Mostrar código-fonte de Universo observável

{{Infobox
|bodystyle = width:25em;
|title     = Universo observável
|image     = [[Ficheiro:Observable Universe with Measurements 01.png|300px]]
|caption   = Visualização de todo o universo observável. A escala é tal que os grãos finos representam coleções de um grande número de superaglomerados. O [[superaglomerado de Virgem]]–casa da Via Láctea–está marcado no centro, mas é pequeno demais para ser visto.
|label1    = Diâmetro
|data1     = {{val|8.8|e=26|u=m}} ou 880 [[Yottametro|Ym]] {{nowrap|(28,5 [[parsec|Gpc]] ou 93 [[ano-luz|Gly]])}}<ref>{{citar livro|autor1 =Itzhak Bars|autor2 =John Terning|título=Extra Dimensions in Space and Time|url=https://books.google.com/books?id=fFSMatekilIC&pg=PA27|acessodata=2011-05-01|ano= 2009|publicado=Springer|isbn=978-0-387-77637-8|páginas=27–}}</ref>
|label2    = Volume
|data2     = {{val|4|e=80|u=m3}}<ref>[http://www.wolframalpha.com/input/?i=volume+universe What is the Universe Made Of?]</ref>
|label3    = Massa (matéria ordinária)
|data3     = {{val|1.5|e=53|u=kg}}<ref>Multiply percentage of ordinary matter given by Planck below, with total energy density given by WMAP below</ref>
|label4    = Densidade (de energia total)
|data4     = {{val|9.9|e=-27|u=kg/m3}} (equivalente para 6 [[próton]]s por cúbico metros de espaço)<ref>http://map.gsfc.nasa.gov/universe/uni_matter.html 13 de janeiro de 2015</ref>
|label5    = Idade
|data5     = {{val|13.799|0.021|ul=bilhões}} de anos<ref name="Planck 2015">{{citar periódico|autor = Planck Collaboration|ano= 2016|título= Planck 2015 results. XIII. Cosmological parameters (See Table 4 on page 32 of pdf).|arxiv = 1502.01589|bibcode = 2016A&A...594A..13P| doi=10.1051/0004-6361/201525830|volume=594|periódico=Astronomy & Astrophysics|páginas=A13|lingua=en}}</ref>
|label6    = Temperatura média
|data6     = 2,72548 [[Kelvin|K]]<ref>{{citar periódico
 |último1 = Fixsen
 |primeiro1 = D. J.
 |título= The Temperature of the Cosmic Microwave Background
 |periódico= The Astrophysical Journal
 | volume = 707
 |número= 2
 |páginas= 916–920
 |data= Dezembro de 2009
 | doi = 10.1088/0004-637X/707/2/916
 | bibcode = 2009ApJ...707..916F
 | arxiv = 0911.1955
}}</ref>
| label7    = Conteúdo
| data7     = {{plainlist|
* [[Matéria]] [[Bárion#Matéria bariônica|ordinária (bariônica)]] (4,9%)
* [[Matéria escura]] (26,8%)
* [[Energia escura]] (68,3%)<ref>{{citar web| url=https://www.esa.int/spaceinimages/Images/2013/03/Planck_cosmic_recipe |título=Planck cosmic recipe}}</ref>}}
}}

