado=FAO |isbn=978-92-5-106387-3}}</ref> em casos onde tais resíduos possam ser prejudiciais ao cultivo, [[Aquacultura multitrófica integrada|técnicas multitróficas]] podem ser usadas para, por exemplo, alimentar grupos de mariscos a partir dos restos produzidos em cultivos de salmão. Nesse contexto, muitos métodos podem ser empregados; cercos de malha para peixes comuns podem ser suspensos no mar aberto, jaulas podem ser usadas em águas protegidas ou tanques podem ser renovados com água a cada maré alta. A [[carcinicultura]], ainda, pode ser executada em lagoas rasas ligadas ao mar aberto.<ref>{{citar web |url=http://www.shrimpnews.com/About.html |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100201223644/http://www.shrimpnews.com/About.html |arquivodata=2010-02-01 |título=About shrimp farming |publicado=Shrimp News International |acessodata=2015-09-03 |urlmorta=yes }}</ref> Cordas pode ser penduradas na água para que nelas cresçam algas, ostras e mexilhões. Ostras podem ser cultivadas também em espécies de bandejas ou em tubos de malha. Pepinos-do-mar podem ser criados em rancho no fundo do mar.<ref>{{citar web |url=http://www.worldfishcenter.org/featured/sea-cucumber-ranching-improves-livelihoods |título=Sea cucumber ranching improves livelihoods |publicado=WorldFish}}</ref> Programas de reprodução em cativeiro têm cultivado larvas de [[Nephropidae|lagosta]] para o lançamento prematuro ao mar, resultando posteriormente em aumento da colheita de lagosta, como é feito em [[Maine]], por exemplo.<ref>{{citar web |url=http://www.marinebio.net/marinescience/06future/lobsterfarm.htm |título=Lobster mariculture |autor =Anderson, Genny|data=15 de junho de 2009 |obra=Marine Science}}</ref> Pelo menos 145 espécies de algas vermelhas, verdes e marrons são consumidas pelo mundo, algumas com grandes tradições de cultivo no Japão e outros países asiáticos, denotando grande potencial de [[algacultura]].<ref>{{citar web | url=http://www.bbc.co.uk/news/magazine-18813075 |título=Future foods: What will we be eating in 20 years' time? |publicado=BBC |data=30 de julho de 2012 |autor =Winterman, Denise}}</ref> Algumas plantas marítimas de flor são amplamente usadas para alimentação, como a [[salicornia]] sapal, consumida tanto na forma crua quanto cozinhada.<ref>{{citar web |url=http://www.bbcgoodfood.com/content/knowhow/glossary/samphire/ |título=Samphire |publicado=BBC: Good Food |acessodata=2015-09-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070527114751/http://www.bbcgoodfood.com/content/knowhow/glossary/samphire/ |arquivodata=2007-05-27 |urlmorta=yes }}</ref> Uma das grandes dificuldades da execução de aquacultura é a tendência à [[monocultura]] e o risco associado da difusão de doenças nas populações cultivadas. Na década de 1990, por exemplo, na China, uma epidemia destruiu o cultivo de ''[[chlamys farreri]]'' e [[camarão branco chinês|camarão branco]], requerendo sua substituição pela cultura de outras espécies.<ref>"[http://china.nlambassade.org/binaries/content/assets/postenweb/c/china/zaken-doen-in-china/import/kansen_en_sectoren/agrofood/rapporten_over_agro_food/an-overview-of-chinas-aquaculture An Overview of China's Aquaculture]", p. 6. Netherlands Business Support Office (Dalian), 2010.</ref> Já a carcinicultura foi motivo de destruição de grandes áreas de manguezal no sudeste asiático.<ref>{{Citar livro|título = Mariculture, Environmental, Economic and Social Impacts of|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B012227430X004876|editora = Academic Press|data = 01-01-2001|local = Oxford|isbn = 978-0-12-227430-5|página = 1578-1584|doi = 10.1006/rwos.2001.0487|nome = K. D.|sobrenome = Black|editor = John H.}}</ref>

{{Âncora|Lei|lei|Lei marítima|lei marítima}}

===Lei===

{{Artigo principal|Direito marítimo|Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar}}

O direito marítimo é a ramificação específica de [[lei]] [[País|nacional]] aplicada a questões e crimes envolvendo o mar, este que foi entendido por séculos, desde a antiguidade, em decorrência das [[#Comércio|viagens marítimas]], como uma [[jurisdição]] única. Leis como a [[Direito romano|romana]] e a [[Corpus Juris Civilis|bizantina]] foram importantes influências a códigos como o [[Rôles d'Oléron|francês]] e o [[Liga Hanseática|hanseático]], responsáveis, por sua vez, pelo estabelecimento da primeira [[corte marítima]], de origem inglesa. Diferente do ''[[common law]]'', as cortes marítimas eram próximas ao [[sistema romano-germânico]], deixando espaço para a ocorrência de irregularidades e abusos. Ilegalidades desse tipo tiveram impacto, por exemplo, em eventos históricos como a instauração da [[Revolução Americana]].{{refn|A seção admoestando [[Jorge III do Reino Unido|Jorge III]] "por privar-nos, em muitas situações, dos benefícios da [[Júri|decisão por júri]]"<ref>Jefferson, Thomas (1776). "[[Declaração da Independência dos Estados Unidos|A Declaration by the Representatives of the United States of America, in General Congress Assembled]]". John Dunlap ([[Filadélfia]]).</ref> referia-se à aplicação da [[lei do selo]] pelas cortes marítimas, considerada de maior garantia à condenação que um júri colonial.}} A adoção da [[Constituição dos Estados Unidos|constituição vigente dos Estados Unidos]] reintroduziu a lei marítima americana, porém com esfera relativamente maior para [[júri|decisões por júri]].<ref>{{citar web|url=http://www.admiraltylawguide.com/documents/constitution.html|título=Constitution of the United States|publicado=Admiralty Law Guide|acessodata=26-08-2015}}</ref>

A Lei do Mar foi instituída pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), o maior [[tratado]] internacional corrente do gênero. Séculos antes, [[império]]s como o romano e [[História da China|da China]] reivindicaram [[jurisdição universal]]; durante a Idade Média, [[repúblicas marítimas]] da [[Itália#Idade média|Itália]], como [[República de Veneza|Veneza]] e [[República de Gênova|Gênova]], reconhecendo a existência de estados rivais, vindicavam o [[Mare Clausum|direito de fechar os mares]] ao seu tráfego. A busca dos impérios [[Império Português|Português]] e [[Império Espanhol|Espanhol]] por [[Tratado de Tordesilhas|direitos similares em novos mares e terras]] durante a [[#Exploração|Era dos Descobrimentos]] e o [[História da Igreja Católica#A transição, Constantinopla e a América|apoio papal]] de seus clamores foi um significante fator de influência nas [[guerras de religião na Europa]]; em 1609, um [[Hugo Grócio|jurista]] contratado para defender um [[Santa Catarina (nau)|lucrativo esquema de pirataria]] pela [[Companhia Holandesa das Índias Orientais]] escreveu o ''[[Mare Liberum]]'',<ref>[[Hugo Grócio|Grotius, Hugo]]. ''[[Mare Liberum]]'' ["''The Free Sea''"]. 1609.</ref> um ensaio de argumentação em favor da [[Liberdade de navegação|liberdade dos mares]], que, em última instância, ensejou o compromisso<ref>[[Cornelius van Bynkershoek|Bynkershoek, Cornelius]] (1702). ''De dominio maris'' ["''On the Dominion of the Sea''"].</ref> de que o [[Mar territorial|território marítimo]] se estenderia "tão longe quanto a distância que um [[Canhão|tiro de canhão]] em terra poderia alcançar", padronizando-o em três milhas náuticas (5 556 m ou 18 228 pés), e que tudo além de tal área seria [[alto-mar]].<ref name=unclosehistory/> O [[presidente dos Estados Unidos]] [[Woodrow Wilson]], por exemplo, arrazoou esse princípio durante a entrada estadunidense na [[Primeira Guerra Mundial]] e como um de seus [[Quatorze Pontos]], criados em posterior; no entanto, a arrogação unilateral pela jurisdição de reservas de petróleo e gás no golfo do México, partida do presidente [[Harry S. Truman|Truman]], em 1945,<ref>Truman, Harry (28 de setembro de 1945). [http://cil.nus.edu.sg/rp/il/pdf/1945%20US%20Presidential%20Proclamation%20No.%202667-pdf.pdf Presidential Proclamation No. 2667: Policy of the United States with Respect to the Natural Resources of the Subsoil of the Sea Bed and the Continental Shelf]. ([[Washington, DC|Washington]]). Hosted at the National University of Singapore.</ref> levou diretamente ao fim do regime.<ref name=unclosehistory>{{citar web|url=http://www.un.org/Depts/los/convention_agreements/convention_historical_perspective.htm|título="The United Nations Convention on the Law of the Sea (A historical perspective)"}} ''Oceanos & Lei marítima''. Escritório de Assuntos Legais das Nações Unidas. (Nova Iorque), 2012.</ref>

