Mostrar código-fonte de Molibdênio

{{Elemento/Molibdênio}}
O {{PBPE|molibdênio|molibdénio}} é um [[elemento químico]] de símbolo '''Mo''' e [[número atômico]] 42. O nome é derivado do [[neolatim]] ''Molybdaenum'', do [[grego antigo]] {{lang|grc|Μόλυβδος}} ''{{lang|grc-Latn|molybdos}}'' que significa [[chumbo]], uma vez que seus minérios eram confundidos com os de chumbo.<ref name="CRCdescription">{{citar livro|publicação= Molybdenum|data= 1994|título= CRC Handbook of Chemistry and Physics|volume = 4|página= 18|publicado= Chemical Rubber Publishing Company|isbn=0-8493-0474-1|editor=Lide, David R.}}</ref> Minerais de molibdênio são conhecidos ao longo da história, mas o elemento só foi descoberto (no sentido de diferenciação como uma nova entidade a partir dos sais minerais de outros metais) em 1778 por [[Carl Wilhelm Scheele]]. O metal foi isolado pela primeira vez em 1781 por [[Peter Jacob Hjelm]].

O molibdênio não é encontrado naturalmente como um [[metal livre]] na Terra, mas em vários [[estados de oxidação]] em minerais. O elemento livre, que é um metal de cor prateada, tem o sexto maior [[ponto de fusão]] de todos os elementos conhecidos. Forma prontamente ligas estáveis e duras com o carbono, e por esta razão a maior parte da produção mundial do elemento (aproximadamente 80%) é na fabricação do aço, incluindo ligas resistentes e [[superliga (metalurgia)|superliga]]s.

A maioria dos compostos tem baixa [[solubilidade]] em água, porém o íon [[molibdato]] {{chem|MoO|4|2-}} e é formado quando minerais contendo molibdênio entram em contato com o [[oxigênio]] e água. Industrialmente, compostos químicos de molibdênio (aproximadamente 14% da produção mundial), são usados em aplicações em alta temperatura e pressão, como [[pigmento]]s e [[catalisador]]es.

Enzimas contendo molibdênio são de longe a forma mais comum de catálise utilizada por algumas bactérias para quebrar a [[ligação química]] do nitrogênio molecular atmosférico, permitindo a [[fixação do nitrogênio]]. Pelo menos 50 [[enzima]]s com molibdênio são conhecidas em bactérias e animais, embora apenas algumas bactérias e cianobactérias estejam envolvidas na fixação do nitrogênio. Estas [[nitrogenase]]s contém molibdênio em uma forma diferente de outras enzimas, as quais contém molibdênio completamente oxidado incorporado em um [[cofator de molibdênio]]. Devido as diversas funções que várias enzimas com cofator de molibdênio, o elemento é requerido na dieta diária para todos os organismos eucariotas superiores, todavia não é requerido por todas as bactérias.

== Características ==

=== Propriedades físicas ===
O molibdênio é um [[metal de transição]] de coloração branco prateado e com uma dureza de 5,5 na [[escala de Mohs]]; além disso, tem um [[ponto de fusão]] de 2163ºC, o sexto maior entre os elementos naturais. Tem um dos menores coeficientes de [[expansão térmica]] entre os metais utilizados comercialmente,<ref name="nbb">{{citar livro|último = Emsley|primeiro = John|título= Nature's Building Blocks|url=http://books.google.com/?id=j-Xu07p3cKwC&pg=PA265|publicado= Oxford University Press|data= 2001|local= Oxford|páginas= 262–266|isbn =0-19-850341-5}}</ref> e sua [[resistência à tração]] em fios aumenta três vezes, de aproximadamente 10 para 30 GPa, quando o diâmetro é reduzido para ~50–100&nbsp;nm para 10&nbsp;nm.<ref>{{citar periódico|doi=10.1088/1468-6996/10/4/045004|título=Inherent tensile strength of molybdenum nanocrystals|data=2009|último1 =Shpak|primeiro1 =Anatoly P.|primeiro2 =Sergiy O.|primeiro3 =Tatjana I|primeiro4 =Igor M|periódico=Science and Technology of Advanced Materials|volume=10|página=045004|último2 =Kotrechko|último3 =Mazilova|último4 =Mikhailovskij|bibcode=2009STAdM..10d5004S|número=4}}</ref>

=== Compostos e química ===

{|class="wikitable" style="float:left; margin-right: 1em;"
|-
!Oxidação <br />Estado
!Example<ref name="Schmidt">{{citar livro|título=Anorganische Chemie II.|capítulo= VI. Nebengruppe|páginas=119–127|primeiro = Max|último =Schmidt|publicado=Wissenschaftsverlag|data= 1968|língua=de}}</ref>
|-
| −2||{{chem|Na|2|[Mo|2|(CO)|10|]}}
|-
| 0||[[Molibdênio hexacarbonil|{{chem|Mo(CO)|6|}}]]
|-
| +1||{{chem|Na[C|6|H|6|Mo]}}
|-
| +2||[[Cloreto de Molibdênio (II)|{{chem|MoCl|2}}]]
|-
| +3||{{chem|Na|3|[Mo(CN)]|6}}
|-
| +4||[[Dissulfeto de Molibdênio|{{chem|MoS|2}}]]
|-
| '''+5'''||[[Cloreto de Molibdênio (V)|{{chem|MoCl|5}}]]
|-
| '''+6'''||[[Fluoreto de Molibdênio (VI)|{{chem|MoF|6}}]]
|}
[[Imagem:Phosphotungstate-3D-polyhedra.png|thumb|upright|[[Estrutura de Keggin]] do ânion fosfomolibdato (P[Mo<sub>12</sub>O<sub>40</sub>]<sup>3−</sup>), um exemplo de [[polioxometalato]]]]

O molibdênio é um [[metal de transição]] com uma [[eletronegatividade]] de 2,16 na escala de Pauling e tem uma massa atômica padrão de 95,95&nbsp;g/mol.<ref>{{citar periódico|autor =M. E. Wieser |autor2 =M. Berglund |data=2009 |título=Atomic weights of the elements 2007 (IUPAC Technical Report) |url=http://www.ciaaw.org/pubs/TSAW2007.pdf |periódico=Pure and Applied Chemistry |volume=81 |número=11 |páginas=2131–2156 |doi=10.1351/PAC-REP-09-08-03 }}</ref><ref>{{citar web | url =http://www.ciaaw.org/atomic_weights3.htm | título =Current  Table of Standard Atomic Weights in Alphabetical Order: Standard Atomic weights of the elements | data =2013 | autor =Meija, J. |numero-autores=et al. | acessodata =13 de março de 2015 | arquivourl =https://web.archive.org/web/20140429050401/http://www.ciaaw.org/atomic_weights3.htm# | arquivodata =29 de abril de 2014 | urlmorta =yes }}</ref> Não reage de modo visível com o oxigênio ou água a temperatura ambiente, e grande parte da oxidação ocorre em temperaturas superiores a 600&nbsp;°C, resultando no [[trióxido de molibdênio]]:

:2 Mo + 3 {{chem|O|2}} → 2 {{chem|MoO|3}}

O trióxido é volátil e sublima em altas temperaturas. Isto previne a formação de uma camada protetora de óxido, que poderia impedir a oxidação do metal.<ref>{{citar livro|último = Davis|primeiro = Joseph R.|título= Heat-resistant materials|obra= Molybdenum|publicado= ASM International|url = http://books.google.com/books?id=GEHA8_bix0oC&pg=PA365|página=365|data=1997|isbn=0-87170-596-6}}</ref> O molibdênio possui vários [[estados de oxidação]], sendo o mais estável o +5 e +6 (em negrito na tabela). A química e os compostos demonstram mais similaridade com o tungstênio do que com o cromo. Um exemplo é a instabilidade dos compostos de molibdênio (III) e tungstênio (III) comparados a estabilidade dos compostos de cromo (III). O maior estado de oxidação é comum no [[óxido de molibdênio (VI)]], ao passo que o composto sulfurado normal é o dissulfeto de molibdênio MoS<sub>2</sub>.<ref name="Holl"/>