O '''universo observável''' é uma região em forma esférica do [[Universo]] que compreende toda a [[matéria]] que pode ser [[Observação|observada]] da [[Terra]] ou de seus [[telescópios espaciais]] e sondas exploratórias na atualidade, porque a [[radiação eletromagnética]] desses objetos teve tempo de chegar ao [[Sistema Solar]] e à Terra desde o início da [[Expansão métrica do espaço|expansão cosmológica]]. Pode haver 2 trilhões de [[galáxia]]s no universo observável,<ref name="Conselice">{{citar periódico|título=The Evolution of Galaxy Number Density at ''z'' < 8 and Its Implications |primeiro =Christopher J. |último =Conselice|display-authors=etal|periódico=The Astrophysical Journal |volume=830 |número=2 |ano=2016 |arxiv=1607.03909v2 |bibcode= 2016ApJ...830...83C |doi=10.3847/0004-637X/830/2/83 |página=83}}</ref><ref name="NYT-20161017">{{citar jornal|último =Fountain |primeiro =Henry |título=Two Trillion Galaxies, at the Very Least |url=https://www.nytimes.com/2016/10/18/science/two-trillion-galaxies-at-the-very-least.html |data=17 de outubro de 2016 |obra=[[The New York Times]] |acessodata=17 de outubro de 2016 }}</ref> embora esse número tenha sido estimado recentemente em apenas várias centenas de bilhões com base em novos dados da [[New Horizons]].<ref name="ann21001">{{citar jornal|último =Lauer |primeiro =Todd |título= NOIRLab Scientist Finds the Universe to be Brighter than Expected |url= https://noirlab.edu/public/announcements/ann21001/ |data=12 de janeiro de 2021 |obra=[[NOIRLab]] |acessodata=12 de janeiro de 2021 }}</ref><ref name="arxiv:2011.03052">{{citar periódico|último1 =Lauer |primeiro1 =Tod R. |último2 =Postman |primeiro2 =Marc |último3 =Weaver |primeiro3 =Harold A. |último4 =Spencer |primeiro4 =John R. |último5 =Stern |primeiro5 =S. Alan |último6 =Buie |primeiro6 =Marc W. |último7 =Durda |primeiro7 =Daniel D. |último8 =Lisse |primeiro8 =Carey M. |último9 =Poppe |primeiro9 =A. R. |último10 =Binzel |primeiro10 =Richard P. |último11 =Britt |primeiro11 =Daniel T. |último12 =Buratti |primeiro12 =Bonnie J. |último13 =Cheng |primeiro13 =Andrew F. |último14 =Grundy |primeiro14 =W. M. |último15 =Horányi |primeiro15 =Mihaly |último16 =Kavelaars |primeiro16 =J. J. |último17 =Linscott |primeiro17 =Ivan R. |último18 =McKinnon |primeiro18 =William B. |último19 =Moore |primeiro19 =Jeffrey M. |último20 =Núñez |primeiro20 =J. I. |último21 =Olkin |primeiro21 =Catherine B. |último22 =Parker |primeiro22 =Joel W. |último23 =Porter |primeiro23 =Simon B. |último24 =Reuter |primeiro24 =Dennis C. |último25 =Robbins |primeiro25 =Stuart J. |último26 =Schenk |primeiro26 =Paul |último27 =Showalter |primeiro27 =Mark R. |último28 =Singer |primeiro28 =Kelsi N. |último29 =Verbiscer |primeiro29 =Anne J. |último30 =Young |primeiro30 =Leslie A. |título=New Horizons Observations of the Cosmic Optical Background |periódico=The Astrophysical Journal |data=11 de janeiro de 2021 |volume=906 |número=2 |páginas=77 |doi=10.3847/1538-4357/abc881 | arxiv= 2011.03052 | url=https://ui.adsabs.harvard.edu/abs/2021ApJ...906...77L/abstract}}</ref> Supondo que o universo seja [[isotrópico]], a distância até a borda do universo observável é aproximadamente a mesma em todas as direções. Ou seja, o universo observável possui um volume esférico (uma [[Bola (matemática)|bola]]) centrado no observador. Cada local no universo tem seu próprio universo observável, que pode ou não se sobrepor ao que está centrado na Terra.

A palavra "observável" neste sentido não se refere à capacidade da tecnologia moderna de detectar [[luz]] ou outras informações de um objeto, ou se há algo a ser detectado. Refere-se ao limite físico criado pela própria [[velocidade da luz]]. Nenhum sinal pode viajar mais rápido do que a luz, portanto, há uma distância máxima (chamada de [[horizonte de partículas]]) além da qual nada pode ser detectado, pois os sinais ainda não poderiam ter nos alcançado. Às vezes, os astrofísicos distinguem entre o universo ''visível'', que inclui apenas os sinais emitidos desde a recombinação (quando os átomos de [[hidrogênio]] foram formados a partir de [[próton]]s, [[elétron]]s e [[fóton]]s foram emitidos)—e o universo ''observável'', que inclui sinais desde o início da expansão cosmológica (o [[Big Bang]] na [[cosmologia física]] tradicional, o fim da [[Era da Inflação|época inflacionária]] na cosmologia moderna).

