Derivada

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Predefinição:Cálculo No cálculo, a derivada em um ponto de uma função y=f(x) representa a taxa de variação instantânea de y em relação a x neste ponto. Um exemplo típico é a função velocidade que representa a taxa de variação (derivada) da função espaço. Do mesmo modo, a função aceleração é a derivada da função velocidade. Geometricamente, a derivada no ponto x=a de y=f(x) representa a inclinação da reta tangente ao gráfico desta função no ponto (a,f(a)).[1][2] A função que a cada ponto x associa a derivada neste ponto de f(x) é chamada de função derivada de f(x).

Em cada ponto, a derivada de f(x)=1+xsinx2 é a tangente do ângulo que a reta tangente à curva faz em relação ao eixo das abscissas. A reta é sempre tangente à curva azul; a tangente do ângulo que ela faz com o eixo das abscissas é a derivada. Note-se que a derivada é positiva quando verde, negativa quando vermelha, e zero quando preta.

Notação

Duas distintas notações são comumente utilizadas para a derivada, o resultante de Leibniz e o outro a partir de Joseph Louis Lagrange

Na notação de Leibniz, uma mudança infinitesimal em x é denotada por dx, e a derivada de y em relação a x é escrito dydx.

sugerindo que a razão de duas quantidades infinitesimais (A expressão acima é lido como "a derivada de y em relação a x", "dy por dx", ou "dy sobre dx". A forma oral dydx é usado frequentemente em tom de conversa, embora possa levar à confusão).

Na notação de Lagrange, a derivada em relação a x de uma função F(x) é denotada f'(x) ou fx'(x), em caso de ambiguidade da variável implicada pela derivação. A notação de Lagrange é por vezes incorretamente atribuída a Newton

Definição

Uma animação que dá uma ideia intuitiva da derivada, à medida que o "balanço" de uma função muda quando o argumento muda.

Seja I um intervalo aberto não-vazio e seja f:I, y=f(x), uma função de I em . Diz-se que função f(x) é derivável no ponto aI se existir o seguinte limite:[3]

f(a)=limxaf(x)f(a)xa.

Se for esse o caso, o número real f(a) é chamado de derivada da função f no ponto a. Notações equivalentes são:

f(a)=dfdx(a)=dfdx|x=a.

Equivalentemente, escrevemos:

f(a)=limh0f(a+h)f(a)h

o que é obtido fazendo h=xa no limite acima. Desta forma, define-se a função derivada de f(x) por:

f(x)=limh0f(x+h)f(x)h

para todo x para o qual este limite existe.

Uma função é dita derivável (ou diferenciável) quando sua derivada existe em cada ponto do seu domínio.

Segundo esta definição, a derivada de uma função de uma variável é definida como um processo de limite. Considera-se a inclinação da secante, quando os dois pontos de intersecção com o gráfico de f convergem para um mesmo ponto. No limite, a inclinação da secante é igual à da tangente.
Inclinação da secante ao gráfico de f
Inclinação da tangente à curva como a derivada de f(x)

Seja f uma função real definida em uma vizinhança aberta de um número real a.  

Na geometria clássica, a linha tangente ao gráfico da função f em a foi a única linha que passou pelo ponto (a, f(a)) que não encontrou o gráfico de f transversalmente, significando que a linha não passou diretamente pelo gráfico.

O declive da secante ao gráfico de f, na imagem acima, que passa pelos pontos (x,f(x)) e (x + h,f(x + h)) é dado pelo quociente de Newton:

f(x+h)f(x)h.

Uma definição alternativa é: a função f é derivável em a se existir uma função φa de I em R contínua em a tal que

(xI):f(x)=f(a)+φa(x)(xa).

Então define-se a derivada de f em a como sendo φa(a).

Funções com valores em R n

Se I for um intervalo de com mais do que um ponto e se f for uma função de I em n, para algum número natural n, as definições anteriores continuam a fazer sentido. Assim, por exemplo a função

f:2x(cos(x),sen(x)) (ou seja: uma função que a cada x do domínio em responde com uma coordenada no contradomínio em n. Esta coordenada é (cos(x),sen(x)).

é derivável e

(x):f(x)=(sen(x),cos(x)).
O gráfico de uma função, desenhadas em preto, e uma linha tangente a essa função, elaborado em vermelho. A inclinação da linha tangente é igual a derivada da função no ponto marcado.

