Mostrar código-fonte de Vácuo falso

[[File:Falsevacuum.svg|thumb|240px|Um [[campo escalar]] ''φ'' (que representa a posição física) em um vácuo falso. A energia ''E'' é maior no vácuo falso do que no vácuo verdadeiro ou no [[estado fundamental]], mas há uma barreira impedindo o campo de rolar clássicamente para o vácuo verdadeiro. Portanto, a transição para o vácuo verdadeiro deve ser estimulada pela criação de [[física de partículas|partículas de alta energia]] ou através de [[tunelamento quântico|tunelamento quântico]].]]

Na [[teoria quântica de campos]], um '''falso vácuo'''<ref name="url[2006.06003] Observing the fate of the false vacuum with a quantum laboratory">{{cite journal |arxiv=2006.06003|last1=Abel|first1=Steven|last2=Spannowsky|first2=Michael|title=Quantum-Field-Theoretic Simulation Platform for Observing the Fate of the False Vacuum|journal=PRX Quantum|year=2021|volume=2|page=010349|doi=10.1103/PRXQuantum.2.010349|s2cid=234355374}}</ref> é um [[estado de vácuo quântico]] hipotético que é relativamente estável, mas não no estado mais estável possível.<ref>{{Cite web|date=2015-09-13|title=Vacuum decay: the ultimate catastrophe|url=https://cosmosmagazine.com/physics/vacuum-decay-ultimate-catastrophe/|access-date=2020-09-16|website=Cosmos Magazine|language=en-AU}}</ref> Nessa condição, é chamado de [[metastabilidade|metaestável]]. Pode durar por um tempo muito longo nesse estado, mas eventualmente pode decair para o estado mais estável, um evento conhecido como '''decaimento do vácuo falso'''. A sugestão mais comum de como esse decaimento pode ocorrer em nosso universo é chamada de [[nucleação de bolhas]] - se uma pequena região do universo por acaso alcançar um vácuo mais estável, essa "bolha" (também chamada de "salto")<ref name="fate"/><ref name=Markkanen2018>{{cite journal|doi=10.3389/fspas.2018.00040|title=Cosmological Aspects of Higgs Vacuum Metastability|year=2018|last1=Markkanen|first1=Tommi|last2=Rajantie|first2=Arttu|last3=Stopyra|first3=Stephen|journal=Frontiers in Astronomy and Space Sciences|volume=5|page=40|arxiv=1809.06923|bibcode=2018FrASS...5...40R|s2cid=56482474|doi-access=free}}</ref> se espalharia.

Um vácuo falso existe em um [[máxima e mínima|mínimo local]] de [[energia]] e, portanto, não é completamente estável, ao contrário de um vácuo verdadeiro, que existe em um mínimo global e é estável.

== Definição de vácuo verdadeiro vs. falso ==
Um [[estado fundamental|vácuo]] é definido como um espaço com o mínimo possível de energia. Apesar do nome, o vácuo ainda possui [[campo quântico|campos quânticos]]. Um vácuo verdadeiro é estável porque está em um [[Máxima e mínima|mínimo global]] de energia, e comumente se assume que coincide com o estado físico [[estado de vácuo quântico|de vácuo]] em que vivemos. É possível que um estado físico de vácuo seja uma configuração de campos quânticos representando um mínimo local, mas não mínimo global de energia. Esse tipo de estado de vácuo é chamado de "vácuo falso".

== Implicações ==
=== Ameaça existencial ===
Se o nosso universo estiver em um estado de vácuo falso em vez de um estado de vácuo verdadeiro, então o decaimento do vácuo falso menos estável para o vácuo verdadeiro mais estável (chamado de decaimento do vácuo falso) poderia ter consequências dramáticas.<ref name="urlHow vacuum decay could end the universe - Big Think">{{cite web |url=https://bigthink.com/surprising-science/vacuum-decay-end-of-the-universe |title=How 'vacuum decay' could end the universe - Big Think |date=Janeiro 2019 |format= }}</ref><ref name="urlVacuum decay: the ultimate catastrophe - Cosmos Magazine">{{cite web |url=https://cosmosmagazine.com/physics/vacuum-decay-ultimate-catastrophe/ |title=Vacuum decay: the ultimate catastrophe |date=14 Setembro 2015 |format= }}</ref> Os efeitos podem variar desde a cessação completa das [[interação fundamental|forças fundamentais]], [[partícula elementar]] e as estruturas que as compõem, até mudanças sutis em alguns parâmetros cosmológicos, dependendo principalmente da diferença de potencial entre o vácuo verdadeiro e falso. Alguns cenários de decaimento do vácuo falso são compatíveis com a sobrevivência de estruturas como galáxias, estrelas,<ref name=Lorenz2018/><ref name=Landim2016/> e até mesmo vida biológica,<ref name="Crone1991">{{cite journal|url = https://fdocuments.net/document/the-environmental-impact-of-vacuum-decay.html|doi = 10.1119/1.16701|year = 1991|volume = 59|issue = 1|last1 = Crone|first1 = Mary M.|last2 = Sher|first2 = Marc|title = The environmental impact of vacuum decay|journal = American Journal of Physics|page = 25|bibcode = 1991AmJPh..59...25C}}</ref> enquanto outros envolvem a completa destruição da [[Báron#Matéria bariônica|matéria bariônica]].<ref name="turnerwilczek"/> ou até mesmo o colapso gravitacional imediato do universo.<ref name="colemandeluccia">{{cite journal |first1=Sidney |last1=Coleman |first2=Frank |last2=De Luccia |date=1980-06-15 |title=Gravitational effects on and of vacuum decay |url=https://www.sns.ias.edu/pitp2/2011files/PhysRevD.21.3305.pdf |url-status=live |journal=[[Physical Review D]] |volume=21 |number=12 |pages=3305–3315 |bibcode=1980PhRvD..21.3305C |doi=10.1103/PhysRevD.21.3305 |osti=1445512 |s2cid=1340683 |archive-url=https://web.archive.org/web/20191213005332/https://www.sns.ias.edu/pitp2/2011files/PhysRevD.21.3305.pdf |archive-date=13 Dezembro 2019 |access-date=16 Janeiro 2020}}</ref> Neste caso mais extremo, a probabilidade de formação de uma "bolha" é muito baixa (ou seja, o decaimento do vácuo falso pode ser impossível).<ref>{{cite arXiv|eprint=hep-th/0211160|last1=Banks|first1=T.|title=Heretics of the False Vacuum: Gravitational Effects on and of Vacuum Decay 2|year=2002}}</ref>

