Transformada de Laplace bilateral

Fonte: testwiki
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Predefinição:Sem notas Em matemática, a transformada de Laplace bilateral é uma transformada integral bastante relacionada com a transformada de Fourier, a transformada de Mellin e a transformada de Laplace. Se ƒ(t) é uma função de uma variável real t definida para todos os números reais, a transformada de Laplace bilateral é definida pela integral

{f(t)}=F(s)=estf(t)dt.

Essa integral é frequentemente uma integral imprópria, que converge se e somente se cada uma das integrais

0estf(t)dt,0estf(t)dt

existir. Alguns autores usam a notação alternativa

𝒯{f(t)}=s{f}=sF(s)=sestf(t)dt.

Em aplicações de física e engenharia, a função original geralmente tem como variável independente o tempo (t), e f(t) representa um sinal que varia no tempo. A função transformada tem como variável independente a frequência real (ω) ou a frequência complexa (s), e F(s) ou F(ω) são os componentes desse sinal em cada frequência.

Em aplicações de estatística, a função original geralmente é a densidade de probabilidade de uma distribuição, e a função transformada, os momentos dessa distribuição.

Relação com outras transformadas integrais

Sendo u(t) a função degrau de Heaviside, que é igual a zero quando t é menor que zero, 1/2 quando t é igual a zero, e 1 quando t é maior que zero, a transformada de Laplace pode ser definida a partir da transformada de Laplace bilateral por

{f(t)}={f(t)u(t)}.

Por outro lado, também temos que

{f}(s)={f(t)}(s)+{f(t)}(s)

Assim, cada uma das versões da transformada de Laplace pode ser definida a partir da outra.

A transformada de Mellin pode ser definida em termos da transformada de Laplace bilateral por

{f}(s)={f(ex)}(s)

e, inversamente, pode-se obter a transformada de Laplace bilateral a partir da transformada de Mellin por meio da expressão

{f}(s)={f(lnx)}(s).

A transformada de Fourier também pode ser definida a partir da transformada de Laplace bilateral, por meio da expressão

{f(t)}=F(s=iω)=F(ω).

Note-se que existem definições alternativas da transformada de Fourier. Em particular, a forma

{f}=F(s=iω)=12π{f}(s)

é frequentemente usada.

Também é possível obter a transformada de Laplace bilateral a partir da transformada de Fourier, através da expressão

{f}(s)={f}(is).

Note-se que transformada de Fourier é normalmente definida de forma a existir para valores reais. A definição acima define F(s) em uma faixa a<(s)<b que pode não incluir o eixo real.

Propriedades

Para quaisquer duas funções f,g para as quais a transformada bilateral de Laplace 𝒯{f},𝒯{g} existam, se 𝒯{f}=𝒯{g} e 𝒯{f}(t)=𝒯{g}(t)para todo valor de t, f=g quase sempre.

Propriedades da transformada unilateral de Laplace
Dominio de tempo Domínio unilateral-'s' Domínio bilateral-'s'
Derivada f(t)  sF(s)f(0)  sF(s) 
Derivada de segunda ordem f(t)  s2F(s)sf(0)f(0)  s2F(s) 

Região de convergência

Os requisitos para convergência da transformada bilateral são mais difíceis do que para transformações unilaterais. A região de convergência normalmente será menor.

Se f é uma função localmente integrável (ou mais geralmente uma medida local de Borel de variação limitada), então a transformada de Laplace F(s) de f converge desde que o limite

limR0Rf(t)estdt

exista. A transformada de Laplace converge absolutamente se a integral

0|f(t)est|dt

existe (como uma integral de Labesgue adequada). A transformada de Laplace é geralmente entendida como condicionalmente convergente.

O conjunto de valores para os quais F(s) converge absolutamente é da forma Re(s) > a ou Re(s) ≥ a, onde ''a'' é uma constante real estendida, −∞ ≤ a ≤ ∞. (Isso segue do teorema da convergência dominada.) A constante ''a'' é conhecida como a abcissa da convergência absoluta e depende do comportamento de crescimento de f(t). Analogamente, a transformada bilateral converge absolutamente em uma faixa da forma a < Re(s) < b, e possivelmente incluindo as linhas Re(s) = a ou Re(s) = b. O subconjunto de valores de s para os quais a transformada de Laplace converge absolutamente é chamado de região de convergência absoluta ou domínio de convergência absoluta. No caso bilateral, às vezes é chamada de faixa de convergência absoluta. A transformada de Laplace é analítica na região de convergência absoluta.[1]

Da mesma forma, o conjunto de valores para os quais F(s) converge (condicionalmente ou absolutamente) é conhecido como região de convergência condicional, ou simplesmente região de convergência. Se a transformada de Laplace converge (condicionalmente) em s=s0, então ela converge automaticamente para todos os s com Re(s) > Re (s0). Portanto, a região de convergência é um meio plano da forma Re(s) > a, possivelmente incluindo alguns pontos da linha limite Re(s) = a. Na região de convergência Re(s) > Re(s0), a transformada de Laplace de f pode ser expressa por integração por partes como a integral

F(s)=(ss0)0e(ss0)tβ(t)dt, β(u)=0ues0tf(t)dt.

Ou seja, na região de convergência F(s) pode ser efetivamente expressa como a transformada de Laplace absolutamente convergente de alguma outra função. Em particular, é analítica.

Existem vários teoremas de Paley-Wiener relativos à relação entre as propriedades de decaimento de f e as propriedades da transformada de Laplace na região de convergência.

Em aplicações de engenharia, uma função correspondente a um sistema linear invariante no tempo é estável se cada entrada limitada produz uma saída limitada.

Causalidade

As transformações bilaterais não respeitam a causalidade. Elas fazem sentido quando aplicados sobre funções genéricas, mas quando se trabalha com funções de tempo (sinais), as transformações unilaterais são preferidas.

Ver também

Referências

  • LePage, Wilbur R., Complex Variables and the Laplace Transform for Engineers, Dover Publications, 1980
  • van der Pol, Balthasar, and Bremmer, H., Operational Calculus Based on the Two-Sided Laplace Integral, Chelsea Pub. Co., 3rd edition, 1987
  • Widder, David Vernon (1941), The Laplace Transform, Princeton Mathematical Series, v. 6, Princeton University Press, MR 0005923.

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