De acordo com os cálculos, a ''[[distância comóvel]]'' atual—a distância que leva em consideração que o universo se expandiu desde que a luz foi emitida—para as partículas das quais a [[radiação cósmica de fundo em micro-ondas]] (CMBR) foi emitida, que representa o raio do universo visível, é de cerca de 14,0 bilhões de [[parsec]]s (cerca de 45,7 bilhões de [[anos-luz]]), enquanto a distância móvel até a borda do universo observável é de cerca de 14,3 bilhões de parsecs (cerca de 46,6 bilhões de [[anos-luz]]),<ref name="mapofuniverse">{{citar periódico|último = Gott III|primeiro = J. Richard|display-authors=4|autor2 =Mario Jurić |autor3 =David Schlegel |autor4 =Fiona Hoyle |autor5 =Michael Vogeley |autor6 =Max Tegmark |autor7 =Neta Bahcall |autor8 =Jon Brinkmann |título= A Map of the Universe|url=http://www.astro.princeton.edu/universe/ms.pdf|periódico= The Astrophysical Journal|volume = 624|número= 2|páginas= 463–484|data= 2005|doi = 10.1086/428890|bibcode=2005ApJ...624..463G| arxiv=astro-ph/0310571}}</ref> cerca de 2% maior. O [[Raio (geometria)|raio]] do universo observável é, portanto, estimado em cerca de 46,5 bilhões de anos-luz<ref>[http://www.astro.ucla.edu/~wright/cosmology_faq.html#DN Frequently Asked Questions in Cosmology]. Astro.ucla.edu. Retrieved on 2011-05-01.</ref><ref name=ly93>{{citar periódico|último = Lineweaver|primeiro = Charles|autor2 =Tamara M. Davis|data= 2005|título= Misconceptions about the Big Bang|periódico= Scientific American|volume = 292|número= 3|páginas= 36–45|doi = 10.1038/scientificamerican0305-36|bibcode = 2005SciAm.292c..36L}}</ref> e seu [[diâmetro]] em cerca de 28,5 [[gigaparsec]]s (ou 93 bilhões de anos-luz, ou 8,8 × 10<sup>26</sup> metros).<ref>{{citar livro|autor1 =Itzhak Bars|autor2 =John Terning|título=Extra Dimensions in Space and Time|url=https://books.google.com/books?id=fFSMatekilIC&pg=PA27|acessodata=1 de maio de 2011|ano=2009|publicado=Springer|isbn=978-0-387-77637-8|páginas=27–}}</ref> Usando a densidade crítica e o diâmetro do universo observável, a [[massa]] total da matéria comum no universo pode ser calculada em cerca de 1,5 × 10<sup>53</sup> kg. Em novembro de 2018, astrônomos relataram que a [[luz de fundo extragaláctica]] (LFE) totalizou 4 × 10<sup>84</sup> fótons.<ref name="NYT-20181203">{{citar jornal|último =Overbye |primeiro =Dennis |autorlink =Dennis Overbye |título=All the Light There Is to See? 4 x 10<sup>84</sup> Photons |url=https://www.nytimes.com/2018/12/03/science/space-stars-photons-light.html |data=3 de dezembro de 2018 |obra=[[The New York Times]] |acessodata=4 de dezembro de 2018 }}</ref><ref name="SCI-20181130">{{citar periódico|autor =The Fermi-LAT Collaboration |título=A gamma-ray determination of the Universe's star formation history |data=30 de novembro de 2018 |periódico=[[Science]] |volume=362 |número=6418 |páginas=1031–1034 |doi=10.1126/science.aat8123 |pmid=30498122 |arxiv=1812.01031 |bibcode=2018Sci...362.1031F }}</ref>

À medida que a [[expansão do universo]] está se acelerando, todos os objetos atualmente observáveis, fora de nosso [[superaglomerado]] local, eventualmente parecerão congelar no tempo, enquanto emitem luz progressivamente mais vermelha e mais fraca. Por exemplo, objetos com o [[desvio para o vermelho]] ''z'' atual de 5 para 10 permanecerão observáveis por não mais do que 4-6 bilhões de anos. Além disso, a luz emitida por objetos atualmente situados além de uma certa distância móvel (atualmente cerca de 19 bilhões de parsecs) nunca alcançará a Terra.<ref name=Loeb2002>{{citar periódico|doi=10.1103/PhysRevD.65.047301|título=Long-term future of extragalactic astronomy|periódico=Physical Review D|volume=65|número=4|páginas=047301|ano=2002|último1 =Loeb|primeiro1 =Abraham|arxiv=astro-ph/0107568|bibcode=2002PhRvD..65d7301L}}</ref>