Um artigo de Coleman e de Luccia, que tentou incluir pressupostos gravitacionais simples nessas teorias, observou que se esta fosse uma representação precisa da natureza, então o universo resultante "dentro da bolha" em tal caso pareceria ser extremamente instável e quase imediatamente entraria em colapso:

{{Blockquote|Em geral, a gravitação torna a probabilidade de decaimento do vácuo menor; no caso extremo de uma diferença muito pequena na densidade de energia, ela pode até mesmo estabilizar o vácuo falso, impedindo completamente o decaimento do vácuo. Acreditamos entender isso. Para que o vácuo decaia, deve ser possível construir uma bolha com energia total zero. Na ausência de gravitação, isso não é problema, não importa quão pequena seja a diferença na densidade de energia; tudo o que se tem que fazer é tornar a bolha grande o suficiente, e a razão volume/superfície fará o trabalho. Na presença de gravitação, porém, a densidade de energia negativa do verdadeiro vácuo distorce a geometria dentro da bolha, com o resultado de que, para uma densidade de energia pequena o suficiente, não há bolha com uma razão volume/superfície grande o suficiente. Dentro da bolha, os efeitos da gravitação são mais dramáticos. A geometria do espaço-tempo dentro da bolha é a do [[espaço anti-de Sitter]], um espaço muito semelhante ao espaço convencional de [[espaço de Sitter]], exceto que seu grupo de simetrias é O(3,2) em vez de O(4,1). Embora este espaço-tempo seja livre de singularidades, ele é instável sob pequenas perturbações e sofre inevitavelmente um colapso gravitacional do mesmo tipo que o estado final de um universo de [[equações de Friedmann|Friedmann]] em contração. O tempo necessário para o colapso do universo interior é da ordem de ... microssegundos ou menos.

A possibilidade de estarmos vivendo em um vácuo falso nunca foi uma perspectiva alegre de se contemplar. O decaimento do vácuo é a derradeira catástrofe ecológica; no novo vácuo existem novas constantes da natureza; após o decaimento do vácuo, não apenas a vida como a conhecemos é impossível, mas também a química como a conhecemos. No entanto, sempre se poderia encontrar [[estoicismo|conforto estóico]] na possibilidade de que talvez, com o tempo, o novo vácuo sustentaria, se não a vida como a conhecemos, pelo menos algumas estruturas capazes de conhecer a alegria. Esta possibilidade agora foi eliminada.

O segundo caso especial é o decaimento em um espaço de constante cosmológica nula, o caso que se aplica se estivermos vivendo nos detritos de um vácuo falso que decaiu em algum período cósmico inicial. Este caso nos apresenta uma física menos interessante e menos ocasiões para excessos retóricos do que o anterior. Agora é o interior da bolha que é um espaço de [[espaço Minkowski]] ordinário&nbsp;...|fonte = — [[Sidney Coleman]] e Frank De Luccia<ref name="colemandeluccia" />
}}

Em um artigo de 2005 publicado na ''[[Nature (journal)|Nature]]'', como parte de sua investigação sobre os [[risco global catastrófico]]s, o físico do MIT [[Max Tegmark]] e o filósofo de Oxford [[Nick Bostrom]] calculam os riscos naturais de destruição da Terra em menos de 1/10<sup>9</sup> por ano a partir de todos os eventos naturais (ou seja, não antropogênicos), incluindo uma transição para um estado de vácuo mais baixo. Eles argumentam que devido aos [[Princípio antrópico|efeitos de seleção do observador]], podemos subestimar as chances de sermos destruídos pelo decaimento do vácuo porque qualquer informação sobre esse evento só nos alcançaria no momento em que também fôssemos destruídos. Isso contrasta com eventos como riscos de impactos, explosões de raios gama, supernovas e hipernovas, cujas frequências temos medidas diretas adequadas.<ref name="tegmarkbostrom">{{cite journal |author=M. Tegmark |author2=N. Bostrom |s2cid=4390013 |title=Is a doomsday catastrophe likely? |journal=Nature |volume=438 |date=2005 |issue=5875 |pages=754|doi=10.1038/438754a |url=http://www.fhi.ox.ac.uk/wp-content/uploads/is-doomsday-likely.pdf |access-date=2016-03-16|bibcode = 2005Natur.438..754T |archive-url=https://web.archive.org/web/20140409031127/http://www.fhi.ox.ac.uk/is-doomsday-likely.pdf |archive-date=2014-04-09 |pmid=16341005}}</ref>

=== Inflação ===
Um número de teorias sugere que a [[inflação (cosmologia)|inflação cósmica]] pode ser um efeito de um vácuo falso decair para o vácuo verdadeiro. A própria inflação pode ser consequência do [[bóson de Higgs|campo de Higgs]] preso em um estado de vácuo falso.<ref>{{Cite web|url=http://publish.uwo.ca/~csmeenk2/files/FalseVacuum.pdf|author=Chris Smeenk|title= False Vacuum: Early Universe Cosmology and the Development of Inflation}}</ref> com o [[acoplamento do Higgs (física)|auto-acoplamento]] λ do Higgs e sua função β<sub>λ</sub> muito próxima de zero na [[Unidades de Planck#Escala de Planck|escala de Planck]].<ref name="Alekhin 2012" />{{rp|218}} Um futuro colisor de elétrons-pósitrons seria capaz de fornecer as medidas precisas do quark top necessárias para tais cálculos.<ref name="Alekhin 2012" />

