Sequência

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Predefinição:Outros significados Em matemática, uma sequência ou sucessão é uma função cujo domínio é um conjunto contável totalmente ordenado. Define-se o tamanho de uma sequência pelo número de elementos que esta possui, podendo existir sequências infinitas ou finitas.[1]

A sequência também é caracterizada pelo comportamento de seus termos, podendo ser crescente, decrescente, não crescente ou não decrescente. As sequências também podem ser recorrentes, sendo cada termo definido por uma relação que envolve um ou mais termos anteriores. Exemplos conhecidos de sequência são as progressões aritméticas, progressões geométricas e a sequência de Fibonacci, sendo esta última uma sequência recorrente. A análise real inclui o estudo dos limites de sequências de números reais.

Definição e notação

Uma sequência é um conjunto de números dispostos em uma ordem, onde cada número é chamado de termo. O termo é escrito da forma an, sendo n a posição ou ordem do termo. Essa ordem é definida segundo a lei de formação da sequência.[2][3][4]

Em análise matemática, diz-se uma sequência como uma função f:AB, definida sobre um subconjunto A dos números naturais que toma elementos no conjunto B.[5]

Para sequências, denota-se usualmente o valor de f em n por fn, em vez de f(n). Este termo fn é dito ser o n-ésimo termo da sequência. A notação (fn)nA é usada para denotar a sequência f, cujos índices são tomados no conjunto A. Quando o conjunto dos índices A está subentendido, normalmente escrevemos (fn)n ou, simplesmente, (fn). Por extenso, escrevemos (fn)n=(f1,f2,f3,). Observamos, ainda, que as notações  {fn}n=1 e {fn} também são encontradas, embora estas se confundem com a notação usual para conjuntos.[6][7][8][9][10]

Sequências infinitas

Uma sequência numérica infinita é uma função f:B, cujo domínio é o conjunto dos número naturais.[8][9][10] Com menos formalidade, uma sequência infinita é uma sequência em que todo termo possui um sucessor. Alguns exemplos são:

  • a sequência de números pares (2, 4, 6,...);
  • a sequência de números primos (2, 3, 5, 7,...);
  • a sequência de aproximações por falta para π (3; 3,1; 3,14; 3,141; 3,1416,...);
  • a sequência constante (1, 1, 1, 1, 1,...).

Sequências bi-infinitas

No estudo de dinâmica simbólica,[11] é usado o conceito de uma sequência bi-infinita: uma sequência que é indexada não por , mas por . Assim, usa-se a notação (xk)kpara se referir a sequência (,x2,x1,x0,x1,x2,). Também usa-se a notação mais compacta x2x1.x0x1x2 com um ponto separando a parte com índices negativos da parte com índices naturais.

Sequência limitada

Uma sequência é chamada limitada quando existem números reais A e B onde todos os termos de xn possuem valores entre esses dois números, ou seja, AxnB para todo n. Quando os valores A e B são simétricos (A=C e B=C), ou seja, CxnC, o intervalo xn é chamado de simétrico. Uma sequência é limitada superiormente (ou limitada à direita) quando se tem um número real B tal que xnB, de modo que todos os termos pertencem ao intervalo (,B]. Da mesma forma, xn é limitada inferiormente (ou limitada à esquerda) quando se tem um número real A tal que Axn, de modo que todos os termos pertencem ao intervalo [A,+). Se a sequência não é limitada, diz-se que ela é ilimitada.[8]

Sequência de números reais

Predefinição:AP Em análise matemática, uma sequência de números reais é uma função real cujo domínio é o conjunto dos números naturais. Isto é, uma sequência de números reais (an)n é uma função a:. O estudo destas sequências traz resultados importantes para o estudo de funções reais.[8][9] São exemplos de sequências reais:

  • (1n)n=(1,12,13,,1n,);
  • (2n4)n=(2,0,2,,2n4,);
  • (1,1,1,,(1)n+1,);

Limite de uma Sequência

Predefinição:AP

Uma sequência pode ser definida como convergente ou divergente. Quando se afirma que uma sequência é convergente, significa que ela possui um limite, ou seja, existe um número real L que, na medida em que o índice n cresce, os termos de xn vão se tornando mais próximos desse número real L. Quando não há limite finito, diz-se que a sequência diverge.[8][9]

  • Sequências monótonas

As sequências monótonas são todas as sequências crescentes, não-decrescentes, decrescentes e não-crescentes[8]:

  • Sequência crescente: quando xn<xn+1, ou seja, x1<x2<x3<...<xn<xn+1<..., para todo n;
  • Sequência não-decrescente: quando xnxn+1, ou seja, x1x2x3...xnxn+1..., para todo n;
  • Sequência decrescente: quando xn>xn+1, ou seja, x1>x2>x3>...>xn>xn+1>..., para todo n;
  • Sequência não-crescente: quando xnxn+1, ou seja, x1x2x3...xnxn+1..., para todo n.

Nota-se que uma sequência decrescente, pela definição, é uma sequência não-crescente. Da mesma forma, uma sequência crescente é uma sequência não-decrescente.

Exemplos

  • an=(0,1,2,3,4,5,...) é crescente, pois 0<1<2<3<4<5<...;
  • an=(5,4,3,2,1,0,...) é decrescente, pois 5<4<3<2<1<0<...;
  • an=(1,1,2,2,3,3,...) é não decrescente, pois 112233...;
  • an=(1,1,2,2,3,3,...) é não crescente, pois 112233....

