Paralelogramo

Fonte: testwiki
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Um paralelogramo.

Um paralelogramo é um polígono de quatro lados (quadrilátero) cujos lados opostos são paralelos. Por consequência, tem ângulos opostos e lados opostos congruentes.[1][2]

Definição

Paralelogramo ABCD e suas diagonais AC e BD.

Um paralelogramo é um quadrilátero plano convexo cujos lados opostos são paralelos. Um paralelogramo também é qualquer retângulo que passou pelo processo de Transformação de cisalhamento em geometria plana.

Elementos

Um paralelogramo ABCD tem:[1][2]

  • quatro lados - os segmentos de reta AB, BC, CD e DA;
  • quatro vértices - os pontos A, B, C e D;
  • quatro ângulos internos - os ângulos BA^D, AB^C, BC^D, CD^A;
  • quatro ângulos externos - os respectivos ângulos suplementares dos ângulos internos;
  • duas diagonais - os segmentos de reta AC e BD.

Propriedades

Um paralelogramo possui:[1][2]

  1. lados opostos congruentes;
  2. ângulos opostos congruentes;
  3. suas diagonais interceptam-se nos seus respectivos pontos médios;
  4. ângulos colaterais suplementares;
  5. a soma dos ângulos internos igual a 360;
  6. a soma dos ângulos externos igual a 360;

Observamos que todo quadrilátero convexo plano que possui uma das propriedades 1., 2. ou 3. é um paralelogramo. Existe, portanto, uma reciprocidade em relação a cada uma destas propriedades com a definição de paralelogramo dada acima.

Além disso, notamos que qualquer diagonal de um paralelogramo o divide em dois triângulos congruentes.

Demonstrações das propriedades[1]

Paralelogramo: ângulos e lados opostos congruentes.

1. Lados opostos congruentes

Dado o paralelogramo ABCD, mostraremos que ABDC e ADBC. Para tanto, traçamos a diagonal AC. Como AB//DC e AD//BC, tomando AC como transversal temos que DA^CBC^A (alternos internos) e DC^ABA^C (alternos internos). Assim, pelo caso de congruência de triângulos ângulo, lado, ângulo (ALA) temos:

ADCCBA{DA^CBC^AACCADC^ABA^CABDC e ADBC.
Recíproca

Mostraremos que todo quadrilátero ABCD convexo plano, cujos lados opostos sejam congruentes é um paralelogramo. Com efeito, pela congruência de triângulos lado-lado-lado (LLL), temos que ABDC e ADBC, implica ADCABC. Logo, são congruentes os ângulos BA^C e AC^D, o que implica ABCD. Um raciocínio análogo mostra que ADBC. Ou seja, lados opostos congruentes implica lados opostos paralelos. Isso conclui esta demonstração.

2. Ângulos opostos congruentes

Dado o paralelogramo ABCD, mostraremos que BA^DBC^D e AB^CAD^C. A partir da demostração anterior temos que:

(1)DA^CBC^A

e

(2)DC^ABA^C.

Como BA^D=BA^C+DA^C então substituindo (2) em (3) temos:

(3)BA^D=DC^A+DA^C.

E, temos ainda BC^D=BC^A+DC^A, que usando (1) fornece:

(4)BC^D=DA^C+DC^A.

De (3) e (4), concluímos que BA^DBC^D. Para o caso AB^CAD^C o raciocínio é análogo.

Recíproca

Mostraremos que todo quadrilátero ABCD convexo plano, cujos ângulos opostos são congruentes é um paralelogramo. Com efeito, temos BA^DBC^D e AD^CAB^C, logo BA^D+AD^C=AB^C+BC^D. Como BA^D+AD^C+AB^C+BC^D=360, segue que BA^D+AD^C=180. Portanto, ABCD. Um raciocínio análogo prova que ADBC. Isso completa a prova.

3. Diagonais interceptam-se nos seus respectivos pontos médios

Figura para a demonstração da propriedade do paralelogramo.
Diagonais se intersectam no ponto médio.

