Mostrar código-fonte de Melatonina

{{Info/Droga
 | nome_IUPAC = N-[2-(5-metoxi-1''H''-indolo-3-ilo)etilo]<br />etanamida
 | imagem = Melatonin2.svg
 | imagem2 = Melatonin-3d-CPK.png
 | número_CAS = 73-31-4
 | prefixo_ATC = N05
 | sufixo_ATC = CM17
 | suplemento_ATC =
 | PubChem = 896
 | DrugBank = APRD00742
 | C      = 13 | H = 16 | N = 2 | O = 2
 | peso_molecular = 232,278 g/mol
 | biodisponibilidade = 30 – 50%
 | ligação_a_proteínas =
 | metabolismo = [[Fígado|Hepático]], através da 6-hidroxilação mediada pela [[CYP1A2]]
 | meia_vida_de_eliminação = 35 a 50 minutos
 | pregnancy_category =
 | vias_de_administração =
 | excreção = [[Urina]]
}}
A '''melatonina''' (N-acetil-5-metoxitriptamina) é uma [[hormona]] produzida por diversos [[animais]] e [[plantas]].<ref name="Caniato2003">{{citar periódico|autor = Caniato R, Filippini R, Piovan A, Puricelli L, Borsarini A, Cappelletti E |título= Melatonin in plants |periódico= Adv Exp Med Biol | volume = 527 |páginas= 593-7 |ano= 2003 | id = PMID 15206778}}</ref> Em animais, é produzida e liberada pela [[glândula pineal]]. Quimicamente, é uma indolamina sintetizada a partir do [[triptofano]] ([[aminoácido essencial]] encontrado nas [[proteína]]s) e, devido ao seu caráter anfifílico, pode atravessar facilmente as [[membrana plasmática|membranas celulares]] por [[difusão]]. Em consequência, a melatonina não é armazenada no interior do [[pinealócito]], sendo imediatamente liberada nos [[capilares sanguíneos]] que irrigam a glândula pineal após a sua formação. Assim, a secreção de melatonina depende de sua síntese, que é [[catálise enzimática|catalisada]] por quatro [[enzima]]s distintas: [[triptofano hidroxilase]] (TPH), [[descarboxilase]] de L-aminoácidos aromáticos, N-acetiltransferase (NAT) e hidroxi-indol-O-metiltransferase (HIOMT).<ref>{{Citar web |url=https://istoe.com.br/317231_O%20SUPER%20HORMONIO/ |titulo=O super hormônio |data=2013-08-02 |acessodata=2021-05-16 |website=ISTOÉ Independente |lingua=pt-BR}}</ref>

A glândula pineal participa na organização temporal dos [[Ritmo circadiano|ritmos biológicos]], atuando como mediadora entre o ciclo claro–escuro ambiental e os processos regulatórios fisiológicos, incluindo a [[sistema endócrino|regulação endócrina]] da [[reprodução]], regulação dos ciclos de atividade–repouso e [[sono]]–[[vigília]], regulação do [[sistema imunológico]], entre outros.

== Utilizações terapêuticas ==
Em humanos, a melatonina tem sua principal função em regular o sono; ou seja, em um ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina do organismo aumentam, causando o sono. Por isso é importante eliminar do ambiente quaisquer fontes de som, luz, aroma, ou calor que possam acelerar o metabolismo e impedir o sono, mesmo que não perceptíveis. Outra função atribuída à melatonina é a de [[antioxidante]], agindo na recuperação de [[célula]]s [[epitélio|epiteliais]] expostas à [[radiação ultravioleta]]<ref name="Wang">{{citar periódico|autor = Wang JZ, Wang ZF |título= On the Role of Melatonin in Skin Physiology and Pathology |periódico= Acta Pharmacologica Sinica | volume = 27 |páginas= 41-49 |ano= 2006 | id = PMID 16364209}}</ref> e, através da administração suplementar, ajudando na recuperação de [[neurónio]]s afectados pela [[doença de Alzheimer]]<ref name="Slominski">{{citar periódico|autor = Slominski A, Fischer TW, Zmijewski MA, Wortsman J, Semak I, Zbytek B, Slominski RM, Tobin DJ |título= Role of melatonin in Alzheimer-like neurodegeneration |periódico= Endocrine | volume = 27 |páginas= 137-148 |ano= 2005 | id = PMID 16217127}}</ref> e por episódios de [[isquémia]] (como os resultantes de [[acidente vascular cerebral|acidentes vasculares cerebrais]]).<ref name="Reiter">{{citar periódico|autor = Reiter RJ, Tan DX, Leon J, Kilic U, Kilic E |título= When melatonin gets on your nerves: its beneficial actions in experimental models of stroke |periódico= Exp Biol Med (Maywood) | volume = 230 |páginas= 104-117 |ano= 2005 | id = PMID 15673559}}</ref>