De fato, as propriedades acima descritas para o caso real continuam válidas, exceto, naturalmente, as que dizem respeito à monotonia de funções.

Diferenciabilidade

Derivabilidade num ponto

  • Seja I um intervalo de R com mais do que um ponto, seja a ∈ I e seja f uma função de I em R derivável em a. Então f é contínua em a. O recíproco não é verdadeiro, como se pode ver pela função módulo.
  • Seja I um intervalo de R com mais do que um ponto, seja a ∈ I e sejam f e g funções de I em R deriváveis em a. Então as funções f ± g, f.g e (caso g(a) ≠ 0) f/g também são deriváveis em a e:
    • (f±g)(a)=f(a)±g(a)
    • (f.g)(a)=f(a)g(a)+f(a)g(a)
    • (f/g)(a)=f(a)g(a)f(a)g(a)g(a)2

Em particular, se c ∈ R, então (c.f)=c.f. Resulta daqui e de se ter (f+g)=f+g que a derivação é uma aplicação linear.

  • Sejam I e J intervalos de R com mais do que um ponto, seja a ∈ I, seja f uma função de I em J derivável em a e seja seja g uma função de J em R derivável em f(a). Então g o f é derivável em a e
(gf)(a)=g(f(a)).f(a).

Esta propriedade é conhecida por regra da cadeia.

  • Seja I um intervalo de R com mais do que um ponto, seja a ∈ I e seja f uma função contínua de I em R derivável em a com derivada não nula. Então a função inversa f1 é derivável em f(a) e
(f1)(f(a))=1f(a)

Outra maneira de formular este resultado é: se a está na imagem de f e se f for derivável em f1(a) com derivada não nula, então

(f1)(a)=1f(f1(a))

Assim, por exemplo, se considerarmos a função f de R em R definida por f(x) = x² + x − 1, esta é diferenciável em 0. Podem ver-se na imagem abaixo os gráficos das restrições daquela função aos intervalos [−1,1] e [−1/10,1/10] e é claro que, enquanto que o primeiro é bastante curvo (e, portanto, f(x) − f(0) está aí longe de ser linear), o segundo é praticamente indistinguível de um segmento de reta (de declive 1). De facto, quanto mais se for ampliando o gráfico próximo de (0,f(0)) mais perto estará este de ser linear.

Gráfico de uma função derivável.

Em contrapartida, a função módulo de R em R não é derivável em 0, pois, por mais que se amplie o gráfico perto de (0,0), este tem sempre o aspecto da figura abaixo.

Gráfico da função modular, que não é derivável em 0.

Derivabilidade em todo o domínio

Diz-se que f é derivável ou diferenciável se o for em todos os pontos do domínio.

Uma função diferenciável
  • Uma função derivável f de I em R é constante se e só se a derivada for igual a 0 em todos os pontos. Isto é uma consequência do teorema da média.
  • Uma função derivável f de I em R é crescente se e só se a derivada for maior ou igual a 0 em todos os pontos. Isto também é uma consequência do teorema da média.

Uma função cuja derivada seja sempre maior que 0 é estritamente crescente. Uma observação importante é que existem funções estritamente crescentes em que a derivada assume o valor 0 em alguns pontos. É o que acontece, por exemplo com a função de R em R definida por f(x)=x3. Naturalmente, existem enunciados análogos para funções decrescentes.

  • Se f for uma função derivável de I em R, sendo I um intervalo de R com mais do que um ponto, então f(I) também é um intervalo de R. Outra maneira de formular este resultado é: se f for uma função derivável de [a,b] em R e se y for um número real situado entre f(a) e f(b) (isto é, f(a) ≤ y ≤ f(b) ou f(a) ≥ y ≥ f(b)), então existe algum c ∈ [a,b] tal que f(c)=y. Este resultado é conhecido por teorema de Darboux.

Funções continuamente deriváveis

Seja I um intervalo de R com mais do que um ponto e seja f uma função de I em R. Diz-se que f é continuamente derivável ou de classe C1 se f for derivável e, além disso, a sua derivada for contínua. Todas as funções deriváveis que foram vistas acima são continuamente deriváveis. Um exemplo de uma função derivável que não é continuamente derivável é

f:x{x2sen(1x) se x00 se x=0,

pois o limite limx0f(x) não existe; em particular, f' não é contínua em 0.