[[Inflação eterna|A teoria da inflação caótica]] sugere que o universo pode estar em um estado de vácuo falso ou verdadeiro. [[Alan Guth]], em sua proposta original para a inflação cósmica,<ref name="guth">{{cite journal|author=A. H. Guth |author-link=Alan Guth |title=The Inflationary Universe: A Possible Solution to the Horizon and Flatness Problems |journal=Physical Review D |oclc=4433735058 |volume=23 |issue=2 |pages=347–356 |date=1981-01-15 |doi=10.1103/physrevd.23.347 |bibcode=1981PhRvD..23..347G|doi-access=free }}</ref> propôs que a inflação poderia terminar através da nucleação de bolhas quânticas mecânicas do tipo descrito acima. Veja [[Inflação eterna#Desenvolvimento da teoria|história da teoria da inflação caótica]]. Logo se compreendeu que um universo homogêneo e isotrópico não poderia ser preservado através do processo violento de tunelamento. Isso levou [[Andrei Linde]]<ref name="linde">{{cite journal|author=A. Linde|title=A New Inflationary Universe Scenario: A Possible Solution Of The Horizon, Flatness, Homogeneity, Isotropy And Primordial Monopole Problems|journal=Phys. Lett. B|volume=108|issue=6|doi=10.1016/0370-2693(82)91219-9|page=389|date=1982|bibcode=1982PhLB..108..389L}}</ref> e, independentemente, [[Andreas Albrecht (cosmologista)|Andreas Albrecht]] e [[Paul Steinhardt]],<ref name="albrechtsteinhardt">{{cite journal|author1=A. Albrecht |author2=P. J. Steinhardt |title=Cosmology For Grand Unified Theories With Radiatively Induced Symmetry Breaking|journal=Physical Review Letters|volume=48|issue=17|pages=1220–1223|date=1982|doi=10.1103/PhysRevLett.48.1220|bibcode=1982PhRvL..48.1220A}}</ref> propuseram "nova inflação" ou "inflação de rolagem lenta", na qual não ocorre tunelamento, e o campo escalar inflacionário em vez disso se apresenta como uma suave inclinação.

Em 2014, pesquisadores do [[Academia Chinesa de Ciências|Instituto de Física e Matemática de Wuhan]] da Academia Chinesa de Ciências sugeriram que o universo poderia ter sido criado espontaneamente a partir do nada (sem [[espaço]], [[tempo]] nem [[matéria]]) por [[flutuação quântica]]s de um vácuo falso metaestável causando uma bolha em expansão de vácuo verdadeiro.<ref name="url[1404.1207] Spontaneous creation of the universe from nothing">{{cite journal |title=Spontaneous creation of the universe from nothing |year=2014 |doi=10.1103/PhysRevD.89.083510 |arxiv=1404.1207 |last1=He |first1=Dongshan |last2=Gao |first2=Dongfeng |last3=Cai |first3=Qing-yu |journal=Physical Review D |volume=89 |issue=8 |page=083510 |bibcode=2014PhRvD..89h3510H |s2cid=118371273 }}</ref>

== Variedades de decaimento do vácuo ==
=== Decaimento do vácuo eletrofraco ===
[[Ficheiro:Higgs-Mass-MetaStability.svg|miniaturadaimagem|240px|Paisagem de estabilidade do vácuo eletrofraco conforme estimado em 2012<ref name="Alekhin 2012" />]]
[[Ficheiro:Higgs_FalseVacuum2018.jpg|miniaturadaimagem|240px|Paisagem de estabilidade do vácuo eletrofraco conforme estimado em 2018.<ref name=Markkanen2018/>  T<sub>RH</sub> é a energia de unificação grandiosa. ξ é o grau de acoplamento não mínimo entre as forças fundamentais.]]
Os critérios de estabilidade para a [[interação eletrofraca]] foram formulados pela primeira vez em 1979<ref>{{Cite web|url=https://cds.cern.ch/record/133331/files/197907145.pdf|author1=N. Cabibbo |author2=L. Maiani |author3=G. Parisi |author4=R. Petronzio |title= Bounds on the Fermions and Higgs Boson Masses in Grand Unified Theories|year= 1979}}</ref> como uma função das massas do [[bóson de Higgs]] teórico e do férmion mais pesado. A descoberta do [[quark top]] em 1995 e do bóson de Higgs em 2012 permitiram aos físicos validar os critérios experimentalmente, portanto, desde 2012, a [[interação eletrofraca]] é considerada como o candidato mais promissor para uma [[Metaestabilidade|força fundamental]] [[interação fundamental|fundamental]].<ref name="Alekhin 2012" /> A hipótese correspondente do vácuo falso é chamada de 'Instabilidade do vácuo eletrofraco' ou 'Instabilidade do vácuo de Higgs'.<ref>{{cite journal|arxiv=1704.06884|doi=10.1103/PhysRevD.98.103521|bibcode=2018PhRvD..98j3521K|title=Electroweak vacuum instability and renormalized vacuum field fluctuations in Friedmann-Lemaitre-Robertson-Walker background|year=2018|last1=Kohri|first1=Kazunori|last2=Matsui|first2=Hiroki|s2cid=39999058|journal=Physical Review D|volume=98|issue=10|pages=103521}}</ref> O estado presente do vácuo falso é chamado de <math>dS</math> (espaço de [[de Sitter]]), enquanto o vácuo verdadeiro tentativo é chamado de <math>AdS</math> (espaço de [[Anti-de Sitter]]).<ref>{{cite journal|arxiv=1404.5953|doi=10.1007/JHEP01(2015)061|bibcode=2015JHEP...01..061H|title=Probable or improbable universe? Correlating electroweak vacuum instability with the scale of inflation|year=2015|last1=Hook|first1=Anson|last2=Kearney|first2=John|last3=Shakya|first3=Bibhushan|last4=Zurek|first4=Kathryn M.|s2cid=118737905|journal=Journal of High Energy Physics|volume=2015|issue=1|pages=61}}</ref><ref>{{cite journal|arxiv=1607.08133|doi=10.1088/1475-7516/2017/08/011|bibcode=2017JCAP...08..011K|title=Electroweak vacuum instability and renormalized Higgs field vacuum fluctuations in the inflationary universe|year=2017|last1=Kohri|first1=Kazunori|last2=Matsui|first2=Hiroki|s2cid=119216421|journal=Journal of Cosmology and Astroparticle Physics|volume=2017|issue=8|pages=011}}</ref>