A melatonina é também considerada segura e eficaz na prevenção ou diminuição dos sintomas de ''[[jet lag]]''. É especialmente eficaz para quem viaja por mais de 5 zonas horárias, mas pode ser usado para qualquer viagem que ultrapasse mais do que uma [[Fuso horário|zona horária]] para quem é mais susceptível a sintomas.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Herxheimer|primeiro=A.|ultimo2=Petrie|primeiro2=K. J.|data=2002|titulo=Melatonin for the prevention and treatment of jet lag|jornal=The Cochrane Database of Systematic Reviews|numero=2|paginas=CD001520|issn=1469-493X|pmid=12076414|doi=10.1002/14651858.CD001520|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12076414}}</ref> Estudo clínicos constataram que a melatonina ajuda a regular o horário orgânico com mais rapidez, criando as condições necessárias para atingir mais rápido relaxamento e descanso cerebral em viajantes, trazendo rápida adaptação ao novo fuso horário.

Existem também estudos que demonstram que a melatonina age como regulador de cada uma das etapas do balanço energético: a ingestão alimentar, o fluxo de energia para e dos estoques, e o dispêndio energético.<ref>{{citar web|url=https://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/posicionamento_sobre_melatonina_sbem.pdf|titulo=Posicionamento sobre Melatonina|data=|acessodata=21-08-2017|publicado=Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia|ultimo=|primeiro=}}</ref>

== História ==
A melatonina foi primeiramente observada em conexão com o mecanismo pelo qual alguns anfíbios e répteis mudam a cor de sua pele.<ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15357831/ |titulo=Melatonin, melatonin receptors and melanophores: a moving story |data=outubro de 2004 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Pigment Cell Research |número=5 |ultimo=Sugden |primeiro=David |ultimo2=Davidson |primeiro2=Kathryn |paginas=454–460 |doi=10.1111/j.1600-0749.2004.00185.x |issn=0893-5785 |pmid=15357831 |ultimo3=Hough |primeiro3=Kate A. |ultimo4=Teh |primeiro4=Muy-Teck}}</ref> Já em 1917, Carey Pratt McCord e Floyd P. Allen descobriram que alimentar extratos de glândulas pineais de vacas provocavam uma coloração mais clara nos girinos por meio da contração dos melanóforos epidérmicos escuros.<ref>{{Citar periódico |url=https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Melatonin&oldid=1053049419 |titulo=Melatonin |data=2021-11-01 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Wikipedia |lingua=en}}</ref>

Em 1958, o professor de dermatologia Aaron B. Lerner e seus colegas da Yale University, na esperança de que uma substância da pineal pudesse ser útil no tratamento de doenças de pele, isolou o hormônio de extratos da glândula pineal bovina  e deu-lhe o nome de melatonina.<ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14415935/ |titulo=Isolation of melatonin and 5-methoxyindole-3-acetic acid from bovine pineal glands |data=julho de 1960 |acessodata=2021-11-04 |jornal=The Journal of Biological Chemistry |ultimo=Lerner |primeiro=A. B. |ultimo2=Case |primeiro2=J. D. |paginas=1992–1997 |issn=0021-9258 |pmid=14415935 |ultimo3=Takahashi |primeiro3=Y.}}</ref> Em meados dos anos 70, Lynch et al. demonstraram que a produção de melatonina exibe um ritmo circadiano nas glândulas pineais humanas.