O óxido de molibdênio (VI) é solúvel em [[base (química)|bases fortes alcalinas]] aquosas, formando molibdatos (MoO<sub>4</sub><sup>2−</sup>), que são oxidantes mais fracos que os cromatos mas demonstram uma tendência similar a formar [[oxiânion]]s complexos pela condensação em valores de pH baixos, tais como [Mo<sub>7</sub>O<sub>24</sub>]<sup>6−</sup> and [Mo<sub>8</sub>O<sub>26</sub>]<sup>4−</sup>. Polimolibdatos podem incorporar outros íons em suas estruturas, formando [[polioxometalato]]s.<ref>{{citar periódico|periódico= Angewandte Chemie International Edition|volume = 30|página=34|data= 1997|título= Polyoxometalate Chemistry: An Old Field with New Dimensions in Several Disciplines|primeiro1 = Michael T.|último1 = Pope|último2 = Müller |primeiro2 = Achim|doi = 10.1002/anie.199100341}}</ref> O heteropolimolibdato que contém fósforo, P[Mo<sub>12</sub>O<sub>40</sub>]<sup>3−</sup> é utilizado na [[espectroscopia do ultravioleta visível]] para a detecção do fósforo.<ref>{{citar livro|isbn = 978-0-8247-8433-1|páginas= 280–288|editor = Nollet, Leo M. L.|data= 2000|publicado= Marcel Dekker|local= New York, NY|título= Handbook of water analysis|url=http://books.google.com/?id=YZpW4Y4Q_PIC&pg=PA280}}</ref> A faixa ampla de estados de oxidação do molibdênio é evidente na variedade de cloretos que forma:<ref name="Holl"/>

* [[Cloreto de Molibdênio (II)]] MoCl<sub>2</sub> (amarelo)
* [[Cloreto de Molibdênio (III)]] MoCl<sub>3</sub> (vermelho escuro)
* [[Tetracloreto de Molibdênio]] MoCl<sub>4</sub> (preto)
* [[Cloreto de Molibdênio (V)]] MoCl<sub>5</sub> (verde escuro)
* [[Cloreto de Molibdênio (VI)]] MoCl<sub>6</sub> (marrom)

A estrutura do MoCl<sub>2</sub> é composta de aglomerados de Mo<sub>6</sub>Cl<sub>8</sub><sup>4+</sup> com quatro íons cloreto para compensar a carga.<ref name="Holl"/>

Assim como o cromo e outros metais de transição, o molibdênio pode formar [[ligações quádruplas]], tais como no Mo<sub>2</sub>(CH<sub>3</sub>COO)<sub>4</sub>. Este composto pode ser transformado no Mo<sub>2</sub>Cl<sub>8</sub><sup>4−</sup>, que também tem uma ligação quádrupla.<ref name="Holl"/>

O estado de oxidação 0 é possível com o monóxido de carbono como ligante, tal como no molibdênio hexacarbonil, Mo(CO)<sub>6</sub>.<ref name="Holl"/>

== História ==
[[Imagem:Carl Wilhelm Scheele from Familj-Journalen1874.png|thumb|[[Carl Wilhelm Scheele]] enunciou que a [[molibdenita]] continha um novo elemento químico.<ref name="elemental"/>]]
A [[Molibdenita]] - o principal minério do qual o molibdênio é extraído - era antigamente conhecida como Molibdena, que era confundida às vezes utilizada como [[grafite]]. A Molibdenita pode ser utilizada para escurecer a superfície ou como um sólido lubrificante, assim como o grafite.<ref name="Lansdown1999">{{citar livro|último1 = Lansdown |primeiro1 = A. R. |título= Molybdenum disulphide lubrication | volume = 35 |obra= Tribology and Interface Engineering |publicado= Elsevier |data= 1999 | isbn = 978-0-444-50032-8}}</ref> Mesmo quando a Molibdenita era distinguível do grafite, era ainda confundida com o minério de chumbo [[galena]]; o nome do elemento veio do [[grego antigo]] {{lang|grc|Μόλυβδος}} ''{{lang|grc-Latn|molybdos}}'', que significa ''chumbo''.<ref name="nbb" /> Tem sido proposto que a palavra grega em si é uma [[Empréstimo (linguística)|palavra emprestada]] das línguas da região da Anatólia, atual Turquia.<ref name="melchert">{{citar web|autor =Melchert, Craig | url=http://www.linguistics.ucla.edu/people/melchert/webpage/molybdos.pdf|título=Greek mólybdos as a Loanword from Lydian |publicado=[[University of North Carolina]] at [[Chapel Hill, North Carolina|Chapel Hill]] |acessodata=2011-04-23}}</ref>

Apesar de uma liga de aço com molibdênio em uma espada japonesa do século XIV ter sido relatada, a técnica não foi amplamente empregada e posteriormente foi perdida.<ref>International Molybdenum Association, [http://www.imoa.info/molybdenum/molydbenum_history.php "Molybdenum History"] {{Wayback|url=http://www.imoa.info/molybdenum/molydbenum_history.php# |date=20130722102351 }}</ref><ref>{{citar livro|título= Accidental use of molybdenum in old sword led to new alloy | url = http://books.google.com/?id=yUpYAAAAMAAJ&q=Japanese+sword+molybdenum&dq=Japanese+sword+molybdenum |autor1 = Institute |primeiro1 = American Iron and Steel |data= 1948 }}</ref> Em 1754 no Ocidente, [[Bengt Andersson Qvist]] examinou a Molibdenita e constatou que ela ''não'' continha chumbo, e portanto não era o mesmo que a galena.<ref name="vanderkrogt">{{citar web|último = Van der Krogt|primeiro = Peter|título= Molybdenum|obra= Elementymology & Elements Multidict|data= 2006-01-10|url = http://elements.vanderkrogt.net/element.php?sym=Mo|acessodata= 2007-05-20}}</ref>

Em 1778 o químico sueco [[Carl Wilhelm Scheele]] enunciou firmemente que a molibdenita não era de fato nem galena ou grafite.<ref name="elemental">{{citar web|último = Gagnon|primeiro = Steve|título= Molybdenum|publicado= Jefferson Science Associates, LLC|url = http://education.jlab.org/itselemental/ele042.html|acessodata= 2007-05-06}}</ref><ref>{{citar periódico|autor = Scheele, C. W. K.|título= Versuche mit Wasserbley;Molybdaena|periódico= Svenska vetensk. Academ. Handlingar|página=238|data= 1779|volume = 40|url = http://gdz.sub.uni-goettingen.de/dms/load/img/?PPN=PPN324352840_0040}}</ref> Ao invéis disso, Scheele foi adiante e corretamente propôs que a Molibdenita era um minério de um novo elemento distinto, nomeado ''molybdenum'' para o mineral que o contém, e a partir do qual poderia ser isolado. [[Peter Jacob Hjelm]] isolou com sucesso o elemento a partir de uma redução com [[carbono]] e [[óleo de linhaça]] em 1781.<ref name="nbb" /><ref>{{citar periódico|autor = Hjelm, P. J.|título= Versuche mit Molybdäna, und Reduction der selben Erde|periódico= Svenska vetensk. Academ. Handlingar|página= 268|data= 1788|volume = 49|url = http://gdz.sub.uni-goettingen.de/dms/load/img/?PPN=PPN324352840_0009_02_NS}}</ref>

Por aproximadamente um século após seu isolamento, o molibdênio não teve uso industrial em função de sua escassez relativa, dificuldade de extração do metal puro e a falta de maturidade das técnicas metalúrgicas apropriadas.<ref name="Hoyt1921">{{citar livro|último1 = Hoyt |primeiro1 = Samuel Leslie |título= Metallography, Volume 2 |publicado= McGraw-Hill |data= 1921 }}</ref><ref name="Krupp1888">{{citar livro|último1 = Krupp |primeiro1 = Alfred |último2 = Wildberger |primeiro2 = Andreas |título= The metallic alloys: A practical guide for the manufacture of all kinds of alloys, amalgams, and solders, used by metal-workers ... with an appendix on the coloring of alloys |publicado= H.C. Baird & Co. |data= 1888 |página= 60 }}</ref><ref name='Gupta1992'>{{citar livro|último1 = Gupta |primeiro1 = C.K. |título= Extractive Metallurgy of Molybdenum |publicado= CRC Press |data= 1992 | isbn = 978-0-8493-4758-0}}</ref> As primeiras ligas de aço com molibdênio demonstraram ser promissoras pelo aumento da dureza, mas esforços para manufaturá-las em larga escala foram travadas pelos resultados inconsistentes e a tendência de fragilidade e recristalização. Em 1906, [[William D. Coolidge]] solicitou uma patente para uma forma de molibdênio dúctil, para o seus uso em fornos de alta temperatura e como um suporte para o filamento de tungstênio em lâmpadas de bulbo; a oxidação e degradação requeriu que o molibdênio fosse fisicamente selado ou contido em um gás inerte.<ref>{{citar livro| url = http://books.google.com/books?id=ZVkZNyVI4toC&pg=PA117|página= 117 |título= The Making of American Industrial Research: Science and Business at Ge and Bell, 1876–1926 | isbn = 9780521522373 |autor1 = Reich |primeiro1 = Leonard S |data= 2002-08-22}}</ref> Em 1913, [[Frank E. Elmore]] desenvolveu um processo de [[flotação]] para recuperar a molibdenita de minérios, método que permanece como o processo principal de isolamento do mineral.<ref>{{citar livro| url = http://books.google.com/?id=HT4aAQAAIAAJ&q=Elmore+flotation+molybdenum+1913&dq=Elmore+flotation+molybdenum+1913|página= 3 |título= Molybdenum deposits of Canada |autor1 = Vokes |primeiro1 = Frank Marcus |data= 1963}}</ref>

