Função harmônica

Fonte: testwiki
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Função harmônica, estritamente em Matemática, é qualquer solução não trivial da equação de Laplace, cujas derivadas primeira e segunda são contínuas. Aplica-se em vários sub-domínios da própria matemática, além de encontrar imensa e rica utilidade na física matemática, na física, em análise de processos estocásticos, entre várias aplicações.

Definição formal

Função harmônica, em Matemática, em Física, em Física matemática e em Processos estocásticos, é uma função contínua e duplamente diferenciável f : UR (onde U é um subconjunto aberto de Rn) que satisfaz a equação de Laplace, e pode ser assim expressa:

2fx12+2fx22++2fxn2=0

em todo lugar em U. Isso é também frequentemente escrito como

2f=0 ou Δf=0.
onde: 2 é o operador laplaciano e Δ é o operator Laplace-de Rham

Alternativamente, função harmônica pode ser definida de outros modos:

  • Função harmônica, em Matemática, também pode ser entendida como qualquer solução não trivial da equação de Laplace, cujas derivadas primeira e segunda são contínuas.
  • Há também uma outra definição aparentemente mais frágil, contudo equivalente. Realmente, uma função é dita harmônica se e somente se é fracamente harmônica — e a aparente fragilidade conceitual decorre apenas da recorrência.

Funções harmônicas podem ser definidas num espaço riemanniano múltiplo, por meio do uso do operator Laplace-de Rham, Δ.

Nesse contexto, uma função é dita harmônica se Δf=0.

Uma C2 função que satisfaz Δf0 é dita subarmônica.

Propriedades

Fórmula do Valor Médio

Seja fC2(U;) uma função harmônica, Un aberto. Então, para cada xU, temos:

f(x)=1nα(n)rn1B(x,r)fdS,B(x,r)U

onde, α(n) é o volume da bola unitária em n, B(x,r) é a bola de centro em x e raio r e B(x,r) denota sua fronteira (a esfera de centro x e raio r). Isto é, se f é harmônica, então f(x) é igual a sua média sobre qualquer esfera de centro x e raio r contida no seu domínio (veja, por exemplo, Evans (2010)[1]). Predefinição:Collapse top Com efeito, seja

ϕ(r)=1nα(n)rn1B(x,r)fdS.

Fazendo a mudança de variável y=x+rz,zn, temos

ϕ(r)=1nα(n)B(0,1)f(x+rz)dS(z).

Agora, calculando a derivada de ϕ em relação a r, obtemos:

ϕ(r)=1nα(n)B(0,1)Df(x+rz)zdS(z)

que, voltando a y nos dá:

ϕ(r)=1nα(n)rn1B(x,r)Df(y)yxrdS(y)=1nα(n)rn1B(x,r)fνdS

observando que ν=yxr é a normal unitária exterior para cada yB(x,r). Aqui, fν denota a derivada normal de f.

Daí, das identidades de Green, temos que:

ϕ(r)=1nα(n)rn1B(x,r)Δfdy=0

pois, f é harmônica por hipótese. Mostramos, assim, que ϕ(r)=0 para todo r, logo ϕ é uma função constante e, portanto:

ϕ(r)=limt0ϕ(t)=limt01nα(n)rn1B(x,r)fdS=f(x)

este último passo sendo uma propriedade da média de uma função. Temos, assim, demonstrado o que queríamos. Predefinição:Collapse bottom

Como consequência do resultado acima, podemos demonstrar que:

f(x)=1α(n)rnB(x,r)fdy,B(x,r)U

isto é: se f é harmônica, então f(x) é igual a média de f sobre qualquer bola de centro x e raio r contida em seu domínio. Predefinição:Collapse top Com efeito:

B(x,r)fdy=0r(B(x,r)fdS)ds=f(x)0rnα(n)sn1ds=α(n)rnf(x).

o que demonstra o enunciado. Predefinição:Collapse bottom Esse resultado também tem uma recíproca. Se fC2(U,) é tal que

f(x)=1nα(n)rn1B(x,r)fdS,B(x,r)U

então, f é harmônica. Em outras palavras, uma função f duas vezes continuamente diferenciável cuja média sobre cada esfera contida em seu domínio é igual a função aplicada no centro da mesma é uma função harmônica. Predefinição:Collapse top Assumimos, sem perda de generalidade, que Δf>0 em alguma bola B(x,r)U. Definindo

ϕ(r)=1nα(n)rn1B(x,r)fdS

temos que ϕ é constante em relação a r, logo ϕ(r)=0. Por outro lado:

ϕ(r)=1nα(n)rn1B(x,r)Δfdy>0

o que é uma contradição. Predefinição:Collapse bottom

Princípio do Máximo

Uma função harmônica atinge seu máximo (mínimo) na fronteira. Mais precisamente, se f:U é uma função harmônica com fC2(U)C(U¯), então maxU¯f=maxUf, bem como minU¯f=minUf. Aqui, U é um conjunto aberto, U¯ é o fecho de U.

Esta propriedade é consequência do princípio do máximo forte[1], o qual estabelece que se, além das hipóteses acima, U for conexo e existir x0U tal que f(x0)=maxU¯f (ou f(x0)=minU¯f), então f é constante em U. Esta propriedade é, por sua vez, consequência direta da fórmula do valor médio (veja acima).

Ver também

Predefinição:Referências

Predefinição:Esboço-matemática