A descoberta de que a melatonina é um antioxidante foi feita em 1993.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.semanticscholar.org/paper/Melatonin,-hydroxyl-radical%E2%80%90mediated-oxidative-and-Poeggeler-Reiter/cc5ec29b36fe3f49f947d8d1626766be5bf80e15 |titulo=Melatonin, hydroxyl radical‐mediated oxidative damage, and aging: A hypothesis |data=1993 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Journal of pineal research |ultimo=Poeggeler |primeiro=B. |ultimo2=Reiter |primeiro2=R. |doi=10.1111/j.1600-079X.1993.tb00498.x |ultimo3=Tan |primeiro3=D. |ultimo4=Chen |primeiro4=L. |ultimo5=Manchester |primeiro5=L.}}</ref> A primeira patente para seu uso como sonífero em baixas doses foi concedida a Richard Wurtman no MIT em 1995. Na mesma época, o hormônio ganhou muita atenção como um possível tratamento para muitas doenças. O ''New England Journal of Medicine'' publicou em um editorial em 2000: "Com essas recentes cuidadosas e precisas observações em pessoas cegas, o verdadeiro potencial da melatonina está se tornando evidente, e a importância do momento do tratamento está se tornando clara."

Foi aprovado para uso médico na União Europeia em 2007.

== Funções ==

=== Ritmo circadiano ===
Em animais, a melatonina desempenha um papel importante na regulação dos [[Ritmo circadiano|ciclos de sono]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4970552/ |titulo=A Review of Melatonin, Its Receptors and Drugs |data=junho de 2016 |acessodata=2021-11-04 |jornal=The Eurasian Journal of Medicine |número=2 |ultimo=Emet |primeiro=Mucahit |ultimo2=Ozcan |primeiro2=Halil |paginas=135–141 |doi=10.5152/eurasianjmed.2015.0267 |issn=1308-8734 |pmc=4970552 |pmid=27551178 |ultimo3=Ozel |primeiro3=Lutfu |ultimo4=Yayla |primeiro4=Muhammed |ultimo5=Halici |primeiro5=Zekai |ultimo6=Hacimuftuoglu |primeiro6=Ahmet}}</ref> Os níveis de melatonina em bebês humanos tornam-se regulares por volta do terceiro mês após o nascimento, com os níveis mais altos medidos entre meia-noite e 8h00 am.

A produção da melatonina é regulada pela luz solar em contato com o olho: quando há presença de luz solar, a [[glândula pineal]] inibe a produção de melatonina, com o inverso acontecendo na ausência de luz. Isso explica por que a luz artificial dos aparelhos eletrônicos prejudica o nosso sono, uma vez que o corpo interpreta a luz artificial como luz solar.<ref>{{Citar periódico |url=https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/japplphysiol.01413.2009 |titulo=Blue light from light-emitting diodes elicits a dose-dependent suppression of melatonin in humans |data=2011-03-01 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Journal of Applied Physiology |número=3 |ultimo=West |primeiro=Kathleen E. |ultimo2=Jablonski |primeiro2=Michael R. |paginas=619–626 |doi=10.1152/japplphysiol.01413.2009 |issn=8750-7587 |ultimo3=Warfield |primeiro3=Benjamin |ultimo4=Cecil |primeiro4=Kate S. |ultimo5=James |primeiro5=Mary |ultimo6=Ayers |primeiro6=Melissa A. |ultimo7=Maida |primeiro7=James |ultimo8=Bowen |primeiro8=Charles |ultimo9=Sliney |primeiro9=David H.}}</ref>

