Método bola traço

Fonte: testwiki
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O método bola traço é na Análise combinatória um dispositivo visual para a facilitação da operação de contagem. Foi popularizado por William Feller e é especialmente útil para a demonstração de vários teoremas combinatórios simples. Pode resolver qualquer problema análogo à "permutar n elementos iguais, entre k compartimentos distintos"[1]

Enunciado dos teoremas

Ao longo deste artigo, denotará o conjunto dos inteiros não-negativos, i.e., ={nn0}={0,1,2,3,}. O conjunto dos inteiros positivos é, portanto, {0}.

Teorema 1. Sejam n e k inteiros positivos. Se n,k={(x1,,xk)kx1+x2++xk=n}, então o número de elementos de n,k é |n,k|=(n+k1k1).

Teorema 2. Se n,k~={(x1,,xk)({0})kx1++xk=n}, então |n,k~|=(n1k1).

Discussão

Primeiro vejamos como os teoremas anteriores são logicamente equivalentes: temos uma bijeção n,k~nk,k dada por (x1,,xk)(x11,x21,,xk1).

Para provarmos o Teorema 1, observe como podemos representar os seguintes elementos de 7,5:

O elemento (4,0,1,2,0) será representado por esta configuração.
(0,3,1,2,1)
(1,1,2,1,2)

Veremos um elemento de n,k como uma configuração de n+k1 posições (n bolas e k1 traços, ou n estrelas e k1 barras), escolhendo k1 posições para as barras. Precisamente, se X é o conjunto de todas as (k1)-tuplas estritamente crescentes com entradas no conjunto {1,2,,n+k1}, temos a bijeção n,kX dada por (x1,,xk)(1+x1,2+x1+x2,,k1+x1+x2++xk1). A inversa leva (a1,a2,,ak1)(a11,a2a11,a3a21,,ak1ak21,n+k1ak1). Isso prova o Teorema 1.

Exemplo

Considere a série de potências formal [k=0xk]n=k=0ckxk. Temos [k=0xk]n=(ν1,,νn)xν1++νn=k=0(ν1++νn=k1)xk. Mas ν1++νn=k1 é precisamente |k,n|=(k+n1k); então ck=(k+n1k). Analogamente, [k=1xk]n=k=n(k1n1)xk. Essas igualdades valem no sentido analítico para x]1,1[, como consequência do Teorema de Cauchy-Mertens (há convergência absoluta). Com essa igualdade válida para x]1,1[ e usando que [k=0xk]n=1/(1x)n, podemos tomar derivadas sucessivas para concluir que k!ck=n(n+1)(n+k1), donde ck=(n+k1k) ‒ outra prova do Teorema 1.

Potências simétricas de um espaço vetorial

Se V é um espaço vetorial sobre um corpo F, a r-ésima potência simétrica de V pode ser definida como Symr(V)=Vr/E, onde E é o subespaço gerado por todos os tensores da forma v1vivi+1vrv1vi+1vivr, i=1,2,,r1. Recebe esse nome porque toda função r-linear simétrica fatora-se através de Symr(V). Denotando por v1v2vr a imagem de v1v2vr no quociente e agrupando fatores como o fazemos num produto usual, por meio de potências[2], vê-se sem muita dificuldade que {v1ν1v2ν2vnνn(ν1,,νn)r,n} é base para Symr(V) se {v1,,vn} é base para o espaço n-dimensional V. Daí segue imediatamente que dimFSymr(V)=(n+r1r).Predefinição:Referências

Predefinição:Esboço-matemática Predefinição:Portal3

  1. Feller W - An Introduction to Probability Theory and its Applications. Vol I 1950
  2. Há uma estrutura de álgebra em Symr(V).