A CNUDM vigente foi assinada em 1982 e entrou em vigor em 1994.<ref name=unclose/> Ela declara que "o alto-mar é aberto a todos os estados soberanos, tanto os costeiros quanto os [[Lista de países sem costa marítima|não costeiros]]" e provê uma lista não exaustiva de liberdades, que inclui a de [[Liberdade de navegação|navegação]], [[Liberdades do ar|sobrevoo]], inserção de [[Cabo submarino|cabos submarinos]], construção de [[Ilha artificial|ilhas artificiais]], [[#Pesca|pesca]] e [[#Oceanografia|pesquisa científica]].<ref>[[Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar]] (1982), §87(1).</ref> Ela estende as águas territoriais a doze [[milha náutica|milhas náuticas]] (22,2&nbsp;km ou 13,8 milhas) a partir de uma [[linha de base]] geralmente — mas não sempre — equivalente à baixa-mar média de sizígia, um fator que representa a altura média das mais baixas baixa-mares nas marés semidiurnas; essa área fica sujeita a leis nacionais, porém livre para passagem casual e tráfego comercial. Uma "zona contínua" de mais doze milhas náuticas é liberada para perseguições de [[segurança]] envolvendo embarcações acusadas de qualquer violação legal ou [[crime]] em águas territoriais, envolvendo [[tributação]], [[imigração]] ou infrações de [[poluição]], por exemplo. Uma "[[Zona económica exclusiva|zona econômica exclusiva]]" dá limites geográficos à exploração da [[#Pesca|vida marinha]] e de [[#Indústria extrativista|minerais]] entre duzentas milhas náuticas (370 km ou 230 milhas) da linha de base sob supervisão nacional. Para efeitos legais, a "[[#Costas|plataforma continental]]" é considerada ''de facto'' uma plataforma continental (a uma profundidade de 200 m ou 660 pés) contígua à linha de base ou duzentas milhas náuticas, o que for maior; [[#Pesca|animais marinhos]] e [[#Indústria extrativista|minerais]] "anexos ao" (ou abaixo) solo oceânico dentro dessa área também recaem em supervisão nacional.<ref name=unclosehistory/>

{{Âncora|Marinha|marinha|Marinhas|marinhas|Guerra naval|guerra naval}}

===Guerra===

{{Artigo principal|Guerra naval|Lista de batalhas navais}}

[[imagem:Greekfire-madridskylitzes1.jpg|thumb|alt="The Roman Fleet Setting Ablaze the Enemy Fleet", uma imagem anônima do {{séc|XII}} do ''Códice Escilitzes Matritense''. Biblioteca Nacional de Madri, Vitr. 26-2, Bild-Nr. 77, f 34 v. b.|Um [[Marinha bizantina|galé bizantino]] a usar [[fogo grego]] contra [[Tomás, o Eslavo|barcos rebeldes]] no {{séc|IX}}]]

Desde o desenvolvimento de [[frota]]s coordenadas capazes de desembarcar forças de [[invasão]], o militarismo naval tem sido um importante braço de defesa ou conquista de estados marítimos. O primeiro [[combate]] naval na história que se tem registro envolveu [[Supiluliuma II]] de [[Hititas]] a incendiar uma frota [[História de Chipre|cipriota]] ao mar em {{AC|1210|X}}<ref>Grant, R.G. (2008) ''Battle at Sea: 3,000 Years of Naval Warfare''. DK Publishing. ISBN 9780756671860</ref> Pouco depois, frotas dos [[Povos do Mar|povos do mar]] [[Idade do Bronze|rebentaram todo o Mediterrâneo Oriental]]: por um período de cerca de cinquenta anos, incursões e invasões destruíram violentamente quase que todas as cidades costeiras entre [[Pilos]] e [[Gaza]].<ref>Drews, Robert (1993). ''The End of the Bronze Age: Changes in Warfare and the Catastrophe ca. 1200 B.C.'' Princeton University Press. ISBN 0691025916</ref> Com o desenvolvimento dos impérios e o crescimento de seus exércitos de forma tal que se fazia necessário que habitassem áreas [[Logística militar|fora das terras pelas quais passavam]], a interrupção do abastecimento de suas frotas também se tornou uma poderosa tática de guerra. A [[batalha de Salamina]], em {{AC|480|X}}, por exemplo, determinou em grande parte o curso das [[Guerras Médicas]],<ref>Strauss, Barry (2004). ''The Battle of Salamis: The Naval Encounter that Saved Greece—and Western Civilization'', p. 26. Simon & Schuster. ISBN 0-7432-4450-8.</ref> não por causa de seus danos inerentes (embora consideráveis), mas sim porque a enganação a [[Temístocles]] e a estratégia superior permitiram que os atenienses fossem capazes de romper a transferência de suprimentos via oceano à vontade e atacar potencialmente em [[Ponte flutuante|pontes flutuantes]] pelo [[Dardanelos|Helesponto]], eliminando a linha de retirada dos persas.<ref>[[Heródoto]]. {{lang|grc|Ἱστορίαι}} [''[[Histórias (Heródoto)|Histórias]]''], [http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Hdt.+8.97 VIII. 97.] c. 420 BC.</ref> Durante a era dos navios de madeira, no entanto, grandes frotas eram onerosas de se manter e sempre suscetíveis à destruição por clima adverso, tendo como caso notório o dos dois [[Kamikaze (tufão)|tufões ''kamikaze'']] que evitaram as [[Invasões mongóis do Japão|invasões]] [[Império Mongol|mongóis]] ao Japão em 1274 e 1281<ref>{{citar web|url=http://www.britannica.com/event/kamikaze-of-1274-and-1281|título=Kamikaze of 1274 and 1281|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=26-08-2015}}</ref>

[[imagem:Portuguese Carracks off a Rocky Coast.jpg|thumb|alt=''Elizabeth I and the Spanish Armada''. Anonymous. Oil on canvas, 121.3 × 284.5 cm ({{frac|47|3|4}} × 112 in). Early 17th century.|[[Carraca]] [[Santa Catarina do Monte Sinai (nau)|Santa Catarina do Monte Sinai]], um dos mais poderosos navios de guerra da história da [[Marinha Portuguesa]]]]

A [[pirata]]ria foi apoiada por muitos povos e estados ao longo da história, entre eles os [[viquingues]], [[Wakō|japoneses]], [[Corsário|ingleses]] e [[Piratas da Barbária|berberes]], por exemplo.<ref>{{citar web|título=A Brief History of Piracy|url=http://www.royalnavalmuseum.org/%5C/info_sheets_piracy.htm|publicado=Royal Naval Museum Library|acessodata=21 de abril de 2015|data=2002|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150318060427/http://www.royalnavalmuseum.org/info_sheets_piracy.htm|arquivodata=18-03-2015}}</ref> Na contemporaneidade, ela permanece como um problema, dado o custo envolvido na proteção e segurança de cada navio mercante ou no policiamento extensivo de litorais.<ref>{{citar web |título=Piracy and armed robbery against ships |url=http://www.imo.org/blast/mainframe.asp?topic_id=362 |publicado=International Maritime Organisation |acessodata=21 de abril de 2015}}</ref>

No mundo antigo, em adição à Batalha de Salamina, foi também exemplo de grande enfrentamento naval a [[Batalha de Áccio]], que permitiu a fundação do Império Romano de [[Augusto]]. Na era moderna, foram notórias, por exemplo, as vitórias do [[Reino da Inglaterra]] contra a [[Invencível Armada]], em 1588, e a [[Batalha de Trafalgar]], em 1805, que quebrou as ameaças de invasão pelas forças terrestres superiores dos impérios [[Império Espanhol|Espanhol]] e [[Primeiro Império Francês|Francês]].<ref>{{citar livro |título= Trafalgar 1805: Nelson's Crowning Victory |publicado=Osprey Publishing |último1 =Fremont-Barnes |primeiro1 =Gregory |data=2005 |último2 =Hook |primeiro2 =Christa |página=1 | isbn=1-84176-892-8}}</ref>

[[imagem:Attack on Pearl Harbor Japanese planes view.jpg|thumb|alt=Uma fotografia do ataque da marinha do Império Japonês, de frente para o leste sobre o Battleship Row. 7 de novembro de 1941.|Demonstrativo de poderio naval moderno. Torpedo a atingir o [[USS West Virginia (BB-48)|USS ''West Virginia'']] durante o [[ataque a Pearl Harbor]].]]

