Multiplicadores de Lagrange

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Figura 1: Encontrar x e y que maximizem f(x,y) sujeito a uma condição (a vermelho) g(x,y)=c.
Figura 2: Curva de nível da Figura 1. A linha a vermelho indica a restrição g(x,y)=c. As linhas azuis são os contornos de f(x,y). A solução ocorre no ponto em que as linhas vermelha e azul se tocam tangencialmente.[1]

Em matemática, em problemas de otimização, o método dos multiplicadores de Lagrange permite encontrar extremos (máximos e mínimos) de uma função de uma ou mais variáveis suscetíveis a uma ou mais restrições.[2]

Por exemplo (veja a figura 1 à direita), considere o problema de otimização

maximize f(x,y), ou seja, deseja-se encontrar o ponto máximo desta função
sujeito a g(x,y)=c.

O método consiste em introduzir uma variável nova (λ, normalmente), chamada de multiplicador de Lagrange. A partir disso, estuda-se a função de Lagrange, assim definida:

Λ(x,y,λ)=f(x,y)λ(g(x,y)c),

Nesta função, o termo λ pode ser adicionado ou subtraído. Se f(x,y) é um ponto de máximo para o problema original, então existe um λ tal que (x,y,λ) é um ponto estacionário para a função lagrangiana, ou seja, existe um ponto para o qual as derivadas parciais de Λ são iguais a zero.

No entanto, nem todos os pontos estacionários permitem uma solução para o problema original. Portanto, o método dos multiplicadores de Lagrange garante uma condição necessária para a otimização em problemas de otimização com restrição.[3][4][5][6][7]

O nome "multiplicador de Lagrange" é uma homenagem a Joseph Louis Lagrange.

Definição

Considere uma função de n variáveis f(x1,x2,...,xn)e m funções de restrição g1(x1,x2,...,xn)...gm(x1,x2,...,xn). Sejam estas funções deriváveis em primeira ordem com derivadas contínuas e que para qualquer ponto do domínio existe algum i para o qual gi(x)0, se f tiver um extremo relativo dentro de suas restrições, este ponto ocorre em um ponto P(x1*,x2*,...,xn*), tal que P pertença a uma superfície de restrição de f na qual a seguinte condição seja satisfeita:

f(x1*,x2*,...,xn*)=i=1mλigi(x1*,x2*,...,xn*)[1]

λ=(λ1,λ2,λm) são os multiplicadores de Lagrange.

A solução recai em resolver um sistema com n+m equações (as n equações obtidas pela diferenciação, e as m restrições gi) e n+m incógnitas (a coordenada de P no espaço de n dimensões e os m multiplicadores de Lagrange).

Utilização

O método de lagrange é empregado na resolução de problemas de Programação, é uma ferramenta importante em restrições de igualdade.

Exemplo

A função potencial gravitacional em relação a um corpo celeste: P(x,y,z)=GMr , onde r=[(xxi)2+(yyi)2+(zzi)2]12 e (xi,yi,zi) são as coordenadas do centro do corpo celeste.

O problema é: a uma dada distância da Terra e da Lua, ou seja, fixando-se os potenciais gravitacionais relativos a esses 2 corpos, deseja-se saber qual o ponto em que a energia potencial gravitacional gerada pela massa do Sol é máxima (ou mínima).

A figura abaixo mostra a situação, onde os centros dos 3 corpos estão no plano da tela, As superfícies esféricas equipotenciais da Terra e da Lua aparecem como círculos no plano da tela. Sua intercessão é um círculo num plano normal à tela, que a cruza nos pontos A e B. Esses pontos são a solução do problema, pois um é o mais próximo e o outro é o mais distante do Sol, entre todo o conjunto de pontos desse círculo de intercessão das superfícies.

Qual a relação com os multiplicadores de Lagrange? Basta lembrar que a aceleração da gravidade é o gradiente do potencial gravitacional, e ela aponta para os centros dos corpos. Em geral, ao longo do círculo normal à tela, de intercessão entre as superfícies potenciais da Terra e Lua, esses vetores dirigidos respectivamente para o centro do Sol, da Terra e da Lua são linearmente independentes. Mas nos pontos A e B eles estão no mesmo plano, e um deles pode ser escrito como uma combinação linear dos outros.

Portanto pode-se escrever: as=λ1at+λ2al ou

                     Ps(x,y,z)=i=12λigi(x,y,z)

onde: g1=Pt(x,y,z)C1 e g2=Pl(x,y,z)C2

Ps(x,y,z) é o potencial gravitacional do Sol, Pt(x,y,z) é o da Terra e Pl(z,y,z) é o da Lua. Como a restrição são as superfícies equipotenciais, as funções gi são zero para os pontos em que os potenciais são C1 e C2 respectivamente.[8]


Ver também

Predefinição:Referências

Ligações externas

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