Derivadas de ordem superior

Quando obtemos a derivada de uma função o resultado é também uma função de x e como tal também pode ser diferenciada. Calculando-se a derivada novamente obtemos então a segunda derivada da função f. De forma semelhante, a derivada da segunda derivada é chamada de terceira derivada e assim por diante. Podemos nos referir às derivadas subsequentes de f por:

dfdx,ddx(dfdx),ddx(ddx(dfdx))

e assim sucessivamente. No entanto, a notação mais empregada é:

dfdx,d2fdx2,d3fdx3

ou alternativamente,

f(x),f(x),f(x)

ou ainda

f(1)(x),f(2)(x),f(3)(x)

Se, para algum k ∈ N, f for k vezes derivável e, além disso, f(k) for uma função contínua, diz-se que f é de classe Ck.

Se a função f tiver derivadas de todas as ordens, diz-se que f é infinitamente derivável ou indefinidamente derivável ou ainda de classe C.

Exemplos

Se c ∈ R, a função f de R em R definida por f(x)=c é derivável em todos os pontos de R e a sua derivada é igual a 0 em todos os pontos, pois, para cada a ∈ R:

limxaccxa=0.

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir ϕa de R em R por ϕa(x)=0, então ϕa é contínua e, para cada x e cada a reais, tem-se

c=c+0.(xa)=c+φa(x).(xa);

além disso, f(a)=ϕa(a)=0.

A função f de R em R definida por f(x)=x é derivável em todos os pontos de R e a sua derivada é igual a 1 em todos os pontos, pois, para cada a ∈ R:

limxaxaxa=1.

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir ϕa de R em R por ϕa(x)=1, então ϕa é contínua e, para cada x e cada a reais, tem-se

x=a+1.(xa)=a+φa(x).(xa);

além disso, f(a)=ϕa(a)=1.

A função f de R em R definida por f(x)=x2 é derivável em todos os pontos de R e a sua derivada no ponto a ∈ R é igual a 2a, pois:

limxax2a2xa=limxa(xa)(x+a)xa=limxax+a=2a.

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir ϕa de R em R por ϕa(x)=x+a, então ϕa é contínua e, para cada x e cada a reais, tem-se

x2=a2+(x2a2)=a2+φa(x).(xa);

além disso, f(a)=ϕa(a)=2a.

A função módulo de R em R não é derivável em 0 pois

(x):|x||0|x0={1 se x>01 se x<0

No entanto, é derivável em todos os outros pontos de R: a derivada em a é igual a 1 quando a>0 e é igual a 1 quando a<0.

Ponto de inflexão

Um ponto em que a segunda derivada de uma função muda de sinal é chamado de um ponto de inflexão. Em um ponto de inflexão, a segunda derivada pode ser zero, como no caso do ponto de inflexão x = 0 da função y = x³, ou ele pode deixar de existir, como é o caso do ponto de inflexão x = 0 da função y = x13. Em um ponto de inflexão, uma função convexa passa a ser uma função côncava, ou vice-versa.

Pontos críticos, estacionários ou singulares

Predefinição:Artigo principal Pontos onde a derivada da função é igual a 0 chamam-se normalmente de pontos críticos. Existem cinco tipos de pontos onde isto pode acontecer em uma função. Como a derivada é igual ao declive da tangente em um dado ponto, estes pontos acontecem onde a reta tangente é paralela ao eixo dos x. Estes pontos podem acontecer:

  1. onde a função atinge um valor máximo e depois começa a diminuir, chamados máximos locais da função
  2. onde ela atinge um valor mínimo e começa a aumentar, chamados de mínimos locais da função
  3. em pontos de inflexão (horizontais) da função, que ocorrem onde a concavidade da função muda. Um exemplo típico é a função f(x)=x3: no ponto x=0 a função tem um ponto de inflexão (horizontal).
  4. em pontos onde a função oscila indefinidamente entre valores acima ou abaixo, um exemplo típico é a função f(x)=x2sin(1/x)
  5. em pontos onde a função é localmente constante, ou seja, existe um intervalo contendo o ponto para o qual a restrição da função ao intervalo é a função constante. Um exemplo típico é a função f(x) = |x + 1| + |x - 1| no ponto x=0.

Os pontos críticos são ferramentas úteis para examinar e desenhar gráficos de funções.

Derivadas notáveis

Predefinição:AP A derivada de uma função pode, em princípio, ser calculado a partir da definição, considerando o quociente de diferença, e computar o seu limite. Na prática, uma vez que as derivadas de algumas funções simples são conhecidos, as derivadas de outras funções são mais facilmente calculado usando regras para a obtenção de derivadas de funções mais complicadas das mais simples.