Com o vapor, placas de aço produzidas em massa e cartuchos explosivos, os ''gunships'' europeus propiciaram o [[neoimperialismo]] do {{séc|XIX}}, forçando amplo acesso à [[Partilha de África|África]], [[Guerras do ópio|China]], [[Tratado de Ganghwa|Coreia]] e [[Bakumatsu|Japão]] em termos favoráveis para seus mercadores. Embora políticas internas dificultassem a modernização chinesa, o poder naval estadunidense permitiu uma [[Restauração Meiji|ampla reforma nipônica]], que deu frutos durante a [[Batalha de Tsushima]], em 1905, quando os japoneses foram capazes de derrotar decisivamente a [[Rússia]].{{refn|"A batalha naval de Tsushima, a última luta da Guerra Russo-Japonesa de 1904–1905, foi uma das mais decisivas batalhas da história."<ref>Sterling, Christopher (2008). [http://books.google.com/books?id=RBC2nY1rp5MC&pg=PA459 ''Military Communications: From Ancient Times to the 21st Century'']. p. 459. ABC-CLIO. ISBN 1-85109-732-5.</ref>}} De início, as grandes marinhas focavam seus esforços na construção de robustos ''[[dreadnought]]s'' e [[couraçado]]s, mas estes [[Batalha da Jutlândia|lutaram de forma pouco eficaz]] na Primeira Guerra Mundial.<ref>Campbell, John (1998). ''Jutland: An Analysis of the Fighting'', p. 2. Lyons Press. ISBN 1-55821-759-2.</ref> Contrastantemente, os ''[[U-Boot|u-boot]]s'' [[Império Alemão|alemães]] foram exemplos de como [[submarino]]s poderiam paralisar o transporte até mesmo em águas nominalmente controladas pelo inimigo.<ref>Helgason, Guðmundur. "[http://www.uboat.net/history/wwi/part6.htm Finale]". ''Uboat.net''.</ref> Na [[Segunda Guerra Mundial]], [[Comboio naval|comboios]], [[História da criptografia#Criptografia na II Guerra Mundial|inteligência]] e [[Guerra antissubmarino|mecanismos de guerra aérea antissubmarino]] foram grandes responsáveis por importantes vitórias, como a da [[Batalha do Atlântico]];<ref>Bennett, William (2007). ''America: The Last Best Hope'', Vol. 2: ''From a World at War to the Triumph of Freedom 1914—1989'', p. 301. Nelson Current. ISBN 978-1-59555-057-6.</ref> mas desenvolvimentos em física aplicada incorreram que, por volta da década de 1960, [[Submarino nuclear lançador de mísseis balísticos|submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos]] fossem mantidos em patrulha constante na forma de força de [[Estratégia nuclear|segunda investida]]<ref>"[http://news.bbc.co.uk/1/hi/uk_politics/4805768.stm Q&A: Trident Replacement]". BBC. 22 de setembro de 2010.</ref><ref>California Center for Military History. "[https://web.archive.org/web/20130927221928/http://www.submarinehistory.com/FleetBallisticMissileSubmarines.html Submarines of the Cold War]".</ref> juntamente com um segundo conjunto de caçadores destinados a contra-atacar. Enquanto isso, as batalhas nos palcos de enfrentamento do Mediterrâneo e Pacífico evidenciaram a força aérea capaz de sobrepujar os mais fortes navios de guerra.<ref>Simpson, Michael (2004). ''A Life of Admiral of the Fleet Andrew Cunningham: A Twentieth-Century Naval Leader'', p. 74. Routledge. ISBN 978-0-7146-5197-2.</ref><ref>Crocker, H.W. III. (2006) ''Don't Tread on Me: A 400-Year History of America at War'', pp. 294 ff. Three Rivers Press. ISBN 978-1-4000-5364-3.</ref><ref>Thomas, Evan (2007). ''Sea of Thunder'', pp. 3 f. Simon & Schuster. ISBN 0-7432-5222-5.</ref>

{{limpar}}

{{Âncora|viagem}}

===Viagem===

{{further|Transporte hidroviário}}

[[imagem:Allure of the Seas (12385960774).jpg|thumb|esquerda|alt=Um dos navios da Classe Oasis da Royal Caribbean International|MS ''[[MS Allure of the Seas|Allure of the Seas]]'', da [[Royal Caribbean International]], o maior navio de [[cruzeiro (viagem)|cruzeiro]] do mundo.<ref>{{citar web|url=http://www.usatoday.com/story/cruiselog/2014/02/05/royal-caribbean-allure-europe/5232463/|título=World's largest cruise ship heading to Europe|publicado=[[USA Today]]|acessodata=26 de agosto de 2015}}</ref>]]

Embora o uso de pequenas embarcações particulares para o transporte pessoal remonte à pré-história, grandes navios capazes de enfrentar o oceano aberto estiveram tipicamente relacionados ao [[#Comércio|comércio]] ou à [[#Alimento|pesca]] na maior parte da história humana. Mesmo [[#Guerra naval|campanhas militares]] frequentemente contratavam ou comandavam tais frotas privadas para servir de transporte de tropas, do mesmo modo executado para atividades mercantis, [[peregrinação]] e [[Turismo|turismo de abastados]] na antiguidade e Idade Média. As viagens de [[exploração]] e [[colonização]] eram comumente financiadas pela [[Monarca|coroa]]; quando não, enquadravam-se no [[fretamento]] ou então embarcações eram compradas e em seguida destinadas para transporte de suprimentos e mercadorias, após o uso inicial. Serviços dedicados e programados de passageiros locais começaram a ser oferecidos nos séculos XVI e XVII, embora a [[Black Ball Line (pacote transatlântico)|Black Ball]], de 1817, tenha sido a primeira linha de passageiros [[Transatlântico|transatlântica]]. Na era da [[navegação à vela]], a duração de tais incursões dependiam dos [[Vento dominante|ventos dominantes]] e do clima. Durante o {{séc|XIX}}, transatlânticos [[Motor a vapor|movidos a vapor]] conectavam redes de [[ferrovia]] pelo mundo. Por volta de 1900, a travessia do Atlântico durava cerca de cinco dias, e as linhas de passageiros competiam para ganhar disputas informais de rapidez de trajeto como estratégia de promoção mercadológica. Durante vinte anos, a partir de 1909, a Blue Riband foi entregue ao RMS ''[[RMS Mauretania|Mauretania]]'' por sua velocidade média de 26.06 [[nó (unidade)|nó]]s (48.26&nbsp;km/h).<ref>Newman, Jeff. "[http://www.greatships.net/riband.html The Blue Riband of the North Atlantic]". ''Great Ships''.</ref> Essa era passou a minguar a partir da concepção e popularização dos [[Aeroporto internacional|voos intercontinentais]], mais rápidos e baratos, sobretudo na rota [[Nova Iorque]]–[[Paris]] de 1958.<ref>Norris, Gregory (1981). [http://books.google.com/?id=IDEDAAAAMBAJ&lpg=PA28 "Evolution of Cruising"], p. 28 in ''Cruise Travel''.</ref>

Na contemporaneidade, o mar permanece como um lugar propício a [[#Leisure|atividades recreacionais]] como as [[Cruzeiro (viagem)|viagens de cruzeiro]]. Ele é, também, um canal de escape para [[refugiado]]s e [[emigração|emigrantes]], alguns a viajar em embarcações precárias e impróprias para o enfrentamento do alto-mar e outros [[Tráfico de pessoas|traficados]] em [[#Comércio|navios de transporte]]. Alguns fogem de perseguições políticas ou religiosas, por exemplo, e outros são [[Pobreza|social ou economicamente vulneráveis]] a procurar melhores condições de vida em outros países.<ref>{{citar jornal|título=No evidence to support Foreign Minister Bob Carr's economic migrants claims |url=http://www.abc.net.au/news/2013-08-14/no-evidence-bob-carr-economic-migrants/4821544 |jornal=ABC News |data=15 de agosto de 2013 }}</ref>

===Lazer===

{{Imagem múltipla
 | align     = right
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 | width     = 220

 | image1    = Mavericks Surf Contest 2010b.jpg
 | caption1  = O [[surfe]] é uma das mais populares formas de lazer ao mar.

 | image2    = Diver is cleaning aquarium in California Academy of Sciences 1.jpg
 | caption2  = Um [[Mergulho|mergulhador]] com a típica aparelhagem e acessórios para respiração e nado subaquático.
}}

A utilização do mar para o lazer se desenvolveu no {{séc|XIX}} e tornou-se uma indústria economicamente significativa no {{séc|XX}}.<ref>{{citar web | url=http://www.icomia.com/ |título=The voice of the recreational marine industry worldwide |publicado=International Council of Marine Industry Associations |data=2013 }}</ref> As atividades desenvolvidas variam e incluem passeios de [[náutica de recreio]]<ref>{{citar web |url=http://www.yachtingmagazine.com/ |título=Yachting |publicado=YachtingMagazine.com }}</ref> [[pesca desportiva]]<ref>{{citar livro |título=Global Challenges in Recreational Fisheries |publicado=John Wiley and Sons |data=2008 |isbn=0-470-69814-4| editor=Aas, Øystein |página=5}}</ref> e viagens comerciais em navios de cruzeiro, por exemplo;<ref>{{citar livro |título=Cruise Ship Tourism |publicado=CABI|isbn=1-84593-049-5 |data=2006 | editor=Dowling, Ross Kingston |página=3}}</ref> além de programas [[Ecoturismo|ecoturísticos]] e de observação de [[Observação de cetáceos|cetáceos]] e [[Observação de aves|aves costeiras]].<ref>{{citar livro |título=Marine Ecotourism: Between the Devil and the Deep Blue Sea |publicado=CABI |último1 =Cater |primeiro1 =Carl |último2 =Cater |primeiro2 =Erlet |data=2007 |página=8 |isbn=1-84593-260-9}}</ref>

