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{{Ver desambig|a figura de estilo|Paradoxo (figura de estilo)}}
Um '''paradoxo''' é uma afirmação [[Lógica proposicional|logicamente]] autocontraditória ou uma afirmação que vai contra as expectativas de alguém.<ref>{{Citar web|url=http://mathworld.wolfram.com/Paradox.html|título=Paradox|último=Weisstein|primeiro=Eric W.|website=mathworld.wolfram.com|língua=en|acessodata=2019-12-05}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://plato.stanford.edu/entries/paradoxes-contemporary-logic/ |título=Paradoxes and Contemporary Logic |data=2024 |acessodata=2024-09-03 |publicado=Metaphysics Research Lab, Stanford University |ultimo=Cantini |primeiro=Andrea |ultimo2=Bruni |primeiro2=Riccardo |editor-sobrenome=Zalta |editor-nome=Edward N. |editor-sobrenome2=Nodelman |editor-nome2=Uri}}</ref> É uma afirmação que, apesar do raciocínio aparentemente válido a partir de premissas verdadeiras ou aparentemente verdadeiras, leva a uma conclusão aparentemente auto contraditória ou logicamente inaceitável.<ref>{{Citar web|título=paradox|url=http://www.oxforddictionaries.com/us/definition/american_english/paradox|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130205104405/http://oxforddictionaries.com/us/definition/american_english/paradox|urlmorta= sim|arquivodata=5 de fevereiro de 2013|website=Oxford Dictionary|publicado=Oxford University Press|acessodata=21 de junho de 2016}}</ref><ref>{{citar jornal|último1=Bolander|primeiro1=Thomas|título=Self-Reference|url=http://plato.stanford.edu/entries/self-reference/|acessodata=21 de junho de 2016|publicado=The Metaphysics Research Lab, Stanford University|data=2013}}</ref> Um paradoxo geralmente envolve elementos contraditórios, mas inter-relacionados, que existem simultaneamente e persistem ao longo do tempo.<ref>{{citar periódico|último1= Smith |primeiro1= W. K. |último2= Lewis |primeiro2= M. W. |ano= 2011 |título= Toward a theory of paradox: A dynamic equilibrium model of organizing |periódico= Academy of Management Review | volume = 36 |número= 2|páginas= 381–403 | doi=10.5465/amr.2009.0223| jstor = 41318006 }}</ref><ref>{{citar periódico|último1= Zhang |primeiro1= Y. |último2= Waldman |primeiro2= D. A. |último3= Han |primeiro3= Y. |último4= Li |primeiro4= X. |ano= 2015 |título= Paradoxical leader behaviors in people management: Antecedents and consequences | url = https://www.researchgate.net/publication/275720775 |formato= PDF |periódico= Academy of Management Journal | volume = 58 |número= 2|páginas= 538–566 | doi=10.5465/amj.2012.0995}}</ref><ref>{{citar periódico|último1= Waldman |primeiro1= David A. |último2= Bowen |primeiro2= David E. |ano= 2016 |título= Learning to Be a Paradox-Savvy Leader |periódico= Academy of Management Perspectives | volume = 30 |número= 3|páginas= 316–327 | doi = 10.5465/amp.2015.0070 | s2cid = 2034932 }}</ref> Eles resultam em "contradição persistente entre elementos interdependentes", levando a uma "unidade de opostos" duradoura.<ref>{{citar periódico|último1=Schad |primeiro1=Jonathan |último2=Lewis |primeiro2=Marianne W. |último3=Raisch |primeiro3=Sebastian |último4=Smith |primeiro4=Wendy K. |data=2016-01-01 |título=Paradox Research in Management Science: Looking Back to Move Forward |url=https://openaccess.city.ac.uk/id/eprint/15616/3/ANNALS-final.pdf |periódico=Academy of Management Annals |volume=10 |número=1 |páginas=5–64 |doi=10.5465/19416520.2016.1162422 |issn=1941-6520}}</ref>

