Campo vetorial

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Campo vetorial dado por vetores da forma (-y, x)[1]

Em matemática um campo vetorial ou campo de vetores é uma construção em cálculo vetorial que associa um vetor a todo o ponto de uma variedade diferenciável (como um subconjunto do espaço euclidiano, por exemplo). Isto é, um campo de vetores é uma função vetorial que associa um vetor a cada ponto P(x,y,z) do espaço xyz, genericamente dada por:

𝐅(x,y,z)=f(x,y,z)𝐢+g(x,y,z)𝐣+h(x,y,z)𝐤.

Onde f=f(x,y,z), g=g(x,y,z) e h=h(x,y,z) são as funções componentes que, quando associadas a um ponto P(x,y,z), fornecem o valor de cada componente do vetor na direção de i (vetor unitário na direção e sentido do eixo X positivo), j (vetor unitário na direção e sentido do eixo Y positivo) e k (vetor unitário na direção e sentido do eixo Z positivo), respectivamente.

Campos vetoriais são geralmente utilizados na física para indicar, por exemplo, a velocidade e a direção de um fluido ou corpo a mover-se pelo espaço, ou o comprimento e direção de alguma força, tal como a força magnética ou gravitacional, com seus valores de ponto em ponto.

Definição

Um campo vetorial de um subconjunto do espaço euclidiano Xn é uma função com valores vetoriais tais que

𝐅:Xn.

Diz-se que F é um campo vetorial Ck se cada componente é k vezes continuamente diferenciável. Um campo vetorial pode ser visualizado como um espaço X com um vetor n-dimensional associado a cada ponto em X. Embora as representações envolvam pontos discretos, campos vetoriais são formados por um número infinito de vetores.

Exemplo de um Campo de Força

Seja uma partícula A de massa M fixa em um ponto P0 e seja uma partícula B de massa m livre para ocupar várias posições P no espaço. A atrai B de acordo com a lei da gravitação universal de Newton. A força gravitacional F age de P para P0, com módulo tal que

|𝐅|=GMmr2,

onde G é a constante gravitacional universal.

Pensando num sistema de coordenadas em que P e P0 possuam as coordenadas P(x,y,z) e P0(x0,y0,z0), , então a distância entre esses pontos é dada por

r=(xx0)2+(yy0)2+(zz0)2

de tal modo que r possa ser escrito como um vetor.

𝐫=(xx0)𝐢+(yy0)𝐣+(zz0)𝐤

Sabendo-se que 𝐫r é um vetor unitário de mesma direção e sentido de F, tem-se que

𝐅=|𝐅|(𝐫r)

𝐅=GMm𝐫r3

𝐅=GMm(xx0)r3𝐢GMm(yy0)r3𝐣GMm(zz0)r3𝐤[2]

é uma função vetorial que descreve a força gravitacional que A provoca em B.

Tipos de Campos Vetoriais

Campo Conservativo

O campo vetorial 𝐅 é dito conservativo se

𝐅=P

Onde P é uma função potencial. Matematicamente o campo conservativo pode ser representado, em coordenadas cartesianas, por:

𝐅=Px𝐢+Py𝐣+Pz𝐤.

Outras formas de afirmar que um campo é conservativo são:

- Se o campo for irrotacional.

 X𝐅=0

- Se o valor da integral de linha depender somente dos pontos extremos e não do caminho que os liga.

 𝐅d𝐫=F(P)F(P0)

- Se a integral de caminho fechado for igual a zero.

 𝐅d𝐫=0

Campo Central

Campos centrais são campos com origem em potenciais P que apenas dependem da distância, isso é: sendo

r=(x)2+(y)2+(z)2

Então, P(x,y,z)=P(r)

Campo de Spin

Campos de spin se distribuem tangencialmente à circunferências de raios crescentes. Fluidos em movimento como um líquido derramado em um funil ou certos ciclones podem ser modelados por esse campo vetorial. Este tipo de campo serve também para descrever sistemas físicos em rotação.

Por exemplo, da mecânica de rotação, tem-se que a velocidade linear de um corpo em rotação é

v=ω×r=|ijk00ω0xyz|

ou seja,

v=ω0(yi+xj)

Campos Inverso-do-Quadrado

Campos ditos Inverso-do-Quadrado[3] são aqueles campos vetoriais da forma

𝐅(𝐫)=c|𝐫|2𝐫

onde r é um vetor posição, no espaço bidimensional ou tridimensional:

𝗋=xi^+yj^+zk^

e c uma constante característica do campo em questão.