Muitos povos mostraram gosto pela aventura ao mar ao longo da história. É uma atividade comum às crianças o refrescar em águas rasas, enquanto outros apreciam a [[natação]] ou relaxamento na praia. Tais atividades, no entanto, nunca foram costumeiras a todas as sociedades. Na Europa, o banho de mar conquistou grande adesão somente no {{séc|XVIII}}, após a advocacia de [[William Buchan]] em favor de tal prática para fins de saúde.<ref>{{citar web |url=http://www.medclick.co.uk/content/article/157/Health-Benefits-of-Sea-Bathing |título=Health Benefits of Sea Bathing |publicado=MedClick }}</ref> O surfe foi um dos [[Desporto aquático|esportes aquáticos]] que mais amplamente se popularizou na contemporaneidade, por meio do qual o utilizador se equilibra numa [[Prancha de surfe|prancha]] em meio à ocorrência de ondas e nesse ambiente realiza manobras. Outros semelhantes, conhecidos como [[Esporte de aventura|esportes de aventura]] ou radicais, incluem o ''[[kitesurf]]'';<ref>{{Citar periódico|titulo = A Prospective Study of Kitesurfing Injuries|url = http://ajs.sagepub.com/content/32/4/921|jornal = The American Journal of Sports Medicine|data = 2004-06-01|issn = 0363-5465|pmid = 15150038|paginas = 921-927|volume = 32|numero = 4|doi = 10.1177/0363546503262162|idioma = inglês|primeiro = Christoph|ultimo = Nickel|coautor=Oliver}}</ref> o ''[[windsurf]]''<ref>{{citar web |url=http://www.worldofwindsurfing.net/en/press-lounge/basic-knowledge/disciplines.html |título=The disciplines of windsurfing |data=15 de abril de 2013 |publicado=World of Windsurfing|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141020234541/http://www.worldofwindsurfing.net/en/press-lounge/basic-knowledge/disciplines.html|arquivodata=20-10-2014 }}</ref> e o [[esqui aquático]], por exemplo.<ref>{{citar web |url=http://www.abc-of-skiing.com/water-skiing/disciplines.asp |título=Water skiing disciplines |publicado=ABC of Skiing }}</ref>

Abaixo da superfície, o [[mergulho livre]] é necessariamente restrito a descidas rasas. Caçadores de pérolas tradicionalmente untam sua pele, inserem algodão nos ouvidos e clipes em seus narizes, e então mergulham 12 m (40 pés) com cestas, a fim de coletar [[Ostra perlífera|ostras perlíferas]].<ref>{{citar livro |último = Catelle |primeiro = W. R. |título= The Pearl: Its Story, Its Charm, and Its Value | url = http://www.farlang.com/gemstones/catelle-the-pearl/page_171 |data= 1907 |publicado= J. B. Lippincott |capítulo= Methods of Fishing |página= 171 }}</ref> Os olhos humanos não são adaptados para o funcionamento abaixo d'água, mas a visão pode ser melhorada com o uso de [[máscara de mergulho]]. Outros equipamentos úteis incluem [[Pé de pato|pés de pato]] e ''[[Snorkeling|snorkels]]''. Os utensílios de ''[[SCUBA|scuba]]'' propiciam a respiração subaquática, permitindo a permanência abaixo da superfície durante horas.<ref name=usn>{{citar livro |título=US Navy Diving Manual, 6th revision |data=2006 |publicado=US Naval Sea Systems Command |url=http://www.supsalv.org/00c3_publications.asp?destPage=00c3&pageID=3.9 }}</ref> A profundidade que pode ser alcançada e o tempo máximo de mergulho são limitados pelo aumento de pressão experienciado com a descida e pela necessidade de prevenção da [[doença de descompressão]] ao retorno da água. Praticantes da modalidade recreacional são aconselhados a limitar-se a profundidades menores que 30 m (100 pés), além da qual o perigo de [[narcose por nitrogênio]] cresce. Mergulhos maiores podem ser feitos com equipamentos especiais e treinamento.<ref name=usn />

===Geração de energia===

{{Artigo principal|Energia marinha}}

{{Imagem múltipla
 | align     = esquerda
 | direction = vertical
 | width     = 220

 | image1    = Kislaya Guba tidal power station.JPG
 | caption1  = Usina maremotriz de [[Kislaya Guba]], localizada na [[península de Kola]], [[Rússia]].

 | image2    = Rance Tidal Power Station.webm
 | caption2  = Movimento da água na passagem pela barragem da usina maremotriz de La Rance.
}}

O mar é capaz de fornecer grandes quantidades de [[energia]], carregada pelas ondas, marés, diferenças de salinidade e [[Conversão de energia térmica oceânica|de temperatura]], as quais podem ser aproveitadas para [[geração de eletricidade]].<ref name=OES>{{citar web | url=http://www.ocean-energy-systems.org/ocean_energy/ |título=Ocean Energy |publicado=Ocean Energy Systems |data=2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140222205422/http://www.ocean-energy-systems.org/ocean_energy/|arquivodata=22-02-2014 }}</ref> As formas de '[[Energia renovável|energia verde]]' marinha envolvem [[Energia maremotriz|maremotriz]], [[Energia das correntes marítimas|correntes]], [[Energia azul|energia osmótica]], [[térmica]] e [[Energia das ondas|de ondas]].<ref name=OES /><ref>{{citar livro |título=Ocean Wave Energy – Current Status and Future Perspectives |último1 =Cruz |primeiro1 =João |publicado=Springer |data=2008 |página=2 | isbn=3-540-74894-6}}</ref> No tocante à potência energética das marés, são utilizados geradores para se produzir a eletricidade a partir de seus fluxos. Também podem ser usadas [[Barragem|barragens]] com o fim de armazenar e liberar água do mar. A [[usina maremotriz de La Rance]], por exemplo, com 1&nbsp;km (0.62 milhas) de comprimento, localizada próxima a [[Saint-Malo]], na França, aberta em 1967, gera cerca de 540 [[Watt|GWh]] por ano. Tal equipamento foi a primeira usina do gênero a ser construída no mundo.<ref name=Stow />{{rp|pages=111–112}}<ref>Ovdak, Alla (2013). "[http://www.th-nuernberg.de/fileadmin/Fachbereiche/bw/studienschwerpunkte/international_business/Master/CAIFD/SeminarPapers/Wind_Offshore_France_Seminar_Paper.pdf Offshore Wind Energy in France]".</ref>

A grande e altamente variável energia fornecida pelas ondas possui também enorme capacidade destrutiva, fazendo com que maquinarias de geração e captação acessíveis e confiáveis sejam problemáticas de se desenvolver. Por exemplo, uma usina maremotriz comercial de pequeno porte com capacidade de 2 MW, chamada "Osprey", construída no norte da [[Escócia]] em 1995, cerca de 300 metros ({{Fmtn|1000}}&nbsp;pés) distante da costa, foi danificada pela força das ondas e posteriormente destruída por uma tempestade em decorrência de sua localização.<ref name=Stow />{{rp|page=112}} Quando devidamente aproveitada, contudo, a potência das correntes marinhas pode ser capaz de suprir parcial ou totalmente as necessidades energéticas de áreas populadas inteiras próximas ao mar.<ref name="doi">{{citar web |título=Ocean Current Energy Potential on the U.S. Outer Continental Shelf |url=http://ocsenergy.anl.gov/documents/docs/OCS_EIS_WhitePaper_Current.pdf |autor=US Department of the Interior |data=maio de 2006 |acessodata=2015-09-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110516193629/http://ocsenergy.anl.gov/documents/docs/OCS_EIS_WhitePaper_Current.pdf |arquivodata=2011-05-16 |urlmorta=yes }}</ref> Em princípio, essa pode ser aparelhada em [[Gerador de corrente de maré|turbinas de fluxo aberto]]; sistemas como esse para atuação na área próxima ao solo oceânico também são fabricados, mas limitam-se a uma profundidade de cerca de 40 m (130 pés).<ref>{{Citar periódico|titulo = Marine-current power generation by diffuser-augmented floating hydro-turbines|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960148107001218|jornal = Renewable Energy|data = 2008-04-01|paginas = 665-673|volume = 33|numero = 4|doi = 10.1016/j.renene.2007.04.008|primeiro = F. L.|ultimo = Ponta|coautor=P. M.}}</ref>

Os [[Parque eólico|parques eólicos marítimos]] constituem outra recorrente forma de geração de energia em área de mar, por meio do uso de [[aerogerador]]es instalados em plataformas na superfície oceânica; essa modalidade tem a vantagem de que, nessas localidades, a velocidade do vento é maior, embora parques desse tipo sejam mais onerosos que os implantados em terra.<ref>{{citar web | url=http://btm.dk/news/offshore+wind+power+2010/?s=9&p=&n=39 |título=Offshore Wind Power 2010 |publicado=BTM Consult |data=22 de novembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131103215842/http://btm.dk/news/offshore+wind+power+2010/?s=9&p=&n=39|arquivodata=3 de novembro de 2013}}</ref> O primeiro parque ''offshore'' de [[energia eólica]] foi construído na [[Dinamarca]], em 1991.<ref>{{citar web |url=http://www.eesi.org/files/offshore_wind_101310.pdf |título=Offshore Wind Energy |autor =Environmental and Energy Study Institute |autorlink =Environmental and Energy Study Institute |data=outubro de 2010 }}</ref> A capacidade instalada de produção energética eólica na Europa alcançou 3 GW em 2010.<ref name=Tillessen>{{citar periódico|título=High demand for wind farm installation vessels |autor =Tillessen, Teena |periódico=Hansa International Maritime Journal |páginas=170–171 |data=2010 | volume=147 |número=8}}</ref>

[[Usina]]s de produção [[eletricidade|elétrica]] são frequentemente construídas na costa ou ao lado de um estuário, de forma que o mar possa ser usado como [[dissipador de calor]]. Um dissipador mais frio permite geração energética de forma mais eficiente, algo que é importante especialmente para [[Energia nuclear|usinas nucleares]] de alto custo de manutenção.<ref>{{citar web |url=http://www.world-nuclear.org/info/Current-and-Future-Generation/Cooling-Power-Plants/ |título=Cooling power plants |data=1 de setembro de 2013 |publicado=World Nuclear Association|acessodata=2 de agosto de 2015 }}</ref>

===Indústrias extrativistas===

[[imagem:Reverse osmosis desalination plant.JPG|thumb|esquerda|alt=Uma usina dessalinização.|Usina de [[dessalinização]] por [[osmose inversa]].]]