A produção de melatonina humana diminui conforme uma pessoa envelhece.<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1600-079X.1986.tb00760.x |titulo=Human Melatonin Production Decreases With Age |data=1986 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Journal of Pineal Research |número=4 |ultimo=Sack |primeiro=Robert L. |ultimo2=Lewy |primeiro2=Alfred J. |paginas=379–388 |lingua=en |doi=10.1111/j.1600-079X.1986.tb00760.x |issn=1600-079X |ultimo3=Erb |primeiro3=Danielle L. |ultimo4=Vollmer |primeiro4=William M. |ultimo5=Singer |primeiro5=Clifford M.}}</ref> Além disso, conforme as crianças se tornam adolescentes, o cronograma noturno de liberação de melatonina é adiado, [[Síndrome do atraso das fases do sono|levando a dormir e acordar mais tarde]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2820578/ |titulo=Adolescent Changes in the Homeostatic and Circadian Regulation of Sleep |data=junho de 2009 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Developmental Neuroscience |número=4 |ultimo=Hagenauer |primeiro=M.H. |ultimo2=Perryman |primeiro2=J.I. |paginas=276–284 |doi=10.1159/000216538 |issn=0378-5866 |pmc=2820578 |pmid=19546564 |ultimo3=Lee |primeiro3=T.M. |ultimo4=Carskadon |primeiro4=M.A.}}</ref>

=== Antioxidante ===
A melatonina foi relatada pela primeira vez como um potente antioxidante e eliminador de radicais livres em 1993. In vitro, a melatonina atua como um eliminador direto de radicais de oxigênio e espécies reativas de nitrogênio, incluindo <chem>OH^-</chem>,<chem>O_2-</chem> e NO.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/j.1749-6632.1994.tb21831.x |titulo=Melatonin-A Highly Potent Endogenous Radical Scavenger and Electron Donor: New Aspects of the Oxidation Chemistry of this Indole Accessed in vitroa |data=2006-12-17 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Annals of the New York Academy of Sciences |número=1 |ultimo=POEGGELER |primeiro=BURKHARD |ultimo2=SAARELA |primeiro2=SEPPO |paginas=419–420 |doi=10.1111/j.1749-6632.1994.tb21831.x |issn=0077-8923 |ultimo3=REITER |primeiro3=RUSSEL J. |ultimo4=TAN |primeiro4=DUN-XIAN |ultimo5=CHEN |primeiro5=LI-DUN |ultimo6=MANCHESTER |primeiro6=LUCIEN C. |ultimo7=BARLOW-WALDEN |primeiro7=LORNELL R.}}</ref> Nas plantas a melatonina atua com outros antioxidantes para melhorar a eficácia geral de cada antioxidante.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4161/psb.1.3.2640 |titulo=The Physiological Function of Melatonin in Plants |data=maio de 2006 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Plant Signaling & Behavior |número=3 |ultimo=Arnao |primeiro=Marino B. |ultimo2=Hernández-Ruiz |primeiro2=Josefa |paginas=89–95 |doi=10.4161/psb.1.3.2640 |issn=1559-2324}}</ref>

