Desarranjo

Fonte: testwiki
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Em análise combinatória, um desarranjo, também conhecido como permutação caótica ou derangement (do francês) é uma espécie de permutação em que nenhum elemento do conjunto permanece na mesma posição. Formalmente falando, um desarranjo é uma bijeção ϕ:SS em um conjunto finito S que não possui pontos fixos. O número de diferentes desarranjos em um conjunto de n elementos é definido como o subfatorial de n e é denotado !n. O problema de contar desarranjos foi primeiramente considerado por Pierre Raymond de Montmort em 1708 e resolvido em 1713. Nicholas Bernoulli obteve o mesmo resultado na mesma época.

Exemplos

Os dois possíveis desarranjos das três letras da palavra "lua":

  • ual
  • alu

Os nove possíveis desarranjos das quatro letras da palavra "cano":

  • acon, anoc, aocn
  • ncoa, noca, noac
  • ocan, onca, onac

Subfatoriais

O enésimo elemento troca de posição com o primeiro elemento.

Defina dn:=!n o número de possíveis desarranjos para um conjunto de n elementos. Podemos encontrar uma relação de recorrência para dn usando o método de inclusão-exclusão. É fácil calcular os primeiros valores de dn:

  • d1=0
  • d2=1
  • d3=2
  • d4=9

Considere agora os possíveis desarranjos do conjunto {1,2,3,,n} e divida-os em duas classes:

  1. Os desarranjos em que o elemento n assume a posição de um elemento k e o elemento k assume a posição de n. Exemplo: 12344321.
  2. Os desarranjos em que o elemento n assume a posição de um elemento k e o elemento k não assume a posição de n. Exemplo: 12344312
  • O número de desarranjos na classe 1 deve ser igual ao número de desarranjos de um conjunto com n2 elementos para cada possível posição que o enésimo elemento pode assumir, ou seja: (n1)dn2.
  • O número de desarranjos na classe 2 deve ser igual ao número de desarranjos de um conjunto com n1 elementos para cada possível posição que o enésimo elemento pode assumir, ou seja: (n1)dn1. Para chegar a esta conclusão, observar que se o enésimo elemento assume a posição k, podemos permutar k com n e realizar os desarranjos no conjunto {1,2,,k1,k+1,k+2,,n1,k}.

A seqüência dos subfatoriais é, portanto, unicamente determinada pela sua relação de recorrência e pelos dois valores iniciais:

  • {d1=0d2=1dn=(n1)(dn1+dn2)

Relação com o fatorial

É importante observar que o fatorial, n! satisfaz a mesma relação, já que:

  • (n1)[(n1)!+(n2)!]=(n1)(n1)!+(n1)!=n(n1)!=n!

Assim, é natural definir:

  • fn=dnn!

A seqüência fn, assim definida satisfaz:

  • fnfn1=1n(fn1fn2)

Introduzimos, então, mais uma seqüência, gn=fnfn1, que satisfaz:

  • gn=1ngn1

Como g2=f2f1=12d2d1=12, é fácil ver que:

  • gk=(1)kk!,n2

E, portanto,

  • fn=f1+(f2f1)+(f3f2)+(fnfn1)=0+g2+g3++gn=k=2ngk=k=2n(1)kk!=k=0n(1)kk!

Assim, obtemos, uma expressão para !n

  • !n=dn=n!fn=k=0n(1)kn!k!

Relação com o número de Euler

Se observarmos que k=0(1)k1k!=e1 podemos escrever:

  • !n=dn=n!ek=n+1(1)kn!k!

O termo mais direita pode ser estimado pelo teste da série alternada:

  • |k=n+1(1)kn!k!|1n+1

E assim, temos:

  • |!nn!e|1n+1<1/2,n2

E portanto é fácil concluir que

  • !n=[n!e]

onde [x] representa o inteiro mais próximo de x.

fr:Analogues de la factorielle#Sous-factorielle