Constante de permissividade do vácuo

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Predefinição:Wikificação Predefinição:Mais-notas Constante de permissividade do vácuo, há muito tempo chamada de constante de permissividade do éter, é uma constante que permite medir a permissividade elétrica da substância que, segundo Maxwell, permeava todo o universo, chamada de éter. Segundo Maxwell, o éter era uma substância sólida elástica, na qual havia um mar de minúsculos vórtices líquidos. Na quarta de suas famosas equações aparecia a constante dielétrica, que é inversamente proporcional à permissividade, que media a elasticidade deste sólido.[1]

A constante de permissividade do vácuo ϵ0 pode ser representada pelas fórmulas:

ϵ0=14πK

Sendo K a constante eletrostática no vácuo: K0=8,9875109Nm2C2

Utilizando a Lei de Coulomb:

ϵ0=|Q||q|4πFd2

Sendo Q e q as intensidades das cargas, F o módulo da força de interação entre elas e d a distância que as separa.

A constante tem como valor ϵ0=8,8541878171012C2N1m2, conforme a recomendação do CODATA - 2006.[2][3]

Essa constante também pode ser expressada usando a velocidade da luz no vácuo e a constante de permeabilidade do vácuo:
ε0=1μ0c28,85418782×1012A2s4kg1m3.
As equações de Maxwell fazem aparecer a velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas.
c=1ε0μ0.


Utilizando-se um capacitor de placas planas e paralelas pode-se obter essa constante experimentalmente através de medidas de forças de atração entre as duas placas, em função da tensão entre elas e em função da tensão nelas aplicada ou por meio da fórmula:

ϵ0=dCA

sendo d a distância entre as placas, C a capacitância e A a área das placas.

Pode-se obter a constante de permissividade através da Lei de Gauss. Esta lei define que o fluxo total que entra ou sai de uma região esférica do espaço mede diretamente a carga total que está dentro dessa mesma região.

Sabe-se que:

Φ=EAcosθ

sendo E o campo elétrico que passa por uma determinada área, A a área considerada e θ o ângulo de inclinação das linhas de campo em relação a A.

E que

E=Kqr2, onde E é o campo elétrico para uma carga pontual q.

Substituindo-se, temos:

Φ=KqAr2

Considerando-se a área superficial da esfera A=4πr2 temos:

Φ=4πKq

Substituindo-se (1) na equação temos que:

ϵ0=qΦ

Que é o equivalente da lei de Gauss.

Portanto, a constante de Permissividade Elétrica do Vácuo é uma conseqüência de:

ϵ0μ0c2=1, em que c é a velocidade da luz no vácuo e μ0 é a permeabilidade magnética do vácuo cujo valor é 4π107.

Essa equação se deve ao fato de a luz ser uma onda eletromagnética.

História

A permissividade elétrica do vácuo também foi descoberta por meio de experimentos e análises teóricas realizados por James Clerk Maxwell e outros cientistas da época.[4]

Maxwell observou que as equações que descreviam as propriedades do campo elétrico e magnético no vácuo eram muito semelhantes e propôs que o vácuo tinha uma propriedade chamada de "permissividade elétrica" que afetava a forma como o campo elétrico se propagava pelo espaço. Ele propôs uma nova equação que incluía um termo para a permissividade elétrica do vácuo, juntamente com a constante de permeabilidade magnética.

A constante de permissividade elétrica do vácuo, ε0, foi determinada por meio de experimentos realizados por diversos cientistas, como o físico alemão Wilhelm Eduard Weber e o britânico Lord Kelvin. Esses experimentos envolveram medir a capacitância de diferentes objetos e compará-las com a distância entre as placas do capacitor e a área das placas.[5]

Com base nessas medições e análises teóricas, a constante de permissividade elétrica do vácuo foi determinada como sendo aproximadamente igual a 8.85 x 10^-12 F/m. Esse valor é usado até hoje como a definição da constante de permissividade elétrica do vácuo no sistema internacional de unidades (SI).[6][7][8]

Ver também

Predefinição:Referências