Os diagramas mostram as faixas de incerteza das massas do bóson de Higgs e do quark top como linhas em forma de oval. As cores subjacentes indicam se o estado do vácuo eletrofraco é provavelmente estável, apenas de longa duração ou completamente instável para uma determinada combinação de massas.<ref>
{{cite journal |title=The Probable Fate of the Standard Model |journal=Phys. Lett. B |volume=679 |issue=4 |pages=369–375 |date=2009 |doi=10.1016/j.physletb.2009.07.054 |arxiv=0906.0954 |bibcode=2009PhLB..679..369E |last1=Ellis |first1=J. |last2=Espinosa |first2=J.R. |last3=Giudice |first3=G.F. |last4=Hoecker |first4=A. |last5=Riotto |first5=A. |s2cid=17422678 }}
</ref><ref>
{{cite journal |last=Masina |first=Isabella |title=Higgs boson and top quark masses as tests of electroweak vacuum stability |journal=Physical Review D |date=2013-02-12 |doi=10.1103/physrevd.87.053001 |arxiv = 1209.0393 |bibcode = 2013PhRvD..87e3001M |volume=87|issue=5 |pages=053001 |s2cid=118451972 }}</ref> A hipótese da "decadência do vácuo eletrofraco" às vezes foi mal relatada como o bóson de Higgs "encerrando" o universo.<ref>{{cite news |author=Klotz, Irene |editor1=Adams, David |editor2=Eastham, Todd |title=Universe has finite lifespan, Higgs boson calculations suggest |url=https://huffingtonpost.com/2013/02/19/universe-lifespan-finite-unstable-higgs-boson_n_2713053.html |access-date=21 Fevereiro 2013 |newspaper=Huffington Post |date=18 Fevereiro 2013 |agency=Reuters |quote=Earth will likely be long gone before any Higgs boson particles set off an apocalyptic assault on the universe |archive-date=20 Fevereiro 2013 |archive-url=https://web.archive.org/web/20130220141633/http://www.huffingtonpost.com/2013/02/19/universe-lifespan-finite-unstable-higgs-boson_n_2713053.html |url-status=live }}</ref><ref>{{cite web |last=Hoffman |first=Mark |title=Higgs boson will destroy the universe, eventually |url=http://www.scienceworldreport.com/articles/5038/20130219/higgs-boson-instability-will-destroy-universe-eventually.htm |access-date=21 Fevereiro 2013 |website=Science World Report |date=19 Fevereiro 2013 |archive-date=11 Junho 2019 |archive-url=https://web.archive.org/web/20190611181953/https://www.scienceworldreport.com/articles/5038/20130219/higgs-boson-instability-will-destroy-universe-eventually.htm |url-status=live }}</ref><ref>{{cite news |title=Higgs boson will aid in creation of the universe—and how it will end |url=http://www.catholic.org/technology/story.php?id=49808 |access-date=21 Fevereiro 2013 |newspaper=Catholic Online/NEWS CONSORTIUM |date=2013-02-20 |url-status=dead |archive-url=https://web.archive.org/web/20130926215031/http://www.catholic.org/technology/story.php?id=49808 |archive-date=26 Setembro 2013 }}
</ref> 
A 125,18 ± 0,16 {{val|ul=GeV/c²}} &nbsp;<ref>{{cite journal|author=M. Tanabashi et al. (Particle Data Group)|title=Review of Particle Physics|year= 2018|doi=10.1103/PhysRevD.98.030001|pmid=10020536|bibcode=2018PhRvD..98c0001T|volume=98|issue=3|pages=1–708|journal=Physical Review D|url=http://pdglive.lbl.gov/Particle.action?node=S126&init=0|doi-access=free|hdl=10044/1/68623|hdl-access=free}}</ref> A massa do bóson de Higgs provavelmente está do lado metaestável da fronteira estável-metaestável (estimada em 2012 como {{nowrap|123,8–135,0 GeV}}).<ref name="Alekhin 2012">{{cite journal |title=The top quark and Higgs boson masses and the stability of the electroweak vacuum |journal=Physics Letters B |date=2012-08-13 |doi=10.1016/j.physletb.2012.08.024|arxiv = 1207.0980 |bibcode = 2012PhLB..716..214A |volume=716 |issue=1 |pages=214–219|last1=Alekhin |first1=S. |last2=Djouadi |first2=A. |last3=Moch |first3=S. |last4=Hoecker |first4=A. |last5=Riotto |first5=A. |s2cid=28216028 }}</ref>) No entanto, uma resposta definitiva requer medidas muito mais precisas da [[massa de polo]] do quark top,<ref name="Alekhin 2012" /> embora a melhoria na precisão da medição das massas do bóson de Higgs e do quark top tenha reforçado ainda mais a afirmação de que o vácuo eletrofraco físico está no estado metaestável até 2018.<ref name=Markkanen2018/> No entanto, novas físicas [[Física além do Modelo Padrão de Física de Partículas]] poderiam mudar drasticamente as linhas de divisão da paisagem de estabilidade, tornando os critérios de estabilidade e metaestabilidade anteriores incorretos.<ref name="Salvio 2015">{{cite journal|last=Salvio|first=Alberto|s2cid=119279576|title=A Simple Motivated Completion of the Standard Model below the Planck Scale: Axions and Right-Handed Neutrinos |journal=Physics Letters B|date=2015-04-09| volume=743|pages=428–434|doi=10.1016/j.physletb.2015.03.015|arxiv = 1501.03781 |bibcode = 2015PhLB..743..428S }}</ref><ref>{{cite journal|arxiv=1407.4112|doi=10.1007/JHEP09(2014)182|bibcode=2014JHEP...09..182B|title=Top mass determination, Higgs inflation, and vacuum stability|year=2014|last1=Branchina|first1=Vincenzo|last2=Messina|first2=Emanuele|last3=Platania|first3=Alessia|s2cid=102338312|journal=Journal of High Energy Physics|volume=2014|issue=9|pages=182}}</ref>
A reanálise da execução do LHC de 2015 a 2018 em 2022 resultou em uma massa ligeiramente menor para o quark top, de 171,77 {{±|0,38}} GeV, próxima da linha de estabilidade do vácuo, mas ainda na zona metaestável.<ref>{{citation|arxiv=2211.11398|year=2022|title=Direct top quark mass measurements with the ATLAS and CMS detectors |last1=Vanadia |first1=Marco }}</ref><ref>{{cite journal|arxiv=2302.01967|year=2023 |last1=Collaboration |first1=CMS |title=Measurement of the top quark mass using a profile likelihood approach with the lepton + jets final states in proton–proton collisions at <math>\sqrt{s}=13~\text{TeV}</math> |journal=The European Physical Journal C |volume=83 |issue=10 |page=963 |doi=10.1140/epjc/s10052-023-12050-4 |pmid=37906635 |pmc=10600315 |s2cid=264442852 }}</ref>