Existem grandes depósitos de [[petróleo]], assim como óleo e [[gás natural]], nas camadas rochosas abaixo do solo marítimo. As [[Plataforma petrolífera|plataformas petrolíferas]] e [[perfuratriz]]es são os equipamentos que extraem óleo e gás e os armazenam para transporte até a terra.<ref>{{citar web |url=http://science.howstuffworks.com/environmental/energy/offshore-drilling.htm |título=How offshore drilling works |autor =Lamb, Robert |data=2011 |obra=HowStuffWorks|acessodata=2 de agosto de 2015 }}</ref> A perfuração de busca por óleo no mar acarreta impactos ambientais; os animais podem entrar em perturbação pelas [[Onda sísmica|ondas sísmicas]] usadas para localizar depósitos, o que pode causar até mesmo [[arrojamento]]s;<ref>{{citar web|último1 =Nixon|primeiro1 =Robin|título=Oil Drilling: Risks and Rewards|url=http://www.livescience.com/4979-oil-drilling-risks-rewards.html|website=LiveScience|data=25 de junho de 2008|acessodata=2 de agosto de 2015}}</ref> além disso, [[Substância tóxica|substâncias tóxicas]] como [[mercúrio (elemento químico)|mercúrio]], [[chumbo]] e [[arsênio]] podem ser liberadas no processo e a infraestrutura pode causar danos geológicos.<ref>{{citar web |url=http://science.howstuffworks.com/environmental/energy/offshore-drilling-controversy2.htm |título=Effects of offshore drilling: energy vs. environment |autor =Horton, Jennifer |data=2011 |obra=HowStuffWorks }}</ref>

O mar abriga enormes quantidades de minerais dissolvidos significativamente úteis.<ref>{{citar jornal| url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,871061,00.html |título=Chemistry: Mining the Sea |obra=Time |data=15 de maio de 1964 }}</ref> O mais importante deles, o [[Sal marinho|sal]], tem sido captado pela evaporação solar a partir de lagoas rasas desde tempos pré-históricos. O [[bromo]], que se acumula após ser [[Lixiviação|lixiviado]] da costa, é apanhado para fins comerciais no mar Morto, onde há ocorrência de 55 000 partes por milhão (ppm).<ref>{{Citar periódico|titulo = The water balance of the Dead Sea: an integrated approach|url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/(SICI)1099-1085(200001)14:13.0.CO;2-N/abstract|jornal = Hydrological Processes|data = 2000-01-01|issn = 1099-1085|paginas = 145-154|volume = 14|numero = 1|doi = 10.1002/(SICI)1099-1085(200001)14:13.0.CO;2-N|idioma = inglês|primeiro = Radwan A.|ultimo = Al-Weshah}}</ref> Outros minerais da superfície do solo oceânico ou de dentro dele podem ser explorados via [[dragagem]]. Esse tipo de mineração tem vantagens sobre a de terra uma vez que os equipamentos podem ser construídos em [[estaleiro]]s especializados e os custos de [[infraestrutura (engenharia)|infraestrutura]] são menores. Entre as desvantagens e dificuldades, estão a possível ocorrência de problemas de operação causados por ondas e marés, a tendência de que escavações se sedimentem e o caminho possivelmente repleto de detritos. Há, ainda, risco de erosão costeira e outros tipos de dano ambiental.<ref>{{citar web |url=http://encyclopedia2.thefreedictionary.com/Undersea+Mining |título=Mining, Undersea |autor =Nurok, G. A. |autor2 =Bubis, I. V. |data=1970–1979 |obra=The Great Soviet Encyclopedia, 3rd Edition }}</ref> Depósitos de [[sulfeto]] no solo oceânico são fontes potenciais de [[prata]], [[ouro]], [[cobre]], chumbo, [[zinco]] e de traços de metais somente descobertos na década de 1960. Essas áreas se formam quando água [[Gradiente geotérmico|geotermicamente]] [[Superaquecimento|superaquecida]] é emitida por aberturas hidrotermais conhecidas como [[Fonte hidrotermal#Fumarolas Negras e Brancas|fumarolas negras]]; em contato com águas geladas do fundo do oceano, os minerais precipitam e se assentam em volta da abertura. Os minérios depositados nesses locais são de alta qualidade, porém muito dispendiosos para se extrair.<ref>{{citar web |url=http://www.wealthdaily.com/resources/underwater-mining-companies |título=Underwater Mining Companies |autor =Kohl, Keith |data=2013 |obra=Wealth Daily }}</ref> A mineração de pequena escala no fundo do mar tem se desenvolvido proximamente à costa da [[Papua-Nova Guiné]] por meio do uso de técnicas [[robótica]]s, mas os obstáculos em meio ao desenvolvimento dessa inovação têm se mostrado desafiadores.<ref>{{citar web | url=http://news.nationalgeographic.co.uk/news/2013/13/130201-underwater-mining-gold-precious-metals-oceans-environment/ |título=Will Deep-sea Mining Yield an Underwater Gold Rush? |obra=National Geographic |data=1 de fevereiro de 2013 |autor =Miner, Meghan}}</ref>

[[imagem:Blacksmoker in Atlantic Ocean.jpg|thumb|alt=Uma fonte hidrotermal no oceano Atlântico.|[[Fonte hidrotermal#Fumarolas Negras e Brancas|Fumarola negra]] a expelir [[sulfeto]]s dissolvidos e outros minerais por seus jatos de água superaquecida.]]

A [[dessalinização]] é a técnica de remoção de sais da água marinha com o objetivo de condicioná-la ao [[Água potável|consumo oral]] e à irrigação. Os dois principais métodos de processamento, [[Destilação|destilação a vácuo]] e [[Osmose inversa|osmose reversa]], usam grandes quantidades de energia. Ela é normalmente realizada somente onde a água doce proveniente de outras fontes está em falta ou onde há abundância energética. A [[salmoura]] produzida como [[subproduto]] contém alguns materiais tóxicos e por isso é retornada ao mar.<ref>{{Citar periódico|titulo = Overview of hybrid desalination systems — current status and future prospects|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0011916405006934|jornal = Desalination|data = 2005-12-30|paginas = 207-214|volume = 186|numero = 1–3|doi = 10.1016/j.desal.2005.03.095|primeiro = Osman A.|ultimo = Hamed}}</ref>

Há grandes quantidades de [[hidrato de metano]] no solo oceânico e em sedimentos marítimos numa temperatura de cerca de 2&nbsp;°C (36&nbsp;°F), algo de interesse como potencial fonte de energia. Estimativas inferem a quantidade disponível entre um e cinco milhões de quilômetros cúbicos (entre 0,24 e 1,2 milhões de milhas cúbicas).<ref>{{Citar periódico|titulo = Global estimates of hydrate-bound gas in marine sediments: how much is really out there?|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0012825203001296|jornal = Earth-Science Reviews|data = 2004-08-01|paginas = 183-197|volume = 66|numero = 3–4|doi = 10.1016/j.earscirev.2003.11.002|primeiro = Alexei V.|ultimo = Milkov}}</ref> Também em solo oceânico, estão [[Nódulo de manganês|nódulos de manganês]] formados por camadas de [[ferro]], [[manganês]] e outros [[hidróxido]]s em torno de um núcleo. No Pacífico, eles podem cobrir até trinta porcento do solo do fundo do mar. Os minerais precipitam das camadas aquáticas superiores e aumentam de quantidade de forma lenta. A extração comercial de [[níquel]] desses nódulos foi estudada na década de 1970, mas abandonada em favor da exploração de fontes mais convenientes desse recurso.<ref>{{Citar periódico|titulo = Manganese nodules in the Miocene Bahía Inglesa Formation, north-central Chile: Petrography, geochemistry, genesis and palaeoceanographic significance|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0037073809000761|jornal = Sedimentary Geology|data = 2009-05-15|paginas = 128-139|volume = 217|numero = 1–4|doi = 10.1016/j.sedgeo.2009.03.016|primeiro = L. E.|ultimo = Achurra|coautor=J. P.}}</ref> Em locais adequados, [[diamante]]s podem ser recolhidos do fundo do mar com o uso de mangueiras de sucção para extrair o cascalho da terra. Em águas mais profundas, máquinas podem ser usadas para a mineração. Na [[Namíbia]], por exemplo, são extraídos mais diamantes a partir de fontes marinhas do que pelos métodos convencionais em terra.<ref>{{citar web |url=http://www.mme.gov.na/gsn/diamond.htm |título=Diamonds |data=2006 |obra=Geological Survey of Namibia |publicado=Ministry of Mines and Energy|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141020224551/http://www.mme.gov.na/gsn/diamond.htm|arquivodata=20-10-2014 }}</ref>

