Série dupla

Fonte: testwiki
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Em análise matemática, uma série dupla é uma série cujo índice pertence a 2, isto é, dois números naturais.

Notação

Denotamos a soma parcial por Sm,n definida como

Sm,n=i=1,j=1m,naij.

Quando existe um número S tal que para todo ε>0, existe λ tal que |Sm,nS|<ε se m,n>λ, dizemos que S é a série dupla de Sm,n.

Também é possível expressar essa ideia pelo limite duplo lim(m,n)Sm,n=S. Devemos, contudo, atentar para o fato de que não é imediato o fato de que Sm,nS, já que esse limite duplo pode não existir.

A série dupla é então denotad como

S=i=1,j=1,aij.

Aliás, como am,n=Sm,nSm1,nSm,n1+Sm1,n1, segue que, se {Sm,n} converge, é possível encontrar δ tal que |am,n|<ε se m,n>δ, o que não implica am,n0 se m e n tendem a separadamente. Para mais informações, veja os exemplos que serão apresentados na próxima seção.

Convergência de uma série dupla

A condição geral da convergência de uma Série Dupla é, tomando a sequência de somas parciais, o critério de Cauchy para sequências duplas, ou seja, uma série dupla converge se e somente se λ:|Sp,qSm,n|<ε, quando p>m>λ e q>n>λ.

Predefinição:Collapse top () Imediata.

() Seja Sn o valor de Sm,n quando m=n, de modo que o retângulo usado para a soma se torne um quadrado. Podemos tomar a subsequência {Sn} e, segundo o critério de Cauchy para sequências simples, temos |SqSn|<ε quando q>n>λ .

Como Sn se aproxima de um limite S, podemos encontrar λ1 tal que |SSn|<ε se n>λ1.

A condição geral nos leva, então, a |Sp,qSn|<ε, se p,q>n>λ2.

Sendo, ainda λ3=max{λ1,λ2}, segue |Sp,qS|<ε se p,q>n>λ3. Ou seja, a série dupla converge.

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EXEMPLOS

Convergência: Sm,n=1m+1n

Divergência: Sm,n=m+n

Oscilação: Sm,n=(1)m+n

Troca dos operadores de somatório

Somas por Linha e por Coluna

As somas de uma série dupla podem ser definidas pela soma dos elementos dentro de retângulos m×n, conforme mencionado anteriormente, mas também pode ser definida por Séries Iteradas correspondentes ao somatório das somas das linhas e das colunas, como segue.

Soma por linhas: Tome primeiro a soma dos elementos das linhas de uma série, denotada por bm=n=1am,n e, então, proceda com o somatório das somas das linhas, ou seja m=1bm. Ou seja, a Soma por linhas é dada por m=1n=1am,n=limmlimnam,n

De modo análogo,

Soma por colunas: dada por n=1m=1am,n=limnlimmam,n.

Se lidamos com um número finito de termos, é evidente que

SM,N=m=1Mn=1Nam,n=n=1Nm=1Mam,n

O mesmo não é necessariamente verdade se lidamos com um número infinito de termos, ou seja, não é necessariamente verdade que

S=m=1n=1am,n=n=1m=1am,n

e isso se dá pelo fato de que os limites iterados não necessariamente são iguais, o que implica, no caso das séries, a oscilação da soma por linhas ou colunas.

EXEMPLO

Seja Sm,n=(1)m+n(1m+1n).

Oras, S existe e é dado por S=0.

Mas limmSm,n e limnSm,n.

Teorema de Pringsheim

Um teorema que dá conta dos casos em que é possível proceder com a troca dos operadores de limites no infinito em Séries Duplas é o teorema de Pringsheim[1], que dita que:

Se as somas linha e coluna de uma série convergem e a série dupla também converge, então a expressão S=m=1n=1am,n=n=1m=1am,n é válida.

Predefinição:Collapse top Temos que |Sm,nS|<ε se m,n>λ, de modo que |limnSmS|ε. Oras, por hipótese o limite simples existe. Segue, então, que limmlimnam,n=S.

A outra metade é análoga. Predefinição:Collapse bottom

Observações

(1) Quando a série dupla não converge, então () m=1n=1am,n=n=1m=1am,n não é necessariamente válido.

EXEMPLO

Seja Sm,n=mm+n, temos limmlimnam,n=0 e limnlimmam,n=1. Do teorema de Pringsheim, a série obviamente não converge.

(2) A verdade de () também não implica, por si só, na convergência da série dupla.

EXEMPLO

Seja Sm,n=mn(m+n)2[2]

Temos limmlimnam,n=0=limnlimmam,n, mas a série dupla não converge. Para verificar isso, basta ver que se tomarmos m e n tendendo de formas diferentes ao infinito, a soma leva a números diferentes. Por exemplo, tome m=2n, Sm,n=29 e se m=n, Sm,n=14.

Referências