Durante a primeira Guerra Mundial, a demanda pelo elemento aumentou severamente; era usado tanto na [[blindagem]] de veículos quanto como um substituto para o tungstênio no [[aço rápido]]. Alguns tanques britânicos eram protegidos por 75&nbsp;mm de blindagem de [[aço Hadfield]] porém isto se mostrou ineficiente. As blindagens foram substituídas com ligas de aço com molibdênio com 25&nbsp;mm de espessura para aumento de velocidade dos veículos, maior facilidade de manobra e melhor proteção.<ref name="nbb" /> Os alemães também utilizaram molibdênio em ligas para a artilharia pesada. Isto foi porque o aço tradicional se fundia com o calor produzido para o lançamento de um projétil de uma tonelada.<ref>Sam Kean. ''The Disappearing Spoon''. Page 88–89</ref> Após a guerra, a demanda diminuiu até que avanços na metalurgia permitissem o desenvolvimento de aplicações de tempos de paz. Na Segunda Guerra, o molibdênio ganhou novamente importância estratégica como um substituto para o Tungstênio em ligas metálicas.<ref name="Millholland1941">{{citar periódico|primeiro = Ray |último = Millholland |título= Battle of the Billions: American industry mobilizes machines, materials, and men for a job as big as digging 40 Panama Canals in one year |data=agosto de 1941 |obra= Popular Science |página= 61 | url = http://books.google.com/books?id=xScDAAAAMBAJ&pg=PA56}}</ref>

==Ocorrência e produção==
[[Imagem:Molly Hill molybdenite.JPG|thumb|alt=Cristais lustrosos, prateados, planos e hexagonais em camadas quase paralelas dispostas em formato parecido com o de uma flor em um pedaço cristalino de quartzo.|[[Molibdenita]] no quartzo]]
O molibdênio é o 54º elemento mais abundante na crosta terrestre, e o 25º mais abundante nos oceanos, com uma concentração média de 10&nbsp;partes por bilhão; e é o 42º elemento mais abundante no Universo.<ref name="nbb"/><ref name="Nostrand">{{citar livro|publicação= Molybdenum|data= 2005|título= Van Nostrand's Encyclopedia of Chemistry|páginas= 1038–1040|local= New York|publicado= Wiley-Interscience|isbn=978-0-471-61525-5|editor= Considine, Glenn D.}}</ref> Parte do molibdênio da Terra se originou no [[Sistema Solar#Limites e localização|sistema solar externo]].<ref>[https://www.techexplorist.com/moon-formation-brought-water-earth/23409/ Moon formation brought water to the Earth <small>How the Earth became a habitable planet?</small>] por Amit Malewar (2019)</ref>  A missão russa [[Luna 24]] descobrindo um grão de molibdênio (1 × 0.6&nbsp;µm) em um fragmento de [[piroxeno]] retirado da [[Mare Crisum]] na Lua.<ref>{{citar periódico|url=http://www.minsocam.org/msa/AmMin/TOC/Abstracts/2002_Abstracts/Jan02_Abstracts/Jambor_p181_02.pdf|título=New mineral names|periódico=American Mineralogist|volume=87|página=181|data=2002|autor =Jambor, J.L. |numero-autores=et al.}}</ref> A raridade relativa do molibdênio na crosta terrestre é compensada pela sua concentração em uma variedade de minérios insolúveis em água, Às vezes combinado com o enxofre, do mesmo modo que o cobre, que também é encontrado. Ainda que o elemento seja encontrado em minerais como a [[wulfenita]] (PbMoO<sub>4</sub>) e a [[Powellita]] (CaMoO<sub>4</sub>), a principal fonte comercial é a molibdenita (Mo[[sulfur|S]]<sub>2</sub>). O molibdênio é extraído com minério principal, e também é recuperado como um subproduto durante a extração do cobre e tungstênio.<ref name="CRCdescription" />

Historicamente a mina de [[Knaben]], aberta em 1885 no sul da Noruega, foi a primeira dedicada a extração do molibdênio. Ficou fechada de 1973 a 2007, mas foi reaberta.<ref>{{citar periódico|doi = 10.1016/S0375-6742(96)00069-6|título= Dispersion of tailings in the Knabena—Kvina drainage basin, Norway, 1: Evaluation of overbank sediments as sampling medium for regional geochemical mapping|data= 1997|último1 = Langedal|primeiro1 = M|periódico= Journal of Geochemical Exploration|volume = 58|página= 157|número= 2–3}}</ref> A produção mundial de molibdênio foi de 250 mil toneladas em 2011, sendo os maiores produtores a China (94.000&nbsp;t), Estados Unidos (64.000&nbsp;t), Chile (38.000&nbsp;t), Peru (18.000&nbsp;t) e México (12.000&nbsp;t). As reservas mundiais estão estimadas em 10 milhões de toneladas, e em maior parte estão na China (4.3&nbsp;Mt), Estados Unidos (2.7&nbsp;Mt) e Chile (1.2&nbsp;Mt). Por continente, 93% da produção é dividia em partes quase equivalentes entre América do Norte, América do Sul e China. A Europa e o resto da Ásia (principalmente Armênia, Rússia, Irã e Mongólia) produzem o remanescente.<ref name=USGS/>

[[Imagem:Molybdenum world production.svg|thumb|Tendência de produção mundial]]

No processamento da molibdenita, ela primeiramente é aquecida até 700°C e o sulfeto é oxidado para o óxido de molibdênio (IV) pelo ar:<ref name="Holl"/>

:2 MoS<sub>2</sub> + 7 O<sub>2</sub> → 2 MoO<sub>3</sub> + 4 SO<sub>2</sub>

O minério oxidado é ou aquecido para 1100°C para sublimação, ou lixiviado com [[Amônia]], que reage com o óxido para formar molibdatos solúveis em água:

:MoO<sub>3</sub> + 2 NH<sub>4</sub>OH → (NH<sub>4</sub>)<sub>2</sub>(MoO<sub>4</sub>) + H<sub>2</sub>O

O cobre, uma impureza da molibdenita, é menos solúvel em amônia. Para a remoção completa da solução, é precipitado com [[sulfeto de hidrogênio]].<ref name="Holl"/>

O molibdênio puro é produzido pela redução do óxido com hidrogênio, enquanto o molibdênio para a produção do aço é reduzido pela [[Aluminotermia|reação aluminotérmica]] com adição do ferro para produzir o [[ferromolibdênio]], que comumente tem 60% de molibdênio.<ref name="Holl">{{citar livro|publicado= Walter de Gruyter|data= 1985|edição= 91–100|páginas= 1096–1104|isbn = 3-11-007511-3|título= Lehrbuch der Anorganischen Chemie|autor =Holleman, Arnold F. |autor2 =Wiberg, Egon |autor3 =Wiberg, Nils}}</ref><ref>{{citar livro|último = Gupta|primeiro = C. K.|título= Extractive Metallurgy of Molybdenum|publicado= CRC Press|data= 1992|páginas= 1–2|isbn = 978-0-8493-4758-0}}</ref>