{{Âncora|Marine pollution|marine pollution}}

===Poluição===

{{Artigo principal|Poluição marinha}}

Muitas substâncias adentram o mar como resultado de atividades humanas. Produtos de combustão, por exemplo, são transportados por ar e depositados no mar por meio da precipitação. Escoamentos agriculturais, industriais e [[Tratamento de águas residuais|residuais]], [[Metal pesado|metais pesados]], [[pesticidas]], [[Bifenilpoliclorado|bifenilos policlorados]], [[desinfetante]]s e outros [[Síntese química|compostos sintéticos]] podem se concentrar na superfície e em sedimentos marinhos, especialmente em lama estuarina. O resultado dessa contaminação é imprevisível em decorrência da larga quantidade de substâncias envolvidas e da falta de informação a respeito de seus efeitos biológicos.<ref>{{citar web |url=http://www.seaweb.org/resources/briefings/toxic.php |título=Toxic Pollution |obra=Ocean Briefing Book |publicado=SeaWeb }}</ref> Os metais pesados de maior perigo são o cobre, chumbo, mercúrio, [[cádmio]] e zinco, que podem ser [[Bioacumulação|acumulados]] por [[invertebrados]] marinhos e então passados adiante via cadeia alimentar.<ref>{{Citar periódico|titulo = Heavy Metals in Marine Pollution Perspective–A Mini Review|url = http://www.scialert.net/abstract/?doi=jas.2004.1.20|jornal = Journal of Applied Sciences|data = 2004-01-01|volume = 4|numero = 1|doi = 10.3923/jas.2004.1.20|primeiro = T.M. Ansari|ultimo = .|coautor=I.L. Marr}}</ref>

{{Imagem múltipla
 | align     = esquerda
 | direction = vertical
 | width     = 220

 | image1    = Marine oil pollution map.png
 | caption1  = Mapa das zonas oceânicas com maior incidência de poluição por [[petróleo]], coincidentes com as principais rotas globais de transporte marítimo.

 | image2    = Deepwater Horizon offshore drilling unit on fire 2010.jpg
 | caption2  = A [[explosão da plataforma Deepwater Horizon]], em 2010, no [[golfo do México]], foi o maior desastre ambiental dos Estados Unidos e o maior derramamento acidental de óleo no mar da história.<ref>{{citar jornal| url=http://www.guardian.co.uk/environment/2012/nov/28/epa-suspends-bp-oil-spill |local=Londres |obra=[[The Guardian]] |primeiro1 =Suzanne |último1 =Goldenberg |primeiro2 =Terry |último2 =MacAlister |título=BP suspended from new US federal contracts over Deepwater disaster |data=28 de novembro de 2012}}</ref><ref>{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/2010/05/28/us/28flow.html |local=Nova Iorque |obra=[[The New York Times]] |primeiro1 =Tom |último1 =Zeller Jr. |título=Estimates Suggest Spill Is Biggest in U.S. History |data=27 de maio de 2010}}</ref>
}}

Os [[fertilizante]]s usados em terras de agricultura são uma grande fonte de poluição em algumas áreas, além das matérias de [[esgoto]], que têm efeito similar. Os nutrientes extras fornecidos por essas fontes podem causar [[Eutrofização|excessivo crescimento vegetal]]. O nitrogênio é frequentemente o [[fator limitante]] em sistemas marinhos, e sua adição ao mar faz com que se acentue a [[Eflorescência algal|proliferação de algas]] e [[Maré vermelha|marés vermelhas]], o que pode diminuir os níveis de oxigênio da água a um ponto capaz de matar animais. Tais eventos já criaram zonas mortas no [[mar Báltico]] e no golfo do México.<ref name=WWF /> A eflorescência algal também pode ser causada por [[Cyanobacteria|cianobactérias]] que fazem com que mariscos que nelas [[Animal filtrador|filtram alimento]] se tornem tóxicos, colocando em perigo outros animais, como as [[Lontra-marinha|lontras-marinhas]].<ref name=NationalGeographic>{{citar web |url=http://news.nationalgeographic.com/news/2012/04/130412-diseases-health-animals-science-environment-oceans/ |título=New Diseases, Toxins Harming Marine Life |autor =Dell'Amore, Christine |data=12 de abril de 2013 |obra=National Geographic Daily News |publicado=National Geographic }}</ref> Instalações de produção de energia nuclear também podem causar poluição; o [[mar da Irlanda]], por exemplo, já foi contaminado por [[Césio#Césio-137|césio-137]] da antiga usina nuclear de processamento de combustível de [[Sellafield]];<ref>{{Citar periódico|titulo = Distribution of caesium-137 in British coastal waters|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0025326X73901859|jornal = Marine Pollution Bulletin|data = 1973-08-01|paginas = 118-122|volume = 4|numero = 8|doi = 10.1016/0025-326X(73)90185-9|primeiro = D. F|ultimo = Jefferies|coautor=A}}</ref> incidentes nucleares podem, em algumas situações, acarretar infiltração de [[material radioativo]] no mar, como ocorreu em [[Central Nuclear de Fukushima I|Fukushima]] em 2011.<ref>{{Citar periódico|titulo = Distribution of oceanic 137Cs from the Fukushima Dai-ichi Nuclear Power Plant simulated numerically by a regional ocean model|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0265931X11002463|jornal = Journal of Environmental Radioactivity|data = 2012-09-01|paginas = 100-108|volume = 111|doi = 10.1016/j.jenvrad.2011.10.007|primeiro = Daisuke|ultimo = Tsumune|coautor=Takaki}}</ref>

O despejo de resíduos — incluindo o óleo, líquidos nocivos, esgoto e lixo — no mar é regido por [[#Lei|leis internacionais]]. Dentro desse contexto, a [[Convenção de Londres]] de 1972 é um acordo das Nações Unidas celebrado com o intuito de controlar o despejo nos oceanos, ratificado por 89 países em 8 de junho de 2012.<ref>{{citar web |url=http://www.imo.org/OurWork/Environment/SpecialProgrammesAndInitiatives/Pages/London-Convention-and-Protocol.aspx |título=London Convention and Protocol |publicado=International Maritime Organization|acessodata=2 de agosto de 2015}}</ref> Já a [[Marpol]] é um acordo destinado ao trabalho para minimizar a poluição dos mares por navios. Em maio de 2013, 152 países ratificaram esse tratado.<ref>{{citar web |url=http://www.imo.org/about/conventions/listofconventions/pages/international-convention-for-the-prevention-of-pollution-from-ships-%28marpol%29.aspx |título=International Convention for the Prevention of Pollution from Ships (MARPOL 73/78) |publicado=International Maritime Organization }}</ref>

Boa parte do lixo plástico flutuante não [[Biodegradabilidade|biodegrada]], e em vez disso se desintegra ao longo do tempo, eventualmente se desfazendo ao nível molecular. Plásticos rígidos, no entanto, podem flutuar por anos.<ref>{{Citar periódico|titulo = Accumulation and fragmentation of plastic debris in global environments|url = http://rstb.royalsocietypublishing.org/content/364/1526/1985|jornal = Philosophical Transactions of the Royal Society of London B: Biological Sciences|data = 2009-07-27|issn = 0962-8436|pmid = 19528051|paginas = 1985-1998|volume = 364|numero = 1526|doi = 10.1098/rstb.2008.0205|idioma = inglês|primeiro = David K. A.|ultimo = Barnes|coautor=Francois}}</ref> No centro do giro do Pacífico, há uma [[Grande Porção de Lixo do Pacífico|porção permanente de lixo acumulado]] de maioria plástica,<ref>{{Citar periódico|titulo = A Sea of Change: Biogeochemical Variability in the North Pacific Subtropical Gyre|url = http://link.springer.com/article/10.1007/s100219900068|jornal = Ecosystems|data = 1999-05-01|issn = 1432-9840|paginas = 181-214|volume = 2|numero = 3|doi = 10.1007/s100219900068|idioma = inglês|primeiro = David M.|ultimo = Karl}}</ref> existindo também uma [[Grande Porção de Lixo do Atlântico Norte|similar no Atlântico]].<ref>{{citar web|autor =Lovett, Richard A. |url=http://news.nationalgeographic.com/news/2010/03/100302-new-ocean-trash-garbage-patch/ |título=Huge Garbage Patch Found in Atlantic too |obra=National Geographic |data=2 de março de 2010 }}</ref> Pássaros de mar como o [[Diomedeidae|albatroz]] e o [[petrel]] costumam confundir detritos com comida, assim acumulando materiais plásticos em seus [[Sistema digestivo|sistemas digestivos]]. [[Tartaruga]]s e baleias também já foram encontradas com sacos plásticos e linhas de pesca em seus [[estômago]]s. [[Microplástico]]s despejados em zonas oceânicas podem afundar, colocando em perigo animais filtradores do fundo do mar.<ref>{{Citar periódico|titulo = Synthetic polymers in the marine environment: A rapidly increasing, long-term threat|url = http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S001393510800159X|jornal = Environmental Research|data = 2008-10-01|paginas = 131-139|volume = 108|numero = 2|doi = 10.1016/j.envres.2008.07.025|primeiro = Charles James|ultimo = Moore}}</ref>