Na [[lógica]], existem muitos paradoxos que são conhecidos por serem [[argumento]]s [[Validade|inválidos]], mas que são, no entanto, valiosos na promoção do [[pensamento crítico]],<ref>{{citar periódico|último=Eliason |primeiro=James L. |url=http://connection.ebscohost.com/c/articles/9604072434/using-paradoxes-teach-critical-thinking-science |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131023061500/http://connection.ebscohost.com/c/articles/9604072434/using-paradoxes-teach-critical-thinking-science |urlmorta= sim|arquivodata=2013-10-23 |título=Using Paradoxes to Teach Critical Thinking in Science |periódico=Journal of College Science Teaching |volume=15 |número=5 |páginas=341–44 |data=março–abril de 1996 }}</ref> enquanto outros paradoxos revelaram erros em definições que eram consideradas rigorosas e fizeram com que [[axioma]]s da [[matemática]] e da lógica fossem reexaminados. Um exemplo é o [[paradoxo de Russell]], que questiona se uma "lista de todas as listas que não se contêm" se incluiria e mostrou que as tentativas de fundar a [[teoria dos conjuntos]] na identificação de conjuntos com [[Propriedade (filosofia)|propriedades]] ou [[Predicado (lógica matemática)|predicados]] eram falhas.<ref name=":1">{{Citation|último1=Irvine|primeiro1=Andrew David|título=Russell's Paradox|data=2016|url=https://plato.stanford.edu/archives/win2016/entries/russell-paradox/|enciclopédia=The Stanford Encyclopedia of Philosophy|editor-sobrenome=Zalta|editor-nome=Edward N.|edição=Winter 2016|publicado=Metaphysics Research Lab, Stanford University|acessodata=2019-12-05|último2=Deutsch|primeiro2=Harry}}</ref><ref>{{citar livro|último1=Crossley |primeiro1=J.N. |último2=Ash |primeiro2=C.J. |último3=Brickhill |primeiro3=C.J. |último4=Stillwell |primeiro4=J.C. |último5=Williams |primeiro5=N.H. |título=What is mathematical logic? | zbl=0251.02001 |local=London-Oxford-New York |publicado=[[Oxford University Press]] |ano=1972 | isbn=0-19-888087-1 |páginas=59–60}}</ref> Outros, como o [[paradoxo de Curry]], não podem ser facilmente resolvidos fazendo mudanças fundamentais em um [[Sistema formal|sistema lógico]].<ref>{{Citation|último1=Shapiro|primeiro1=Lionel|título=Curry's Paradox|data=2018|url=https://plato.stanford.edu/archives/sum2018/entries/curry-paradox/|enciclopédia=The Stanford Encyclopedia of Philosophy|editor-sobrenome=Zalta|editor-nome=Edward N.|edição=Summer 2018|publicado=Metaphysics Research Lab, Stanford University|acessodata=2019-12-05|último2=Beall|primeiro2=Jc}}</ref>

Exemplos fora da lógica incluem o [[navio de Teseu]] da filosofia, um paradoxo que questiona se um navio reparado ao longo do tempo pela substituição de todas e cada uma de suas peças de madeira, uma de cada vez, permaneceria o mesmo navio.<ref>{{Citar web|url=https://faculty.washington.edu/smcohen/320/theseus.html|título=Identity, Persistence, and the Ship of Theseus|website=faculty.washington.edu|acessodata=2019-12-05}}</ref> Os paradoxos também podem assumir a forma de imagens ou outras mídias. Por exemplo, [[M. C. Escher]] apresentou paradoxos baseados em [[Perspectiva (gráfica)|perspectiva]] em muitos de seus desenhos, com paredes que são consideradas pisos de outros pontos de vista e escadas que parecem subir infinitamente.<ref>{{Citar web|url=http://aminotes.tumblr.com/post/653017235/the-mathematical-art-of-m-c-escher-for-me-it |título=The Mathematical Art of M.C. Escher |website=Lapidarium notes |editor-nome=Amira |editor-sobrenome=Skomorowska |acessodata=2013-01-22}}</ref>

Informalmente, o termo ''paradoxo'' é frequentemente usado para descrever um resultado contraintuitivo.

== Elementos comuns ==
[[Auto-referência|Autorreferência]], [[contradição]] e [[regressão infinita]] são elementos centrais de muitos paradoxos.<ref name=":0">{{cite book |last1=Hughes |first1=Patrick |url=https://archive.org/details/viciouscirclesin0000hugh_r3o0 |title=Círculos Viciosos e Infinidade - Um Panóptico de Paradoxos |last2=Brecht |first2=George |publisher=Doubleday |year=1975 |isbn=0-385-09917-7 |location=Garden City, New York |pages=1–8 |lccn=74-17611 |author1-link=Patrick Hughes (artist) |author2-link=George Brecht}}</ref> Outros elementos comuns incluem definições circulares e confusão ou ambiguidade entre diferentes níveis de [[abstração]].

