Lei de Paris Erdogan

Fonte: testwiki
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Gráfico da relação taxa de crescimento da trinca e o fator intensidade de tensão. Na prática, o modelo é calibrado para modelar o intervalo linear no meio.

Lei de Paris Erdogan (também conhecida como Lei de Paris-Erdogan) relaciona o fator intensidade de tensão com o crescimento sub crítico de trincas, sob um regime de fadiga. Assim, é o modelo mais popular de crescimento de trinca em fadiga usado na ciência dos materiais e mecânica da fratura. A fórmula básica é[1]

dadN=CΔKm,

onde a é o comprimento da trinca e N o número de ciclos. Assim, o termo na esquerda da equação ,que é conhecido como taxa de propagação de trinca,[2] representa o crescimento infinitesimal do comprimento da trinca por ciclo realizado. Já no lado direito o C e m são constantes do material, e ΔK é a variação do fator intensidade de tensão, i.e., A diferença entre o fator intensidade de tensão no carregamento máximo e mínimo.

ΔK=KmaxKmin,

onde Kmax é o fator intensidade de tensão máximo e Kmin é o mínimo.[3]

Histórico e aplicação

A fórmula foi introduzida por P.C. Paris em 1961.[4] Sendo uma relação de potência entre a taxa de crescimento durante o carregamento cíclico, e a variação do fator intensidade de tensão, A lei de Paris pode ser visualizada como um gráfico linear em um papel log-log, onde o eixo x é a variação do fator intensidade de tensão, e o eixo y representa a taxa de crescimento da trinca.

A lei de paris pode ser usada para quantificar a vida residual (em termos de ciclos de carregamento) de um espécime, dado um tamanho de trinca. Definindo o fator intensidade de tensão como

K=σYπa,

onde σ é a tensão uniforme perpendicular ao plano da trinca, Y é um parâmetro adimensional que depende da geometria, o fator intensidade de tensão é

ΔK=ΔσYπa,

onde Δσ é a variação da amplitude de tensão. Y tem valor 1 para uma trinca central em uma placa infinita. O número de ciclos remanescentes pode ser encontrado ao se substituir essa equação na lei de Paris Erdogan

dadN=CΔKm=C(ΔσYπa)m.

Para trincas relativamente pequenas, Y pode ser assumido independente de a e a equação diferencial pode ser resolvida através da separação de variáveis

0NfdN=aiacdaC(ΔσYπa)m=1C(ΔσYπ)maiacam2da

e a seguinte integral

Nf=2(ac2m2ai2m2)(2m)C(ΔσYπ)m,

onde Nf é o número restante de ciclos até a fratura,ac é o tamanho crítico de trinca no qual fratura instantânea ocorre, e ai é o tamanho inicial da trinca no qual o crescimento da trinca por fadiga se inicia para uma determinada variação de tensão Δσ. Se Y depende fortemente de a, métodos numéricos podem ser necessários para encontrar uma solução razoável.

Para a aplicação de juntas adesivas em compósitos, é mais útil expressar a lei de Paris em termos da energia de fratura ao invés de fatores de intensidade de tensões.[5]

Referências

  1. Predefinição:Citar web
  2. Predefinição:Citar web
  3. Predefinição:Citar web
  4. P.C. Paris, M.P. Gomez, and W.E. Anderson. A rational analytic theory of fatigue. The Trend in Engineering, 1961, 13: p. 9-14.
  5. Wahab, M.M.A., I.A. Ashcroft, A.D. Crocombe, and P.A. Smith, Fatigue crack propagation in adhesively bonded joints. Key Engineering Materials, 2003, 251-252: p. 229-234