A maioria dos cálculos de derivadas, eventualmente, exige a tomada da derivada de algumas funções comuns. A seguinte lista incompleta é de algumas das funções mais frequentemente utilizadas de uma única variável real e seus derivados. 

Alguns exemplos de derivadas notáveis são:

ddxex=ex.
ddxln(x)=1x,x>0.

Estes dois fatos não são independentes. De fato, como o logaritmo natural é a inversa da função exponencial, resulta da igualdade ddxex=ex e da fórmula para a derivada da inversa que

(x>0):log(x)=(exp1)(x)=1exp(exp1(x))=1exp(log(x))=1x

Reciprocamente, supondo-se que, para cada x>0, log(x)=1/x, então exp(x)=(log1)(x)=1log(log1(x))=11/exp(x)=exp(x).

ddxsin(x)=cos(x).

ddxcos(x)=sin(x).

ddxtan(x)=sec2(x)=1cos2(x)=1+tan2(x).

ddxcsc(x)=cot(x)csc(x)

ddxsec(x)=sec(x)tan(x)

ddxcot(x)=csc2(x)

ddxarcsin(x)=11x2,1<x<1.

ddxarccos(x)=11x2,1<x<1.

ddxarctan(x)=11+x2

Neste último caso, as derivadas resultam das fórmulas para as derivadas das funções trigonométricas juntamente com a fórmula para a derivada da inversa e a fórmula fundamental da trigonometria.

Regras para funções combinadas

Em muitos casos, a aplicação direta do quociente de diferença de Newton pode ser evitado usando regras de diferenciação, evitando complicados cálculos de limite.  Algumas das regras mais básicas são as seguintes:

  • Regra da constante: se f(x) é constante, então:

f=0.

  • Regra da soma:

(αf+βg)=αf+βg

para todas as funções f e g e todos os números reais α e  beta

(fg)=fg+fg

para todas as funções f e g. Por conseguinte, isso significa que a derivada de uma constante vezes uma função é a constante vezes a derivada da função

ddrπr2=2πr.

(fg)=fgfgg2

para todas as funções f e g, em que g ≠ 0.

Se f(x)=h(g(x)),

então:

f(x)=h(g(x))g(x).

Exemplo de uso

A derivada de f(x)=x4+sin(x2)ln(x)ex+7

é f(x)=4x(41)+d(x2)dxcos(x2)d(lnx)dxexlnxd(ex)dx+0=4x3+2xcos(x2)1xexln(x)ex.

As derivadas conhecidas de funções elementares x2,x4, sen(x) e exp(x)=ex, assim como a constante 7, também foram usadas. 

Funções de uma variável complexa

Se A for um conjunto de números complexos, se f for uma função de A em C e se a for um ponto não isolado de A (isto é, se tão perto quanto se queira de a houver outros elementos de A), então as duas definições da derivada de f no ponto a continuam a fazer sentido. De facto, as propriedades acima descritas para o caso real continuam válidas, excepto, mais uma vez, as que dizem respeito à monotonia de funções.

Física

Uma das mais importantes aplicações da Análise à Física (senão a mais importante), é o conceito de derivada temporal — a taxa de mudança ao longo do tempo — que é necessária para a definição precisa de vários importantes conceitos. Em particular, as derivadas temporais da posição s de um objecto são importantes na física newtoniana:

  • Velocidade (velocidade instantânea; o conceito de velocidade média é anterior à Análise) v é a derivada (com respeito ao tempo) da posição do objeto.
  • Aceleração a é a derivada (com respeito ao tempo) da velocidade de um objecto.

Posto de outro modo:

v(t)=dsdta(t)=dvdt=d2sdt2

Por exemplo, se a posição de um objecto é s(t) = −16t² + 16t + 32, então a velocidade do objecto é s′(t) = −32t + 16 e a aceleração do objecto é s′′(t) = −32. Uma forma de enunciar a segunda lei de Newton é F = dp/dt , sendo p o momento linear do objecto.

Derivadas em maiores dimensões

Em dimensão 1, as derivadas são pensadas como números pois, nesta dimensão, um número e uma transformação linear são a mesma coisa. Entretanto, para dimensões maiores, as derivadas necessitam ser tratadas como transformações lineares.Predefinição:Sfn

Derivadas de funções vetoriais

Uma função vetorial y(t) de uma variável real de uma variável real envia números reais de vetores em Rn algum espaço vetorial. A função vetorial pode ser dividido em suas funções coordenadas y1(t), y2(t),...,yn(t), significando que y(t) = (y1 (t), ..., yn (t)). Isto inclui, por exemplo, curvas paramétricas em R² ou R³.