=== Autorreferência ===
[[Auto-referência|Autorreferência]] ocorre quando uma sentença, ideia ou [[fórmula bem formada|fórmula]] se refere a si mesma. Embora declarações possam ser autorreferenciais sem serem paradoxais (“Esta declaração está escrita em português” é uma declaração autorreferencial verdadeira e não-paradoxal), a autorreferência é um elemento comum em paradoxos. Um exemplo ocorre no [[paradoxo do mentiroso]], que é comumente formulado como a declaração autorreferencial “Esta declaração é falsa”.<ref>{{cite book |title=Auto-referência: Reflexões sobre a Reflexividade |author1=S.J. Bartlett |author2=P. Suber |edition=ilustrada |publisher=Springer Science & Business Media |year=2012 |isbn=978-94-009-3551-8 |page=32 |url=https://books.google.com/books?id=NkDyBwAAQBAJ}} [https://books.google.com/books?id=NkDyBwAAQBAJ&pg=PA32 Extrato da página 32]</ref> Outro exemplo ocorre no [[paradoxo do barbeiro]], que propõe a questão de se um [[barbeiro]] que faz a barba de todos e somente daqueles homens que não fazem a barba por si mesmos faria a própria barba. Nesse paradoxo, o conceito de barbeiro é autorreferencial.

=== Contradição ===
[[Contradição]], juntamente com a autorreferência, é uma característica central de muitos paradoxos.<ref name=":0" /> O paradoxo do mentiroso, “Esta declaração é falsa”, demonstra contradição porque a declaração não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo.<ref>{{cite book |author1= |url=https://books.google.com/books?id=LbPRUBorL-sC |title=C.I. Lewis: O Último Grande Pragmatista |publisher=SUNY Press |year=2005 |isbn=978-0-7914-8282-7 |edition= |page=376}} [https://books.google.com/books?id=LbPRUBorL-sC&pg=PA376 Extrato da página 376]</ref> O paradoxo do barbeiro é contraditório porque implica que o barbeiro faz a própria barba se e somente se ele não faz a própria barba.

Assim como na autorreferência, uma declaração pode conter uma contradição sem ser um paradoxo. “Esta declaração está escrita em francês” é um exemplo de uma declaração autorreferencial contraditória que não é um paradoxo, mas é falsa.<ref name=":0" />

=== Circularidade viciosa ou regressão infinita ===
[[File:Liars paradox.svg|thumb|Circularidade viciosa ilustrada]]
Outro aspecto central dos paradoxos é a [[recursão]] não terminante, na forma de raciocínio circular ou [[regressão infinita]].<ref name=":0" /> Quando essa recursão cria uma impossibilidade metafísica por meio de contradição, a regressão ou circularidade é considerada [[regressão infinita#Viciosidade|viciosa]]. Novamente, o paradoxo do mentiroso é um exemplo instrutivo: “Esta declaração é falsa” — se a declaração for verdadeira, então ela é falsa, tornando-a verdadeira, tornando-a falsa, e assim por diante.<ref name=":0" /><ref>{{cite book |author1=Myrdene Anderson |url=https://books.google.com/books?id=SlW1BwAAQBAJ |title=Sobre a Modelagem Semiótica |author2=Floyd Merrell |publisher=Walter de Gruyter |year=1984 |isbn=978-3-11-087875-3}}</ref>

=== Outros elementos ===
Outros paradoxos envolvem declarações falsas e meias-verdades ("'impossível' não está no meu vocabulário") ou dependem de suposições precipitadas (Um pai e seu filho sofrem um acidente de carro; o pai morre e o menino é levado às pressas para o hospital. O médico diz: "Não posso operar este menino. Ele é meu filho." Não há contradição, o médico é a mãe do menino.).

Paradoxos que não se baseiam em um erro oculto geralmente ocorrem nas margens do contexto ou da [[linguagem]] e requerem a ampliação do contexto ou da linguagem para perderem sua qualidade paradoxal. Paradoxos que surgem de usos aparentemente inteligíveis da linguagem muitas vezes são de interesse para lógicos e [[filósofos]]. "Esta frase é falsa" é um exemplo do conhecido [[paradoxo do mentiroso]]: é uma frase que não pode ser consistentemente interpretada como verdadeira ou falsa, porque se for considerada falsa, pode-se inferir que deve ser verdadeira, e se for considerada verdadeira, pode-se inferir que deve ser falsa. O [[paradoxo de Russell]], que mostra que a noção de ''o [[conjunto (matemática)|conjunto]] de todos aqueles conjuntos que não contêm a si mesmos'' leva a uma contradição, foi fundamental para o desenvolvimento da lógica moderna e da teoria dos conjuntos.<ref name=":1" />

