Deformação transversal

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Equação de deformação unitária

Para um prisma mecânico de seção constante A, a deformação unitário é uma função ω(y,z) definida sobre esta seção transversal, que é solução do seguinte problema de Von Neumann:

{2ωy2+2ωz2=0(y,z)A𝐧ω=12dds¯[(yyC)2+(zzC)2](y,z)A [1]
Onde:
s¯ é o comprimento ao longo do contorno da peça e 𝐧 a normal exterior ao mesmo.
(yC,zC) são as coordenadas do centro de cortante.
{σxx=2G(12ν)[(1ν)εxx+ν(εyy+εzz)]=0σxy=G[uxy+uyx]=G[ωy(zzC)]dθxdsσxz=G[uxz+uzx]=G[ωz+(yyC)]dθxds~

O equilíbrio de forças sobre o eixo longitudinal da peça prismática ou viga requer que:

σxxx+σxyy+σxzz=0

Onde se tenha substituído as equações [3] em [4] se chega precisamente a equação da deformação unitária [1].

Solução para a equação de deformação unitária

Pode se demonstrar que a solução da anterior equação pode ser encontrada facilmente introduzindo uma função de deformação auxiliar relacionada com a anterior e com as coordenadas (yC, zC) do centro de cortante. A função auxiliar ω0(x,y) satisfaz a equação:[1]

{2ω0y2+2ω0z2=0(y,z)A𝐧ω0=12dds¯(y2+z2)(y,z)A

Em termos desta função auxiliar se pode encontrar tanto a função de deformação como as coordenadas do centro de cortante:[1]

ω(y,z)=ω0(y,z)zCy+yCzyC=IzIyω¯IyzIzω¯IzIyIyz2zC=IyIzω¯IyzIyω¯IzIyIyz2

Onde Iy,Iz,Iyz são os momentos de área e o produto de inércia. E onde Iyω¯,Izω¯ são os produtos de inércia setoriais definidos como:Iyω¯=Azω0(y,z) dydzIzω¯=Ayω0(y,z) dydz

Exemplos de deformações seccionais

Em geral se uma seção não é circular ou circular oca (tubular) apresentará deformação seccional diferente de zero. Isto pode provar-se rigorosamente calculando a deformação seccional de uma seção elíptica, que depende da diferença de quadrados dos comprimentos dos semi-eixos, se estes são iguais como ocorrem em um círculo a função de deformação se anula.

No caso geral a seção de deformação é complicada e requer resolver um problema de Von Neumann. Para alguns casos simples quando a seção é maciça e o contorno é expresso por uma função de tipo f(y, z) = 0 sendo o laplaciano de f constante o problema de buscar a função de deformação pode simplificar-se notavelmente mediante a função de Prandtl, já que desta função basta encontrar-se uma função de Prandtl que se anule sobre o contorno. Isto é precisamente o que ocorre com as seções elíptica e triangular, entretanto com seções mais complexas como uma seção retangular o cálculo é mais complicado.

Deformação unitária de uma seção triangular

Em uma seção triangular equilátera qualquer das três alturas do triângulo constitui um eixo de simetria, pelo que para uma seção triangular equilátera o centro de cortante coincide com o centro geométrico ou baricentro do triângulo. A função de deformação considerando coordenadas (y, z) com a origem de coordenadas sobre o centro geométrico é dada por:[2]

ω(y,z)=3z2yy32h

Onde temos considerado que um dos lados é paralelo ao eixo Y, y h é a altura do triângulo.

Deformação unitário de uma seção elíptica

Em uma seção elíptica existem dois eixos de simetria, o semi-eixo maior e o semi-eixo menor, o que implica que o centro de cortante coincide com o centro geométrico da seção. Tomando coordenadas da seção (y, z) com origem no centro geométrico da seção a função de deformação unitário é dada por:[3]

ω(y,z)=a2b2a2+b2yz

Onde a e b são, respectivamente, os comprimentos do semi-eixo maior e o semi-eixo menor da elipse. Pode se ver que no caso particular de um círculo de raio r (onde a = b = r) a deformação seccional unitária é nula, em consonância com a teoria da torsão de Saint-Venant para seções circulares.

Deformação unitária de uma seção retangular

Em uma seção retangular, onde o centro de cortante coincide com o centro geométrico, a função de deformação pode ser calculada em termos da função de Prandtl[4] que por sua vez ppde ser obtida por integração de Laplace mediante separação de variáveis:

{ωy=z+1GθΦz=z+8bπ2k=0[(1)k+1(2k+1)2(sinh(2k+1)πzbcosh(2k+1)πab)cos(2k+1)πyb]ωz=y1GθΦy=y+8bπ2k=0[(1)k(2k+1)2(1cosh(2k+1)πzbcosh(2k+1)πab)sin(2k+1)πyb]

Momento de deformação

O momento de deformação é a grandeza definida pela seguinte integral:[5]

Iω=Aω2(y,z) dydz

Para uma seção I ou H o módulo de deformação é dado por:[6]

Iω=h2Imin4

Onde h denota a altura total do perfil e Imin o momento de inércia mínimo.

Referências

  1. 1,0 1,1 Monleón Cremades, 1999, apéndice B, p.
  2. Ortiz Berrocal, 1988, p. 296.
  3. Ortiz Berrocal, 1998, p. 292.
  4. Ortiz Berrocal, 1998, p. 296-300.
  5. Monleón, 1999, p.
  6. Load Tables for Flexural Members and ConnectionsPredefinição:Ligação inativa

Bibliografia

  • Ortiz Berrocal, L., Elasticidad, McGraw-Hill, 1998, ISBN 84-481-2046-9.
  • Monleón Cremades, S., Análisis de vigas, arcos, placas y láminas, Ed. UPV, 1999, ISBN 84-7721-769-6.

Ligações externas