==Universo e o universo observável ==
[[Imagem:Hubble ultra deep field.jpg|thumb|Imagem do [[Hubble Ultra Deep Field]] de uma pequena região do universo observável, perto da [[constelação]] [[Fornax]].]]
Artigos populares e profissionais sobre Cosmologia empregam o termo "universo" no sentido de "universo observável". Isso pode ser justificado pelo fato de que não se pode conhecer algo por experimentação direta sobre qualquer parte do universo que seja [[Causalidade#Física|desconectada de causalidade]] de nós, apesar de diversas teorias, como a [[Inflação cósmica]], requererem um universo muito maior que o universo observável. Não existem evidências que sugiram que a fronteira do universo observável corresponda exatamente à fronteira física do universo (se tal fronteira existe); isso seria extremamente improvável, pois implicaria que a Terra esteja exatamente no centro do universo, em violação do [[Princípio cosmológico]].{{carece de fontes|data=maio de 2013}}

Outra possibilidade é que o universo seja ''menor'' do que o universo observável. Neste caso, o que tomamos por [[galáxia]]s extremamente distantes podem ser imagens duplicadas de galáxias mais próximas, formadas por luz que circum-navegou o universo. É difícil de testar essa hipótese experimentalmente, porque imagens diferentes de uma galáxia mostrariam diferentes períodos da sua história, e consequentemente poderia ter uma aparência bem diferente. Um artigo de 2004<ref name = "cornish">Neil J. Cornish, David N. Spergel, Glenn D. Starkman, and Eiichiro Komatsu, ''Constraining the Topology of the Universe''. Phys. Rev. Lett. 92, 201302 (2004). [http://arxiv.org/abs/astro-ph/0310233 astro-ph/0310233]</ref> alega ter estabelecido um limite mínimo de 24 giga[[parsec]]s (78 [[bilhão|bilhões]] de [[anos-luz]]) para o diâmetro do universo, tornando-o, no máximo, somente um pouco menor que o universo observável. Esse valor baseia-se em análises de dados do [[Wilkinson Microwave Anisotropy Probe|WMAP]].{{carece de fontes|data=maio de 2013}}

== Teia cósmica ==
O termo ''teia cósmica'' é usado para descrever a maneira pela qual as galáxias se distribuem no universo observável.<ref>{{citar web |url=http://ucrtoday.ucr.edu/25894 |título=It’s Filamentary: How Galaxies Evolve in the Cosmic Web |autor=PITTALWALA, Iqbal |data=20 de novembro de 2014 |acessodata=4 de setembro de 2015 |publicado=University of California, Riverside |língua=en}}.</ref> Vistas de longe, elas estruturam-se em linhas que se cruzam e se conectam, denominadas [[Filamento galáctico|filamentos]], formando uma estrutura tridimensional semelhante a uma [[teia de aranha]].<ref>{{citar web|título=O muito pequeno e o muito grande|url=http://veja.abril.com.br/250608/popup_098a.html|acessodata=8 de dezembro de 2011|formato=Infográfico|publicado=Veja ''on-line''}}.</ref> Esses filamentos são constituídos em grande parte por [[matéria escura]], uma forma exótica de matéria que exerce [[Gravidade|atração gravitacional]], mas que não emite [[luz]].<ref>{{citar web |url=http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/hst_img_20080520.html |título=Hubble Survey Finds Missing Matter, Probes Intergalactic Web / NASA |acessodata=11 de dezembro de 2011 |publicado=NASA ''on-line'' |língua=en}}.</ref>

== Tamanho ==
A [[distância comóvel]] da Terra ao limite do universo ''visível'' (também chamada '''horizonte cósmico da luz''') é de cerca de 14 bilhões de [[parsec]]s (46 bilhões de anos-luz) em qualquer direção.<ref name=ly93/> Isso define um limite inferior do raio comóvel do universo observável, apesar de que, como notado na introdução, espera-se que o universo visível seja um pouco inferior ao universo observável, pois pode-se ver somente a luz da [[radiação cósmica de fundo]] que foi emitida após o período de recombinação. O universo visível é, assim, uma esfera com um [[diâmetro]] de cerca de 28 bilhões de parsecs (cerca de 92 bilhões de anos-luz, ou 920 sextilhões de km). Como se pode considerar o espaço como sendo [[Espaço euclidiano|plano]], isso corresponde a um volume comóvel de cerca de

<math>\frac{4}{3}
\times
\pi
\times
\mathrm{R}^3 =
4
\times 10^{32}\text{ ly}^3
</math>

ou, aproximadamente, 3×10<sup>80</sup> [[metro cúbico|metros cúbicos]].