O molibdênio tem um valor aproximado de $30 mil por tonelada (preço de Agosto de 2009). Manteve um valor próximo de $10 mil por tonelada de 1977 até 2003, e alcançou, devido a um pico de demanda, um preço de $103 mil por tonelada em junho de 2005.<ref>{{citar web|título= Dynamic Prices and Charts for Molybdenum|publicado= InfoMine Inc.|data=2007|url = http://www.infomine.com/investment/charts.aspx?c=molybdenum&u=mt&submit1=Display+Chart&x=usd&r=15y#chart|acessodata= 2007-05-07}}</ref> Em 2008, a ''[[London Metal Exchange]]'' anunciou que o elemento seria tratado como um [[commodity]] no câmbio.<ref>{{citar web |título=LME to launch minor metals contracts in H2 2009 |url=http://lme.com/6241.asp |data=2008-09-04 |publicado=London Metal Exchange |acessodata=2009-07-28 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090506063932/http://www.lme.com/6241.asp# |arquivodata=6 de maio de 2009 |urlmorta=yes }}</ref>

{| class="wikitable"
|+ Produção mundial em 2019, em toneladas por ano
 | align="right" | 1. || {{CHN}} || align="right" | 130.000
 |-
 | align="right" | 2. || {{CHI}} || align="right" | 56.000
 |-
 | align="right" | 3. || {{USA}}  || align="right" | 43.600
 |-
 | align="right" | 4. || {{PER}} || align="right" | 30.400
 |-
 | align="right" | 5. || {{MEX}} || align="right" | 16.600
|-
 | align="right" | 6. || {{ARM}} || align="right" | 5.000
 |-
 | align="right" | 7. || {{CAN}}  || align="right" | 3.900
 |-
 | align="right" | 8. || {{IRI}} || align="right" | 3.500
 |-
 | align="right" | 9. || {{RUS}} || align="right" | 2.800
 |-
 | align="right" | 10. || {{MGL}} || align="right" | 1.800
 |}

Fonte: [https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-molybdenum.pdf USGS].</small>

==Aplicações==

===Ligas===

Aproximadamente 86% da produção de molibdênio é utilizada em aplicações metalúrgicas tais como ligas, com o resto sendo usado como compostos em aplicações químicas, com 35% destinado a indústria de aços estruturais, 25% de aço inoxidável, 9% em [[aços rápidos]] e ferramentas, 6% em ferro fundido, 6% na forma do metal e 5% em superligas.<ref>[http://www.lme.com/minormetals/6782.asp Pie chart of world Mo uses] {{Wayback|url=http://www.lme.com/minormetals/6782.asp# |date=20120310004452 }}. London Metal Exchange.</ref>

A capacidade do molibdênio de resistir a temperaturas extremas sem expandir significativamente ou amolecer o torna útil em aplicações que envolvem calor intenso, incluindo fabricação de blindagens, partes de aeronaves, contatos elétricos, motores industriais e filamentos.<ref name="nbb"/><ref name="azom" /><ref>{{Citar web|url=https://worldwide.espacenet.com/publicationDetails/biblio?CC=WO&NR=2006074949A1&KC=A1&FT=D#|titulo=Espacenet - Bibliographic data|acessodata=2017-03-26|obra=worldwide.espacenet.com|lingua=en}}</ref>

A maioria das ligas de aço de alta resistência (por exemplo [[aços 41xx]]) contém de 0,25% a 8% de molibdênio.<ref name="CRCdescription" /> Apesar das pequenas proporções, mais de 43 mil toneladas são usadas como um agente ligante a cada ano em aços inoxidáveis, ferramentas em aço, ferro fundido e superligas para alta temperatura.<ref name="Nostrand" />

O molibdênio também é usado em ligas de aço devido a sua alta resistência à corrosão<ref>{{Citar periódico|ultimo=Neto|primeiro=Pereira|ultimo2=Olímpio|primeiro2=Joaquim|ultimo3=Silva|primeiro3=Raphael Oliveira da|ultimo4=Silva|primeiro4=Edilaine Honório da|ultimo5=Moreto|primeiro5=Jeferson Aparecido|ultimo6=Bandeira|primeiro6=Rafael Marinho|ultimo7=Manfrinato|primeiro7=Marcos Dorigão|ultimo8=Rossino|primeiro8=Luciana Sgarbi|ultimo9=Neto|primeiro9=Pereira|data=2016-12-01|titulo=Wear and Corrosion Study of Plasma Nitriding F53 Super duplex Stainless Steel|jornal=Materials Research|volume=19|numero=6|paginas=1241–1252|issn=1516-1439|doi=10.1590/1980-5373-mr-2015-0656|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-14392016000601241&lng=en&nrm=iso&tlng=en}}</ref> e [[soldabilidade]].<ref name="Nostrand" /><ref name=USGS>{{citar web|título= Molybdenum Statistics and Information|publicado= U.S. Geological Survey|data= 2007-05-10|url = http://minerals.usgs.gov/minerals/pubs/commodity/molybdenum/|acessodata= 2007-05-10}}</ref>

Por causa de sua baixa densidade e preço mais estável, o molibdênio é algumas vezes utilizado no lugar do tungstênio.<ref name="Nostrand" /> Um exemplo é a série M de aços rápidos tais como M2, M4 e M42 em substituição a série T de aços rápidos, que contém tungstênio. O molibdênio pode ser implementando como um agente ligante e como uma cobertura de resistência a chama para outros metais. Embora o ponto de fusão seja 2623&nbsp;ºC, o elemento rapidamente se oxida a temperatura superiores a 760&nbsp;ºC tornando mais adequado para uso em ambiente com vácuo.<ref name="azom">{{citar web|título=Molybdenum|publicado=AZoM.com Pty. Limited|data=2007|url=http://www.azom.com/article.aspx?ArticleID=616|acessodata=2007-05-06}}</ref>

TZM (Mo (~99%), Ti (~0.5%), Zr (~0.08%) e algum C) é uma superliga resistente a corrosão que resiste a sais de fluoretos fundidos a temperaturas superiores a 1300&nbsp;ºC. Tem aproximadamente duas vezes a resistência do molibdênio puro, e é mais dútil e soldável, ademais em testes resistiu a corrosão de um [[sal eutético]] padrão e vapores de sais usados em reatores de sais fundidos por 1100 horas com pouca corrosão de difícil medição.<ref>{{citar livro|último =Smallwood|primeiro =Robert E.|título=ASTM special technical publication 849: Refractory metals and their industrial applications: a symposium|url=http://books.google.com/?id=agaacIr25KcC&pg=PA9|data=1984|publicado=ASTM International|isbn=9780803102033|página=9|capítulo=TZM Moly Alloy}}</ref><ref>{{citar web|url = http://www.energyfromthorium.com/forum/download/file.php?id=805|título= Compatibility of Molybdenum-Base Alloy TZM, with LiF-BeF<sub>2</sub>-ThF<sub>4</sub>-UF<sub>4</sub>|publicado= Oak Ridge National Laboratory Report|acessodata= 2010-09-02|data=dezembro de 1969}}</ref>

Outras ligas baseadas em molibdênio e que não contém ferro têm aplicações limitadas. Por exemplo, por causa da resistência a corrosão contra o zinco fundido, ambos molibdênio puro e liga molibdênio/tungstênio (70%/30%) são usadas em tubulações, agitadores e bombas que estão em contato com o zinco fundido.<ref>{{citar livro|título=Tool and manufacturing engineers handbook|primeiro = W. H.|último = Cubberly|autor2 =Bakerjian, Ramon|publicado= Society of Manufacturing Engineers|isbn = 978-0-87263-351-3|url = http://books.google.com/?id=NRXnXmFRjWYC&pg=PT421|página= 421|data=1989}}</ref>