Foi comprovado que a melatonina é duas vezes mais ativa que a vitamina E, considerada o antioxidante lipofílico mais eficaz.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/0024-3205(94)00666-0 |titulo=Melatonin: A peroxyl radical scavenger more effective than vitamin E |data=janeiro de 1994 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Life Sciences |número=15 |ultimo=Pieri |primeiro=Carlo |ultimo2=Marra |primeiro2=Maurizio |paginas=PL271–PL276 |doi=10.1016/0024-3205(94)00666-0 |issn=0024-3205 |ultimo3=Moroni |primeiro3=Fausto |ultimo4=Recchioni |primeiro4=Rina |ultimo5=Marcheselli |primeiro5=Fiorella}}</ref> Por meio da [[transdução de sinal]] por meio de [[:en:Melatonin_receptor|receptores de melatonina]], a melatonina promove a regulação positiva de [[enzimas antioxidantes]], como [[superóxido dismutase]], [[glutationa peroxidase]], [[glutationa redutase]] e [[catalase]].<ref name=":0">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4103/1735-1995.199092 |titulo=Melatonin and human mitochondrial diseases |data=2017 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Journal of Research in Medical Sciences |número=1 |ultimo=Rafieian-Kopaei |primeiro=Mahmoud |ultimo2=Sharafati-Chaleshtori |primeiro2=Reza |paginas=2 |doi=10.4103/1735-1995.199092 |issn=1735-1995 |ultimo3=Shirzad |primeiro3=Hedayatollah |ultimo4=Soltani |primeiro4=Amin}}</ref><ref name=":1">{{Citar periódico |url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4995287/ |titulo=Update on melatonin receptors: IUPHAR Review 20 |data=setembro de 2016 |acessodata=2021-11-04 |jornal=British Journal of Pharmacology |número=18 |ultimo=Jockers |primeiro=Ralf |ultimo2=Delagrange |primeiro2=Philippe |paginas=2702–2725 |doi=10.1111/bph.13536 |issn=0007-1188 |pmc=4995287 |pmid=27314810 |ultimo3=Dubocovich |primeiro3=Margarita L. |ultimo4=Markus |primeiro4=Regina P. |ultimo5=Renault |primeiro5=Nicolas |ultimo6=Tosini |primeiro6=Gianluca |ultimo7=Cecon |primeiro7=Erika |ultimo8=Zlotos |primeiro8=Darius P.}}</ref>

A melatonina ocorre em altas concentrações no [[Mitocôndria|líquido mitocondrial]], que excedem em muito a concentração plasmática de melatonina.<ref name=":2">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/s00018-017-2609-7 |titulo=Melatonin as a mitochondria-targeted antioxidant: one of evolution’s best ideas |data=2017-09-01 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Cellular and Molecular Life Sciences |número=21 |ultimo=Reiter |primeiro=Russel J. |ultimo2=Rosales-Corral |primeiro2=Sergio |paginas=3863–3881 |doi=10.1007/s00018-017-2609-7 |issn=1420-682X |ultimo3=Tan |primeiro3=Dun Xian |ultimo4=Jou |primeiro4=Mei Jie |ultimo5=Galano |primeiro5=Annia |ultimo6=Xu |primeiro6=Bing}}</ref><ref name=":3">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/jpi.12360 |titulo=Melatonin as an antioxidant: under promises but over delivers |data=2016-09-01 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Journal of Pineal Research |número=3 |ultimo=Reiter |primeiro=Russel J. |ultimo2=Mayo |primeiro2=Juan C. |paginas=253–278 |doi=10.1111/jpi.12360 |issn=0742-3098 |ultimo3=Tan |primeiro3=Dun-Xian |ultimo4=Sainz |primeiro4=Rosa M. |ultimo5=Alatorre-Jimenez |primeiro5=Moises |ultimo6=Qin |primeiro6=Lilan}}</ref><ref name=":4">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/jpi.12267 |titulo=Melatonin: an ancient molecule that makes oxygen metabolically tolerable |data=2015-09-11 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Journal of Pineal Research |número=4 |ultimo=Manchester |primeiro=Lucien C. |ultimo2=Coto-Montes |primeiro2=Ana |paginas=403–419 |doi=10.1111/jpi.12267 |issn=0742-3098 |ultimo3=Boga |primeiro3=Jose Antonio |ultimo4=Andersen |primeiro4=Lars Peter H. |ultimo5=Zhou |primeiro5=Zhou |ultimo6=Galano |primeiro6=Annia |ultimo7=Vriend |primeiro7=Jerry |ultimo8=Tan |primeiro8=Dun-Xian |ultimo9=Reiter |primeiro9=Russel J.}}</ref> Devido à sua capacidade de eliminação de [[Radicais Livres|radicais livres]], efeitos indiretos na expressão de enzimas antioxidantes e suas concentrações significativas nas mitocôndrias, vários autores indicaram que a melatonina tem uma função fisiológica importante como um antioxidante mitocondrial.<ref name=":0" /><ref name=":2" /><ref name=":3" /><ref name=":4" /><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/s00018-017-2616-8 |titulo=Melatonin transport into mitochondria |data=2017-08-21 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Cellular and Molecular Life Sciences |número=21 |ultimo=Mayo |primeiro=Juan C. |ultimo2=Sainz |primeiro2=Rosa M. |paginas=3927–3940 |doi=10.1007/s00018-017-2616-8 |issn=1420-682X |ultimo3=González-Menéndez |primeiro3=Pedro |ultimo4=Hevia |primeiro4=David |ultimo5=Cernuda-Cernuda |primeiro5=Rafael}}</ref>