A maior parte da poluição por óleos no mar vem de [[cidade]]s e indústrias.<ref name=WWF>{{citar web |url=http://wwf.panda.org/about_our_earth/blue_planet/problems/pollution/ |título=Marine problems: Pollution |publicado=World Wildlife Fund }}</ref> O petróleo, em especial, é perigoso para os animais marinhos. Ele pode se acumular nas asas de aves, reduzindo o efeito isolante das penas e a flutuabilidade dos animais, ou pode ser ingerido quando eles tentam se limpar. [[Mamífero marinho|Mamíferos marinhos]] são menos afetados com severidade, embora possam ficar desidratados com o acúmulo desse composto pelo corpo ou até mesmo cegos, por exemplo. Invertebrados [[Bentos|bentônicos]] podem facilmente ficar atolados em petróleo e peixes podem ser envenenados. Todas essas possibilidades, sobretudo a última, podem impactar tragicamente a cadeia alimentar. A curto prazo, derrames de óleo resultam em populações de animais selvagens sendo diminuídas ou entrando em desequilíbrio, impactando o ecossistema e afetando até mesmo populações humanas.<ref>{{citar web |url=http://www.nwf.org/What-We-Do/Protect-Habitat/Gulf-Restoration/Oil-Spill/Effects-on-Wildlife.aspx |título=How Does the BP Oil Spill Impact Wildlife and Habitat? |publicado=National Wildlife Federation}}</ref> O ambiente marinho, contudo, tem propriedades de autolimpeza e bactérias naturalmente atuantes na eliminação de compostos nocivos.<ref>{{citar jornal|título=Gulf of Mexico Has Greater-Than-Believed Ability to Self-Cleanse Oil Spills |autor =American Chemical Society |url=http://www.sciencedaily.com/releases/2013/04/130408152733.htm |jornal=Science Daily |data=9 de abril de 2013}}</ref>

===Povos indígenas do mar===

[[imagem:Inupiat Family from Noatak, Alaska, 1929, Edward S. Curtis (restored).jpg|thumb|Família [[inupiat]], povo indígena que vive na região do [[estreito de Bering]].]]

Diversos grupos [[indígenas]] [[Nomadismo|nômades]] do Sudeste Asiático vivem em barcos e obtêm quase tudo que precisam para sobrevivência a partir de recursos marítimos. Os [[Moken]], por exemplo, vivem em áreas costeiras da Tailândia, [[Myanmar]] e em ilhas do [[mar de Andamão]].<ref>{{citar web |url=http://www.unesco.org/csi/pub/papers2/surin7.htm |título=Environmental, social and cultural settings of the Surin Islands |obra=Sustainable Development in Coastal Regions and Small Islands |publicado=UNESCO}}</ref> Já os [[Bajau]] são originalmente do [[arquipélago de Sulu]], de [[Mindanau]] do norte de [[Bornéu]].<ref>{{citar web |url=http://www.everyculture.com/East-Southeast-Asia/Samal-Orientation.html |título=Samal – Orientation |obra=Countries and Their Cultures}}</ref> Alguns [[cigano]]s do mar são considerados tenazes mergulhadores, capazes de alcançar profundidades de 30 m (98 pés), embora muitos deles adotem um [[estilo de vida]] estável e baseado na terra.<ref>{{citar jornal|título=The last of the sea nomads |autor =Langenheim, Johnny |url=http://www.theguardian.com/environment/2010/sep/18/last-sea-nomads |jornal=The Guardian |data=18 de setembro de 2010}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Sea Gypsies of Myanmar |autor =Ivanoff, Jacques |url=http://ngm.nationalgeographic.com/2005/04/sea-gypsies/ivanoff-text |jornal=National Geographic |data=1 de abril de 2005}}</ref>

Povos indígenas do ártico, como os [[Chukchis]], [[Inuítes]] e [[Yupik]], conhecidos popularmente como [[esquimós]], costumam caçar mamíferos marinhos como [[foca]]s e baleias.<ref>{{Citar periódico|titulo = Marine mammal harvests and other interactions with humans|url = http://www.esajournals.org/doi/abs/10.1890/06-0843.1|jornal = Ecological Applications|data = 2008-03-01|issn = 1051-0761|paginas = S135-S147|volume = 18|numero = sp2|doi = 10.1890/06-0843.1|primeiro = Grete K.|ultimo = Hovelsrud|coautor=Meghan}}</ref> Já os [[Nativos do Estreito de Torres|nativos do estreito de Torres]] reivindicam a propriedade da Grande Barreira de Coral. Esse povo tem uma vida insular que envolve tradicionalmente caça, pesca, horticultura e negócios com povos de terras vizinhas da Papua Nova Guiné e Austrália.<ref>{{citar web |url=http://www.gbrmpa.gov.au/our-partners/traditional-owners/traditional-owners-of-the-great-barrier-reef |título=Traditional Owners of the Great Barrier Reef |publicado=Great Barrier Reef Marine Park Authority|acessodata=2 de agosto de 2015}}</ref>

===Na cultura===

{{Artigo principal|Mar na cultura}}

{{Imagem múltipla
 | align     = esquerda
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 | width     = 220

 | image1    = AssyrianWarship.jpg
 | alt1      = WA 124772: Um navio de guerra assírio esculpido em pedra {{-nwrap||700|692}}, do reinado de Senaqueribe, Nínive. Painel 11, Sala VII, South-West Palace, British Museum.
 | caption1  = [[Relevo (escultura)|Relevo]] [[Assíria|assírio]] de ca. {{AC|700|x}} mostrando [[#Animais|peixes e caranguejos]] a nadar em volta de um [[birreme]].

 | image2    = Great Wave off Kanagawa2.jpg
 | alt2      = "The Great Wave off Kanagawa", por Katsushika Hokusai, c. 1830.
 | caption2  = ''[[A Grande Onda de Kanagawa]]'', gravura de [[Hokusai]] de {{circa|1829}}. A primeira das ''[[Trinta e seis vistas do monte Fuji]]''.

 | image3    = Rembrandt Christ in the Storm on the Lake of Galilee.jpg
 | alt3      = 
 | caption3  = ''Tempestade no Mar da Galiléia'', tela de 1633 de [[Rembrandt]].
}}

O mar tem sido interpretado e representado nas [[cultura]]s humanas de forma dualista, como algo tão poderoso quanto sereno ou tão perigoso quanto belo.<ref name=Stow />{{rp|page=10}} Ele detém significativa importância em mitologias e religiões, bem como em [[arte|modalidades artísticas]] tais quais literatura, cinema, teatro e música.<ref name="Westerdahl">{{Citar periódico|titulo = Maritime cultures and ship types: brief comments on the significance of maritime archaeology|url = http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1095-9270.1994.tb00471.x/abstract|jornal = International Journal of Nautical Archaeology|data = 1994-11-01|issn = 1095-9270|paginas = 265-270|volume = 23|numero = 4|doi = 10.1111/j.1095-9270.1994.tb00471.x|idioma = inglês|primeiro = Christer|ultimo = Westerdahl}}</ref> Os [[Idade Antiga|antigos]] o personificavam, acreditando que ele estivesse sob o controle de alguma [[deidade]] [[Divindades aquáticas|característica]]. Esse corpo de água seria, em muitas das [[lenda]]s, habitado por criaturas fantásticas, como o [[Leviatã (monstro)|Leviatã]] da [[Bíblia]],<ref>{{citar livro |título=The Bible (King James Version) |data=1611 |páginas=Job 41: 1–34 |url=http://www.kingjamesbibleonline.org/Job-Chapter-41/ }}</ref> a [[Cila]] da [[mitologia grega]],<ref>{{citar livro |título=The Gods of the Greeks |publicado=Thames and Hudson |autor =Kerenyi, C. |data=1974 |páginas=37–40 | isbn=0-500-27048-1}}</ref> a [[Isonade]] do [[Mitologia japonesa|imaginário japonês]],<ref>{{citar livro |título=Ehon Hyaku Monogatari (絵本百物語) |publicado=Ryûsuiken |língua=Japonês |autor =Shunsen, Takehara |data=1841 |local=Kyoto}}</ref> o [[Kraken]] da [[mitologia nórdica]], entre outras.<ref>{{citar livro |título=The Naturalist's Library, Volume 8: The Kraken |publicado=W. H. Lizars |url=http://books.google.com/books?id=vwoOAAAAQAAJ&pg=PA327|autor =Pontoppidan, Erich |páginas=327–336|data=1839}}</ref><ref name=Cotterell>{{citar livro |título=World Mythology |editor=Cotterell, Arthur |data=2000 |publicado=Parragon |isbn=978-0-7525-3037-6}}</ref>{{rp|pages=206–208}} O mar é especialmente comum no [[Simbolismo religioso|simbolismo]] [[Cristianismo|cristão]], dentro do qual é possível perceber, por exemplo, a importância da profissão de pescador no mar da Galileia, sobretudo entre os [[apóstolo]]s de [[Jesus]].<ref>{{citar livro|autor=David L. Jeffrey|título=A Dictionary of Biblical Tradition in English Literature|editora=Wm. B. Eerdmans Publishing|ano=1992|página=282|isbn=978-0802864550}}</ref>

