Identidade trigonométrica fundamental

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Predefinição:Mais fontesPredefinição:Trigonometria A identidade trigonométrica fundamental é uma identidade trigonométrica que expressa o teorema de Pitágoras em termos de funções trigonométricas. Junto com a fórmula da soma dos ângulos é a relação básica entre as funções seno e cosseno a partir das quais todas as outras podem ser derivadas.

Enunciado da identidade

Matematicamente, a identidade trigonométrica fundamental diz:

sen2x+cos2x=1.(1)

(Note que Predefinição:Nowrap significa Predefinição:Nowrap.)

As identidades

1+tan2x=sec2x

e

1+cot2x=csc2x

são os seus principais corolários e são facilmente obtidos usando álgebra elementar, a saber, dividindo-se ambos os membros da identidade trigonométrica fundamental por Predefinição:Nowrap e por Predefinição:Nowrap, respectivamente. Assim como (1), também possuem interpretações geométricas simples do teorema de Pitágoras.

Provas e sua relação com o Teorema de Pitágoras

Usando triângulos-retângulos

Usando a "definição" elementar das funções trigonométricas em termos dos lados de um triângulo retângulo,

cosx=adjacentehipotenusa
senx=opostohipotenusa

o teorema segue elevando-se ambos membros das identidades ao quadrado e depois somando-as; o membro esquerdo então fica

oposto2+adjacente2hipotenusa2

que pelo teorema de Pitágoras é igual a 1. Note, no entanto, que esta definição é apenas válida para ângulos entre 0 e ½π radianos (exclusive) e portanto esse argumento não prova e identidade para um ângulo qualquer. Os valores de 0 e ½π são provados trivialmente através do cálculo de seno e cosseno nesses ângulos.

Para completar a prova, as identidades encontradas em periodicidade, simetria e translações trigonométricas devem ser empregadas. Pelas identidades de periodicidade podemos dizer que se a fórmula é verdadeira para -π < x ≤ π então é verdadeira para todo x real. A seguir provamos o intervalo ½π < x ≤ π e para fazer isso tomamos t = x - ½π, que estará no intervalo 0 < x ≤ ½π. Podemos então fazer uso de versões elevadas ao quadrado de algumas identidades básicas de transformação (elevar ao quadrado convenientemente elimina os sinais de menos).

sen2x+cos2xsen2(t+12π)cos2(t+12π)cos2t+sen2t1.

Tudo o que falta é provar a identidade para −π < x < 0; isso pode ser feito elevando-se as identidades de simetria para obter

sen2xsen2(x) e cos2xcos2(x).

Usando o círculo unitário

Se as funções trigonométricas são definidas em termos do círculo unitário, a prova é imediata: dado um ângulo θ, há um único ponto P no círculo unitário centrado na origem no plano euclidiano em um ângulo θ do eixo-x, e Predefinição:Nowrap, Predefinição:Nowrap são respectivamente as coordenadas x e y do ponto P. Pela definição do círculo unitário, a soma dos quadrados dessas coordenadas é igual a 1, daí a identidade.

A relação com o teorema de Pitágoras deve-se ao fato do círculo unitário ser definido pela equação[1]

x2+y2=1.

Uma vez que os eixos x e y são perpendiculares entre si, esse fato é ainda equivalente ao teorema de Pitágoras para triângulos de hipotenusa 1.

Usando séries de potências

As funções trigonométricas também podem ser definidas usando séries de potências, para x em radianos:

sinx=n=0(1)n(2n+1)!x2n+1
cosx=n=0(1)n(2n)!x2n

Usando a lei formal de multiplicação para séries de potências modificada aqui para servir à forma das séries aqui, obtemos

sin2x =i=0j=0(1)i(2i+1)!(1)j(2j+1)!x(2i+1)+(2j+1)
=n=1(i=0n1(1)n1(2i+1)!(2(ni1)+1)!)x2n
=n=1(i=0n1(2n2i+1))(1)n1(2n)!x2n
cos2x =i=0j=0(1)i(2i)!(1)j(2j)!x(2i)+(2j)
=n=0(i=0n(1)n(2i)!(2(ni))!)x2n
=n=0(i=0n(2n2i))(1)n(2n)!x2n

Note que na expressão para sin2, n deve ser pelo menos 1, enquanto que na expressão para cos2, o termo constante é igual a 1. Os termos remanescentes da soma são (com fatores comuns removidos)

i=0n(2n2i)i=0n1(2n2i+1)=j=02n(1)j(2nj)=(11)2n=0

pelo teorema binomial. O teorema de Pitágoras não está proximamente relacionado à identidade trigonomátrica fundamental quando as funções trigonométricas são definidas desta forma; ao invés disso, em combinação com o teorema, a identidade agora mostra que essa série de potências parametriza o círculo unitário, que usamos na seção anterior. Note que esta definição na verdade constrói as funções seno e cosseno de uma forma bastante rigorosa e prova que elas são diferenciáveis, de forma que ela inclui as duas anteriores.

Usando a equação diferencial

É possível definir as funções seno e cosseno com duas soluções únicas para a equação diferencial[2]

y+y=0

satisfazendo respectivamente y(0)=0,y(0)=1 e y(0)=1,y(0)=0. Segue da teoria das equações diferenciais ordinárias que a primeira solução mostrada, o seno, tem a última, cos, como sua derivada, e disso segue que a derivada de cos é −sin. Para provar a identidade trigonométrica fundamental é suficiente mostrar que a função

z=sin2x+cos2x

é constante e igual a 1. No entanto, ao diferenciá-la e ao aplicar os dois fatos que acabamos de mencionar vemos que z=0 então z é constante e z(0)=1.

Essa forma da identidade também não tem conexão direta com o teorema de Pitágoras.

Ver também

Predefinição:Referências

  1. Este resultado pode ser encontrado usando a fórmula da distância d=x2+y2 para a distância da origem até o ponto (x, y). Ver Predefinição:Citar livro Essa abordagem presume o teorema de Pitágoras. Alternativamente, poderia-se simplesmente substituir os valores e determinar que o gráfico é um círculo.
  2. Predefinição:Citar livro