Se as medições do bóson de Higgs e do quark top sugerirem que nosso universo está dentro de um vácuo falso desse tipo, isso implicaria que os efeitos da bolha se propagarão pelo universo quase à [[velocidade da luz]] a partir de sua origem no espaço-tempo.<ref name="Boyle">{{cite news |last=Boyle |first=Alan |date=19 Fevereiro 2013 |title=Will our universe end in a 'big slurp'? Higgs-like particle suggests it might |website=NBC News' Cosmic blog |url=http://cosmiclog.nbcnews.com/_news/2013/02/18/17006552-will-our-universe-end-in-a-big-slurp-higgs-like-particle-suggests-it-might?lite |url-status=live |access-date=21 Fevereiro 2013 |archive-url=https://web.archive.org/web/20130221030545/http://cosmiclog.nbcnews.com/_news/2013/02/18/17006552-will-our-universe-end-in-a-big-slurp-higgs-like-particle-suggests-it-might?lite |archive-date=21 Fevereiro 2013 |quote=[T]he bad news is that its mass suggests the universe will end in a fast-spreading bubble of doom. The good news? It'll probably be tens of billions of years.}} The article quotes [[Fermilab]]'s Joseph Lykken: "A má notícia é que sua massa sugere que o universo terminará em uma bolha de destruição se espalhando rapidamente. A boa notícia? Provavelmente serão dezenas de bilhões de anos. O artigo cita Joseph Lykken, do Fermilab: "Os parâmetros para o nosso universo, incluindo as massas do Higgs [e quark superior], sugerem que estamos apenas à beira da estabilidade, em um estado "metaestável". Físicos vêm contemplando essa possibilidade há mais de 30 anos. Lá em 1982, os físicos Michael Turner e Frank Wilczek escreveram na ''Nature'' que "sem aviso, uma bolha de verdadeiro vácuo poderia nucleaar em algum lugar do universo e se mover para fora..."</ref> Um cálculo direto dentro do [[Modelo Padrão]] da vida útil do nosso estado de vácuo mostra que é maior que <math> 10^{65}\text{anos}</math> com 95% de confiança.<ref name="Andreassen">{{cite journal |last1=Andreassen |first1=Anders |last2=Frost |first2=William |last3=Schwartz |first3=Matthew D. |title=Scale Invariant Instantons and the Complete Lifetime of the Standard Model |journal=Physical Review D  |date=2018 |volume=97 |issue=5 |pages=056006 |doi=10.1103/PhysRevD.97.056006|arxiv=1707.08124|bibcode=2018PhRvD..97e6006A |s2cid=118843387 }}</ref>

=== Outros modos de decaimento ===
* Decaimento para um menor [[valor esperado do vácuo]], resultando em uma diminuição do [[efeito Casimir]] e na desestabilização do [[próton]].<ref name="turnerwilczek">{{cite journal |author=M.S. Turner |author2=F. Wilczek |date=1982-08-12 |title=Is our vacuum metastable? |url=http://ctp.lns.mit.edu/Wilczek_Nature/%2872%29vacuum_metastable.pdf |url-status=live |journal=[[Nature (journal)|Nature]] |volume=298 |issue=5875 |pages=633–634 |bibcode=1982Natur.298..633T |doi=10.1038/298633a0 |s2cid=4274444 |archive-url=https://web.archive.org/web/20191213005331/http://ctp.lns.mit.edu/Wilczek_Nature/(72)vacuum_metastable.pdf |archive-date=13 Dezembro 2019 |access-date=31 Outubro 2015}}</ref> 
* Decaimento para o vácuo com massa [[neutrino]] maior (pode ter ocorrido até poucos bilhões de anos atrás).<ref name=Lorenz2018>{{cite journal|arxiv=1811.01991|doi=10.1103/PhysRevD.99.023501|title=Time-varying neutrino mass from a supercooled phase transition: Current cosmological constraints and impact on the Ω<sub>m</sub>−σ<sub>8</sub> plane|year=2019|last1=Lorenz|first1=Christiane S.|last2=Funcke|first2=Lena|last3=Calabrese|first3=Erminia|last4=Hannestad|first4=Steen|s2cid=119344201|journal=Physical Review D|volume=99|issue=2|pages=023501}}</ref>
* Decaimento para o vácuo sem [[energia escura]].<ref name=Landim2016>{{cite journal|arxiv=1611.00428|doi=10.1016/j.physletb.2016.11.044|bibcode=2017PhLB..764..271L|title=Metastable dark energy|year=2017|last1=Landim|first1=Ricardo G.|last2=Abdalla|first2=Elcio|s2cid=119279028|journal=Physics Letters B|volume=764|pages=271–276}}</ref>
* Decaimento do vácuo falso a temperatura finita<ref name=Linde83>{{cite journal|doi=10.1016/0550-3213(83)90293-6|title=Decay of the false vacuum at finite temperature|year=1983|last1=Linde|first1=A.D.|journal=Nucl. Phys. B|volume=216|issue=2 |pages=421–445|bibcode=1983NuPhB.216..421L }}</ref> foi primeiro observado em superfluidos ferromagnéticos de átomos ultragelados.<ref name=Zenesini24>{{cite journal|doi=10.1038/s41567-023-02345-4|title=False vacuum decay via bubble formation in ferromagnetic superfluids|year=2024|last1=Zenesini|first1=Alessandro|last2=Berti|first2=Anna|last3=Cominotti|first3=Riccardo|last4=Rogora|first4=Chiara|last5=Moss|first5=Ian G.|last6=Billam|first6=Tom P.|last7=Carusotto|first7=Iacopo|last8=Lamporesi|first8=Giacomo|last9=Recati|first9=Alessio|last10=Ferrari|first10=Gabriele|journal= Nat. Phys.|volume=10|arxiv=2305.05225}}</ref>