Experimentos de pensamento também podem gerar paradoxos interessantes. O [[paradoxo do avô]], por exemplo, surgiria se um [[viajante do tempo]] matasse seu próprio avô antes que sua mãe ou pai fosse concebido, impedindo assim seu próprio nascimento.<ref>{{Cite web|url=https://brilliant.org/wiki/introduction-to-paradoxes/|title=Introdução aos paradoxos {{!}} Brilliant Math & Science Wiki|website=brilliant.org|language=pt-br|access-date=2019-12-05}}</ref> Este é um exemplo específico da observação mais geral do [[efeito borboleta]], em que a interação de um viajante do tempo com o passado — por menor que seja — implicaria fazer mudanças que, por sua vez, mudariam o futuro em que a viagem no tempo ainda iria ocorrer, alterando as circunstâncias da própria viagem no tempo.

Frequentemente, uma conclusão aparentemente paradoxal surge de uma definição inconsistente ou inerentemente contraditória da premissa inicial. No caso do aparente paradoxo de um viajante do tempo matando seu próprio avô, a inconsistência está em definir o passado ao qual ele retorna como sendo de alguma forma diferente daquele que leva ao futuro de onde ele iniciou sua viagem, mas também insistir que ele deve ter chegado a esse passado a partir do mesmo futuro para o qual ele leva.

==Classificação de Quine<!--"Classificação de Quine de paradoxos", "Paradoxo verídico" e "Paradoxo falsídico" redirecionam aqui-->==
{{anchor|Paradoxo verídico|Paradoxo falsídico}}

W. V. O. Quine (1962) distinguiu três classes de paradoxos:<ref>{{cite book | title = The Ways of Paradox, and other essays | last1 = Quine | first1 = W.V. | author-link = W.V. Quine | year = 1966 | publisher = Random House | location = New York | chapter = The ways of paradox | isbn = 9780674948358 |chapter-url=https://books.google.com/books?id=YReOv31gdVIC&q=%22The+ways+of+paradox%22&pg=PA1}}</ref><ref name=Quine>{{Cite book | author=W.V. Quine |title=The Ways of Paradox and Other Essays | location= Cambridge, Massachusetts e Londres, Inglaterra | publisher= Harvard University Press | date= 1976 | url=https://math.dartmouth.edu/~matc/Readers/HowManyAngels/WaysofParadox/WaysofParadox.html | edition=REVISED AND ENLARGED}}</ref>

===Paradoxo verídico===
Um ''paradoxo verídico'' produz um resultado que parece contrário à [[intuição]], mas é demonstrado como verdadeiro mesmo assim:
* Que a Terra é um objeto [[Terra esférica|aproximadamente esférico]] que está [[heliocentrismo|girando e em movimento rápido em torno do Sol]], em vez da aparência aparentemente óbvia e senso-comum de que a Terra é um [[Terra plana|plano aproximadamente plano]] estacionário iluminado por um Sol que [[geocentrismo|nasce e se põe ao longo do dia]].
* O [[paradoxo de Condorcet]] demonstra o resultado surpreendente de que a regra da maioria pode ser autocontraditória, ou seja, é possível que uma maioria de eleitores apoie um resultado diferente do escolhido (independentemente do próprio resultado).
* O [[paradoxo de Monty Hall]] (ou, de forma equivalente, o problema dos três prisioneiros) demonstra que uma decisão que parece ter uma chance intuitiva de 50-50 pode, na verdade, ter um resultado provável comprovadamente diferente. Outro paradoxo verídico com uma prova matemática concisa é o problema do aniversário.
* Na ciência do século 20, o [[paradoxo do Grand Hotel de Hilbert]] ou o teorema do Patinho Feio são exemplos notoriamente vívidos de uma teoria sendo levada a um fim lógico, mas paradoxal.
* A divergência da [[série harmônica (matemática)|série harmônica]]: <math>\sum_{n=1}^\infty\frac{1}{n} = 1 + \frac{1}{2} + \frac{1}{3} + \frac{1}{4} + \frac{1}{5} + \cdots.</math>
===Paradoxo falsídico===

Um ''paradoxo falsídico'' estabelece um resultado que parece falso e realmente é falso, devido a uma [[falácia]] na demonstração. Portanto, paradoxos falsídicos podem ser classificados como argumentos falaciosos:
* As várias [[provas inválidas|provas matemáticas inválidas]] (por exemplo, que 1 = 2) são exemplos clássicos disso, frequentemente baseando-se em uma [[divisão por zero]] oculta.
* O [[paradoxo dos cavalos]], que faz uma generalização falsa a partir de declarações específicas verdadeiras.
* Os [[paradoxos de Zeno]] são 'falsídicos', concluindo, por exemplo, que uma flecha em voo nunca alcança seu alvo ou que um corredor veloz não pode ultrapassar uma tartaruga com uma pequena vantagem inicial.