Seja ABCD um paralelogramo e consideremos suas diagonais AC e BD. Denotamos por E a interseção destas diagonais. Como AB e CD são paralelas, temos que os ângulos CD^E e AB^E são congruentes (ângulos alternos internos). Pelo mesmo motivo, são congruentes os ângulos BA^E e DC^E. Como AB e CD são congruentes, pela congruência ângulo-lado-ângulo (ALA) de triângulos, temos que:

CDEABE{CD^EAB^ECDABDC^EBA^EAECE e DEEB.

Assim temos que E é ponto médio de AC e BD, logo E é ponto médio e intersecção das diagonais.

Recíproca

Mostraremos que todo quadrilátero ABCD plano convexo, cujas diagonais interceptam-se nos seus pontos médios é um paralelogramo. Com efeito, seja E o ponto de interseção das diagonais AC e BD. Como AECE, BEDE e AE^BCE^D, temos da congruência de triângulos lado-ângulo-lado (LAL) que ABECDE. Donde seque que ABCD. Analogamente, vemos que ADBC. Agora, da recíproca da propriedade 1. (lados opostos congruentes), temos que os lados opostos são paralelos, como queríamos demonstrar.

4. Ângulos consecutivos suplementares

Demonstração da propriedade

Seja ABCD um paralelogramo. Mostraremos que os ângulos consecutivos CD^A e BA^D são suplementares. Com efeito, como AB e CD são paralelas e AD é uma transversal, temos que CD^ABA^E (1) (ângulos correspondentes). Vemos, imediatamente, que BA^E e BA^D são suplementares, ou seja:

BA^E+BA^D=180 (2)

e substituindo (1) em (2) temos:

CD^A+BA^D=180

como queríamos demonstrar. As demonstrações para os demais ângulos consecutivos são análogas.

5. Soma dos ângulos internos

Segue imediatamente da propriedade 4. que a soma dos ângulos internos de um paralelogramo é 360.

6. Soma dos ângulos externos

Uma vez que em um paralelogramo os lados opostos são paralelos e os ângulos internos consecutivos são suplementares, temos que os ângulos externos consecutivos também são suplementares. Como são quatro, temos que a soma dos ângulos externos é 360.

Perímetro

Denotando por a e b os comprimentos de dois de seus lados não-paralelos, seu perímetro pode ser calculado através da fórmula abaixo:

P=2(a+b)

Área

Paralelogramo de base b e altura h.

A área de um paralelogramo é dada por:[1]

A=bh

onde, b é o comprimento de qualquer um de seus lados e h é a altura relativa a este lado, i.e. o comprimento do segmento de reta perpendicular que liga este lado ao seu oposto.

Equivalentemente, temos:[2]

A=absenα

onde, a e b são os comprimentos de dois lados adjacentes e α é o ângulo definido por estes lados.

Ou, ainda, a área pode ser calculado por:

A=d1d2senα2
Paralelogramo ABCD, sendo E o ponto de interseção de suas diagonais AC e DE.

onde, d1 e d2 são os comprimentos das diagonais do paralelogramo e α é um dos ângulos definido pela interseção das diagonais. Com efeito, seja ABCD um paralelogramo (veja figura ao lado). Suas diagonais se interceptam em um ponto E determinando quatro triângulos AEB, BEC, CED, DEA. Do fato de que lados opostos de um paralelogramo serem congruentes e de que E é ponto médio de ambas diagonais, temos que os triângulos AEB e CED são congruentes, assim como os triângulos BEC e DEA. Notamos que a área do paralelogramo é a soma das áreas dos quatro triângulos. Ou seja, denotando por d1 e d2 os comprimentos das diagonais AC e DE, respectivamente, temos:

A=2d1d22senα+2d1d22sen(180α).

Aqui, α é o menor ângulo definido pelas diagonais. Temos utilizado que a área de um triângulo FGH pode ser calculada por:[1]

AFGH=|FG||GH|2senFG^H.

Por fim, como senα=sen(180α), segue o resultado desejado.

Ver também

Existem três paralelogramos especiais:

Predefinição:Referências