== Nucleação de bolhas ==
Quando o vácuo falso decai, o vácuo verdadeiro de menor energia se forma através de um processo conhecido como '''nucleação de bolhas'''<!--boldface per WP:R#PLA-->.<ref name="M. Stone 1976 3568–3573">{{cite journal |author=M. Stone |title=Lifetime and decay of excited vacuum states |journal=Physical Review D |volume=14 |date=1976 |issue=12 |pages=3568–3573 |doi=10.1103/PhysRevD.14.3568 |bibcode=1976PhRvD..14.3568S }}</ref><ref name="P.H. Frampton 1976 1378–1380">{{cite journal |author=P.H. Frampton |title=Vacuum Instability and Higgs Scalar Mass |journal=Physical Review Letters |volume=37 |date=1976 |issue=21 |pages=1378–1380 |doi=10.1103/PhysRevLett.37.1378 |bibcode=1976PhRvL..37.1378F}}</ref><ref>{{cite journal | author = M. Stone | title =  Semiclassical methods for unstable states | journal=Phys. Lett. B | volume = 67  | date = 1977 | issue = 2 | pages = 186–188 | doi =  10.1016/0370-2693(77)90099-5 |bibcode = 1977PhLB...67..186S }}</ref><ref>{{cite journal | author = P.H. Frampton | title = Consequences of Vacuum Instability in Quantum Field Theory |journal = Physical Review D | volume = 15 | issue = 10 | date = 1977 | pages = 2922–28 | doi = 10.1103/PhysRevD.15.2922 | bibcode = 1977PhRvD..15.2922F }}</ref><ref>{{cite journal | author=S. Coleman | title=Fate of the false vacuum: Semiclassical theory | journal=Physical Review D | volume = 15 | issue=10 | date=1977 | pages=2929–36 | doi = 10.1103/physrevd.15.2929 |bibcode = 1977PhRvD..15.2929C }}</ref><ref name="fate">{{cite journal |author1=C. Callan |author2=S. Coleman | title = Fate of the false vacuum. II. First quantum corrections | journal= Physical Review D | volume = D16 |issue=6 | date=1977 | pages=1762–68|doi=10.1103/physrevd.16.1762 |bibcode = 1977PhRvD..16.1762C }}</ref> Neste processo, os efeitos do instanton causam a formação de uma bolha contendo o vácuo verdadeiro. As paredes da bolha (ou [[Parede de domínio (teoria das cordas)|paredes de domínio]]) têm uma [[tensão superficial]] positiva, pois a energia é gasta enquanto os campos rolam sobre a barreira de potencial para o vácuo verdadeiro. O primeiro tende ao cubo do raio da bolha enquanto o último é proporcional ao quadrado de seu raio, então há um tamanho crítico <math>R_c</math> no qual a energia total da bolha é zero; bolhas menores tendem a encolher, enquanto bolhas maiores tendem a crescer. Para poder nucleação, a bolha deve superar uma barreira energética de altura<ref name="fate"/>
{{NumBlk|:|<math>\Phi_c = \frac{3\gamma}{4R^2} - \Delta\Phi,</math>|{{EquationRef|Eq. 1}}}} onde <math>\Delta\Phi</math> é a diferença de energia entre os vácuos verdadeiro e falso, <math>\gamma</math> é a (possivelmente extremamente grande) [[tensão superficial]] desconhecida da parede de domínio, e <math>R</math> é o raio da bolha. Reescrevendo {{EquationNote|Eq. 1}} dá o raio crítico como
{{NumBlk|:|<math>R_c = \sqrt{\frac{3\gamma}{4\Delta\Phi}}.</math>|{{EquationRef|Eq. 2}}}}

Uma bolha menor que o tamanho crítico pode superar a barreira de potencial através do [[tunelamento quântico]] de [[instanton]]s para estados de energia mais baixos. Para uma barreira de potencial grande, a taxa de tunelamento por unidade de volume de espaço é dada por<ref>{{Cite web|url=http://mediatum.ub.tum.de/doc/1480995/1480995.pdf|author=Wenyuan Ai|title= Aspects of False Vacuum Decay |year=2019}}</ref> {{NumBlk|:|<math>\omega \approx \frac{1}{\gamma}\sqrt{\frac{2\Phi_c}{\hbar}} e^{-\Phi_c/\hbar},</math>|{{EquationRef|Eq. 3}}}}
onde <math>\hbar</math> é a [[constante de Planck#Valor|constante de Planck reduzida]]. Assim que uma bolha de vácuo de menor energia cresce além do raio crítico definido por {{EquationNote|Eq. 2}}, a parede da bolha começará a acelerar para fora. Devido à diferença tipicamente grande de energia entre os vácuos falso e verdadeiro, a velocidade da parede se aproxima extremamente rapidamente da velocidade da luz. A bolha não produz quaisquer efeitos gravitacionais porque a densidade de energia negativa do interior da bolha é cancelada pela energia cinética positiva da parede.

Pequenas bolhas de vácuo verdadeiro podem ser infladas até o tamanho crítico fornecendo energia,<ref>{{cite arXiv|eprint=hep-ph/9212303|last1=Arnold|first1=Peter|title=A Review of the Instability of Hot Electroweak Theory and its Bounds on ''m''<sub>h</sub> and ''m''<sub>t</sub>|year=1992}}</ref> embora as densidades de energia necessárias sejam várias ordens de magnitude maiores do que as alcançadas em qualquer processo natural ou artificial.<ref name="turnerwilczek" /> Também se pensa que certos ambientes podem catalisar a formação de bolhas, reduzindo a barreira de potencial.<ref name="BurdaGregory2015">{{cite journal|last1=Burda|first1=Philipp|last2=Gregory|first2=Ruth|last3=Moss|first3=Ian G.|s2cid=53978709|title=Vacuum metastability with black holes|journal=Journal of High Energy Physics|volume=2015|issue=8|pages=114|year=2015|issn=1029-8479|doi=10.1007/JHEP08(2015)114|arxiv=1503.07331|bibcode=2015JHEP...08..114B}}</ref>

A parede da bolha tem uma espessura finita, dependendo da razão entre a barreira de energia e o ganho de energia obtido pela criação do vácuo verdadeiro. No caso em que a altura da barreira de potencial entre os vácuos verdadeiro e falso é muito menor do que a diferença de energia entre os vácuos, a espessura da casca se torna comparável ao raio crítico.<ref name="vfmukhanov">{{citation|arxiv=2206.13994|year=2022|title=Instantons: Thick-wall approximation|doi=10.1007/JHEP07(2022)147 |last1=Mukhanov |first1=V. F. |last2=Sorin |first2=A. S. |journal=Journal of High Energy Physics |volume=2022 |issue=7 |page=147 |bibcode=2022JHEP...07..147M |s2cid=250088782 }}</ref>