===Antinomia===

Uma ''[[antinomia]]'' é um paradoxo que chega a um resultado autocontraditório aplicando corretamente modos de raciocínio aceitos. Por exemplo, o paradoxo de Grelling–Nelson aponta problemas genuínos em nossa compreensão das ideias de verdade e descrição.

Às vezes descrita desde o trabalho de Quine, uma [[dialeteísmo]] é um paradoxo que é verdadeiro e falso ao mesmo tempo. Pode ser considerado um quarto tipo ou, alternativamente, um caso especial de antinomia. Na lógica, geralmente se assume, seguindo [[Aristóteles]], que nenhuma ''dialetheia'' existe, mas elas são permitidas em algumas lógicas paraconsistentes.

== Classificação de Ramsey ==
[[Frank Plumpton Ramsey|Frank Ramsey]] fez uma distinção entre paradoxos lógicos e paradoxos semânticos, com o paradoxo de [[Bertrand Russell|Russell]] pertencendo à primeira categoria, e o [[paradoxo do mentiroso]] e os [[Paradoxo de Grelling-Nelson|paradoxos de Grelling]] à última.<ref  name=SEP_ramsey>{{citar livro|título=Chapter 2. The Foundations of Logic and Mathematics, Frank Ramsey, < Stanford Encyclopedia of Philosophy>|capítulourl= https://plato.stanford.edu/entries/ramsey/|autor1=Fraser MacBride|autor2=Mathieu Marion|autor3=María José Frápolli|autor4=Dorothy Edgington|autor5=Edward Elliott|autor6=Sebastian Lutz|autor7=Jeffrey Paris|capítulo= Frank Ramsey|ano= 2020|publicado= Metaphysics Research Lab, Stanford University}}</ref>  Ramsey introduziu a distinção agora padrão entre contradições lógicas e semânticas. As contradições lógicas envolvem termos matemáticos ou lógicos como classe e número e, portanto, mostram que nossa lógica ou matemática é problemática. As contradições semânticas envolvem, além de termos puramente lógicos, noções como [[pensamento]], [[linguagem]] e [[simbolismo]], que, de acordo com Ramsey, são termos [[Empirismo|empíricos]] (não formais). Portanto, essas contradições são devidas a ideias falhas sobre pensamento ou linguagem e pertencem adequadamente à [[epistemologia]].<ref  name=SEP_Paradoxes>{{citar livro|título=Paradoxes and Contemporary Logic (Fall 2017), <Stanford Encyclopedia of Philosophy>|capítulourl=https://plato.stanford.edu/entries/paradoxes-contemporary-logic|autor1=Cantini, Andrea |autor2= Riccardo Bruni|capítulo=Paradoxes and Contemporary Logic|ano=2021|publicado=Metaphysics Research Lab, Stanford University}}</ref>

== Na filosofia ==
O gosto pelo paradoxo é central para as filosofias de [[Lao Zi]], [[Zenão de Eleia]], [[Chuang-Tzu]], [[Heráclito]], [[Bhartṛhari]], [[Mestre Eckhart]], [[Georg Wilhelm Friedrich Hegel|Hegel]], [[Søren Kierkegaard|Kierkegaard]], [[Friedrich Nietzsche|Nietzsche]] e [[G. K. Chesterton]], entre muitos outros. Søren Kierkegaard, por exemplo, escreve nos ''Fragmentos Filosóficos'':
<blockquote>Mas não se deve pensar mal do paradoxo, pois o paradoxo é a paixão do pensamento, e o pensador sem o paradoxo é como o amante sem paixão: um sujeito medíocre. Mas a potencialização final de toda paixão é sempre desejar sua própria queda, e assim também é a paixão final do entendimento desejar a colisão, embora de uma forma ou de outra a colisão deva se tornar sua queda. Este, então, é o paradoxo final do pensamento: querer descobrir algo que o próprio pensamento não pode pensar.<ref>{{citar livro|último=Kierkegaard |primeiro=Søren |editor-nome1=Howard V. |editor-sobrenome1=Hong |editor-nome2=Edna H. |editor-sobrenome2=Hong |título=Philosophical Fragments |ano=1844 |página=37 |url=https://books.google.com/books?id=kuMoXUAaEr0C&pg=PA37 |publicado=Princeton University Press |data-publicacao=1985 |isbn=9780691020365}}</ref></blockquote>

