Impedância elétrica

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Predefinição:Eletromagnetismo Impedância elétrica ou simplesmente impedância (quando, em domínio de circuitos ou sistemas elétricos, não houver possibilidade de confusão com outras possíveis acepções de impedância), é a oposição que um circuito elétrico faz à passagem de corrente elétrica quando é submetido a uma tensão. Pode ser definida como a relação entre o valor eficaz da diferença de potencial entre dois pontos do circuito em consideração e o valor eficaz da corrente elétrica resultante no circuito.

Introdução

De uma maneira mais simples, impedância é a carga resistiva total de um circuito CA (Corrente alternada), ou seja, quando um determinado componente cria uma resistência e gasta energia em forma de calor, tem-se o Efeito Joule, isso chamado de resistência e, se o componente não gasta energia em forma de calor, temos a reatância, então, quando estão presentes a resistência e a reatância, chamamos de impedância.
A impedância não é um fasor, mas é expressa como um número complexo, possuindo uma parte real equivalente à resistência R e uma parte imaginária dada pela reatância X. A impedância é, também, expressa em ohms e designada pelo símbolo Z, que indica a oposição total que um circuito oferece ao fluxo de uma corrente elétrica variável no tempo.

Formulação Matemática

As equações dos circuitos com capacitores e indutores são sempre equações diferenciais. No entanto, como essas equações são lineares, as suas transformadas de Laplace serão sempre equações algébricas em função de um parâmetro s com unidades de frequência.[1]

Será muito mais fácil encontrar a equação do circuito em função do parâmetro s e a seguir podemos calcular a transformada de Laplace inversa se quisermos saber como é a equação diferencial em função do tempo t. A equação do circuito, no domínio da frequência s, é obtida calculando as transformadas de Laplace da tensão em cada um dos elementos do circuito.[1]

Se admitirmos que o circuito encontra-se inicialmente num estado de equilíbrio estável e que o sinal de entrada só aparece em t=0, temos que:

limt0V(t)=limt0Ve(t)=0

Assim, as transformadas de Laplace de Ve e V são sV~e(s) e sV~(s), onde V~e e V~ são as transformadas dos sinais de entrada e saída.[1]

Como as derivadas dos sinais também são inicialmente nulas, as transformadas de Ve e V são s2V~e(s) e s2V~(s).

Numa resistência a lei de Ohm define a relação entre os sinais da tensão e da corrente:

V(t)=RI(t)

aplicando a transformada de Laplace nos dois lados da equação obtemos:

V~=RI~

Num indutor, a relação entre a tensão e a corrente é:

V(t)=LdI(t)dt

Como estamos a admitir que em t<0 a tensão e a corrente são nulas, usando a propriedade da transformada de Laplace da derivada obtemos a equação:

V~=LsI~

que é semelhante à lei de Ohm para as resistências, excepto que em vez de R temos uma função Z(s) que depende da frequência:

Z(s)=Ls

Num capacitor, a diferença de potencial é diretamente proporcional à carga acumulada:

V(t)=Q(t)C

Como estamos a admitir que em t<0 não existem cargas nem correntes, então a carga acumulada no instante t será igual ao integral da corrente, desde t=0 até o instante t:

V(t)=1C0tI(u)du

e usando a propriedade da transformada de Laplace do integral, obtemos:

V~=I~sC

Mais uma vez, obtivemos uma relação semelhante à lei de Ohm, mas em vez do valor da resistência R temos uma função que depende da frequência:

Z(s)=1sC

Resumindo, no domínio da frequência, as resistências, indutores e condensadores verificam todos uma lei de Ohm generalizada:

V~(s)=Z(s)I~(s)

Onde a função Z(s) denomina-se impedância generalizada e é dada pela seguinte expressão:

Z={R, nos resistoresLs, nos indutores1Cs, nos capacitores

É de salientar que os indutores produzem uma maior impedância para sinais com frequências s maiores, os capacitores apresentam maior impedância quando o sinal tiver menor frequência e nas resistências a impedância é constante, independentemente da frequência.

Associações de impedâncias

Associação de impedâncias em série e sistema equivalente

Duas resistências em série são equivalentes a uma única resistência com valor igual à soma das resistências. Nessa demonstração, o fato de que além da corrente nas duas resistências em série dever ser igual, a diferença de potencial total é igual à soma das diferenças de potencial em cada resistência e em cada resistência verifica-se a lei de Ohm.[1]

Os mesmos 3 fatos são válidos no caso de dois dispositivos em série (resistências, indutores ou condensadores) onde se verifique a lei de Ohm generalizada.

Assim, podemos generalizar as mesmas regras de combinação de resistências em série ao caso de condensadores e indutores, como ilustra a figura ao lado. Nomeadamente, quando dois dispositivos são ligados em série, o sistema pode ser substituído por um único dispositivo com impedância igual à soma das impedâncias dos dois dispositivos:[1]


Zsérie=Z1+Z2


Associação de impedâncias em paralelo e sistema equivalente


Se os dois dispositivos estiverem ligados em paralelo, como no caso da figura ao lado, em qualquer instante a diferença de potencial será a mesma nos dois dispositivos e a corrente total no sistema será a soma das correntes nos dois dispositivos. Isso, junto com a lei de Ohm generalizada , permite-nos concluir que o sistema pode ser substituído por um único dispositivo com impedância:


Zparalelo=Z1Z2=Z1Z2Z1+Z2

Predefinição:Referências

  • EDMINISTER, J. A.. Circuitos Elétricos. Teoria e Problemas Resolvidos. São Paulo (SP, Brasil): McGraw-Hill do Brasil Ltda., 1974.
  • HAYT & KEMMERLY. Análise de Circuitos em Engenharia. São Paulo (SP, Brasil): McGraw-Hill do Brasil Ltda., 1990.

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  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 [ Eletricidade e Magnetismo. Porto: Jaime E. Villate, 20 de março de 2013. 221 págs]. Creative Commons Atribuição-Partilha (versão 3.0) ISBN 978-972-99396-2-4. Acesso em 09 julho. 2013.