YBC 7289

Fonte: testwiki
Revisão em 11h03min de 4 de dezembro de 2023 por imported>Equipeacesso (growthexperiments-addlink-summary-summary:1|0|1)
(dif) ← Revisão anterior | Revisão atual (dif) | Revisão seguinte → (dif)
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
YBC 7289

YBC 7289 é uma tabuleta babilônica de argila em escrita cuneiforme, notável por conter uma aproximação sexagesimal bastante precisa para a raiz quadrada de dois (2), o comprimento da diagonal de um quadrado de lado 1. A precisão dessa aproximação é equivalente à de seis casas decimais, "a maior precisão computacional conhecida (...) no mundo antigo".[1] Acredita-se que a tabuleta seja obra de um estudante na Mesopotâmia meridional, datando do período 1800–1600 AEC, e foi doado à Coleção Babilônica de Yale ou YBC (do inglês Yale Babylonian Collection) por J. P. Morgan.

Conteúdo

A tabuleta representa um quadrado com suas duas diagonais. Um dos lados do quadrado está marcado com o numeral sexagesimal 30. A diagonal do quadrado está marcada com dois numerais sexagesimais. O primeiro, 1;24,51,10 representa o número

1+2460+51602+10603=3054702160001,414213,

uma aproximação numérica de 2 cujo erro é menor que um em dois milhões. O segundo numeral 42;25,35 representa o número

42+2560+35602=3054772042,426,

que é o resultado de multiplicar 30 pela aproximação de 2 dada, e aproxima o comprimento da diagonal de um quadrado de lado 30.[1]

Como a notação sexagesimal babilônica não indicava em que casa sexagesimal estava cada dígito uma interpretação alternativa é que o número sobre o lado do quadrado seja 3060=12. Com essa interpretação alternativa o número sob a diagonal é 30547432000,70711, uma boa aproximação para 12, o comprimento da diagonal de um quadrado de lado 12, cujo erro também é menor que um em dois milhões. David Fowler e Eleanor Robson escrevem, "Temos, portanto, um par de números recíprocos com uma interpretação geométrica...". Eles destacam que, embora a importância de pares de recíprocos na matemática babilônica torne essa interpretação atraente, há razão para ceticismo.[2]

O verso da tabuleta está parcialmente apagado, mas Robson acredita que contenha um problema parecido a respeito da diagonal de um retângulo cujos dois lados e diagonal estão na proporção 3:4:5.[3]

Interpretação

Apesar de que a tabuleta YBC 7289 seja frequentemente apresentada (como na foto) com o quadrado orientado diagonalmente, as convenções babilônicas padrão para desenhar quadrados colocaria seus lados verticais e horizontais, com o lado numerado acima.[4] O formato pequeno e redondo da tabuleta, e sua escrita grande, sugerem que se tratava de uma "tabuleta de mão" do tipo usado tipicamente para rascunhos por um estudante, um aprendiz de escriba, que a seguraria na palma de sua mão.[1][2] O aprendiz provavelmente teria copiado o valor sexagesimal de 2 de outra tabuleta, mas um procedimento iterativo para calcular esse valor pode se achado em outro documento babilônico, BM 96957 + VAT 6598.[2]

A importância matemática da YBC 7289 foi inicialmente identificada por Otto E. Neugebauer e Abraham Sachs em 1945.[2][5] A tabuleta "demonstra a maior precisão computacional conhecida em todo o mundo antigo", o equivalente a seis casas decimais de precisão.[1] Outras tabuletas babilônicas incluem o cálculo de áreas de hexágonos e heptágonos, que envolvem a aproximação de números algébricos mais complicados, como 3.[2] O mesmo número 3 também pode ser usado na interpretação de certos antigos cálculos egípcios das dimensões de pirâmides. Porém, a grande precisão dos números na YBC 7289 torna mais claro que são resultado de um procedimento geral para seu cálculo, em vez de meras estimativas.[6]

A mesma aproximação sexagesimal 1;24,51,10 para 2 foi usada muito depois pelo matemático grego Cláudio Ptolemeu em seu Almagesto.[7][8] Ptolemeu não explica de onde veio essa aproximação e se pode supor que fosse bem conhecida em sua época.[7]

Origem e curadoria

Não se sabe de onde na Mesopotâmia vem a YBC 7289, mas seu formato e estilo da escrita indicam que provavelmente foi criada na Mesopotâmia meridional, entre 1800 e 1600 AEC.[1][2] A Universidade de Yale a adquiriu em 1909, doada pelo espólio de J. P. Morgan, que possuia várias tabuletas babilônicas; suas doações se tornaram a Coleção Babilônica de Yale ou YBC (do inglês Yale Babylonian Collection).[1][9]

Em Yale o Instituto para preservação da herança cultural (do inglês Institute for the Preservation of Cultural Heritage) produziu um modelo digital da tabuleta, apropriada para impressão 3D.[9][10][11]

Predefinição:Referências

Notas

Predefinição:Tradução/ref

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome BeerySwetz
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome FowlerRobson
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome robson
  4. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome friberg
  5. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome NeugebaurSachs
  6. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome rudman
  7. 7,0 7,1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome neuhist
  8. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome pedersen
  9. 9,0 9,1 Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome lynch
  10. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome 3Dprint
  11. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Kwan