Equações de Friedmann

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Predefinição:Cosmologia

As Equações de Friedmann são um conjunto de equações em cosmologia física que governam a expansão métrica do espaço em modelos homogêneos e isotrópicos do Universo dentro do contexto da Teoria Geral da Relatividade. Foram apresentadas por Alexander Friedman em 1922[1] a partir das equações de campo de Einstein para a métrica de Friedman-Lemaître-Robertson-Walker e um fluido com uma densidade de energia (ρ) e uma pressão (p) dadas. As equações para curvatura espacial negativa foram dadas por Friedmann em 1924.[2]

Pressupostos

Predefinição:AP

As equações de Friedmann começam com a hipótese simplificadora de que o universo é espacialmente homogêneo e isotrópico, i.e. o Princípio Cosmológico; empiricamente, isto é justificado em escalas maiores que ~100 Mpc. O Princípio Cosmológico implica que a métrica do universo deve ser da forma:

ds2=a(t)2ds32dt2

onde ds32 é uma métrica tridimensional que deve ser de um (a) espaço plano, (b) uma esfera de curvatura positiva constante ou (c) um espaço hiperbólico com curvatura negativa constante. O parâmetro k discutido abaixo toma o valor 0, 1, -1 nestes três casos, respectivamente. É este fato que nos permite falar de uma forma sensata de um "fator de escala", a(t).

As equações de Einstein agora relacionam a evolução deste fator de escala para a pressão e energia da matéria no universo. As equações resultantes são descritas abaixo.

Equações

As equações são:

H2(a˙a)2=8πGρ+Λ3Kc2a2
3a¨a=Λ4πG(ρ+3pc2)

onde Λ é a constante cosmológica possivelmente causada pela energia do vazio, G é a constante gravitacional, c é a velocidade da luz, a é o fator de escala do Universo e K é a curvatura gaussiana quando a=1 (p.ex. hoje, na atualidade). Se a forma do universo é hiperesférica e R é o raio de curvatura (R0 no momento atual), então a=R/R0. Geralmente, Ka2 é a curvatura gaussiana. Se K é positiva, então o Universo é hiperesférico. Se K é zero, o Universo é plano e se K é negativo o Universo é hiperbólico. Note-se que ρ e p são função de a. O parâmetro de Hubble, H, é a velocidade de expansão do universo.

Estas equações às vezes se simplificam redefinindo a densidade de energia e a pressão:

ρρΛ8πG pp+Λc28πG

para obter:

H2(a˙a)2=8πG3ρKc2a2
3a¨a=4πG(ρ+3pc2)

O parâmetro de Hubble pode mudar no tempo se outros membros da equação são dependentes do tempo (em particular a densidade de energia, a energia do vazio e a curvatura). Avaliando o parâmetro de Hubble no momento atual resulta que a constante de Hubble que é a constante de proporcionalidade da lei de Hubble. Aplicado a um fluido com uma equação de estado dada, as equações de Friedmann dão como resultado a evolução no tempo e a geometria do Universo como função da densidade do fluido.

Alguns cosmólogos chamam à segunda destas duas equações a equação de aceleração e reservam o termo equação de Friedmann só para a primeira equação.

O parâmetro de densidade

O parâmetro de densidade, Ω, se define como a relação da densidade atual (ou observada) ρ relacionado à densidade crítica ρc do Universo de Friedmann. Uma expressão para a densidade crítica se encontra assumindo que Λ é zero (como é para todos os Universos de Friedmann básicos) e estabelecendo a curvatura K igual a zero. Quando se substituem estes parâmetros na primeira equação de Friedmann encontramos que:

ρc=3H28πG

E a expressão para o parâmetro de densidade (útil para comparar diferentes modelos cosmológicos) se obtém que é:

Ωρρc=8πG3H2ρ

Este termo originalmente foi utilizado como uma maneira de determinar a geometria do campo no que ρc é a densidade crítica para a qual a geometria é plana. Assumindo uma densidade de energia do vazio nula, se Ω é maior que um, a geometria é fechada e o Universo eventualmente parará sua expansão e então se colapsará. Se Ω é menor que um, será aberto e o Universo se expandirá para sempre. Entretanto, também se podem sintetizar os termos de curvatura e da energia do vazio numa expressão mais geral para Ω no caso de que este parâmetro de densidade de energia seja exatamente igual à unidade. Então é uma questão de medir os diferentes componentes, normalmente designados por sub-índices. De acordo com o modelo Lambda-CDM, há importantes componentes de Ω devido a bárions, matéria escura fria e energia escura. A geometria do espaço-tempo foi medida pelo satélite WMAP estando próxima de ser uma geometria plana, o que quer dizer, que o parâmetro de curvatura K é aproximadamente zero.

A primeira equação de Friedmann frequentemente se escreve formalmente com os parâmetros de densidade.

H2H02=ΩRa4+ΩMa3+ΩΛKc2a2

Onde, ΩR é a densidade de radiação atual, ΩM é a densidade da matéria (escura mais a bariónica) atual e ΩΛ é a constante cosmológica ou a densidade do vazio atual.

Equação de Friedmann reescalada

Estabelecendo a=a~a0,ρc=3H02/8πG,ρ=ρcΩ,t=t~/H0,Ωc=K/H02a02 onde a0 e H0 são em separado o fator de escala e o parâmetro de Hubble atuais. Então podemos dizer que:

12(da~dt~)2+Ueff(a~)=12Ωc

onde Ueff(a~)=Ωa~2/2. Para qualquer forma do potencial efetivo Ueff(a~), há uma equação de estado p=p(ρ) que a produzirá.

Ver também

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Referências

  1. Friedmann, A: Über die Krümmung des Raumes, Z. Phys. 10 (1922), 377-386. (Tradução para o inglês em: Gen. Rel. Grav. 31 (1999), 1991-2000.)
  2. Predefinição:Citar periódico Predefinição:De icon (English translation in: Predefinição:Citar periódico)