Princípio de Fermat

Fonte: testwiki
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Dos três feixes de luz que emergem do ponto roxo apenas os que chegarem ao caminho óptico extremo(máximo ou mínimo) serão caminhos reais de luz.

O Princípio de Fermat, em ótica é um princípio do tipo extremo e estabelece que: Predefinição:Cita

Este enunciado não é completo e não cobre todos os casos, mas existe uma forma moderna do Princípio de Fermat que diz: Predefinição:Cita Isso que dizer que, se expressarmos o trajeto percorrido pela luz entre dois pontos 01 e 02 por meio de uma função chamada caminho ótico definida como O1O2[n(r)] a trajetória real da luz seguirá um caminho extremo a respeito desta função:

δO1O2[n(r)]=δO1O2n(r)ds=0.

A característica importante como diz o enunciado, é que as trajetos próximos ao "verdadeiro" requerem tempos aproximadamente iguais. Desta forma, o Princípio de Fermat lembra o Princípio de Hamilton e as Equações de Euler-Lagrange.

Vejamos alguns exemplos da aplicação do princípio para deduzir as leis da Ótica Geométrica.[1]

Equação da trajetória de um raio luminoso

A equação da trajetória de um raio luminoso real em um sistema ótico é:

n(r)dds[n(r)drds]=0

e se deduz a partir do Princípio de Fermat.

Aplicando o princípio de Fermat, toda variação sobre uma trajetória de um raio luminoso real deve ser nula. Portanto;

δO1O2[n(r)]=δO1O2n(r)ds=O1O2δ(n(r))ds+O1O2n(r)δ(ds)=
=O1O2n(r)δrds+O1O2n(r)drdsd(δr)dsds=O1O2n(r)δrds+[n(r)drdsδr]O1O2O1O2dds[n(r)drds]δrds=0.

Quando a variação sobre os extremos não existe resta que:

O1O2[n(r)dds(n(r)drds)]δrds=0δr

portanto o integrando deve se anular e resta a equação da trajetória.[2]

A interpretação da equação é importante. A trajetória permanece no plano e ele que varia o índice de refração n(r). Isso pode ser observado escrevendo a equação em termos dos vetores unitários u^t e u^n:

n(r)=dds[n(r)drds]=dn(r)dsdrds+n(r)d2rds2=dn(r)dsu^t+n(r)ρ(r)u^n

sendo ρ o raio da circunferência osculatriz no ponto r à trajetória.[1]

Lei da reflexão

Predefinição:AP Se supormos que um raio de luz sai do ponto A em direção a uma superfície plana, que suponhamos seja refletora, e viaja até um ponto B. Qual será a trajetória seguida pela luz? Neste caso a luz viaja durante todo o caminho pelo mesmo meio, com o mesmo índice de refração e, portanto, com a mesma velocidade. Assim, o tempo necessário para percorrer o caminho entre A e B (passando pela superfície P) será a distância APB dividida pela velocidade da luz no meio. Como a velocidade é uma constante, a trajetória real, que segue o Princípio de Fermat, será a mais curta.[3]

Lei da refração

Predefinição:AP

O raio de luz se propaga de A a B passando por P, que é um ponto móvel sobre o eixo das abcissas.

Com o Princípio de Fermat se pode deduzir a Lei de Snell, que afirma que o produto do índice de refração do primeiro meio de propagação com o seno do ângulo de incidência é equivalente ao produto do índice de propagação do segundo meio com o seno do ângulo refratado.[4]

n1 sinα1=n2 sinα2

Ao apresentar o fenômeno analiticamente, em um plano cartesiano:

Seja um meio de propagação com índice de refração n1  e um segundo meio de propagação com índice de refração n2  tais que situamos a superfície que separa os dois meios de modo que coincida com o eixo das abcissas.

Sejam A=(xA,yA) e B=(xB,yB) dois pontos fixos situados do plano, de modo que A está situado no primeiro meio, e B no segundo meio.

Seja um raio de luz que se propaga de A a B atravessando a superfície que separa os dois meios no ponto P=(x,0).

O seguinte passo é deduzir o tempo que demora o raio para percorrer AP e PB.

Sejam v1 e v2 as velocidades de propagação da luz no primeiro e segundo meio respectivamente.

t1=APv1=(xA x)2 +yA2v1; t2=PBv2=(xxB)2 +yB2v2

t=(xA x)2 +yA2v1+(xxB)2 +yB2v2

Se buscarmos o valor de x  quando t  é mínimo, é equivalente ao encontramos o valor de x  para o qual a função derivada de t  assume valor 0.

dtdx=xA xv1 (xA x)2 +yA2+xxB v2 (xxB )2 +yB2=0

xA xv1 (xA x)2 +yA2=xBx v2 (xxB )2 +yB2

xA xv1 AP=xBx v2 PB

1v1 sinα1=1v2 sinα2

cv1 sinα1=cv2 sinα2

n1 sinα1=n2 sinα2 [5]

Predefinição:Referências

  1. 1,0 1,1 Explicações sobre o princípio de Fermat e suas aplicações podem ser encontradas em "Feynman, Richard. The Feynman Lectures on Physics, Vol. 1"
  2. Roger Erb: Geometrische Optik mit dem Fermat-Prinzip. In: Physik in der Schule. 30, Nr. 9, 1992, S. 291–295
  3. Arthur Schuster, An Introduction to the Theory of Optics, London: Edward Arnold, 1904 online
  4. Predefinição:Citar livro
  5. Ariel Lipson, Stephen G. Lipson, Henry Lipson, Optical Physics 4th Edition, Cambridge University Press, ISBN 978-0-521-49345-1