Teorema de Erdős–Fuchs

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Em matemática, na área de teoria aditiva dos números, o Teorema de Erdős–Fuchs é um teorema sobre o número de formas que um número pode ser representado como a soma de dois elementos de um determinado conjunto, afirmando que a ordem média desse número não pode ser muito próximo de uma função linear.

O nome deste teorema vem de Paul Erdős e Wolfgang Heinrich Johannes Fuchs, que publicaram sua prova em 1956.

Enunciado

Seja 𝒜 um conjunto infinito de números naturais, e escreva r𝒜,h(n) para sua função de representação, que denota o número de formas de escrever num número natural n como a soma de h elementos de 𝒜 (levando ordem em consideração). Consideramos então a função de representação acumulada s𝒜,h(x):=nxr𝒜,h(n), que conta (também levando ordem em consideração) o número de soluções para k1++khx, onde k1,,kh𝒜. O teorema então diz que, para qualquer c>0, a relação s𝒜,2(n)=cn+o(n1/4log(n)1/2) não pode ser satisfeita; isto é, nenhum 𝒜 satisfaz a estimativa acima.

Teoremas do tipo de Erdős–Fuchs

O teorema de Erdős–Fuchs possui uma história interessante de precedentes e generalizações. Em 1915, G. H. Hardy[1] já sabia que no caso da sequência 𝒬:={0,1,4,9,} dos quadrados perfeitos tem-se lim supn+|s𝒬,2(n)πn|n1/4log(n)1/4>0 Esta estimativa é um pouco melhor do que a descrita por Erdős–Fuchs, contudo, pelo preço de uma pequena perda de precisão, P. Erdős e W. H. J. Fuchs atingiram completa generalidade em seu resultado (pelo menos para o caso h=2). Outra razão pela qual este resultado é tão célebre pode ser devido ao fato de que, em 1941, P. Erdős e P. Turán[2] conjecturaram que, sujeito às mesmas hipóteses que as do teorema enunciado, a relação s𝒜,2(n)=cn+O(1) não poderia ser válida. Este fato manteve-se sem demonstração até 1956, quando Erdős e Fuchs obtiveram seu teorema, que é ainda mais forte que as estimativas previamente conjecturadas.

Versões melhoradas para h = 2

Este teorema foi estendido em diversas direções diferentes. Em 1980, A. Sárközy[3] considerou duas sequências que estão "perto" em algum sentido. Ele provou o seguinte:

  • Teorema (Sárközy, 1980). Se 𝒜={a1<a2<} e ={b1<b2<} são dois subconjuntos infinitos dos números naturais com aibi=o(ai1/2log(ai)1), então |{(i,j):ai+bjn}|=cn+o(n1/4log(n)1/2) nunca é válido, para nenhuma constante c>0.

Em 1990, H. L. Montgomery e R. C. Vaughan[4] conseguiram remover o termo com log do lado direito do enunciado original de Erdős–Fuchs, mostrando que s𝒜,2(n)=cn+o(n1/4) nunca é válido. Em 2004, G. Horváth[5] estendeu ambos estes resultados, provando o seguinte:

  • Teorema (Horváth, 2004). Se 𝒜={a1<a2<} e ={b1<b2<} são subconjuntos infinitos dos números naturais com aibi=o(ai1/2) e |𝒜[0,n]||[0,n]|=O(1), então |{(i,j):ai+bjn}|=cn+o(n1/4) nunca é válido, para nenhuma constante c>0.

Caso geral (h ≥ 2)

A generalização natural do Teorema de Erdős–Fuchs, para h3, é sabida ser válida, e também com a mesma força da versão de Montgomery–Vaughan. Com efeito, M. Tang[6] mostrou em 2009 que, nas condições do teorema original de Erdős–Fuchs, para todo h2 a relação s𝒜,h(n)=cn+o(n1/4) nunca é válida. Em outra direção, em 2002, G. Horváth[7] deu uma generalização precisa para o resultado de 1980 de Sárközy, mostrando que

  • Teorema (Horváth, 2002) Se 𝒜(j)={a1(j)<a2(j)<} (j=1,,k) são k(pelo menos dois) subconjuntos infinitos dos números naturais satisfazendo as seguintes estimativas:
  1. ai(1)ai(2)=o((ai(1))1/2log(ai(1))k/2)
  2. |𝒜(j)[0,n]|=Θ(|𝒜(1)[0,n]|) (for j=3,,k)
então a relação:
|{(i1,,ik):ai1(1)++aik(k)n,aij(j)𝒜(j)(j=1,,k)}|=cn+o(n1/4log(n)13k/4)
nunca é válida, para nenhuma constante c>0.

Aproximações não-lineares

Ainda outra direção na qual o teorema de Erdős–Fuchs pode ser melhorado é considerando aproximações para s𝒜,h(n) diferentes de cn para algum c>0. Em 1963, P. T. Bateman, E. E. Kohlbecker and J. P. Tull[8] mostraram uma versão um pouco mais forte do seguinte:

  • Teorema (Bateman–Kohlbecker–Tull, 1963). Seja L(x) uma função de variação lenta que é ou convexa ou côncava de certo ponto em diante. Então, nas condições do teorema original de Erdős–Fuchs, a estimativa s𝒜,2(n)=nL(n)+o(n1/4log(n)1/2L(n)α) nunca é válida, onde α=3/4 se L(x) é limitada, e 1/4 caso contrário.

No final do artigo em questão, é observado que é possível estender o método usado para provar o teorema acima no sentido de obter resultados considerando nγ com γ1, mas tais resultados são considerados pouco definitivos.

Ver também

Referências

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