Estrutura fina

Fonte: testwiki
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa

Predefinição:Mais notas

Estrutura fina do hidrogênio: influência da quebra de degenerecência do nível de energia n = 2 na linha α-Lyman.

Em física atômica, a estrutura fina da raia espectral de um átomo corresponde ao seu desdobramento (separação) em outras linhas de frequências próximas, detectáveis através de um espectroscópio de boa resolução.

Esta estrutura pode ser explicada através da física quântica; devido a quebra parcial da degenerescência de um nível de energia do modelo de Bohr em resultado a três tipos de correções:

A descoberta da estrutura fina do átomo de hidrogênio concedeu o Nobel de Física à Willis Eugene Lamb em 1955.

Estruturas de nível fino podem ser desdobradas também devido a interação com o momento magnético do núcleo (estrutura hiperfina).

Correção relativística escalar

Classicamente, o termo da energia cinética é:

T=p22m

Entretanto, quando consideramos a relatividade especial, devemos utilizar a forma relativística da energia cinética,

T=p2c2+m2c4mc2

onde o primeiro termo é a energia relativística total, e o segundo termo a energia de repouso do elétron. Expandindo a expressão encontramos:

T=p22mp48m3c2+

Então, a correção de primeira ordem ao Hamiltoniano é

H=p48m3c2

Utilizando isso como uma perturbação, podemos calcular as correções de energia de primeira ordem devido aos efeitos relativísticos.

En(1)=ψ0|H|ψ0=18m3c2ψ0|p4|ψ0=18m3c2ψ0|p2p2|ψ0

onde ψ0 é a função de onda não perturbada. Retornando ao Hamiltoniano não perturbado, vemos que

H0|ψ0=En|ψ0

(p22m+V)|ψ0=En|ψ0

p2|ψ0=2m(EnV)|ψ0

Podemos utilizar esse resultado para calcular também a correção relativística:

En(1)=18m3c2ψ0|p2p2|ψ0

En(1)=18m3c2ψ0|(2m)2(EnV)2|ψ0

En(1)=12mc2(En22EnV+V2)

Para o átomo de hidrogênio, V=e2r, V=e2a0n2, and V2=e4(l+1/2)n3a02 onde a0 é o raio de Bohr, n é o número quântico principal e l é o número quântico azimutal. Assim, a correção para o átomo de hidrogênio é

En(1)=12mc2(En22Ene2a0n2+e4(l+1/2)n3a02)=En22mc2(4nl+1/23)

Interação spin-órbita

Na inclusão introdutória do spin na função de onda de Schrodinger, supõe-se que as coordenadas do spin são independentes das coordenadas do espaço de configuração.[1]

Assim, a função de onda total é escrita como uma função de produto.

Ψtotal=ψnlm(r,θ,ϕ).χ(spin).eiEnt/

Ψtotal=|Rnl.ei.Ent.|l,m.|s,ms (P)

A suposição feita acima implica que não existe interação entre L e S, i.e L^,S^=0

Neste caso, Ψtotal é uma auto-função de ambos Lz e Sz e portanto ml e ms são bons números quânticos; em outras palavras, as projeções de L e S são constantes do movimento.

Mas na verdade existe uma interação entre L e S chamada interação Spin-Órbita expressa em termos da grandeza L.S.

Dado que L.S não comuta quer com L ou com S, a equação (P) torna-se incorreta e ml e ms deixam de ser bons números quânticos. 

Nós imaginamos a interação spin-órbita como o momento magnético spin estacionária interagindo com o campo magnético produzido pelo núcleo orbitante.

No sistema de referência de repouso do electrão, há um campo eléctrico

ε=Zer2r^

Onde r^ dirige‐se do núcleo em direção ao electrão. 

Assumindo que v é a velocidade do electrão no sistema de referência de repouso do núcleo, a corrente produzida pelo movimento nuclear é: 

j=Zecv

No sistema de referência de repouso do electrão.

Portanto

He=Zecvr^r2=1cvε

O momento de spin do electrão realiza um movimento precessional neste campo com frequência de Larmor:

ωe=γHe=em0c2vε

Com energia potencial

Ee=μs.He=ωe.S

As equações acima são válidas no quadro de referência de repouso electrão.

A Transformação para o sistema de referência de repouso do núcleo introduz um fator de ½ - chamado o fator de Thomas. [Isto pode ser mostrado, calculando o tempo dilatado entre os dois sistemas de referência em repouso].[1]

Portanto, um observador no sistema de referência de repouso do núcleo poderia observar o electrão a realizar um movimento de precessão com uma velocidade angular de

ωL=e2m0c2vε (T)

e por uma energia adicional dada por

ΔE=12ωe.S

As duas Eqs acima podem ser colocadas em uma forma mais geral, restringindo o V ser qualquer potencial central com simetria esférica.

De forma que

F=r^Vr=eε

e então

vε=1eVrvr=1em01rVrL

A equação (T) torna-se então

ωL=+12m02c21rVrL

E a energia adicional

ΔE=+12m02c21rVrL.S

O produto escalar

L.S=ms

Para spin = ½

L.S=m.12=12m2

A separação energética se torna então

|ΔE|=2m4m02c21rVr

Para o potencial de Coulomb a separação energética pode ser aproximada por:

ΔE=λc2mZe2r3

Onde λc=hmoc é o comprimento de onda de Compton

λc=hmoc ou λc2π

Um resultado útil no cálculo é citado sem prova. O valor médio de 1r3 i.e.

1r3=Z2ao2n2l(l+12)(l+1)

para l0

De modo que a separação energética se torna

ΔE=λ¯c2miZ3ea02n2l(l+1/2)(l+1)

para l0

Ver também

Predefinição:Referências

Bibliografia

Ligações externas