As funções de coordenadas são funções de valores reais, de modo que a definição acima de derivada aplica-se a eles. A derivada de y (t) é definida como sendo o vetor, chamado o vetor tangente, cujas coordenadas são as derivadas das funções de coordenadas. Isto é,  

𝐲(t)=(y'1(t),,y'n(t)).

equivalentemente, 

𝐲(t)=limh0𝐲(t+h)𝐲(t)h, se o limite existe.

A subtração no numerador é a subtração de vetores, não escalares. Se a derivada de y existe para cada valor de t, então y' é outra função vetorial. 

Se e1, ..., en é a base padrão para Rn, então y (t) também pode ser escrito como y1(t)e1 + ... + yn(t)en. Se assumirmos que a derivada de uma função vetorial mantém a propriedade da linearidade, então a derivada de y (t) deve ser

y'1(t)𝐞1++y'n(t)𝐞n

porque cada um dos vetores de base é uma constante. 


Esta generalização é útil, por exemplo, se y (t) é o vetor de posição de uma partícula no tempo t; em seguida, o derivado y '(t) é o vetor de velocidade da partícula no tempo t. 

Derivadas parciais

Predefinição:Artigo principal

Quando uma função depende de mais do que uma variável, podemos usar o conceito de derivada parcial. Podemos entender as derivadas parciais como a derivada de uma função para uma determinada variável, enquanto as outras se mantêm fixadas. No gráfico, é usada para determinar a variação da função em um determinado eixo. Derivadas parciais são representadas como, por exemplo, ∂z/∂x, sendo x a variável fixada sobre uma função em z.

Suponha que f é uma função que depende mais de uma variável, por exemplo, 

f(x,y)=x2+xy+y2.

f pode ser reinterpretado como uma família de funções de uma variável indexada pelas outras variáveis: 

f(x,y)=fx(y)=x2+xy+y2.

Em outras palavras, cada valor de x escolhe uma função,  denotando fx, que é uma função de um número real.  Ou seja, 

xfx,

fx(y)=x2+xy+y2.

Uma vez que um valor de x é escolhido,  digamos a, então f(x,y) determina a função fa que envia y a a2+ay+y2: 

fa(y)=a2+ay+y2.

Nesta expressão, a é uma constante, e não uma variável, de modo que fa é uma função de uma única variável real. Consequentemente, a definição da derivada para uma função de uma variável aplica-se: 

fa(y)=a+2y.

O procedimento acima pode ser realizada por qualquer escolha de a. Montando as derivadas juntas em uma função, dá uma função que descreve a variação de f na direção y: 

fy(x,y)=x+2y.

Esta é a derivada parcial de f em relação a y. Aqui, ∂ é o símbolo derivada parcial. 

Em geral, a derivada parcial de uma função f (x1, ..., xn) na direção de xi, no ponto (a1 ..., an) é definido como sendo:  

fxi(a1,,an)=limh0f(a1,,ai+h,,an)f(a1,,ai,,an)h. 

Na diferença de quociente acima, todas as variáveis, exceto xi, são mantidos fixos. Essa escolha de valores fixos determina uma função de uma variável. 

{fa1,,ai1,ai+1,,an(xi)=f(a1,,ai1,xi,ai+1,,an),

e por definição, 

dfa1,,ai1,ai+1,,andxi(ai)=fxi(a1,,an).

Em outras palavras, as diferentes opções de classificar uma família de funções de uma variável tal como no exemplo acima. Esta expressão também mostra que o cálculo das derivadas parciais reduz para o cálculo dos derivados de uma variável. 

Um exemplo importante de uma função de várias variáveis é o caso de uma função de valor escalar f (x1, ..., xn) em um domínio no espaço Euclidiano Rn (por exemplo, em R² ou R²). Neste caso, f tem uma derivada parcial ∂f / ∂xj em relação a cada variável xj. No ponto a, estas derivadas parciais definem o vetor 

f(a)=(fx1(a),,fxn(a)).

Este vetor é denominado gradiente de f em a. Se f é diferenciável em todos os pontos em algum domínio, então o gradiente é uma função vetorial ∇f  que leva o ponto a para o vetor ∇f(a). 

