Modelo de placas de Kirchhoff–Love

Fonte: testwiki
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Deformação de uma placa fina, destacando o deslocamento, a superfície média (em vermelho) e a normal à superfície média (em azul)

O modelo de placas de Kirchhoff–Love é um modelo matemático bidimensional usado para determinar tensões e deformações em placas finas submetidas a forças e momentos. É uma extensão do modelo de viga de Euler-Bernoulli, e foi desenvolvido em 1888 por Augustus Edward Hough Love[1] usando premissas de Gustav Kirchhoff, formuladas em 1850. O modelo assume que uma superfície plana média pode ser usada para representar uma placa tridimensional de forma bidimensional.

As seguintes hipóteses cinemáticas são consideradas neste modelo:[2]

  • linhas retas normais à superfície média permanecem retas após a deformação
  • linhas retas normais à superfície média permanecem normais à superfície média após a deformação
  • a espessura da placa permanece a mesma durante a deformação.

Campo de deslocamentos presumido

Seja 𝐱 o vetor posição de um ponto da placa indeformada. Então

𝐱=x1𝒆1+x2𝒆2+x3𝒆3xi𝒆i.

Os vetores 𝒆i formam uma base cartesiana com origem na superfície média da placa, x1 e x2 são as coordenadas cartesianas da superfície média da placa indeformada, e x3 é a coordenada na direção da espessura.

Seja o deslocamento de um ponto da placa expresso por 𝐮(𝐱). Então

𝐮=u1𝒆1+u2𝒆2+u3𝒆3ui𝒆i.

Este deslocamento pode ser decomposto em uma soma vetorial do deslocamento da superfície média e um deslocamento w0 perpendicular ao plano na direção x3. Podemos escrever o deslocamento no plano da superfície média como

𝐮0=u10𝒆1+u20𝒆2uα0𝒆α.

Observe que o índice α assume os valores 1 e 2 (mas não 3).

Assim, as hipóteses de Kirchhoff implicam que

uα(𝐱)=uα0(x1,x2)x3w0(x1,x2)xαuα0x3w,α0;α=1,2u3(𝐱)=w0(x1,x2).

Se φα são os ângulos de rotação da normal à superfície média, então no modelo de Kirchhoff-Love

φα=w,α0.

Note-se que podemos interpretar a expressão para uα como a expansão de primeira ordem da série de Taylor para o deslocamento em torno da superfície média.

Deslocamento da superfície média (esquerda) e de uma normal (direita)

Placas de Kirchhoff-Love quasi-estáticas

A teoria original desenvolvida por Love é válida para deformações e rotações infinitesimais. A teoria foi ampliada por Theodore von Kármán para situações onde são admitidas rotações moderadas.

Relações deformação-deslocamento

Para a situação onde as deformações são infinitesimais e as rotações das normais à superfície média são menores que 10 graus, as relações deformação-deslocamento são

εαβ=12(uαxβ+uβxα)12(uα,β+uβ,α)εα3=12(uαx3+u3xα)12(uα,3+u3,α)ε33=u3x3u3,3

Usando as hipóteses cinemáticas obtemos

εαβ=12(uα,β0+uβ,α0)x3w,αβ0εα3=w,α0+w,α0=0ε33=0

Portanto, as únicas deformações não-nulas são nas direções do plano de referência.

Equações de equilíbrio

As equações de equilíbrio da placa podem ser obtidas pelo Princípio dos Trabalhos Virtuais. Para uma placa fina submetida a uma carga transversal quasi-estática q(x) estas equações são

N11x1+N21x2=0N12x1+N22x2=02M11x12+22M12x1x2+2M22x22=q

sendo a espessura da placa 2h. Em notação indicial,

Nαβ,α=0Nαβ:=hhσαβdx3Mαβ,αβq=0Mαβ:=hhx3σαβdx3

onde σαβ são as tensões.

Momentos fletores e tensões normais
Torques e tensões cisalhantes
Dedução das equações de equilíbrio para pequenas rotações
Para a situação em que as deformações e rotações da placa são pequenas a energia virtual interna é dada por
δU=Ω0hhσ:δϵdx3dΩ=Ω0hhσαβδεαβdx3dΩ=Ω0hh[12σαβ(δuα,β0+δuβ,α0)x3σαβδw,αβ0]dx3dΩ=Ω0[12Nαβ(δuα,β0+δuβ,α0)Mαβδw,αβ0]dΩ

sendo a espessura da placa 2h e as tensões resultantes Nαβ e os momentos resultantes Mαβ definidos por

Nαβ:=hhσαβdx3;Mαβ:=hhx3σαβdx3.

Mediante integração por partes resulta

δU=Ω0[12(Nαβ,βδuα0+Nαβ,αδuβ0)+Mαβ,βδw,α0]dΩ+Γ0[12(nβNαβδuα0+nαNαβδuβ0)nβMαβδw,α0]dΓ.

A simetria do tensor tensão implica que Nαβ=Nβα. Portanto,

δU=Ω0[Nαβ,αδuβ0+Mαβ,βδw,α0]dΩ+Γ0[nαNαβδuβ0nβMαβδw,α0]dΓ.

Outra integração por partes fornece

δU=Ω0[Nαβ,αδuβ0Mαβ,βαδw0]dΩ+Γ0[nαNαβδuβ0+nαMαβ,βδw0nβMαβδw,α0]dΓ.

Para o caso em que não há força externa prescrita, o princípio dos trabalhos virtuais implica que δU=0. As equações de equilíbrio da placa são portanto dadas por

Nαβ,α=0Mαβ,αβ=0.

Se a placa é solicitada por uma carga externa distribuída q(x) normal à superfície média e com sentido positivo x3, o trabalho virtual externo devido ao carregamento é

δVext=Ω0qδw0dΩ.

O Princípio dos Trabalhos Virtuais conduz então às equações de equilíbrio

Nαβ,α=0Mαβ,αβq=0.

Condições de contorno

The boundary conditions that are needed to solve the equilibrium equations of plate theory can be obtained from the boundary terms in the principle of virtual work. In the absence of external forces on the boundary, the boundary conditions are

Nαβnαouuβ0Mαβ,βnαouw0Mαβnβouw,α0.

Note that the quantity nαMαβ,β is an effective shear force.

Predefinição:Referências

Ver também

  1. A. E. H. Love, On the small free vibrations and deformations of elastic shells, Philosophical trans. of the Royal Society (London), 1888, Vol. série A, N° 17 p. 491–549.
  2. Reddy, J. N., 2007, Theory and analysis of elastic plates and shells, CRC Press, Taylor and Francis.