===Outras aplicações com o elemento puro===

O pó do molibdênio é utilizado como um fertilizante para algumas plantas, tais como a couve-flor.<ref name="Nostrand" /> Na forma elemental também é utilizado em analisadores de NO, NO<sub>2</sub>, NO<sub>x</sub> para controle da poluição em plantas elétricas. A 350&nbsp;ºC o elemento age como um catalisador para NO<sub>2</sub>/NO<sub>x</sub> para formar somente moléculas NO para leituras no infravermelho.<ref>{{citar periódico|doi = 10.1023/A:1010730821844|data= 2001|último1 = Lal|primeiro1 = S.|último2 = Patil|primeiro2 = R. S.|periódico= Environmental Monitoring and Assessment|volume = 68|páginas= 37–50|pmid = 11336410|título= Monitoring of atmospheric behaviour of NO<sub>x</sub> from vehicular traffic|número= 1}}</ref> Anodos de molibdênio substituem o tungstênio em certas fontes de raio-X em baixa voltagem, para usos especializados como em mamografias.<ref>{{citar livro|título=Physics of Medical X-Ray Imaging|url=http://ric.uthscsa.edu/personalpages/lancaster/DI-II_Chapters/DI_chap4.pdf|capítulo=Ch. 4: Physical determinants of contrast|autor=Lancaster, Jack L.|publicado=University of Texas Health Science Center|acessodata=27 de fevereiro de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151010172937/http://ric.uthscsa.edu/personalpages/lancaster/DI-II_Chapters/DI_chap4.pdf#|arquivodata=10 de outubro de 2015|urlmorta=yes}}</ref> O isótopo radioativo [[Molibdênio-99]] é utilizado para gerar o [[Tecnécio-99m]], que é utilizado para a imagiografia médica. O isótopo é armazenado e manuseado na forma de molibdatos.<ref>Theodore Gray. ''The Elements''. pp. 105–107</ref><ref>{{citar periódico|doi = 10.1146/annurev.me.20.020169.001023|pmid = 4894500|data= 1969|último1 = Gottschalk|primeiro1 = A|título= Technetium-99m in clinical nuclear medicine|volume = 20|páginas= 131–40|periódico= Annual review of medicine|número=1}}</ref>

=== Compostos ===

O [[dissulfeto de molibdênio]] (MoS<sub>2</sub>) é usado como um lubrificante sólido e agente anti-desgastante em altas pressões e temperaturas. Ele forma um filme resistente na superfície metálica e é um aditivo comum para graxas (em alta temperatura e pressão) - no caso de uma falha catastrófica da graxa, uma camada fina de molibdênio previne o contato das partes lubrificadas.<ref>{{citar periódico|doi =10.1016/0043-1648(67)90187-1|título=Molybdenum disulfide as a lubricant: A review of the fundamental knowledge |data=1967|último1 =Winer|primeiro1 =W.|periódico=Wear|volume =10|página=422|número=6}}</ref> Também possui propriedades semicondutoras como vantagens distintas sobre o tradicional silicone ou aplicações eletrônicas com o [[grafeno]].<ref name="physorg">{{citar web|url=http://www.physorg.com/news/2011-01-transistors-alternative-silicon-graphene.html|título=New transistors: An alternative to silicon and better than graphene|publicado=Physorg.com|data=30 de janeiro de 2011|acessodata=2011-01-30}}</ref> MoS<sub>2</sub> também é usado como um cataliSador no hidrocraqueamento de frações do petróleo que contém nitrogênio, enxofre e oxigênio.<ref>{{citar livro|autor =Topsøe, H. |autor2 =Clausen, B. S. |autor3 =Massoth, F. E. |título=Hydrotreating Catalysis, Science and Technology|publicado= Springer-Verlag|local= Berlin|data= 1996}}</ref>

Outros compostos, incluem:

* [[Dissiliceto de molibdênio]] (MoSi<sub>2</sub>): cerâmica condutora elétrica com uso principal em [[elementos aquecedores]] operando em temperaturas superiores a 1500&nbsp;°C em ar.<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=FbMfaqSgOxsC&pg=PA141|página=141|título=Electroceramics: materials, properties, applications|autor =Moulson, A. J. |autor2 =Herbert, J. M.|publicado=John Wiley and Sons|data=2003|isbn=0-471-49748-7}}</ref>

* [[Trióxido de molibdênio]] (MoO<sub>3</sub>): usado como um adesivo entre metais e [[esmalte]]s. O [[Molibdato de Chumbo]] co-precipitado com cromato de chumbo e sulfato de chumbo é um pigmento laranja brilhante usado em cerâmicas e plásticos.<ref>[http://www.imoa.info/ International Molybdenum Association]. imoa.info.</ref> Os catalisadores de óxidos mistos à base de molibdénio são utilizados para reacções de oxidação selectivas. As aplicações típicas são a oxidação de propano, propileno ou acroleína em ácido acrílico.<ref>{{citar livro|url=https://depositonce.tu-berlin.de/bitstream/11303/3269/1/Dokument_8.pdf|titulo=Kinetic studies of propane oxidation on Mo and V based mixed oxide catalysts|ultimo=|primeiro=|obra=Tese de doutorado|editora=|ano=2011|local=|acessodata=}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=2012|titulo=Surface chemistry of phase-pure M1 MoVTeNb oxide during operation in selective oxidation of propane to acrylic acid|jornal=Journal of Catalysis|volume=285|paginas=48-60|doi=10.1016/j.jcat.2011.09.012|url=http://pubman.mpdl.mpg.de/pubman/item/escidoc:1108560:8/component/escidoc:1402724/1108560.pdf|acessadoem=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161030003154/http://pubman.mpdl.mpg.de/pubman/item/escidoc:1108560:8/component/escidoc:1402724/1108560.pdf|arquivodata=2016-10-30|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|titulo=Multifunctionality of Crystalline MoV(TeNb) M1 Oxide Catalysts in Selective Oxidation of Propane and Benzyl Alcohol|jornal=ACS Catalysis|doi=10.1021/cs400010q|url=https://www.researchgate.net/publication/278196177_Multifunctionality_of_Crystalline_MoVTeNb_M1_Oxide_Catalysts_in_Selective_Oxidation_of_Propane_and_Benzyl_Alcohol|acessadoem=}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|ano=2014|titulo=The reaction network in propane oxidation over phase-pure MoVTeNb M1 oxide catalysts|jornal=Journal of Catalysis|volume=311|paginas=369-385|doi=10.1016/j.jcat.2013.12.008|url=http://pubman.mpdl.mpg.de/pubman/item/escidoc:1896844:6/component/escidoc:1896843/JCAT-13-716_revised_06Dec2013.pdf|acessadoem=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160215104605/http://pubman.mpdl.mpg.de/pubman/item/escidoc:1896844:6/component/escidoc:1896843/JCAT-13-716_revised_06Dec2013.pdf|arquivodata=2016-02-15|urlmorta=yes}}</ref>

== Papel biológico ==

=== Bioquímica ===
==== Nitrogenases ====
O papel mais importante do Molibdênio em seres vivos é como um [[heteroátomo]] em sítios atívos de certas enzimas.<ref>{{citar livro|título=Metallomics and the Cell|primeiro1=Ralf R.|data=2013|editor-sobrenome1=Banci|editor-nome1=Lucia (Ed.)|series=Metal Ions in Life Sciences|volume=12|doi=10.1007/978-94-007-5561-10_15|isbn=978-94-007-5560-4|issn=1559-0836|último1=Mendel|capítulo=Chapter 15 Metabolism of Molybdenum|publicado=Springer}} electronic-book ISBN 978-94-007-5561-1 electronic-issn 1868-0402
</ref> Na [[fixação do nitrogênio]] em certas bactérias,<ref>{{Citar periódico|ultimo=Silva|primeiro=Alinne da|ultimo2=Franzini|primeiro2=Vinícius I.|ultimo3=Piccolla|primeiro3=Cristiano D.|ultimo4=Muraoka|primeiro4=Takashi|ultimo5=Silva|primeiro5=Alinne da|ultimo6=Franzini|primeiro6=Vinícius I.|ultimo7=Piccolla|primeiro7=Cristiano D.|ultimo8=Muraoka|primeiro8=Takashi|data=2017-02-01|titulo=Molybdenum supply and biological fixation of nitrogen by two Brazilian common bean cultivars|jornal=Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental|volume=21|numero=2|paginas=100–105|issn=1415-4366|doi=10.1590/1807-1929/agriambi.v21n2p100-105|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1415-43662017000200100&lng=en&nrm=iso&tlng=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Vieira|primeiro=Rogerio Faria|ultimo2=Lima|primeiro2=Renan Cardoso|ultimo3=Prado|primeiro3=Adalgisa Leles do|ultimo4=Júnior|primeiro4=Trazilbo José de Paula|ultimo5=Soares|primeiro5=Bruno de Almeida|data=2016-09-02|titulo=Split application of molybdic fertilizer at the reproductive stage of common bean increases the molybdenum content in seed|jornal=Acta Scientiarum. Agronomy|volume=38|numero=4|paginas=529–533|issn=1807-8621|doi=10.4025/actasciagron.v38i4.30536|url=http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciAgron/article/view/30536|idioma=en}}</ref> a enzima [[nitrogenase]], que é envolvida na etapa final da redução do nitrogênio molecular, normalmente contém o molibdênio no sítio ativo (cofator [[FeMoco]]), embora a substituição deste por [[ferro]] e [[vanádio]] também seja conhecida.<ref>{{citar periódico|título= A newly discovered role for iron-sulfur clusters|primeiro1 = Patricia C.| doi = 10.1073/pnas.0805713105|periódico=PNAS|data=2008|volume=105|páginas=11589–11590 |pmid = 18697949|último1 = Dos Santos|último2 = Dean|primeiro2 = Dennis R.|número= 33|pmc = 2575256|bibcode = 2008PNAS..10511589D }}</ref>

A reação que a enzima nitrogenase realiza é:

<math> \mathrm{N_2 + 8 \ H^+ + 8 \ e^- + 16 \ ATP + 16 \ H_2O \longrightarrow 2 \ NH_3 + H_2 + 16 \ ADP + 16 \ P_i} </math>

Com prótons e elétrons da cadeia de transporte de eléltros, o nitrogênio é reduzido a amônia e gás hidrogênio livre. Este é um processo que requer energia, exigindo a hidrólise do ATP no ADP mais um fosfato livre ('''P<sub>i</sub>''').

