Função vectorial

Fonte: testwiki
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Em geral, pode-se dizer que uma função é uma regra que associa cada elemento de seu domínio a um elemento da sua imagem.

Gráfico da função vectorial r(t) = <Predefinição:Nowrap> indicando um conjunto de soluções e o vector quando valorado próximo a Predefinição:Nowrap

Uma função vetorial (ou função a valores vetoriais) é uma função matemática de uma ou mais variáveis cuja imagem é um conjunto de vetores multidimensionais, enquanto o domínio é um conjunto de números reais. A área da matemática responsável pelo estudo das funções vectoriais é a análise vectorial e estudos de tais funções podem ser encontrados em livros de Cálculo[1] e de Análise Real[2].

Definição

Uma Função Vetorial é uma função, que denotaremos por f, definida num subconjunto I de R a valores num subconjunto de um espaço vetorial real, ou seja,

𝐟 : I ⇒ R³; t ⇒ 𝐟(𝐭) =(f1(t),f2(t),f3(t)),

em que:

- f1(t), f2(t), f3(t) são as funções componentes de f;

- I corresponde ao intervalo da reta de número reais tomada como o domínio da função vetorial;

- f corresponde ao conjunto de todos os valores para os quais as componentes estão definidas, possíveis de serem assumidos para t.


Um exemplo comum de uma função vectorial é quando ela depende de um único parâmetro real t, que geralmente representa o tempo, produzindo um vector espacial v(t) como resultado. Em termos dos vectores unitários padrões 𝐢, 𝐣 e 𝐤 de um espaço cartesiano, estes tipos específicos de funções vectoriais são dadas por expressões do tipo:

  • 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣;
  • 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣+h(t)𝐤

onde f(t), g(t), h(t) são as funções coordenadas do parâmetro t. Estas funções são chamadas de funções coordenadas de 𝐫(t).

Funções vectoriais também podem ser descritas com uma notação específica:

  • 𝐫(t)=f(t),g(t);
  • 𝐫(t)=f(t),g(t),h(t)

Norma de uma Função Vectorial

Considerando uma função vetorial da forma:

r(t)=x(t)i+y(t)j+z(t)k

Ela tem seu módulo, ou norma, definido pela raiz quadrada do produto escalar da função por ela mesma, como mostrado abaixo:

|r(t)|= (r(t) . r(t))1/2 = (x(t)2 + y(t)2 + z(t)2)1/2

Limites e Continuidade

Dada uma função vetorial 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣 definimos o limite de 𝐫(t) quando t tende a t0 em cada uma das suas funções componentes, conforme segue:

limtt0𝐫(t):=(limtt0f(t))𝐢+(limtt0g(t))𝐣

Desde que os limites de cada um das funções existam. A definição de limite para funções vetoriais no espaço é análoga.

Dizemos, ainda, que 𝐫(t) é contínua em t=t0 quando esta satisfaz as seguintes três propriedades:

  • t0 pertence ao domínio de 𝐫(t)
  • existe o limtt0𝐫(t)
  • limtt0𝐫(t)=𝐫(t0)

Dizemos que 𝐫(t) é contínua quando ela é contínua em todo o seu domínio de definição. Observemos que é consequência imediata da definição que uma função vetorial é contínua se, e somente se, suas funções coordenadas são funções contínuas.

Derivadas

Dada uma função vetorial 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣 definimos a derivada de 𝐫(t) em relação a t por:

𝐫(t)=d𝐫dt(t)=limt0𝐫(t+h)𝐫(t)h

Dizemos que 𝐫(t) é derivável (diferenciável) em t=t0 quando 𝐫(t0) existe. Além disso, dizemos que 𝐫(t) é derivável (ou diferenciável) quando ela é derivável em todo o seu domínio de definição.

Segue da definição de derivada que 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣. Além disso, vemos que 𝐫(t) é derivável quando suas funções coordenadas são deriváveis. Vale resultado análogo para 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣+h(t)𝐤.

Regras de derivação

Sejam 𝐮(t) e 𝐯(t) funções vetoriais diferenciáveis, 𝐜 um vetor constante, f(t) uma função escalar diferenciável e c um número real. Valem as seguintes regras de derivação:

  • d𝐜dt=0
  • ddt[c𝐮(t)]=cd𝐮(t)dt
  • ddt[f(t)𝐮]=df(t)dt𝐮(t)+f(t)d𝐮(𝐭)dt
  • ddt[𝐮(t)±𝐯(t)]=d𝐮(t)dt±d𝐯(t)dt
  • ddt[𝐮(t)𝐯(t)]=d𝐮(t)dt𝐯(t)+𝐮(t)d𝐯(t)dt
  • ddt[𝐮(f(t))]=f(t)𝐮(f(t))

O ponto "" na fórmula acima indica o produto interno entre vetores.

Interpretação geométrica da derivada de uma função vetorial

Seja 𝐫(t) o vetor posição de uma partícula em movimento no espaço bi ou tridimensional, dado por 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣 ou 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣+h(t)𝐣 assume-se que a função 𝐫(t) é a velocidade da partícula e, também, um vetor tangente à trajetória espacial descrita pela partícula em cada instante do tempo t.

Visto isso, como a primeira derivada da função r(t), é a velocidade do corpo em determinado tempo t, a segunda derivada da função, a 𝐫(t), analogamente, corresponde à sua aceleração.

Integrais

Dada uma função vetorial 𝐫(t), definimos sua integral indefinida em relação a t por:

𝐫(t)dt=𝐑(t)+𝐜

onde 𝐑(t) é uma primitiva de 𝐫(t), i.e. 𝐑(t)=𝐫(t), e 𝐜 é um vetor indeterminado.

Além disso, se 𝐑(t) é qualquer primitiva de 𝐫(t) no intervalo [a,b], então a integral definida de 𝐫 de a a b é dada por:

ab𝐫(t)dt=𝐑(b)𝐑(a)

que é o Teorema Fundamental do Cálculo para funções vetoriais. Observamos, ainda, que se 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣 com f(t) e g(t) funções integráveis em [a,b], então:

ab𝐫(t)dt=(abf(t)dt)𝐢+(abg(t)dt)𝐣.

Vale resultado análogo para 𝐫(t)=f(t)𝐢+g(t)𝐣+h(t)𝐤.

Categorias de Funções Vetoriais

Existem duas categorias de funções vetoriais: as que dependem de somente uma variável, da forma F(t); e as que dependem de múltiplas variáveis, onde se destacam os campos vectoriais. Esses são funções vectoriais mais gerais, dependentes simultaneamente, por exemplo, do tempo e de coordenadas espaciais. Como exemplo prático de campo vectorial tem-se o campo elétrico da forma E(x,y,z,t), onde "x", "y" e "z" representam as coordenadas espaciais e "t" o tempo.

Aplicação

O conceito de funções vectoriais é aplicado em diversos ramos da Física e das Engenharias, dentre eles tem-se os conceitos de: velocidade, aceleração, força, torque, momento linear, momento angular, campo elétrico, campo magnético, campo gravitacional, equação do calor, equação da onda entre outros.

Ver também

Predefinição:Referências

Bibliografia

  • STRAUCH, Irene, Análise Vetorial em dez aulas, Departamento de Matemática Pura e Aplicada, Instituto de Matemática - UFRGS.
  • AMARAL, Luis Fernando Coelho, Análise Vetorial, Universidade Federal do Maranhão.

Ligações externas

Predefinição:Portal3