Alternativamente, podemos expressar estes tipos de campos vetoriais da seguinte maneira:

𝐅(𝐫)=c|𝐫|3r^com a introdução do versor posição, r^ :

r^=𝐫|𝐫|

Tais campos possuem caráter radial e a magnitude dos mesmos diminui com o quadrado da distância, pois :

|𝐅(𝐫)|=|c||𝐫|3|𝐫|=|c||𝐫|2

Se c >0 , temos um Campo Repulsivo ( ou de Fonte), e caso c <0 , há um Campo Atrativo (ou de Sumidouro).

Temos que a representação gráfica destes campos é dada por:


Representação gráfica para c>0 e c<0. [4]

Campos Inverso-do Quadrado são ditos conservativos, visto que o rot(F(r))=0 .[4]

Exemplos de Campos Inverso-do Quadrado são os Campos Gravitacional e Elétrico;

|F|=Gm1m2r2 Lei da Gravitação Universal,

onde G é a constante de gravitação universal, m1 e m2 são as massas de dois corpos e r = |r| a distância entre eles.

|F|=14πε0q1q2r2r^ Lei de Coulomb,

onde ε0é a constante de permissividade elétrica no sistema SI, q1 e q2 são duas cargas elétricas e r a distância entre elas.


Integral de Linha

Uma técnica comum em física é integrar o campo vetorial ao longo de uma curva, sendo isto denominado como integral de linha. A integral de linha é construída analogamente à integral de Riemann e existe se o campo vetorial é contínuo.

Dado um campo vetorial W e a curva S parametrizada no intervalo [a,b], onde a e b são reais, a integral de linha é definida como

SW(x),dx=abW(S(t)),S(t)dt.

Del

O operador del é análogo ao operador de derivada d/dx, que aplicado a f(x) produz a derivada f'(x). Quando aplicado à campos vetoriais o operador del leva à duas operações essenciais, o divergente e o rotacional. Quando aplicado duas vezes tem-se o laplaciano vetorial, onde cada componente deste representa o divergente do gradiente do componente respectivo do campo vetorial argumento.

Operador Nabla

O operador Nabla é definido, em coordenadas retangulares, como:

=x𝐢+y𝐣+z𝐤.Este operador pode ser aplicado em campos escalares e em campos vetoriais.

Gradiente

O gradiente de uma função escalar F=F(x,y,z) é expresso, em coordenadas retangulares, como:

F=Fx𝐢+Fy𝐣+Fz𝐤.

A interpretação do gradiente é a direção na qual a variação da função F é máxima.

Divergente

O divergente de um campo vetorial continuamente diferenciável num espaço euclidiano de três dimensões é dado por

div𝐅=𝐅=F1x+F2y+F3z.

Observa-se que o divergente é um campo escalar. A interpretação física do divergente é o fluxo pontual.

Rotacional

O rotacional calcula por uma superfície infinitesimal o quanto os vetores de um campo vetorial se afastam ou se aproximam de um vetor normal a esta superfície. O rotacional é um campo vetorial. Por definição, em três dimensões:

×𝐅=(F3yF2z)𝐢(F3xF1z)𝐣+(F2xF1y)𝐤.

O rotacional pode ser interpretação, fisicamente, como sendo uma circulação no espaço.

Laplaciano

Como já dito, o Laplaciano é um escalar, calculado como o divergente de um campo gradiente, dado por:

2F=F=2Fx2+2Fy2+2Fz2.Uma das interpretações do Laplaciano é a concavidade da função F.

A equação 2F=0 ou sua equivalente  

2Fx2+2Fy2+2Fz2=0

é conhecida como equação de Laplace. Essa equação diferencial parcial tem um papel importante em diversas aplicações pelo fato de ser satisfeita pela função potencial do campo de quadrado inverso.

Ver também

Predefinição:Referências

Bibliografia

  • Predefinição:Citar livro
  • ANTON, Howard. Cálculo / Howard Anton, Irl Bivens, Stephen Davis; tradução Claus Ivo Doering. - 8. ed. - Porto Alegre: Bookman, 2007. 2 v. (680; 672 p.): il.; 28 cm.

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