Os números acima indicam distâncias ''agora'' (em tempo cosmológico), não distâncias ''no momento em que a luz foi emitida''. Por exemplo, a [[radiação cósmica de fundo]] que pode ser vista agora foi emitida na época da recombinação, 379&nbsp;000<ref>{{citar web
 |último =Abbott |primeiro =Brian |data=30 de maio de 2007
 | url=http://www.haydenplanetarium.org/universe/duguide/exgg_wmap.php
 |título=Microwave (WMAP) All-Sky Survey
 |publicado=Hayden Planetarium |acessodata=2008-01-13
}}</ref> anos depois do Big Bang, que ocorreu em torno de 13,7 bilhões de anos atrás. Essa radiação foi emitida por matéria que, entretanto, em sua maior parte se condensou em galáxias cujas distâncias da Terra são calculadas como sendo de 46 bilhões de anos-luz. Para se estimar a distância àquela matéria quando a luz foi emitida, necessita-se de um [[Expansão métrica do espaço|modelo matemático da expansão]], e o [[Escala (medidas)|fator de escala]], ''a(t)'', calculado para o tempo selecionado desde o Big Bang, ''t''. Para o [[Modelo Lambda-CDM]], usando-se dados do satélite [[WMAP]], [[:Image:Embedded_LambdaCDM_geometry.png#Mathematical_details|tal cálculo]] leva a uma transformação do fator de escala de aproximadamente 1292. Isso significa que o universo se expandiu de 1292 vezes o tamanho que ele tinha quando os fótons da radiação cósmica de fundo foram liberados. Assim, a matéria mais distante que pode ser observada hoje, distante de 46 bilhões de anos-luz, estava a ''somente'' 36 ''milhões'' de anos-luz da matéria que, eventualmente, se tornaria a Terra quando as [[micro-onda]]s que recebemos agora foram emitidas.{{carece de fontes|data=maio de 2013}}

=== Erros ===
Várias fontes secundárias indicam uma grande variedade de ideias incorretas para o tamanho do universo visível. Algumas delas são listadas abaixo.