=== Sementes de nucleação ===
{{Mais|Colisor de Íons Pesados Relativísticos#Críticas aos experimentos de alta energia|Segurança dos experimentos de colisão de partículas de alta energia#Grande Colisor de Hádrons}}
Em geral, acredita-se que a gravidade estabilize um estado de vácuo falso,<ref>{{citation|arxiv=2205.03140|year=2022|page=83|title=False vacuum decay: An introductory review|doi=10.1088/1361-6471/ac7f24 |last1=Devoto |first1=Federica |last2=Devoto |first2=Simone |last3=Di Luzio |first3=Luca |last4=Ridolfi |first4=Giovanni |journal=Journal of Physics G: Nuclear and Particle Physics |volume=49 |issue=10 |bibcode=2022JPhG...49j3001D |s2cid=248563024 }}</ref> pelo menos para a transição de <math>dS</math> (espaço de de Sitter) para <math>AdS</math> (espaço anti-de Sitter),<ref>{{citation|arxiv=2106.15505|year=2021|title=Exactly solvable vacuum decays with gravity|page=20|doi=10.1103/PhysRevD.104.065007 |last1=Espinosa |first1=J. R. |last2=Fortin |first2=J.-F. |last3=Huertas |first3=J. |journal=Physical Review D |volume=104 |issue=6 |bibcode=2021PhRvD.104f5007E |s2cid=235669653 }}</ref> enquanto defeitos topológicos, incluindo [[cordas cósmicas]]<ref>{{cite journal|arxiv=2002.04856|last1=Firouzjahi|first1=Hassan|last2=Karami|first2=Asieh|last3=Rostami|first3=Tahereh|s2cid=211082988|title=Vacuum decay in the presence of a cosmic string|journal=Physical Review D|year=2020|volume=101|issue=10|page=104036|doi=10.1103/PhysRevD.101.104036|bibcode=2020PhRvD.101j4036F}}</ref> e [[monopolo magnético]]s podem aumentar a probabilidade de decaimento.<ref name="turnerwilczek" />

==== Buracos negros como sementes de nucleação ====
Em um estudo em 2015,<ref name="BurdaGregory2015"/> foi apontado que a taxa de decaimento do vácuo poderia ser vastamente aumentada nas proximidades dos buracos negros, que serviriam como uma '''semente de nucleação'''.<ref>{{Cite web | url=https://medium.com/starts-with-a-bang/could-black-holes-destroy-the-universe-de8a3135856f | title=Could Black Holes Destroy the Universe?| date=2015-04-02}}</ref> De acordo com este estudo, um decaimento do vácuo potencialmente catastrófico poderia ser desencadeado a qualquer momento por [[buraco negro primordial]]s, caso existam. Os autores observam, no entanto, que se os buracos negros primordiais causarem o colapso de um vácuo falso, isso deveria ter acontecido muito antes da evolução humana na Terra. Um estudo subsequente em 2017 indicou que a bolha entraria em colapso em um buraco negro primordial em vez de se originar dele, seja por um colapso ordinário ou por dobrar o espaço de tal forma que se desintegre em um novo universo.<ref>{{cite journal|arxiv=1710.02865|doi=10.1088/1475-7516/2017/12/044|bibcode=2017JCAP...12..044D|title=Primordial black hole formation by vacuum bubbles|year=2017|last1=Deng|first1=Heling|last2=Vilenkin|first2=Alexander|s2cid=119442566|journal=Journal of Cosmology and Astroparticle Physics|volume=2017|issue=12|pages=044}}</ref> Em 2019, descobriu-se que, embora buracos negros pequenos e não giratórios possam aumentar a taxa de nucleação do vácuo verdadeiro, buracos negros giratórios rapidamente estabilizarão vácuos falsos para taxas de decaimento menores do que o esperado para o espaço-tempo plano.<ref>{{cite journal|arxiv=1909.01378|doi=10.1007/JHEP01(2020)015|bibcode=2020JHEP...01..015O|title=Vacuum decays around spinning black holes|year=2020|last1=Oshita|first1=Naritaka|last2=Ueda|first2=Kazushige|last3=Yamaguchi|first3=Masahide|s2cid=202541418|journal=Journal of High Energy Physics|volume=2020|issue=1|pages=015}}</ref><ref>{{citation|arxiv=2208.07504|year=2023|title=Stationary vacuum bubble in a Kerr–de Sitter spacetime|last1=Saito |first1=Daiki |last2=Yoo |first2=Chul-Moon |journal=Physical Review D |volume=107 |issue=6 |page=064043 |doi=10.1103/PhysRevD.107.064043 |bibcode=2023PhRvD.107f4043S |s2cid=251589418 }}</ref>

Se colisões de partículas produzem mini buracos negros, então colisões energéticas como as produzidas no [[Grande Colisor de Hádrons]] (LHC) poderiam desencadear tal evento de decaimento do vácuo, um cenário que tem atraído a atenção da mídia. Provavelmente é irrealista, porque se tais mini buracos negros pudessem ser criados em colisões, eles também seriam criados em colisões muito mais energéticas de partículas de radiação cósmica com superfícies planetárias ou durante a vida inicial do universo como [[buraco negro primordial]]s tentativos.<ref>{{cite web|last1=Cho|first1=Adrian|title=Tiny black holes could trigger collapse of universe—except that they don't|url=https://www.science.org/content/article/tiny-black-holes-could-trigger-collapse-universe-except-they-dont|website=Sciencemag.org|date=2015-08-03}}</ref> Hut e Rees<ref name="hutrees">{{cite journal |author1=P. Hut |author2=M.J. Rees |s2cid=4347886 | title=How stable is our vacuum?| journal=Nature | date=1983 | pages= 508–509 | issue=5908 | volume=302 | doi=10.1038/302508a0|bibcode = 1983Natur.302..508H }}</ref> observam que, porque as colisões de [[raios cósmicos]] foram observadas em energias muito mais altas do que aquelas produzidas em aceleradores de partículas terrestres, esses experimentos não deveriam, pelo menos no futuro previsível, representar uma ameaça ao nosso vácuo atual. Os aceleradores de partículas alcançaram energias de apenas aproximadamente oito [[Tera-|tera]] [[Electronvolt|elétron-volts]] (8×10<sup>12</sup> eV). Colisões de raios cósmicos foram observadas em energias de 5×10<sup>19</sup> [[Electronvolt|eV]] e além, seis milhões de vezes mais poderosas&nbsp;– o chamado [[Limite de Greisen–Zatsepin–Kuzmin]] – e os raios cósmicos nas proximidades da origem podem ser ainda mais poderosos. John Leslie argumentou<ref name="leslie">{{cite book | author=John Leslie| title=The End of the World:The Science and Ethics of Human Extinction | publisher=Routledge | date=1998| isbn=978-0-415-14043-0 }}</ref> que se as tendências atuais continuarem, os aceleradores de partículas excederão a energia liberada em colisões de raios cósmicos ocorridas naturalmente até o ano de 2150. Medos desse tipo foram levantados por críticos tanto do [[Colisor de Íons Pesados Relativísticos]] quanto do [[Grande Colisor de Hádrons]] no momento de suas respectivas propostas, e foram considerados infundados por meio de investigação científica.

