Método de Lax–Friedrichs

Fonte: testwiki
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O método de Lax-Friedrichs, em homenagem à Peter Lax e Kurt Otto Friedrichs, é um método numérico para a resolução de equações hiperbólicas em derivadas parciais baseado em diferenças finitas. O método pode ser encontrado a partir do Esquema FTCS (Forward-time central-space). É um método de primeira ordem no tempo e segunda ordem no espaço que apresenta uma estabilidade condicional.

Ilustração do método

A formulação numérica pode ser deduzida a partir da equação da convecção linear:

ut+aux=0(1)

Ao discretizarmos a equação (1) pelo esquema FTCS(Forward-time central-space), utilizamos uma diferença adiantada em relação ao tempo (explícito no tempo) e uma diferença centrada em relação ao espaço, lembrando que a diferença centrada é obtida subtraindo ui+1n de ui1n e isolando ux provenientes das séries de Taylor, onde obtemos a discretização da convecção linear pelo esquema FTCS:

uin+1uinΔt+aui+1nui1n2Δx=0(2)

Utilizando a Análise de estabilidade de Von Neumann, descobrimos que esse método é incondicionalmente instável, para resolver esse problema de instabilidade, podemos fazer a seguinte substituição na equação (2):

uin=ui+1n+ui1n2

Obtendo assim o método numérico de Lax-Friedrichs:

uin+1=(ui+1n+ui1n2)aΔt2Δx(ui+1nui1n)(3)

O qual também pode ser mostrado em relação ao número de Courant–Friedrichs–Lewy(CFL):

uin+1=(ui+1n+ui1n2)σ2(ui+1nui1n)(4)

Estabilidade

A substituição de uin na equação (2) equivale a adicionar um termo de difusão artificial (também conhecida por viscosidade artificial), o que aumentará a estabilidade do método, deixando-o condicionalmente estável. Essa estabilidade condicional, pode ser verificada pela análise de estabilidade de Von Neumann:

  • A solução exata do método numérico é representada por U;
  • Erros de Round-off são representados por ϵ;
  • A solução numérica é representada por u, onde:

u=U+ϵ(5)

Substituindo (5) em (4) obtemos:

Uin+1+ϵin+1=(Ui+1n+ϵi+1n+Ui1n+ϵi1n2)σ2(Ui+1n+ϵi+1n(Ui1n+ϵi1n))

Como U é a solução exata:

Uin+1=(Ui+1n+Ui1n2)σ2(Ui+1nUi1n)

Então é verdadeiro que:

ϵin+1=(ϵi+1n+ϵi1n2)σ2(ϵi+1nϵi1n)(6)

Considerando que a função erro, ϵ, pode ser expandida usando séries de Fourier:

ϵin=EneIϕi(onde0ϕπeI=1)

Podemos então substituir ϵin em (6), obtendo:

Ein+1eIϕi=(EneIϕ(i+1)+EneIϕ(i1)2)σ2(EneIϕ(i+1)EneIϕ(i1))(7)

Dividindo ambos os lados da equação (7) por EneIϕi e sabendo que o fator de amplitude é dado por G=En+1En (proveniente da análise de estabilidade Von Neumann), a equação (7) fica:

G=(eIϕ+eIϕ2)σ2(eIϕeIϕ)(8)

Podemos usar as seguintes relações de Euler para simplificação da equação (8):

eIϕ=cosϕ+IsinϕeeIϕ=cosϕIsinϕ

A equação (8) adquire a seguinte forma:

G=cosϕIsinϕ(9)

O critério de Von Neumann afirma que o módulo do fator de amplitude deve ser menor ou igual a 1, a fim de que o método se mantenha estável:

|G|1

Calculando então o módulo do fator de amplitude na equação (9), obtemos:

|G|=cos2ϕ+σ2sin2ϕ

Onde verificamos, segundo o critétio de Von Neumann, que o método é estável se |σ|1, logo a formulação é condicionalmente estável.

Predefinição:Referências

Predefinição:Resolução de equações diferenciais parciais

Predefinição:Esboço-matemática