O mar, as formas de vida que ele abriga e as embarcações que nele navegam foram e são costumeiramente representados na [[Arte marinha|arte]], que se estende de desenhos primitivos simples em paredes de cavernas das imediações de [[Les Eyzies-de-Tayac-Sireuil|Les Eyzies]], na França, ao [[Ichthys]] [[Cristianismo primitivo|cristão antigo]], às pinturas de navios de [[Hendrick Cornelisz Vroom]], ao [[ukiyo-e]] de [[Hokusai]] e às paisagens marítimas de [[Winslow Homer]], por exemplo. Durante o [[Século de Ouro dos Países Baixos]], artistas como [[Jan Porcellis]], [[Hendrick Dubbels]], [[Willem van de Velde o velho|Willem van de Velde]] e [[Ludolf Bakhuizen]] destacavam os mares em seus trabalhos e celebravam a [[Marinha Real Neerlandesa]] ao pico de seu poderio e façanhas.<ref name=Slive>{{citar livro |título=Dutch Painting, 1600–1800 |publicado=Yale University Press |data=1995 |autor =Slive, Seymour |páginas=213–216 | isbn=0-300-07451-4}}</ref><ref>{{citar jornal| url=http://www.nytimes.com/2009/07/31/arts/design/31seascapes.html?_r=0 |título=When Galleons Ruled the Waves |publicado=New York Times |data=30 de julho de 2009|autor =Johnson, Ken}}</ref>

A música também possui fortes laços com o mar. Por exemplo, eram denominados de [[celeuma]]s os [[cântico]]s entoados por [[marinheiro]]s com o objetivo de estimular a coordenação de tarefas árduas, como o remar. Essas canções eram geralmente curtas, sofriam forte influência da [[Música tradicional|cultura musicada tradicional]] e tinham como temáticas comuns o movimento das águas oceânicas e as tempestades.<ref>{{citar livro |título=Poetics of the Elements in the Human Condition: Part I – The Sea: From Elemental Stirrings to the Symbolic Inspiration, Language, and Life-Significance in Literary Interpretation and Theory |editor=Tymieniecka, Anna–Teresa|data=1985 |publicado=Springer |isbn=978-90-277-1906-5 |páginas=4–8 |url=http://books.google.com/?id=ULciOFv9dDEC&pg=PR11}}</ref> Entre as mais famosas [[Música clássica|peças musicais clássicas]] que guardam forte relação com o mar, estão ''[[Der fliegende Holländer|O Holandês Voador]]'' (1843), de [[Richard Wagner]],<ref>{{citar web | url=http://users.belgacom.net/wagnerlibrary/prose/wagauto.htm |título=An Autobiographical Sketch |publicado=The Wagner Library |data=1843 |autor =Wagner, Richard|acessodata=2 de agosto de 2015}}</ref> e ''[[La mer]]'' (1903–05), de [[Claude Debussy]];<ref>{{citar enciclopédia |título=Debussy and Nature |enciclopédia=The Cambridge Companion to Debussy |publicado=Cambridge University Press | editor=Potter, Caroline | editor2=Trezise, Simon |data=1994 |página=149 |isbn=0-521-65478-5}}</ref> além de ''[[Sea Pictures]]'' (1899), de [[Edward Elgar]], e ''[[A Sea Symphony]]'' (1903–1909), de [[Ralph Vaughan Williams]].<ref>{{citar livro |título=The Symphonies of Ralph Vaughan Williams |último =Schwartz |primeiro =Elliot S. |data=1964 |publicado=University of Massachusetts Press |asin=B0007DESPS }}</ref>

Como um [[símbolo]], o mar tem sido, por séculos, personagem e cenário na literatura, sobretudo na [[poesia]]. Algumas vezes, seu papel é de mero plano de fundo para eventos narrativos, frequentemente introduzindo temáticas como [[Tempestade|tormenta]]s, [[naufrágio]]s, [[Guerra naval|batalhas]], desastres, sofrimento, mortes ou ímpetos de esperança, por exemplo.<ref>{{citar livro |título=Poetics of the Elements in the Human Condition: Part I – The Sea: From Elemental Stirrings to the Symbolic Inspiration, Language, and Life-Significance in Literary Interpretation and Theory |editor=Tymieniecka, Anna–Teresa |data=1985 |publicado=Springer |isbn=978-90-277-1906-5 |página=45 |url=http://books.google.com/?id=ULciOFv9dDEC&pg=PR45}}</ref> No [[Poesia épica|poema épico]] ''[[Odisseia]]'', escrito no {{-séc|XVIII}},<ref name=Odyssey>{{citar livro |título=The Odyssey |publicado=Penguin |autor =Homer | others=Translation by Rieu, D. C. H. |data=2003 |páginas=xi | isbn=0-14-044911-6}}</ref> [[Homero]] narra uma jornada de dez anos do [[herói]] [[Grécia|grego]] [[Odisseu]], que luta para retornar para casa viajando pelos mares e enfrentando perigos após a [[Guerra de Troia|guerra]] descrita na ''[[Ilíada]]''.<ref>{{citar web | url=http://homepage.usask.ca/~jrp638/CourseNotes/OdSummary.html |título=Plot Outline for Homer's Odyssey |publicado=University of Saskatchewan |data=8 de maio de 2006|autor =Porter, John|acessodata=2 de agosto de 2015}}</ref> O mar é, ainda, um tema recorrente nos [[haiku]]s do poeta [[Período Edo|japonês do período Edo]] [[Matsuo Bashō]].<ref>{{citar livro|autor=Matsuo Basho (trad. David Landis Barnhill)|título=Basho's Haiku: Selected Poems of Matsuo Basho|editora=State University of New York Press|ano=2004|isbn=978-0791461662|url=https://books.google.com.br/books/about/Basho_s_Haiku.html?id=V0LQ0DSJ2tcC&redir_esc=y}}</ref>

Na literatura contemporânea, as histórias inspiradas no mar ganharam destaque com as [[novela]]s escritas por marinheiros, entre eles [[Herman Melville]],<ref>{{citar livro | url=http://www.bartleby.com/187/5.html |capítulo=Chapter 3. Romances of Adventure. Section 2. Herman Melville |autor = Van Doren, Carl |autorlink = Carl Van Doren |título= The American Novel |data=1921 |publicado=Bartleby.com|acessodata=2 de agosto de 2015}}</ref> [[Joseph Conrad]]<ref>{{citar livro |título=Joseph Conrad: A Life|isbn=157113347X |publicado=Camden House |autor =Najder, Zdzisław |data=2007 |página=187 }}</ref> e [[Herman Wouk]].<ref>{{citar web | url=http://www.pprize.com/BookDetail.php/34 |título=The Caine Mutiny |publicado=Pulitzer Prize First Edition Guide |data=2006|acessodata=2 de agosto de 2015}}</ref> O [[Psiquiatria|psiquiatra]] [[Carl Jung]] argumentava que, na [[interpretação dos sonhos]], o mar simbolizaria o [[Inconsciente|inconsciente individual]] e o [[Inconsciente coletivo|coletivo]].<ref name=Jung>{{citar livro | url=http://books.google.com/books?id=SWvdQyo_ZX0C&pg=PA122 |título=Dreams |publicado=Ark Paperbacks |autor =Jung, Carl Gustav | others =Translated by Hull, R.F.C |data=1985 |páginas=122, 192 | isbn=978-0-7448-0032-6 }}</ref> Embora a origem da vida na Terra ainda seja assunto de disputas teóricas,<ref>{{Citar periódico|titulo = Origin of Life|url = http://link.springer.com/article/10.1007/s10509-008-9876-6|jornal = Astrophysics and Space Science|data = 2008-10-10|issn = 0004-640X|paginas = 267-278|volume = 317|numero = 3-4|doi = 10.1007/s10509-008-9876-6|idioma = inglês|primeiro = Ashwini Kumar|ultimo = Lal}}</ref> a [[História natural|naturalista]] [[Rachel Carson]] declara no seu livro ''The Sea Around Us'' (1951): "(...) é uma situação curiosa que o mar, a partir do qual a vida primeiramente surgiu, deva agora estar ameaçado pelas atividades de uma das formas dessa vida. Mas o mar, embora mudado de uma maneira sinistra, continuará a existir: a ameaça é, em verdade, contra a própria [[vida]]".<ref name="winchester">{{citar livro|último =Winchster|primeiro =Simon|autorlink = Simon Winchester|título=Atlantic: A vast ocean of a million stories|publicado=Harper Press|local=Londres|data=2010|páginas=354–356|isbn=978-0-00-736459-6}}</ref>

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== Notas ==
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== Ligações externas ==
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* {{Link|en|2=http://www.un.org/depts/los/index.htm |3=Divisão das Nações Unidas para Assuntos do Oceano e Direito do Mar}}

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