* '''13,7 bilhões de anos-luz'''. A [[idade do universo]] é de cerca de 13,7 bilhões de anos. Como se sabe que nada se move mais rápido do que a luz, é um erro comum admitir que o raio do universo observável tenha de ser, por isso, de 13,7 bilhões de anos-luz. Esse raciocínio faz sentido somente se o universo fosse o [[espaço-tempo]] plano da [[relatividade especial]]; no universo real, o espaço-tempo é curvo em escalas cosmológicas, o que significa que o espaço tridimensional está se expandindo, como posto em evidência pela [[Lei de Hubble]]. Distâncias obtidas como resultado da multiplicação da velocidade da luz pelo intervalo de tempo cosmológico não têm significado físico direto.<ref>Ned Wright, [http://www.astro.ucla.edu/~wright/Dltt_is_Dumb.html "Why the Light Travel Time Distance should not be used in Press Releases"]</ref>
* '''15,8 bilhões de anos-luz'''. Isso é obtido da mesma maneira que os 13,7 bilhões de anos-luz, mas começando de uma idade incorreta do universo que foi indicada na imprensa popular no meio de 2006.<ref>[http://www.space.com/scienceastronomy/060807_mm_huble_revise.html SPACE.com - Universe Might be Bigger and Older than Expected]</ref><ref>{{Citar web |url=http://space.newscientist.com/article/dn9676-big-bang-pushed-back-two-billion-years.html |titulo=Big bang pushed back two billion years - space - 04 August 2006 - New Scientist Space |acessodata=2012-07-07 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081009160804/http://space.newscientist.com/article/dn9676-big-bang-pushed-back-two-billion-years.html |arquivodata=2008-10-09 |urlmorta=yes }}</ref><ref>[http://worldnetdaily.com/news/article.asp?ARTICLE_ID=51395 2 billion years added to age of universe]</ref><ref>Edward L. Wright, [http://www.astro.ucla.edu/~wright/old_new_cosmo.html#05Aug06 "An Older but Larger Universe?"]</ref>
* '''27 bilhões de anos-luz'''. Esse é o diâmetro obtido do raio (incorreto) de 13,7 bilhões de anos-luz.
* '''78 bilhões de anos-luz'''. Esta é o limite mínimo para o tamanho de todo o universo, baseado na distância atual estimada entre pontos que podemos ver a lados opostos da radiação cósmica de fundo; logo, representa o diâmetro do espaço formado pela radiação cósmica de fundo. Se todo o universo é menor que essa esfera, então a luz teve tempo para circum-navegá-lo desde o Big Bang, produzindo múltiplas imagens de pontos distantes na radiação cósmica de fundo, o que apareceria como padrões de círculos repetidos.<ref>{{Citar web |url=http://www.etsu.edu/physics/etsuobs/starprty/120598bg/section7.htm |titulo=Bob Gardner's "Topology, Cosmology and Shape of Space" Talk, Section 7 |acessodata=2012-07-07 |arquivourl=https://archive.is/20120802035723/http://www.etsu.edu/physics/etsuobs/starprty/120598bg/section7.htm |arquivodata=2012-08-02 |urlmorta=yes }}</ref> Cornish e sua equipe procuraram por tal efeito em escalas de até 24 gigaparsecs (78 bilhões de anos-luz) e não conseguiram encontrá-lo, e sugeriram que se eles pudessem estender sua pesquisa a todas a orientações possíveis, eles seriam então "capazes de excluir a possibilidade de que vivemos em um universo menor do que 24 gigaparsecs em diâmetro". Os autores também estimaram que "com menos ruído e mapas da radiação cósmica de fundo de maior resolução, seremos capazes de procurar por círculos menores e estender o limite para cerca de 28 gigaparsecs".<ref name = "cornish" /> Essa estimativa do diâmetro máximo da esfera da radiação cósmica de fundo que seria visível em experiências planejadas corresponde a um raio de 14 gigaparsecs, o mesmo número dado na seção anterior.
* '''156 bilhões de anos-luz'''. Essa medida foi obtida dobrando-se os 78 bilhões de anos-luz, assumindo-se que isso fosse um raio. Como 78 bilhões de anos-luz já é um diâmetro, o resultado é incorreto. Essa medida foi largamente utilizada.<ref>[http://www.space.com/scienceastronomy/mystery_monday_040524.html SPACE.com - Universe Measured: We're 156 Billion Light-years Wide!]</ref><ref>[http://www.msnbc.msn.com/id/5051818/ New study super-sizes the universe - Space.com - MSNBC.com]</ref><ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/3753115.stm BBC NEWS | Science/Nature | Astronomers size up the Universe]</ref>
* '''180 bilhões de anos-luz'''. Essa estimativa acompanha a idade estimada de 15,8 bilhões de anos em algumas fontes; foi obtida ao se adicionar incorretamente 15 por cento à medida incorreta de 156 bilhões de anos-luz.

== Conteúdo em matéria ==
[[Imagem:Observable universe logarithmic illustration.png|thumb|right|250px|Representação artística do universo observável com o sistema solar no centro da figura]]
O universo observável contém aproximadamente de 3 a 7 × 10<sup>22</sup> [[estrela]]s (30 a 70 bilhões de trilhões de estrelas)<ref>{{citar jornal|título=Astronomers count the stars |publicado=BBC News |data=22 de julho de 2003 | url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/3085885.stm |acessodata=2006-07-18 }}</ref> organizadas em mais de 80 bilhões de [[galáxia]]s, que formam elas mesmas [[aglomerado de galáxias|aglomerados]] e [[Superaglomerado de galáxias|super-aglomerados]] de galáxias.<ref> [http://stason.org/TULARC/science-engineering/astronomy/122-How-many-galaxies-in-the-Universe.html ^ How many galaxies in the Universe?] conta que "o telescópio Hubble é capaz de detectar cerca de 80 bilhões de galáxias. Na verdade, deve haver muito mais do qye isso, mesmo dentro do universo observável, pois o tipo mais comum de galáxias na nossa vizinhança é o assim chamado "anã fraca", que é difícil de ser observado por perto, e ainda mais a grandes distâncias cosmológicas."</ref>

Dois cálculos aproximados fornecem o número de [[átomo]]s do universo observável como sendo algo em torno de 10<sup>80</sup>.

