Algoritmo de Wagner-Whitin

Fonte: testwiki
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O algoritmo de Wagner-Whitin, criado por Harvey M. Wagner e Thomson M. Whitin em 1958, é uma técnica matemática complexa para o dimensionamento de lotes e que faz uma avaliação das várias formas possíveis de se efectuar uma encomenda de maneira a satisfazer as exigências em cada período do horizonte de planeamento (Dicionário, 2008).

Este algoritmo apenas se aplica a produtos com procura determinística discreta, utilizando a programação dinâmica para minimização dos custos associados à gestão dos stocks e para se obter as quantidades óptimas de encomenda (Gestão, 2008).

Existem duas propriedades que a solução óptima deste algoritmo tem de satisfazer (Gonçalves, 2000, p. 32):

  1. Uma encomenda só chega quando o nível de stocks atinge o zero.
  2. Existe um limite superior para o número de períodos para os quais uma encomenda durará.

O algoritmo de Wagner-Whitin, normalmente é utilizado como benchmark para avaliação de modelos alternativos, pois conduz a soluções óptimas. No entanto, é frequente que se adoptem modelos mais simples para a resolução deste tipo de problemas devido à sua complexidade (Gestão, 2008).

Formulação de Gonçalves

Para este algoritmo utilizam-se as seguintes variáveis:

  • Ct,N+1 = custo do conjunto de encomendas desde o início do período t até ao início do período N+1. Ci,i=0 e o início de um período corresponde ao fim do período anterior.
  • Et,k = custo de uma encomenda que chega no período t e que satisfaz a procura até ao início do período k.

Equação:

            Ct,N+1=min{Et,k+Ck,N+1}    t=N, …, 2, 1;  t<kN+1

O custo da solução óptima é dado por C1,N+1. Este algoritmo tem início no último período N e repete-se até ao período 1 (Gonçalves, 2000, p. 33).

Para a segunda propriedade, que se justifica pelo facto de um aumento do número de períodos aumentar os custos de posse de tal maneira que é melhor fazer uma nova encomenda, utiliza-se a seguinte expressão (Gonçalves, 2000, p. 33, 38):

                       D(t)HAD(t)A/H

Esta propriedade diz que, quando o custo de posse da quantidade D(t) é maior que o custo de encomenda, A, então a solução óptima deverá ter uma encomenda que chegue no período t (Gonçalves, 2000, p. 38).

Formulação de Tersine

Tersine utiliza uma nomenclatura diferente da de Gonçalves (Tersine, 1988, p. 165):

  • C = custo de uma encomenda
  • h = fracção do custo de posse por período
  • P = custo unitário
  • Qce = k=ceRk
  • Rk = procura no período k

Segundo Tersine (1988, p. 165) este algoritmo resolve-se em três etapas:

1. Para todas as alternativas possíveis de encomendas, para um horizonte de tempo de N períodos, calcular a matriz dos custos variáveis totais. Definir Zce como o custo variável total nos períodos c a e, de fazer uma encomenda no período c que satisfaz as necessidades dos períodos c a e

      Zce=C+hPi=ceQceQci   1ceN

2. Definir fe como o mínimo custo possível nos períodos 1 a e. O algoritmo começa com f0=0 e calcula f1,f2,…, fNpor esta ordem. O valor de fe é calculado usando a fórmula:

      fe=min(Zce+fc1)          c = 1, 2, …, e

3. De maneira a traduzir a solução óptima fN, obtida pelo algoritmo, em quantidades a encomendar, aplicar o seguinte:

  • A encomenda final ocorre no período w e é suficiente para satisfazer a procura nos períodos w a N.
      fN=ZwN+fw1
  • A penúltima encomenda ocorre no período v e é suficiente para satisfazer a procura nos períodos v a w.
      fw1=Zvw1+fv1
  • A primeira encomenda ocorre no período 1 e é suficiente para satisfazer a procura nos períodos 1 até u1.
      fu1=Z1u1+f0

Exemplo da aplicação deste algoritmo (Tersine, 1988, p. 166):

Um artigo tem um custo unitário de 50 UM, custo de encomenda de 100 UM e uma fracção do custo de posse por período de 0,02. Suponha-se que o nível das existências, no início do período 1, é zero e as procuras são as seguintes:

Período 1 2 3 4 5 6
Procura 75 0 33 28 0 10

A matriz dos custos variáveis totais é calculada da seguinte maneira:

Z11 = 100 + 1(75 – 75) = 100

Z12 = 100 + 1[(75 – 75) + (75 – 75)] = 100

Z13 = 100 + 1[(108 – 75) + (108 – 75) + (108 – 108)] = 166

Z14 = 100 + 1[(136 – 75) + (136 – 75) + (136 – 108) + (136 – 136)] = 250

Z15 = 100 + 1[(136 – 75) + (136 – 75) + (136 – 108) + (136 – 136) + (136 – 136)] = 250

Z16 = 100 + 1[(146 – 75) + (146 – 75) + (146 – 108) + (146 – 136) + (146 – 136) + (146 – 146)] = 300

Z22 = 100 + 1(0 – 0) = 100

Z23 = 100 + 1[(33 – 0) + (33 – 33)] = 133

Z24 = 100 + 1[(61 – 0) + (61 – 33) + (61 – 61)] = 189

Z25 = 100 + 1[(61 – 0) + (61 – 33) + (61 – 61) + (61 – 61)] = 189

Z26 = 100 + 1[(71 – 0) + (71 – 33) + (71 – 61) + (71 – 61) + (71 – 71)] = 229

Z33 = 100 + 1(33 – 33) = 100

Z34 = 100 + 1[(61 – 33) + (61 – 61)] = 128

Z35 = 100 + 1[(61 – 33) + (61 – 61) + (61 – 61)] = 128

Z36 = 100 + 1[(71 – 33) + (71 – 61) + (71 – 61) + (71 – 71)] = 158

Z44 = 100 + 1(28 – 28) = 100

Z45 = 100 + 1[(28 – 28) + (28 – 28)] = 100

Z46 = 100 + 1[(38 – 28) + (38 – 628) + (38 – 38)] = 120

Z55 = 100 + 1(0 – 0) = 100

Z56 = 100 + 1[(10 – 0) + (10 – 10)] = 110

Z66 = 100 + 1(10 – 10) = 100

Matriz dos custos variáveis totais

O mínimo custo possível nos períodos 1 a e é determinado da seguinte maneira (Tersine, 1988, p. 167):

f0=0

f1=min(Z11+f0) = (100 + 0) = 100

f2=min(Z12+f0,Z22+f1)=min(100+0,100+100) = 100

f3=min(Z13+f0,Z23+f1,Z33+f2)=min(166+0,133+100,100+100) = 166

f4=min(Z14+f0,Z24+f1,Z34+f2,Z44+f3)=min(250+0,189+100,128+100,100+166) = 228

f5=min(Z15+f0,Z25+f1,Z35+f2,Z45+f3,Z55+f4)=min(250+0,189+100,128+100,100+166,100+228) = 228

f6=min(Z16+f0,Z26+f1,Z36+f2,Z46+f3,Z56+f4,Z66+f5)=min(300+0,229+100,158+100,120+166,110+228,100+228) = 258

Alternativas dos custos variáveis totais

Neste exemplo, f6=fN é a combinação de Z36 e f2, deste modo a última encomenda é efectuada no período 3 e vai satisfazer as necessidades dos períodos 3 a 6; f2 é a combinação de Z12 e f0, deste modo a encomenda é feita no período 1 e vai satisfazer as necessidades dos períodos 1 a 2. A programação óptima das encomendas e os custos variáveis cumulativos são os seguintes (Tersine, 1988, p. 168):

Referências

  • GONÇALVES, José Fernando – Gestão de aprovisionamentos. Ed. rev. Porto: Publindústria, 2000. ISBN 978-972-95794-9-3
  • TERSINE, Richard J. – Principles of inventory and materials management. 3ª ed. New York: Elsevier Science Publishing, 1988. ISBN 978-0-444-01162-6

Ver também

Bibliografia

  • BRAMEL, Julien; SIMCHI-LEVI, David – The Logic of Logistics. New York: Springer-Verlag, 1997. ISBN 978-0-387-94921-5

Ligações externas