Consequentemente, o gradiente determina um campo vetorial.

Derivadas direcionais 

Se f é uma função com valores reais em Rn, então a derivada parcial de f mede a sua variação na direção dos eixos das coordenadas. Por exemplo, se f é uma função de x e y, então sua derivada parcial mede a variação em f na direção x e na direção y. Contudo, elas (derivadas parciais) não medem diretamente a variação de f em qualquer outra direção, tal como aquela ao longo da linha diagonal y=x. Estas são medidas usando-se as derivadas direcionais. Escolha um vetor: 

𝐯=(v1,,vn).

A derivada direcional de f na direção de v no ponto x é o limite  

D𝐯f(𝐱)=limh0f(𝐱+h𝐯)f(𝐱)h.

Em alguns casos pode ser mais fácil computar ou estimar a derivada direcional depois de mudar o comprimento do vetor. Frequentemente isso é feito para transformar o problema numa computação de uma derivada direcional na direção de um vetor unitário. Para ver como isso funciona, suponha v = λu. Substitua h = k/λ no quociente da diferença. 

O quociente da diferença torna-se: 

f(𝐱+(k/λ)(λ𝐮))f(𝐱)k/λ=λf(𝐱+k𝐮)f(𝐱)k.

Isso é λ vezes o quociente da diferença para a derivada direcional de f  no que diz respeito a u. Além disso, tomar o limite como h tendendo a zero é o mesmo que tomar o limite como k tendendo a zero, pois h e k são múltiplos um do outro. 

Portanto, Dv(f) = λDu(f). Devido a essa propriedade de redirecionamento, derivadas direcionais são frequentemente consideradas apenas para vetores unitários.    

Se todas as derivadas parciais de f existem e são contínuas em x, então elas determinam a derivada direcional de f na direção de v  pela fórmula: 

D𝐯f(𝒙)=j=1nvjfxj. 

Essa é a consequência da definição de derivada total. Diz-se que a derivada direcional é linear em v, significando que DV + W(f) = DV(f) + DW(f).  

A mesma definição também é aplicável quando f é a função com valores em Rm. . A definição acima é aplicada a cada componente dos vetores. Nesse caso, a derivada direcional é um vetor em Rm.

Derivadas de aplicações

Sejam U um aberto de m, z0U e f:Un uma função. Dizemos que f é diferenciável quando existem uma transformação linear T:mn e uma função r:{zz0:zU}n dada por r(h)=f(z0+h)f(z0)T.h tais que

limh0r(h)|h|=0.

Neste caso, a aplicação T é chamada de derivada da função f no ponto z0 e denotada por Df(z0). Em outras palavras

Df(z0)=limt0f(x+tz0)f(x)t.

Exemplos

  1. Se f:U, z0U e h, então Df(z0)h=h.f(z0).
  2. Se f:Un, z0U e h, então Df(z0)h=h.(f1(z0),f2(z0),...,fn(z0)).
  3. Se f:Um, z0U e h=(h1,,hm)m, então Df(z0)h=h1.fx1(z0)++hm.fxm(z0)
  4. Se f:Umn, z0U e hn, então Df(z0)h=(h.f1(z0),,h.fn(z0))

Nesta definição, podemos considerar a derivada parcial de uma aplicação como sendo

fxj(x)=Df(x)ej.

Podemos repensar nessa igualdade. Se observarmos que ejx corresponde à j-ésima coordenada de x e que a j-ésima coordenada de f(z0) é fxj(z0) segue que fxj(z0)=(f1xj(z0),,fnxj(z0))

Predefinição:Referências

Bibliografia

  • Agudo, F. R. Dias, Análise Real (3 volumes), Lisboa: Escolar Editora, 1994
  • Predefinição:Citar livro
  • Ostrowski, A., Lições de Cálculo Diferencial e Integral (3 volumes), Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1981
  • Ricieri, A. P., Derivada Fracionária, Transformada de Laplace e outros bichos, Prandiano, 1993, S. José dos Campos - SP - Brasil.

Ver também

Ligações externas

Predefinição:Funções Predefinição:Análise Predefinição:Controle de autoridade Predefinição:Portal3

  1. STEWART, James. Curso de cálculo volume 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 4ªa edição. ISBN 85-221-0236-8. Página 159.
  2. Predefinição:Citar livro
  3. STEWART, James. Curso de cálculo volume 1. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 4ªa edição. ISBN 85-221-0236-8. Página 156.