#Observações da [[radiação cósmica de fundo]] a partir da [[Wilkinson Microwave Anisotropy Probe]] sugerem que a curvatura espacial do universo é muito próxima de zero, o que, em modelos cosmológicos atuais, implica que o valor do [[Equações de Friedmann#O par.C3.A2metro de densidade|parâmetro de densidade]] deve ser muito próximo de um certo valor crítico. Isso funciona para 9,9×10<sup>−27</sup> kg/m<sup>3</sup>,<ref name = "nasawmap">[http://map.gsfc.nasa.gov/universe/uni_matter.html WMAP- Content of the Universe]</ref> que seria igual a cerca de 5,9 átomos de [[hidrogênio]] por [[metro cúbico]]. Análises dos resultados obtidos pela WMAP sugerem que somente cerca de 4,6% da densidade crítica exista sob a forma de átomos "normais", enquanto pensa-se que 23% sejam compostos de [[matéria escura]] fria e 72% de [[energia escura]];<ref name = "nasawmap" /> assim, isso implicaria 0,27 átomos de hidrogênio/m<sup>3</sup>. Multiplicando-se isso pelo volume do universo observável, obtém-se cerca de 8×10<sup>79</sup> átomos de hidrogênio.
#Uma estrela típica tem uma massa de cerca de 2×10<sup>30</sup> kg, o que é aproximadamente equivalente a 1×10<sup>57</sup> átomos de hidrogênio por estrela. Uma galáxia típica tem cerca de 400 bilhões de estrelas, o que implica que cada galáxia tenha 1×10<sup>57</sup> × 4×10<sup>11</sup> = 4×10<sup>68</sup> átomos de hidrogênio. Existem possivelmente 80 bilhões de galáxias no universo, o que significa que haja cerca de 4×10<sup>68</sup> × 8×10<sup>10</sup> = 3×10<sup>79</sup> átomos de hidrogênio no universo observável. Mas este é certamente um cálculo com um limite subestimado, e ele ignora muitas fontes possíveis de átomos.<ref>Matthew Champion, [http://www.madsci.org/posts/archives/oct98/905633072.As.r.html "Re: How many atoms make up the universe?"], 1998</ref>

== Massa do universo observável ==
A massa do universo observável pode ser estimada baseando-se na densidade e tamanho.<ref>{{citar web|url=http://hypertextbook.com/facts/2006/KristineMcPherson.shtml|título=Mass of the Universe|obra=The Physics Factbook|último =McPherson|primeiro =Kristine|ano=2006}}</ref>

=== Estimação baseada na densidade estelar medida ===
Uma maneira de calcular a massa da matéria visível que compõe o universo observável é assumir uma massa estelar média e multiplicar esse valor pelo número estimado de estrelas do universo observável.

<math>\frac{4}{3} \pi {S_\text{horizon}}^3 = 9 \times 10^{30}\ \textrm{ly}^3</math>

e uma densidade estelar calculada a partir de observações do [[telescópio espacial Hubble]]

<math>\frac{5 \times 10^{21}\ \text{stars}}{4 \times 10^{30} \ \text{light-years}^3} = 10^{-9} \ \text{stars}/\textrm{ly}^3</math>

levando a uma estimação do número de estrelas no universo observável de 9 × 10<sup>21</sup> estrelas (9 bilhões de trilhões de estrelas).

Tomando-se a massa do [[Sol]] (2 × 10<sup>30</sup> kg) como uma massa solar média (com base em que uma grande população de [[estrela anã|estrelas anãs]] contrabalança a população de estrelas cuja massa é maior que a do Sol) e arredondando-se a estimação do número de estrelas a 10<sup>22</sup>, chega-se a uma massa total de todas as estrelas do universo observável de 2 × 10<sup>52</sup> kg.<ref>{{citar periódico|publicado=NASA Glenn Research Centre|título=On the expansion of the universe|formato=PDF|url=http://www.grc.nasa.gov/WWW/K-12/Numbers/Math/documents/ON_the_EXPANSION_of_the_UNIVERSE.pdf}}</ref> Entretanto, como ressaltado na seção "Conteúdo em matéria", os resultados da WMAP combinados ao [[Modelo Lambda-CDM]] predizem que menos do que 5% da massa total do universo observável é composta de matéria visível, como estrelas, sendo o resto composto de matéria e energia escuras.