== Na medicina ==

Uma [[reação paradoxal]] a um [[medicamento]] é o oposto do que se esperaria, como ficar agitado com um [[sedativo]] ou sedado com um [[estimulante]]. Algumas são comuns e usadas regularmente na medicina, como o uso de estimulantes como [[Adderall]] e [[Ritalina]] no tratamento do [[transtorno de déficit de atenção e hiperatividade]] (também conhecido como TDAH), enquanto outras são raras e podem ser perigosas por não serem esperadas, como agitação severa causada por um [[benzodiazepínico]].<ref>{{cite journal |vauthors=Wilson MP, Pepper D, Currier GW, Holloman GH, Feifel D |title=The Psychopharmacology of Agitation: Consensus Statement of the American Association for Emergency Psychiatry Project BETA Psychopharmacology Workgroup |journal=Western Journal of Emergency Medicine |volume=13 |issue=1 |pages=26–34 |date=February 2012 |doi=10.5811/westjem.2011.9.6866 |doi-access=free |pmc=3298219 |pmid=22461918}}</ref>

As ações de [[anticorpos]] sobre [[antígenos]] podem raramente tomar rumos paradoxais de certas maneiras. Um exemplo é o aumento dependente de anticorpos (realce imunológico) da virulência de uma doença; outro é o efeito gancho (efeito de prozona), do qual existem vários tipos. No entanto, nenhum desses problemas é comum e, no geral, os anticorpos são cruciais para a saúde, pois, na maioria das vezes, realizam seu trabalho de proteção de maneira bastante eficaz.<!-- Reconhecendo aqui para o leitor compreender esses fatos dentro da estrutura adequada de perspectiva; veja o comentário próximo abaixo para outro exemplo do mesmo tipo de ajuda ao leitor com [[pensamento crítico]]. -->

No paradoxo do fumante, o tabagismo, apesar de seus comprovados danos, tem uma surpreendente correlação inversa com a incidência epidemiológica de certas doenças.
== Ver também ==
*[[Antinomia]]

{{Referências}}

== Bibliografia ==
{{Refbegin}}
* [[Frode Alfson Bjørdal]], ''Librationist Closures of the Paradoxes'', Logic and Logical Philosophy, Vol. 21 No. 4 (2012), pp.&nbsp;323–361.
* Mark Sainsbury, 1988, Paradoxes, Cambridge: Cambridge University Press
* William Poundstone, 1989, Labyrinths of Reason: Paradox, Puzzles, and the Frailty of Knowledge, Anchor
* Roy Sorensen, 2005, A Brief History of the Paradox: Philosophy and the Labyrinths of the Mind, Oxford University Press
* [[Patrick Hughes (artist)|Patrick Hughes]], 2011, Paradoxymoron: Foolish Wisdom in Words and Pictures, Reverspective
{{Refend}}

== Ligações externas ==
{{Commonscat|Paradoxes}}
{{wikiquote}}
{{Wiktionary|paradox}}
* {{citar enciclopédia|url=http://plato.stanford.edu/entries/paradoxes-contemporary-logic/ |título=Paradoxes and Contemporary Logic |primeiro=Andrea |último=Cantini |enciclopédia=[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]] |data=inverno de 2012 |editor-nome=Edward N. |editor-sobrenome=Zalta}}
* {{citar enciclopédia|url=http://plato.stanford.edu/entries/insolubles |título=Insolubles |primeiro=Paul Vincent |último=Spade |enciclopédia=[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]] |data=outono de 2013 |editor-nome=Edward N. |editor-sobrenome=Zalta}}
* {{citar livro|último1= Smith|primeiro1=Wendy K. |último2=Lewis |primeiro2=Marianne W. |autorlink3=Paula Jarzabkowski |último3=Jarzabkowski |primeiro3=Paula |último4=Langley |primeiro4=Ann |data= 2017|título=The Oxford Handbook of Organizational Paradox |publicado=Oxford University Press |url=http://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780198754428.001.0001/oxfordhb-9780198754428 |isbn= 9780198754428}}

{{Portal3|Psicologia|Filosofia|Lógica}}

[[Categoria:Paradoxos| ]]