Os [[metabólito]]s da melatonina produzidos por meio da reação da melatonina com [[Espécie reactiva de oxigénio|espécies reativas]] de oxigênio ou espécies reativas de nitrogênio também reagem e reduzem os radicais livres.<ref name=":1" /><ref name=":5">{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1007/s00018-017-2616-8 |titulo=Melatonin transport into mitochondria |data=2017-08-21 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Cellular and Molecular Life Sciences |número=21 |ultimo=Mayo |primeiro=Juan C. |ultimo2=Sainz |primeiro2=Rosa M. |paginas=3927–3940 |doi=10.1007/s00018-017-2616-8 |issn=1420-682X |ultimo3=González-Menéndez |primeiro3=Pedro |ultimo4=Hevia |primeiro4=David |ultimo5=Cernuda-Cernuda |primeiro5=Rafael}}</ref> Os metabólitos da melatonina gerados a partir de reações do tipo redox incluem <chem>3-hidroximelatonina</chem> cíclica, <chem>N1-acetil-N2-formil-5-metoxiquinuramina (AFMK)</chem> e <chem>N1-acetil-5-metoxiquinuramina (AMK)</chem>.<ref name=":1" /><ref name=":5" />

=== Sistema imune ===
Embora seja conhecido que a melatonina interage com o [[Sistema imunitário|sistema imunológico]],<ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16217132/ |titulo=A review of the multiple actions of melatonin on the immune system |data=julho de 2005 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Endocrine |número=2 |ultimo=Carrillo-Vico |primeiro=Antonio |ultimo2=Guerrero |primeiro2=Juan M. |paginas=189–200 |doi=10.1385/ENDO:27:2:189 |issn=1355-008X |pmid=16217132 |ultimo3=Lardone |primeiro3=Patricia J. |ultimo4=Reiter |primeiro4=Russel J.}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12596522/ |titulo=[Immunotropic properties of pineal melatonin] |data=setembro de 2002 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Eksperimental'naia I Klinicheskaia Farmakologiia |número=5 |ultimo=Arushanian |primeiro=E. B. |ultimo2=Beĭer |primeiro2=E. V. |paginas=73–80 |issn=0869-2092 |pmid=12596522}}</ref> os detalhes dessas interações não são claros. Um efeito [[anti-inflamatório]] parece ser o mais relevante. Existem poucos estudos elaborados para julgar a eficácia da melatonina no tratamento de doenças. A maioria dos dados existentes é baseada em estudos pequenos e incompletos. Acredita-se que qualquer efeito imunológico positivo seja o resultado da ação da melatonina em receptores de alta afinidade (MT1 e MT2)<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1038/sj.bjp.0703130 |titulo=Pharmacological characterization of human recombinant melatonin mt1 and MT2 receptors |data=2000 |acessodata=2021-11-04 |jornal=British Journal of Pharmacology |número=5 |ultimo=Browning |primeiro=Christopher |ultimo2=Beresford |primeiro2=Isabel |paginas=877–886 |lingua=en |doi=10.1038/sj.bjp.0703130 |issn=1476-5381 |pmc=1571913 |pmid=10696085 |ultimo3=Fraser |primeiro3=Neil |ultimo4=Giles |primeiro4=Heather}}</ref> expressos em [[Leucócito|células imunocompetentes]]. Em estudos pré-clínicos, a melatonina pode aumentar a produção de [[citocina]]s e, ao fazer isso, neutralizar as [[imunodeficiência]]s adquiridas. Alguns estudos também sugerem que a melatonina pode ser útil no combate a doenças infecciosas,<ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11227046/ |titulo=The immunotherapeutic potential of melatonin |data=março de 2001 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Expert Opinion on Investigational Drugs |número=3 |ultimo=Maestroni |primeiro=G. J. |paginas=467–476 |doi=10.1517/13543784.10.3.467 |issn=1354-3784 |pmid=11227046}}</ref> incluindo infecções virais, como [[Vírus da imunodeficiência humana|HIV]], e infecções bacterianas e, potencialmente, no tratamento de câncer.