Em 2008, foi evidenciado que a escassez de molibdênio nos oceanos primitivos foi um fator limitante por aproximadamente dois bilhões de anos até a posterior evolução da vida eucariota (que incluem todas as plantas e animais) pois estas não conseguem fixar o nitrogênio, e portanto devem adquirir a maior parte do nitrogênio oxidado adequado para a criação de compostos orgânicos nitrogenados, ou os próprios organismos (como proteínas) a partir de bactérias procariotas.<ref name="Scottetal">{{citar periódico|último1 =Scott|primeiro1 =C.|primeiro2 =T. W.|último2 =Lyons|primeiro3 =A.|último3 =Bekker|primeiro4 =Y.|último4 =Shen|primeiro5 =S. W.|último5 =Poulton|primeiro6 =X.|último6 =Chu|primeiro7 =A. D.|último7 =Anbar |data=2008|título=Tracing the stepwise oxygenation of the Proterozoic ocean|periódico=Nature| volume=452|número=7186|páginas=456–460| doi=10.1038/nature06811| pmid=18368114| bibcode = 2008Natur.452..456S }}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.eurekalert.org/pub_releases/2008-03/asu-ito032508.php|título=International team of scientists discover clue to delay of life on Earth|publicado=Eurekalert.org|acessodata=2008-10-25}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.eurekalert.org/pub_releases/2008-03/nu-sut032508.php|título=Scientists uncover the source of an almost 2 billion year delay in animal evolution|publicado=Eurekalert.org|acessodata=2008-10-25}}</ref> A escassez de molibdênio resultoru em uma falta relativa de oxigênio nos oceanos primitivos. A maior parte dos compostos de molibdênio tem baixa solubilidade em água, mais o íon molibdato MoO<sub>4</sub><sup>2−</sup> é solúvel e é formado quando minerais contendo molibdênio entram em contato com o oxigênio e água. Uma vez que o oxigênio feito pela vida primitiva foi produzido na água do mar, ajudou a dissolver o molibdênio em molibdatos solúveis a partir dos minerais no fundo do oceano, tornando possível pela primeira vez a fixação do nitrogênio por bactérias, e permitindo a elas prover mais compostos de nitrogênio fixado utilizáveis por formas superiores de vida. Em 2013, foi sugerida a possibilidade que o [[boro]] e o molibdênio catalisaram a produção do [[RNA]] em [[Marte (planeta)|Marte]] com a vida sendo transferida para a terra por um meteorito por volta de três bilhões de anos atrás.<ref name=mars>{{citar jornal|url=http://www.newscientist.com/article/dn24120-primordial-broth-of-life-was-a-dry-martian-cupasoup.html?cmpid=RSS%7CNSNS%7C2012-GLOBAL%7Clife#.Uh98K5BwaUk|título=Primordial broth of life was a dry Martian cup-a-soup|obra=New Scientist|data=29 de agosto de 2013|acessodata=2013-08-29}}</ref>

Apesar do oxigênio tivesse promovido a fixação do nitrogênio ao tornar o molibdênio solúvel em água, também envenena diretamente as enzimas de nitrogenase. Assim na história antiga da Terra, após o oxigênio ter alcançado largas quantidades na água e no ar, organismos que continuaram a fixar o nitrogênio em condições aeróbicas precisaram isolar e proteger suas enzimas fixadoras de nitrogÊnios em [[heterocisto]]s, ou estruturas protetoras similares do oxigênio disponível. Esta isolação estrutural nas reações de fixação do nitrogênio em organismos aeróbicos continua até a atualidade.

[[Imagem:Molybdenum cofactor.svg|thumb|alt=Estrutura da molécula molibdopterina com um único átomo de molibdênio ligado a um grupo tiolato|O [[cofator de molibdênio]] (imagem) é composto de uma molécula orgânica complexa chamada [[molibdopterina]], que se liga a um átomo de molibdênio (VI) oxidado através do átomo de enxofre adjacente (ou ocasionalmente o selênio). Exceto pelas nitrogenases primitivas, todas as enzimas de molibdênio conhecidas usam este cofator.]]

==== Enzimas com cofator de molibdênio ====
Embora o molibdênio forme compostos com várias moléculas orgânicas, incluindo [[carboidrato]]s e [[aminoácido]]s, ele é transportado através do corpo humano como um molibdato MoO<sub>4</sub><sup>2−</sup>.<ref name="IMOAoverview">{{citar web|último= Mitchell|primeiro= Phillip C. H.|título= Overview of Environment Database|publicado= International Molybdenum Association|data= 2003|url= http://hse.imoa.info/Default.asp?Page=110|arquivourl= https://web.archive.org/web/20071018005253/http://hse.imoa.info/Default.asp?Page=110#|arquivodata= 18 de outubro de 2007|acessodata= 2007-05-05|urlmorta= yes}}</ref> Até 2002, pelo menos 50 enzimas contendo molibdênio eram conhecidas, a maior parte em bactérias, e seu número aumenta a cada ano;<ref>{{citar periódico|título=Synthetic Analogues and Reaction Systems Relevant to the Molybdenum and Tungsten Oxotransferases|periódico=Chem. Rev.|data=2004|volume=104|páginas=1175–1200|doi=10.1021/cr020609d|primeiro1 =John H. |último1 =Enemark |primeiro2 =J. Jon A. |último2 =Cooney|primeiro3 =Jun-Jieh |último3 =Wang|primeiro4 =R. H. |último4 =Holm|pmid=14871153|número=2}}</ref><ref>{{citar periódico|doi = 10.1016/j.bbamcr.2006.03.013|páginas= 621–635|pmid = 16784786|data= 2006|último1 = Mendel|primeiro1 = Ralf R.|último2 = Bittner|primeiro2 = Florian|título= Cell biology of molybdenum|volume = 1763|número= 7|periódico= Biochimica et Biophysica Acta}}</ref> tais enzimas incluem a [[aldeído oxidase]], [[sulfito oxidase]] e a [[xantina oxidase]].<ref name="nbb" /> Em alguns animais, e em humanos, a oxidação da [[xantina]] em [[ácido úrico]], um processo do [[catabolismo]] da [[purina]], é catalisada pela xantina oxidase. A atividade da xantina oxidase é diretamente proporcional a quantidade de molibdênio no organismo. Entretanto, uma concentração muito alta do elemento pode reverter a tendência e agir como um inibidor tanto no catabolismo da purina quanto em outros processos. A concentração de molibdênio também afeta [[síntese proteica]], o [[metabolismo]] e o crescimento.<ref name="IMOAoverview" />