Sir [[Fred Hoyle]] calculou a massa do [[universo estacionário]] observável através da fórmula

<math>\frac{4}{3}\cdot \pi \cdot \rho \cdot \left(\frac{c}{H}\right)^3</math>

que também pode ser colocada como

<math>\frac{c^3}{2GH}</math>.<ref>{{citar livro|título=Cosmology and Controversy: The Historical Development of Two Theories of the Universe|autor =Helge Kragh|páginas=212|isbn= 0-691-00546-X|data=1999-02-22|publicado=Princeton University Press}}</ref>

== Galeria ==
{{panorama|Observable_Universe_Logarithmic_Map_(horizontal_layout_portuguese_annotations).png|1500px|Mapa do universo observável com os notáveis objetos astronômicos conhecidos hoje. Os corpos celestes parecem ampliados para apreciar sua forma.}}

== Ver também ==
* [[Cosmologia]]
* [[Big Bang]]
* [[Universo]]

{{Referências}}

=== Bibliografia ===
{{refbegin}}
* {{citar periódico|título= Morphology Of The Galaxy Distribution From Wavelet Denoising|autor = Vicent J. Martínez|display-authors = 4|autor2 = Jean-Luc Starck|autor3 = Enn Saar|autor4 = David L. Donoho |autorlink4 = David Donoho|autor5 = Simon Reynolds|autor6 =Pablo de la Cruz|autor7 = Silvestre Paredes|arxiv = astro-ph/0508326|periódico= The Astrophysical Journal|data= 2005|volume = 634|número= 2|páginas= 744–755|bibcode = 2005ApJ...634..744M|doi = 10.1086/497125}}
* {{citar periódico|autor = Mureika, J. R.|autor2 = Dyer, C. C.
|título= Review: Multifractal Analysis of Packed Swiss Cheese Cosmologies
|periódico= General Relativity and Gravitation
|arxiv = gr-qc/0505083
|data= 2004
|volume = 36|número= 1
|páginas= 151–184
|doi = 10.1023/B:GERG.0000006699.45969.49
|bibcode = 2004GReGr..36..151M}}
* {{citar periódico|autor = Gott, III, J. R.|display-authors = etal|título= A Map of the Universe
|periódico= The Astrophysical Journal
|arxiv = astro-ph/0310571
|data= Maio de 2005
|volume = 624|número= 2
|páginas= 463–484
|doi = 10.1086/428890
|bibcode = 2005ApJ...624..463G}}
* {{citar periódico|título= Scale-invariance of galaxy clustering|autor = F. Sylos Labini|autor2 = M. Montuori|autor3 = L. Pietronero|periódico= Physics Reports|data= 1998
|volume = 293|número= 1
|páginas= 61–226
|doi = 10.1016/S0370-1573(97)00044-6
|bibcode = 1998PhR...293...61S
|arxiv = astro-ph/9711073}}
{{refend}}

== Ligações externas ==
* {{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,densidade-de-teia-cosmica-e-calculada,645988,0.htm|título=Densidade de ''teia cósmica'' é calculada|publicado=O Estado de S. Paulo}}
* {{citar web|url=http://www.revistabula.com/categoria/ensaios/18 |título=A verdadeira dimensão do homem|ultimo=Guimarães|primeiro=J. C.|publicado=Revista Bula}}
* {{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2899008-EI302,00.html|título=Astrônomos encontram teia cósmica "invisível"|publicado=Portal Terra}}
* {{citar web|url=http://port.pravda.ru/science/16-05-2008/22800-teiacosmica-0/|título=A misteriosa teia cósmica|publicado=Pravda}}
* {{citar web|url=http://genesismission.jpl.nasa.gov/educate/scimodule/Cosmogony/CosmogonyPDF/MilkyWaySurpriseST.pdf|título=Search for origins / subtítulo: Baryons – one possibility / NASA|publicado=NASA ''on-line''}}
*[http://www.astro.ucla.edu/~wright/cosmology_faq.html Cosmology FAQ]
*[http://www.exploration-space.com/17-apr-2007-ras.html  Hubble, VLT and Spitzer Capture Galaxy Formation in the Early Universe]
*[http://www.cnn.com/2003/TECH/space/07/22/stars.survey/  Star Survey reaches 70 sextillion]
*[http://arxiv.org/abs/astro-ph/0305179 Inflation and the Cosmic Microwave Background, Lineweaver 2003]
*[http://www.phys.ksu.edu/personal/gahs/phys191/horizon.html Animation of the cosmic light horizon]
*[https://web.archive.org/web/20090124162615/http://www.astro.princeton.edu/~mjuric/universe/ Logarithmic Maps of the Universe]

{{Localização da Terra no espaço}}
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