== Síntese ==
Em animais, a biossíntese de melatonina ocorre por meio de [[hidroxilação]], [[descarboxilação]], [[acetilação]] e uma [[metilação]] começando com L-triptofano.<ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19630576/ |titulo=The expanded biology of serotonin |data=2009 |acessodata=2021-11-04 |jornal=Annual Review of Medicine |ultimo=Berger |primeiro=Miles |ultimo2=Gray |primeiro2=John A. |paginas=355–366 |doi=10.1146/annurev.med.60.042307.110802 |issn=1545-326X |pmc=5864293 |pmid=19630576 |ultimo3=Roth |primeiro3=Bryan L.}}</ref> A melatonina é sintetizada principalmente na [[glândula pineal]], especificamente pelos [[pinealócito]]s, tendo como precursor o [[aminoácido essencial]] [[triptofano]].

O triptofano sofre a ação da enzima [[triptofano hidroxilase]] (TPH), que o transforma em [[5-hidroxitriptofano]], que por sua vez sofre a ação da [[descarboxilase]],{{Qual}} que o transforma em [[serotonina]] (5-hidroxitriptamina), e esta então é transformada em N-acetilserotonina pela enzima aril-alquil-n-acetiltransferase (AANAT), que por fim sofre a ação da hidroxi-indol-oxi-metiltransferase (HIOMT), que a transforma em melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina).<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1016/S0014-5793%2801%2903319-1 |titulo=Conversion of L-tryptophan to serotonin and melatonin in human melanoma cells |data=2002 |acessodata=2021-11-04 |jornal=FEBS Letters |número=1-3 |ultimo=Slominski |primeiro=Andrzej |ultimo2=Semak |primeiro2=Igor |paginas=102–106 |lingua=en |doi=10.1016/S0014-5793(01)03319-1 |issn=1873-3468 |ultimo3=Pisarchik |primeiro3=Alexander |ultimo4=Sweatman |primeiro4=Trevor |ultimo5=Szczesniewski |primeiro5=Andre |ultimo6=Wortsman |primeiro6=Jacobo}}</ref>

A melatonina também é sintetizada em outros órgãos do corpo humano, como na [[pele]] e [[Tubo digestivo|trato gastrointestinal]], porém nesses casos ela não é liberada da [[Sangue|corrente sanguínea]], sendo usada localmente como [[antioxidante]].

A [[Meia-vida biológica|meia-vida]] da melatonina na corrente sanguínea em humanos é de aproximadamente 44 minutos. Uma vez na corrente sanguínea, ela é encaminhada ao [[fígado]], que a metaboliza e a transforma em 6-sulfatoximelatonina, que posteriormente é excretada na urina. A taxa de 6-sulfatoximelatonina na urina é diretamente proporcional à síntese de melatonina, sendo um bom indicador para exames não invasivos.

{{Referências}}

== Ligações externas ==
{{Commons category}}
* {{citar web| url = https://druginfo.nlm.nih.gov/drugportal/name/melatonin |publicado= U.S. National Library of Medicine |obra= Drug Information Portal |título= Melatonin }}
* {{citar web| url = https://www.chemwatch.net/resource-center/melatonin/ |publicado= Chemwatch |título= Melatonin }}
* {{citar web| url = https://www.becaps.life/capsula-suplemento-alimentar-melatonina-3mg |publicado= Becaps |título= Melatonina 3mg Becaps }}

{{esboço-bioquímica}}
{{Hormônios}}

[[Categoria:Hormônios da glândula pineal]]
[[Categoria:Inibidores da aromatase]]