Sequências definidas recursivamente

Diz-se que uma sequência (an) está recursivamente definida quando são dados o seu primeiro termo a1 e uma lei explícita que relaciona seu n-ésimo termo, n>1, com um ou mais termos anteriores, i.e., é explicitamente dada uma função an=f(a1,a2,,an1), Em outras palavras, uma sequência recursivamente definida é aquela em que seu termo é dado em função de um ou mais termos anteriores a ele.[9] Sequências definidas recursivamente são, também, chamadas de sequências indutivas ou recorrentes.

Abaixo são apresentadas algumas sequências recorrentes comumente estudas.

Progressão Aritmética

Predefinição:PrincipalEm uma progressão aritmética (P.A.), cada termo é igual à soma do termo anterior com uma constante denominada "razão da P.A.". Essa razão é geralmente representada pela letra r. Escreve-se, então: an=a1+(n1)r ou an=an1+r, onde a1 e r são constantes previamente definidas.

Exemplos
  • a1=1,r=1:(1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,...)an=an1+1,a1=1,n=2,3,...
  • a1=3,r=5:(3,2,7,12,17,22,27,...)an=an1+5,a1=3,n=2,3,...
  • a1=13,r=3:(13,10,7,4,1,2,5...)an=an13,a1=13,n=2,3,...

Progressão Geométrica

Predefinição:Principal Em uma progressão geométrica (P.G.), cada termo é igual ao produto do termo anterior por uma constante denominada "razão da P.G.". Ou seja, (an)n é uma progressão geométrica quando an=an1q, n>1, tendo sido dados o primeiro termo a1 e a razão q.

Exemplos
  • a1=1,q=1:(1,1,1,1,1,1,1,1,1,1,...)an=an11,a1=1,n=2,3,...
  • a1=3,q=1:(3,3,3,3,3,3,3,3,...)an=an1(1),a1=3,n=2,3,...
  • a1=16,q=12:(16,8,4,2,1,12,14...)an=an1(12),a1=16,n=2,3,...

Sequência de Fibonacci

Predefinição:Principal

Espiral baseada na sequência de Fibonacci.

A sequência de Fibonacci (fn)n é definida por f1=0, f2=1 e fn=fn2+fn1, paran=3,4,5,..., ou seja:

(fn)n=(0,1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144,233,377,...)

Método para extração da raiz quadrada

Exemplo ilustrativo do método da raiz quadrada

Um método numérico para extração da raiz quadrada pode ser elaborado a partir de uma sequência recorrente. Dado um número positivo qualquer c, com o objetivo de encontrar um número x positivo tal que x2=c, supõe-se que é conhecida apenas uma aproximação x~>0 para x. Nota-se que:

x~cx~=c

e, observa-se que:

  1. c é um valor entre x~ e cx~;
  2. se a aproximação x~ aumenta de valor, então o fator cx~ diminui e vice-versa;
  3. x é solução de x2=c, se x=cx.

Destas observações, infere-se que uma boa aproximação para c pode ser obtida tomando-se a média aritmética entre x~ e cx~, ou seja:

a1=12(x~+cx~).

Agora, a1 é uma nova aproximação de x e, repetindo o argumento acima, temos que a média:

a2=12(a1+ca1)

é uma aproximação para x ainda melhor que a1.

Seja, então, (an) a sequência definida recursivamente por:

a1=x~,an=12(an1+can1),n=2,3,....

Pode-se mostrar que (an) converge para c. Esta sequência tem origem na Mesopotâmia (séc. XVIII a.C.) e é talvez o método mais eficiente para extração da raiz quadrada.[9]

Subsequência

Predefinição:Principal Uma subsequência é uma sequência gerada da exclusão de termos de uma determinada sequência de números reais.[9] Pode-se citar como exemplos:

  • A sequência de números pares é uma subsequência da sequência dos números naturais;
  • A sequência de números inteiros é uma subsequência da sequência dos números racionais.

Nota-se que uma subsequência de uma sequência é uma restrição dessa sequência a um subconjunto infinito do conjunto dos números naturais. Ou seja, ao se restringir os índices dos termos da subsequência obtém-se uma nova sequência retirada da sequência de origem.

Ver também

Predefinição:Referências

Bibliografia

  • Ávila, Geraldo Severo de Souza. Análise matemática para licenciatura. Edgard Blucher. ISBN 85-212-0295-4
  • Lima, Elon Lages. Análise real. Rio de Janeiro: IMPA.
  • Rudin, W. Principles of Mathematical Analysis. 2 ed. New York, McGraw-Hill, 1964.
  • Michael Spivak. Calculus. Publish or Perish, 2008. ISBN 978-0-914098-91-1.

Predefinição:Séries (matemáticas) Predefinição:Portal3

  1. Introduction to Real Analysis - Robert G. Bartle, Donald R. Sherbert, página 53
  2. Predefinição:Citar livro
  3. Predefinição:Citar livro
  4. Predefinição:Citar livro
  5. LIMA, Elon Lages. Curso de análise. Rio de Janeiro: IMPA, 2004, 11ª ed., vol. 1, cap. 4, p. 100.
  6. CATTAI, Adriano Pedreira. Análise matemática I. Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 2º semestre 2008. Disponível em: <http://files.cattai.webnode.com/200000018-891b68b0de/analiseUM_cattai_uneb.pdf>. Acessado em: 16 de dezembro de 2014. Página 38.
  7. Predefinição:Citar livro
  8. 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 Predefinição:Citar livro
  9. 9,0 9,1 9,2 9,3 9,4 9,5 9,6 Predefinição:Citar livro
  10. 10,0 10,1 Predefinição:Citar livro
  11. Predefinição:Citar livro