Matriz congruente

Fonte: testwiki
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Em matemática, matriz congruente é uma relação de equivalência no conjuntos das matrizes reais quadradas. Duas matriz A e B são congruentes, se existe uma matriz invertível P, do mesmo tipo, tal que A=PTBP.[1][2]

Definição

Uma matriz real quadrada n×n A é congruente à matriz real quadrada n×n B quando existe uma matriz P invertível tal que A=PTBP.[1][2]

Observamos que esta definição exige que P seja uma matriz quadrada de mesma ordem de A e B.

Relação de equivalência

A relação de congruência define uma relação de equivalência no conjunto das matrizes reais quadradas 𝕄n, i.e.:[1]

  1. (reflexividade) toda matriz A𝕄n é congruente a si mesma;
  2. (simetria) se A𝕄n é congruente a B𝕄n, então B é congruente a A;
  3. (transitividade) se A𝕄n é congruente a B𝕄n e B é congruente a C𝕄n, então A é congruente a C.

Da relação de simetria, vemos que está bem definido dizer que duas matrizes são congruentes (como exposto na introdução).

Demonstração
  1. Basta observar que A=InTAIn, onde In é a matriz identidade em 𝕄n.
  2. Se A𝕄n é congruente a B𝕄n, então, por definição, existe P𝕄n invertível tal que A=PTBP. Escolhendo Q=P1, vemos que B=QTAQ, i.e. B é congruente a A.
  3. Se A𝕄n é congruente a B𝕄n e B é congruente a C𝕄n, então existem P,Q𝕄n tais que A=PTBP e B=QTCQ. Mas, então, temos A=PT(QTCQ)P=(QP)TC(QP), i.e. A é congruente a C.

Aplicações

Matrizes de uma forma bilinear

Seja f:V×V uma forma bilinear, onde V é um espaço euclidiano de dimensão finita n. Seja, ainda, Bu={𝐮1,𝐮2,,𝐮n} e Bv={𝐯1,𝐯2,,𝐯n} duas bases para V. Então, são congruentes as matrizes A=[f(𝐮i,𝐮j)]i,j=1n,n e B=[f(𝐯i,𝐯j)]i,j=1n,n da forma bilinear nas bases Bu e Bv, respectivamente.[1]

Demonstração

Sejam 𝐮,𝐯V e suas representações nas bases Bu e Bv:

𝐮=i=1nci𝐮i=i=1nc'i𝐯i
e𝐯=i=1ndi𝐮i=i=1nd'i𝐯i.

Seja, agora, P a matriz de mudança da base Bv para a base Bu, i.e.:

𝐜=P𝐜e𝐝=P𝐝

onde, 𝐜=(c1,c2,,cn) e notação análoga para 𝐜, 𝐝 e 𝐝.

Além disso, temos:

f(𝐮,𝐯)=f(i=1nci𝐮i,j=1ndj𝐮j)=i=1nj=1ncif(𝐮i,𝐮j)di

e

f(𝐮,𝐯)=f(i=1nc'i𝐯i,j=1nd'j𝐯j)=i=1nj=1nc'if(𝐯i,𝐯j)di

donde, 𝐜TA𝐝=𝐜TB𝐝. O que, por sua vez, implica:

𝐜T(PTAP)𝐝=𝐜TB𝐝.

Como os vetores 𝐮 e 𝐯 são arbitrários, temos B=PTAP, i.e., A e B são matrizes congruentes. Isso completa a prova.

Matrizes ortogonalmente diagonalizáveis

Se a matriz A é ortogonalmente diagonalizável, então exite uma matriz diagonal D congruente a A.[3]

Demonstração

Com efeito, uma matriz A é ortogonalmente diagonalizável se, e somente se, existe uma matriz diagonal D tal que:

D=P1AP

onde, P é uma matriz ortogonal, i.e. P1=PT. Isto é dizer, D=PTAP, o que conclui a demonstração.

Ver também

Predefinição:Referências


Predefinição:Classes de matriz Predefinição:Álgebra linear

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 CALLIOLI, C.A.; Álgebra linear e aplicações, ed. 6, 1990.
  2. 2,0 2,1 LIPSCHUTZ, S.; Lipson, M.; Álgebra linear, Coleção Schaum, Bookman, 2011.
  3. Predefinição:Citar livro