Desarranjo: diferenças entre revisões

Fonte: testwiki
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
imported>Ertrinken
Sem resumo de edição
 
(Sem diferenças)

Edição atual desde as 15h37min de 20 de março de 2023

Em análise combinatória, um desarranjo, também conhecido como permutação caótica ou derangement (do francês) é uma espécie de permutação em que nenhum elemento do conjunto permanece na mesma posição. Formalmente falando, um desarranjo é uma bijeção ϕ:SS em um conjunto finito S que não possui pontos fixos. O número de diferentes desarranjos em um conjunto de n elementos é definido como o subfatorial de n e é denotado !n. O problema de contar desarranjos foi primeiramente considerado por Pierre Raymond de Montmort em 1708 e resolvido em 1713. Nicholas Bernoulli obteve o mesmo resultado na mesma época.

Exemplos

Os dois possíveis desarranjos das três letras da palavra "lua":

  • ual
  • alu

Os nove possíveis desarranjos das quatro letras da palavra "cano":

  • acon, anoc, aocn
  • ncoa, noca, noac
  • ocan, onca, onac

Subfatoriais

O enésimo elemento troca de posição com o primeiro elemento.

Defina dn:=!n o número de possíveis desarranjos para um conjunto de n elementos. Podemos encontrar uma relação de recorrência para dn usando o método de inclusão-exclusão. É fácil calcular os primeiros valores de dn:

  • d1=0
  • d2=1
  • d3=2
  • d4=9

Considere agora os possíveis desarranjos do conjunto {1,2,3,,n} e divida-os em duas classes:

  1. Os desarranjos em que o elemento n assume a posição de um elemento k e o elemento k assume a posição de n. Exemplo: 12344321.
  2. Os desarranjos em que o elemento n assume a posição de um elemento k e o elemento k não assume a posição de n. Exemplo: 12344312
  • O número de desarranjos na classe 1 deve ser igual ao número de desarranjos de um conjunto com n2 elementos para cada possível posição que o enésimo elemento pode assumir, ou seja: (n1)dn2.
  • O número de desarranjos na classe 2 deve ser igual ao número de desarranjos de um conjunto com n1 elementos para cada possível posição que o enésimo elemento pode assumir, ou seja: (n1)dn1. Para chegar a esta conclusão, observar que se o enésimo elemento assume a posição k, podemos permutar k com n e realizar os desarranjos no conjunto {1,2,,k1,k+1,k+2,,n1,k}.

A seqüência dos subfatoriais é, portanto, unicamente determinada pela sua relação de recorrência e pelos dois valores iniciais:

  • {d1=0d2=1dn=(n1)(dn1+dn2)

Relação com o fatorial

É importante observar que o fatorial, n! satisfaz a mesma relação, já que:

  • (n1)[(n1)!+(n2)!]=(n1)(n1)!+(n1)!=n(n1)!=n!

Assim, é natural definir:

  • fn=dnn!

A seqüência fn, assim definida satisfaz:

  • fnfn1=1n(fn1fn2)

Introduzimos, então, mais uma seqüência, gn=fnfn1, que satisfaz:

  • gn=1ngn1

Como g2=f2f1=12d2d1=12, é fácil ver que:

  • gk=(1)kk!,n2

E, portanto,

  • fn=f1+(f2f1)+(f3f2)+(fnfn1)=0+g2+g3++gn=k=2ngk=k=2n(1)kk!=k=0n(1)kk!

Assim, obtemos, uma expressão para !n

  • !n=dn=n!fn=k=0n(1)kn!k!

Relação com o número de Euler

Se observarmos que k=0(1)k1k!=e1 podemos escrever:

  • !n=dn=n!ek=n+1(1)kn!k!

O termo mais direita pode ser estimado pelo teste da série alternada:

  • |k=n+1(1)kn!k!|1n+1

E assim, temos:

  • |!nn!e|1n+1<1/2,n2

E portanto é fácil concluir que

  • !n=[n!e]

onde [x] representa o inteiro mais próximo de x.

fr:Analogues de la factorielle#Sous-factorielle