Equação de convecção-difusão

Fonte: testwiki
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A equação de convecção-difusão é uma equação parabólica em derivadas parciais, a qual descreve o fenômeno físico onde partículas ou energia (ou outras grandezas físicas) são transferidas dentro de um sistema devido a dois processos: difusão e convecção. Nesta forma mais simples (quando o coeficiente de difusão e a velocidade de convecção são constantes e não há fontes ou fugas) a equação toma a forma[1][2][3]:

ct=D2cvc.

Os dois termos no lado direito representam processos físicos diferentes: o primeiro corresponde a difusão normal enquanto o segundo descreve convecção ou advecção – o qual é o motivo pelo qual a equação é também conhecida como a equação de advecção-difusão. Além disso c é a variável de interesse, a constante D é o coeficiente de difusão, e v é a velocidade.

Equação de convecção-difusão com coeficientes constantes

Quando 𝐯n é constante, podemos encontrar uma solução clássica para a equação do transporte.[4] Uma forma de obtermos uma tal solução é impondo uma condição inicial.

Problema de valor inicial

Consideremos, primeiro, o caso homogêneo, isto é, f0. Definindo uma condição inicial para Φ temos o seguinte problema de valor inicial:

tΦ+𝐯Φ=0

Φ(x,0)=g

onde, Φ=Φ(x,t) com xn e t[0,). Além disso, assumimos que gC1(n,), i.e. g é uma vez continuamente diferenciável.

Com isso, podemos mostrar que a solução deste problema é:

Φ(x,t)=g(xt𝐯),para todo (x,t)n×[0,).

Com feito, esta solução satisfaz a condição inicial e, além disso, substituindo Φ na equação do transporte homogênea vemos que:

tΦ+𝐯Φ=𝐯g(xt𝐯)+𝐯g(xt𝐯)=0.

Ou seja, Φ definida acima é de fato solução do problema.

Caso não-homogêneo

Aqui, encontramos uma solução clássica para o seguinte problema de valor inicial:

tΦ+𝐯Φ=f

Φ(x,0)=g

onde, Φ e g estão definidas como acima e fC0(n×(0,),).

Para buscarmos uma solução para este problema, definimos:

z(s)=Φ(x+s𝐯,t+s)

o que nos dá:

ddsz(s)=f(x+s𝐯,t+s).

Logo:

0tf(x+(st)𝐯,s)ds=t0f(x+s𝐯,t+s)ds=z(0)z(t)=Φ(x,t)g(xt𝐯).

Portanto:

Φ(x,t)=g(xt𝐯)+0tf(x+(st)𝐯,s)ds,para todo (x,t)n×[0,)

é solução clássica do problema dado.

Derivação

A equação de convecção-difusão pode ser derivada em uma forma simplificada da equação de continuidade, a qual estabelece que a taxa de alteração para uma grandeza escalar em um volume de controle diferencial é dado por fluxo e difusão dentro e fora da parte do sistema, juntamente com toda a geração ou o consumo dentro do volume de controle:

ct+j=s,

onde j é o fluxo total e s é uma fonte volumétrica líquida (resultado de balanço) para c. Na ausência de fluxo físico, este fluxo pode ser descrito através da fenomenológica primeira lei de Fick, a qual assume que o fluxo de material em difusão em qualquer parte do sistema é proporcional ao gradiente local. Quando há convecção ou fluxo, o fluxo total é dado pela soma do fluxo difusivo e que é conhecido como o fluxo convectivo vc.

Combinando-se estes dois termos o fluxo total torna-se:

j=Dc+vc.

A substituição desta equação na equação de continuidade dá a forma geral da equação de convecção–difusão:

ct+(Dc+vc)=s.

Referências

Ver também