Em animais e plantas um composto tricíclico chamado [[molibdopterina]] (que, apesar do nome, não contém o molibdênio) reage com o molibdato para formar um cofator contendo molibdênio denominado [[cofator de molibdênio]]. Protegidas da nitrogenases da filogenética primitiva, que incluem a fixação do nitrogênio em algumas bactérias e cianobactérias, todas as enzimas contendo molibdênio identificadas até a atualidade na natureza utilizam o cofator de molibdênio, no qual o elemento está no estado oxidativo VI, o mesmo que o do molibdato.<ref>{{citar periódico|pmid=9861725|data=1998|último1 =Fischer|primeiro1 =B|último2 =Enemark|primeiro2 =JH|último3 =Basu|primeiro3 =P|título=A chemical approach to systematically designate the pyranopterin centers of molybdenum and tungsten enzymes and synthetic models|volume=72|número=1–2|páginas=13–21|periódico=Journal of Inorganic Biochemistry|doi=10.1016/S0162-0134(98)10054-5}}. Summarized in [http://pathway.gramene.org/META/NEW-IMAGE?type=COMPOUND&object=CPD-4 MetaCyc Compound: molybdopterin]. Accessed Nov. 16, 2009.</ref> Enzimas de molibdênio em plantas e animais podem catalisar a oxidação e algumas vezes a redução de certas moléculas pequenas, como parte da regulação do [[ciclo do nitrogênio]], [[ciclo do enxofre]] e [[ciclo do carbono]].<ref>{{citar periódico|título= A structural comparison of molybdenum cofactor-containing enzymes|periódico=FEMS Microbiol. Rev.|data=1999|volume = 22|doi = 10.1111/j.1574-6976.1998.tb00384.x|pmid =9990727|número= 5|páginas= 503–521|último1 = Kisker|primeiro1 = C.|último2 = Schindelin|primeiro2 = H. |último3 = Baas|primeiro3 = D.|último4 = Rétey|primeiro4 = J.|último5 = Meckenstock|primeiro5 = R.U|último6 = Kroneck|primeiro6 = P.M.H}}</ref>

=== Ingestão diária e deficiência ===

O molibdênio é um [[elemento químico essencial]] para a vida dos animais.<ref>{{citar livro|primeiro1 = Guenter|último1 = Schwarz|primeiro2 = Abdel A.|último2 = Belaidi|editor=Astrid Sigel |editor2=Helmut Sigel|editor3=Roland K. O. Sigel|título=Interrelations between Essential Metal Ions and Human Diseases|series=Metal Ions in Life Sciences|volume=13|data=2013|publicado=Springer|páginas=415–450|capítulo=Chapter 13. Molybdenum in Human Health and Disease|doi=10.1007/978-94-007-7500-8_13}}</ref> Quatro enzimas com dependência de molibdênio em mamíferos são conhecidas, todas baseadas na [[pterina]] no cofator de molibdênio do sítio ativo: [[sulfito oxidase]], [[xantina oxidase]] e [[aldeído oxidase]].<ref>{{citar periódico| doi=10.1002/biof.55|título=Cell biology of molybdenum|data=2009|último1 =Mendel|primeiro1 =Ralf R.|periódico=BioFactors| volume=35|número=5|páginas=429–34| pmid=19623604}}</ref> Pessoas com [[deficiência de molibdênio]] tem um funcionamento deficiente da sulfito oxidase e são propensas a reações tóxicas de sulfitos nos alimentos.<ref>''Blaylock Wellness Report'', February 2010, page 3.</ref><ref>{{citar periódico| pmc=427300|título=Molecular Basis of the Biological Function of Molybdenum. The Relationship between Sulfite Oxidase and the Acute Toxicity of Bisulfite and SO<sub>2</sub>|data=1973|último1 =Cohen|primeiro1 =HJ|último2 =Drew|primeiro2 =RT|último3 =Johnson|primeiro3 =JL|último4 =Rajagopalan|primeiro4 =KV| volume=70|número=12 Pt 1–2|páginas=3655–3659|periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America|bibcode = 1973PNAS...70.3655C |doi = 10.1073/pnas.70.12.3655| pmid=4519654}}</ref>
O corpo humano contém aproximadamente 0,07&nbsp;mg de molibdênio por quilograma do peso corporal.<ref>{{citar livro|data=2001|título=Inorganic chemistry|primeiro1 =Arnold F. |último1 = Holleman|primeiro2 = Egon|último2 = Wiberg|página=1384|url=http://books.google.com/?id=vEwj1WZKThEC&pg=PA1384|publicado=Academic Press|isbn=0-12-352651-5}}</ref> Ocorrem em concentrações superiores no fígado e rins, e em concentrações menores nas vértebras.<ref name="Nostrand" /> O elemento também está presente dentro do [[esmalte dentário]] e pode ajudar a prever sua queda.<ref>{{citar periódico|título= Environmental Effects of Molybdenum on Caries|primeiro1 = M. E. J.|último1 =Curzon|primeiro2 = J.|último2 = Kubota|primeiro3 = B. G.|último3 = Bibby|periódico= Journal of Dental Research|volume = 50|número=1|data= 1971|páginas=74–77|doi = 10.1177/00220345710500013401|url = http://jdr.sagepub.com/content/50/1/74.full.pdf|formato= PDF}}</ref>

A ingestão diária de molibdênio varia de 0,12 a 0,24&nbsp;mg, dependendo do teor de molibdênio no alimento.<ref name="Coug">{{citar periódico|doi=10.1007/BF01811327|título=The role of molybdenum in human biology|data=1983|último =Coughlan|primeiro = M. P.|periódico=Journal of Inherited Metabolic Disease|volume=6|páginas=70–77|pmid=6312191|número=S1}}</ref> Carnes de suínos, ovinos e bifes de fígado tem aproximadamente 1,5 partes por milhão de molibdênio. Outras fontes relevantes incluem feijões verdes, ovos, sementes de girassol, farinha de trigo, lentilhas, pepinos e cereais em grãos.<ref name="nbb" /> A toxicidade aguda não foi observada em humanos e depende fortemente do estado químico do elemento. Estudos com ratos demonstram uma [[dose letal mediana]] (LD<sub>50</sub>) menor que 180&nbsp;mg/kg para alguns compostos.<ref name="ORNL">{{citar web|url=http://rais.ornl.gov/tox/profiles/molybdenum_f_V1.shtml|publicado=Oak Ridge National Laboratory|título=Risk Assessment Information System: Toxicity Summary for Molybdenum|acessodata=2008-04-23|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070919204536/http://rais.ornl.gov/tox/profiles/molybdenum_f_V1.shtml#|arquivodata=19 de setembro de 2007|urlmorta=yes}}</ref> Embora dados sobre a toxicidade em humanos não estejam disponíveis, estudos com animais têm demonstrado que a ingestão crônica de mais de 10&nbsp;mg/dia pode causar diarreia, retardo no crescimento, infertilidade, baixo peso de recém-nascidos e [[gota (doença)|gota]]; também pode afetar os pulmões, rins e o fígado.<ref name="Coug"/><ref>{{citar periódico|doi = 10.1081/CLT-100102422|páginas= 231–237|periódico= Clinical Toxicology|data= 1999|volume = 37|número=2|título= Molybdenum|primeiro1 = Donald G.|último1 = Barceloux‌|primeiro2 = Donald|último2 = Barceloux|pmid = 10382558}}</ref><!--Molybdenum deficiency is not usually seen in healthy people.<ref>{{citar web|título= Nutrient Reference Values for Australia|publicado= National Medical and Health Research Council (Australia)|url = http://www.nrv.gov.au/Nutrients.aspx?code=71128006|acessodata= 2008-04-23}}</ref>--> O [[tungstato de sódio]] é um [[inibidor competitivo]] do molibdênio e dietas com tungstênio reduzem a concentração do molibdênio em tecidos.<ref name="Nostrand" />

A deficiência de molibdênio na dieta a partir baixa concentração no solo tem sido associada com um aumento da taxa de [[câncer de esôfago]] em parte do norte da china até o Irão.<ref>{{citar periódico|periódico= Cancer Research|volume=40|data= 1980|título= Research on Esophageal Cancer in China: a Review|primeiro = Chung S.|último = Yang|url = http://cancerres.aacrjournals.org/content/40/8_Part_1/2633.full.pdf|pmid=6992989|número=8 Pt 1|páginas= 2633–44}}</ref><ref>{{citar periódico|periódico= Archives of Iranian Medicine|data= 2008|volume = 11|página=392|título= Nail Molybdenum and Zinc Contents in Populations with Low and Moderate Incidence of Esophageal Cancer|primeiro = Mohsen|último = Nouri |numero-autores=4 |autor2 =Chalian, Hamid |autor3 =Bahman, Atiyeh |autor4 =Mollahajian, Hamid |autor5 =Ahmadi-Faghih, Mohammadamin |autor6 =Fakheri, Hafez |autor7 = Soroush, Ahmadreza |url = http://www.ams.ac.ir/AIM/08114/0010.pdf}}</ref> Comparados com os Estados Unidos, onde existe um grande suprimento do elemento no solo, pessoas nestas áreas deficientes têm um risco 16 vezes maior de desenvolver [[câncer esofágico]] e [[carcinoma de células escamosas]].<ref>{{citar periódico|url = http://www.nutritionhealthinfo.com/nutrition/nutrition_0163_001.pdf|periódico = Cancer Research|volume = 54|páginas = 2029s–2031s|data = 1994|título = Prevention of Esophageal Cancer: The Nutrition Intervention Trials in Linxian, China|primeiro1 = Philip R.|último1 = Taylor|primeiro2 = Bing|último2 = Li|primeiro3 = Sanford M.|último3 = Dawsey|primeiro4 = Jun-Yao|último4 = Li|primeiro5 = Chung S.|último5 = Yang|primeiro6 = Wande|último6 = Guo|primeiro7 = William J.|último7 = Blot|pmid = 8137333|número = 7 Suppl|acessodata = 2015-03-06|arquivourl = https://web.archive.org/web/20160604060623/http://www.nutritionhealthinfo.com/nutrition/nutrition_0163_001.pdf|arquivodata = 2016-06-04|urlmorta = yes}}</ref>