Em um artigo de 2021 por Rostislav Konoplich e outros, postulou-se que a área entre um par de buracos negros grandes à beira de colidir poderia fornecer as condições para criar bolhas de "vácuo verdadeiro". Superfícies interseccionadas entre essas bolhas poderiam então se tornar infinitamente densas e formar micro buracos negros. Estes, por sua vez, evaporariam emitindo radiação Hawking nos cerca de 10 milissegundos antes que os buracos negros maiores colidissem e devorassem quaisquer bolhas ou micro buracos negros em seu caminho. A teoria poderia ser testada observando a [[radiação Hawking]] emitida pouco antes da fusão dos buracos negros.<ref>{{Cite web|last=Crane|first=Leah|date=26 Novembro 2021|title=Merging black holes may create bubbles that could swallow the universe|url=https://www.newscientist.com/article/2298989-merging-black-holes-may-create-bubbles-that-could-swallow-the-universe/|access-date=2021-11-27|website=New Scientist|language=en-US}}</ref><ref>{{cite journal|last1=Chitishvili|first1=Mariam|last2=Gogberashvili|first2=Merab|last3=Konoplich|first3=Rostislav|last4=Sakharov|first4=Alexander S.|title=Higgs Field-Induced Triboluminescence in Binary Black Hole Mergers|journal=Universe |year=2023 |volume=9 |issue=7 |page=301 |doi=10.3390/universe9070301 |arxiv=2111.07178 |bibcode=2023Univ....9..301C |doi-access=free }}</ref>

== Propagação de bolhas ==
Uma parede de bolha, propagando-se para fora a quase a velocidade da luz, tem uma espessura finita, dependendo da razão entre a barreira de energia e o ganho de energia obtido pela criação do vácuo verdadeiro. No caso em que a altura da barreira de potencial entre os vácuos verdadeiro e falso é muito menor do que a diferença de energia entre os vácuos, a espessura da parede da bolha se torna comparável ao raio crítico.<ref name="vfmukhanov"/>

Partículas elementares que entram na parede provavelmente se decairão em outras partículas ou buracos negros. Se todos os caminhos de decaimento levarem a partículas muito massivas, a barreira de energia desse decaimento pode resultar em uma bolha estável de vácuo falso (também conhecida como uma [[Bola de Fermi]]) envolvendo a partícula de vácuo falso em vez de um decaimento imediato. Objetos de múltiplas partículas podem ser estabilizados como [[Q-balls]], embora esses objetos eventualmente colidirão e se decairão em buracos negros ou partículas de vácuo verdadeiro.<ref>{{citation|arxiv=2206.09923|year=2022|title=First-order phase transition and fate of false vacuum remnants|last1=Kawana |first1=Kiyoharu |last2=Lu |first2=Philip |last3=Xie |first3=Ke-Pan |journal=Journal of Cosmology and Astroparticle Physics |volume=2022 |issue=10 |page=030 |doi=10.1088/1475-7516/2022/10/030 |bibcode=2022JCAP...10..030K |s2cid=249889432 }}</ref>

== Decaimento do vácuo falso na ficção ==
O evento de decaimento do vácuo falso é ocasionalmente usado como um [[dispositivo de enredo]] em obras que retratam um [[risco catastrófico global|evento apocalíptico]].

* 1988 por [[Geoffrey A. Landis]] em seu conto de ficção científica ''Estados de Vácuo''<ref name="landis">{{cite journal | author=Geoffrey A. Landis | title=Vacuum States| journal=Isaac Asimov's Science Fiction | date=1988 | pages= Julho}}</ref>
* 2000 por [[Stephen Baxter (autor)|Stephen Baxter]] em seu romance de ficção científica ''[[Time (romance de Baxter)|Time]]''<ref name="Baxter">{{cite book | author=Stephen Baxter | title=Time | date=2000 | publisher=Macmillan | isbn=978-0-7653-1238-9 | url-access=registration | url=https://archive.org/details/agesinchaosjames0000unse }}</ref>
* 2002 por [[Greg Egan]] em seu romance de ficção científica ''[[Schild's Ladder]]''
* 2008 por [[Koji Suzuki]] em seu romance de ficção científica ''Edge''
* 2015 por [[Alastair Reynolds]] em seu romance de ficção científica ''[[Poseidon's Wake]]''

{{Referências}}

== Leitura adicional ==
* {{cite book | author=[[Johann Rafelski]] and Berndt Muller| title=The Structured Vacuum&nbsp;– thinking about nothing | publisher=Harri Deutsch | date=1985| isbn=978-3-87144-889-8 }}
* {{cite book | author=Sidney Coleman| title=Aspects of Symmetry: Selected Erice Lectures | date=1988| publisher=Cambridge University Press | isbn=978-0-521-31827-3 | author-link=Sidney Coleman }}

== Ligações externas ==
* {{GitHub|rsato64/SimpleBounce}} calculates the Euclidean action for the bounce solution which contributes to the false vacuum decay.
* {{Cite book
| url=http://www.physics.arizona.edu/~rafelski/Books/StructVacuumE.pdf
| title=The Structured Vacuum – thinking about nothing
| first1=Johann
| last1=Rafelski
| authorlink1=Johann Rafelski
| first2=Berndt
| last2=Müller
| date=1985
| publisher=H. Deutsch
| isbn=3-87144-889-3}}
* {{cite web
| url=http://www.pbs.org/wnet/hawking/mysteries/html/uns_guth_1.html
| title=An eternity of bubbles?
| first=Alan
| last=Guth
| website=[[PBS]]
| authorlink=Alan Guth
| archiveurl=https://web.archive.org/web/20120825013818/http://www.pbs.org/wnet/hawking/mysteries/html/uns_guth_1.html
| archivedate=2012-08-25
| url-status=dead}}

* {{cite web
| url=https://sten.astronomycafe.net/falsevacuum/
| title=The Decay of the False Vacuum
| first=Sten
| last=Odenwald
| authorlink=Sten Odenwald
| date=1983}}

* {{YouTube|HBUPknArdYE|Simulation of False Vacuum Decay by Bubble Nucleation}} – Joel Thorarinson

{{Portal3|física|ciência}}

{{DEFAULTSORT:Falso Vácuo}}
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[[Categoria:Teoria quântica de campos]]
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[[Categoria:Perigos espaciais]]
[[Categoria:Destino final do universo]]
[[Categoria:Vácuo]]