A deficiência no elemento também tem sido relatada como uma consequência da [[nutrição parenteral]] total (alimentação intravenosa completa) por longos períodos de tempo. Resulta em altos níveis sanguíneos de sulfitos e [[ácido úrico]], quase do mesmo modo que a deficiência no cofator de molibdênio. Todavia, uma vez que presumivelmente a deficiência em molibdênio a partir deste mecanismo é observada primariamente em adultos, as consequências neurológicas não têm sido sinalizadas como para a deficiência de um fator congênito.<ref>{{citar periódico|pmc=1911702|pmid=6426561|data=1984|último1 =Abumrad|primeiro1 =NN|título=Molybdenum—is it an essential trace metal?|volume=60|número=2|páginas=163–71|periódico=Bulletin of the New York Academy of Medicine}}</ref>

=== Doenças relacionadas ===

Uma doença congênita da deficiência do cofator de molibdênio, observada em crianças, resulta na interferência da capacidade do organismo de usar o molibdênio em enzimas. Causa altos níveis de [[sulfito]]s e [[ácido úrico]], e danos neurológicos.<ref>{{citar periódico|url=http://www.jbc.org/content/283/25/17370.full|título=Splice-specific Functions of Gephyrin in Molybdenum Cofactor Biosynthesis|autor =Smolinsky, B. |numero-autores=et al.|periódico=Journal of Biological Chemistry|doi=10.1074/jbc.M800985200|data=2008|volume=283|páginas=17370–9|pmid=18411266|número=25|último2 =Eichler|primeiro2 =S. A.|último3 =Buchmeier|primeiro3 =S.|último4 =Meier|primeiro4 =J. C.|último5 =Schwarz|primeiro5 =G.}}</ref><ref>{{citar periódico|doi = 10.1007/s004390051023|título=Genetics of molybdenum cofactor deficiency|data= 2000|último1 = Reiss|primeiro1 = J.|periódico= Human Genetics|volume = 106|páginas= 157–63|pmid = 10746556|número= 2}}</ref>

=== Antagonismo cobre-molibdênio ===

Altos níveis de molibdênio podem interferir na captação do [[cobre]], provocando a deficiência de cobre. O molibdênio previne proteínas de se ligar ao cobre, e também aumentam a quantidade de cobre que é excretado na [[urina]]. Ruminantes que consumem grandes quantidades de molibdênio desenvolvem sintomas que incluem diarreia, crescimento atrofiado, anemia e perda do pigmento do cabelo. Estes sintomas podem ser aliviados pela administração de mais cobre no organismo, tanto na forma de injeção quanto por uma dieta regulada.<ref name="suttle">{{citar periódico|último = Suttle|primeiro = N. F.|título= Recent studies of the copper-molybdenum antagonism|periódico= Proceedings of the Nutrition Society|volume = 33|número= 3|páginas= 299–305|publicado= CABI Publishing|data= 1974|doi = 10.1079/PNS19740053|pmid = 4617883}}</ref> A condição, como uma efetiva deficiência de cobre, pode ser agravada por excesso de [[enxofre]].<ref name="Nostrand" /><ref>Hauer, Gerald [http://www.bisoncentre.com/index.php?option=com_content&view=article&id=59&Itemid=256 Copper deficiency in cattle]. Bison Producers of Alberta. Accessed Dec. 16, 2010.</ref>

A redução ou deficiência de cobre também pode ser deliberadamente reduzida para propósitos terapêuticos pelo composto [[tetratiomolibdato de amónio]], no qual o ânion vermelho brilhante de tetratiomolibdato é um agente quelante do cobre. O composto foi usado pela primeira vez com este propósito para no tratamento da [[toxicose de cobre]] em animais. Foi então introduzido como forma de tratamento para [[doença de Wilson]], uma desordem metabólica do cobre que é hereditária em humanos; o composto age tanto pela competição na absorção do cobre no intestino e no aumento da excreção do elemento. Também foi descoberto que tem efeito inibidor na [[angiogênese]], potencialmente pela inibição do íon cobre do processo de translocação da membrana envolvendo um caminho de secreção não clássico.<ref>{{citar periódico|autor = Nickel, W|título= The Mystery of nonclassical protein secretion, a current view on cargo proteins and potential export routes|periódico= Eur. J. Biochem.|data= 2003|volume = 270|páginas= 2109–2119|doi = 10.1046/j.1432-1033.2003.03577.x|pmid=12752430|número= 10}}</ref> Isto é um tratamento investigatório interessante para o câncer, [[degeneração macular]] relacionada a idade e outras doenças com característica deposição no sangue.<ref>{{citar periódico|autor =Brewer GJ |numero-autores=et al. |título=Treatment of Wilson disease with ammonium tetrathiomolybdate: III. Initial therapy in a total of 55 neurologically affected patients and follow-up with zinc therapy |periódico=Arch Neurol |data=2003 |volume=60 |número=3 |páginas=379–85 |pmid=12633149 |doi=10.1001/archneur.60.3.379|último2 =Hedera|primeiro2 =P|último3 =Kluin|primeiro3 =KJ|último4 =Carlson|primeiro4 =M|último5 =Askari|primeiro5 =F|último6 =Dick|primeiro6 =RB|último7 =Sitterly|primeiro7 =J|último8 =Fink|primeiro8 =JK}}</ref><ref>{{citar periódico|pmid=10656425|data=2000|último1 =Brewer|primeiro1 =GJ|último2 =Dick|primeiro2 =RD|último3 =Grover|primeiro3 =DK|último4 =Leclaire|primeiro4 =V|último5 =Tseng|primeiro5 =M|último6 =Wicha|primeiro6 =M|último7 =Pienta|primeiro7 =K|último8 =Redman|primeiro8 =BG|último9 =Jahan|primeiro9 =T|último10 =Sondak |primeiro10 =VK|último11 =Strawderman |primeiro11 =M|último12 =LeCarpentier |primeiro12 =G|último13 =Merajver |primeiro13 =SD|título=Treatment of metastatic cancer with tetrathiomolybdate, an anticopper, antiangiogenic agent: Phase I study|volume=6|número=1|páginas=1–10|periódico=Clinical cancer research : an official journal of the American Association for Cancer Research}}</ref>

== Isótopos ==
O molibdênio tem 6 [[isótopo]]s estáveis e cerca de duas dezenas de radioisótopos, a maior parte com [[vida média|tempos de vida média]] da ordem de segundos. O <sup>99</sup>Mo se usa em geradores de <sup>99</sup>Mo / <sup>99m</sup>Tc para a indústria de isótopos nucleares. Estima-se que este mercado de produtos de <sup>99</sup>Tc mova aproximadamente 100 milhões de euros ao ano.

{{referências}}

== Ligações externas ==
{{Commons|Molybdenum}}
*{{Link|idioma=en|url=https://www.webelements.com/molybdenum/|título=WebElements.com - Molybdenum}}
*{{Link|idioma=en|url=https://environmentalchemistry.com/yogi/periodic/Mo.html|título=EnvironmentalChemistry.com - Molybdenum}}
*{{Link|idioma=en|url=https://www.imoa.info/index.php|título=The International Molybdenum Association}}
*{{Link|idioma=pt-br|url=https://www.tabelaperiodica.org/molibdenio/|título=Molibdênio - vídeos e imagens}}

{{Tabela Periódica Compacta}}
{{Compostos de molibdénio}}

[[Categoria:Molibdênio| ]]