Identidade de polarização

Fonte: testwiki
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Vetores envolvidos na identidade de polarização.

Em álgebra linear, a identidade de polarização expressa um produto interno de um espaço normado em função de sua norma. Se uma norma surge de um produto interno, então a identidade de polarização pode ser usada para expressar esse produto interno inteiramente em termos da norma.

A norma gerada por um produto interno, satisfaz a lei do paralelogramo: x+y2+xy2=2x2+2y2. De fato, como observado por John von Neumann,Predefinição:Sfn a lei do paralelogramo caracteriza as normas que surgem de produtos internos. Explicitamente, se (H,) é um espaço normado, então:[1][2]

A lei do paralelogramo vale para norma se e somente se existe um produto interno , em H tal que x2=x, x para todo xH.

Identidades de polarização

Um produto interno, em um espaço vetorial, gera uma norma por meio da seguinte relação: x=x,x. Com a identidade de polarização a relação é invertida: é possível obter um produto interno de uma norma. Todo produto interno satisfaz: x+y2=x2+y2+2Rex,y para todos os vetores x,y.

Espaços vetoriais reais

Se o espaço vetorial é sobre os números reais, então as identidades de polarização são definidas por:

x,y=14(x+y2xy2)=12(x+y2x2y2)=12(x2+y2xy2).

Essas formas são todas equivalentes por conta da lei do paralelogramo:[prova 1] 2x2+2y2=x+y2+xy2.

Espaços vetoriais complexos

Para o espaço vetorial complexo, as identidades de polarização devem considerar a parte imaginária do produto interno. A parte complexa do produto interno depende se é antilinear no primeiro ou no segundo argumento. A notação x|y, que é comumente usada em física será assumida como antilinear no primeiro argumento enquanto x,y, que é comumente usado em matemática, será considerada antilinear no segundo argumento. Elas estão relacionados pela fórmula: x,y=y|x para todos x,yH.

A parte real de qualquer produto interno (independente de qual argumento é antilinear ou se é real ou complexo) é uma função bilinear simétrica que para qualquer x,yH é sempre igual a:Predefinição:Sfn

R(x,y):=Rexy=Rex,y=12(x+y2x2y2)(1)=12(x2+y2xy2)(2)=14(x+y2xy2)(3)

É sempre uma função simétrica, ou seja:[prova 1] R(x,y)=R(y,x) para todos x,yH, e também satisfaz: R(y,ix)=R(x,iy) para todos x,yH. Predefinição:Collapse top

R(y,ix)=12(y,ix+ix,y)=12i(iy,ixix,iy)=12i(iiy,xix,iy)=12(x,iy+iy,x)=R(x,iy)

Predefinição:Collapse bottom Portanto R(ix,y)=R(x,iy), em outras palavras, mover um fator de i=1 para o outro argumento adiciona um sinal negativo.

Diferente da sua parte real, a parte imaginária de um produto interno complexo depende de qual argumento é antilinear.

Antilinear no primeiro argumento

Para o produto interno x|y, antilinear no primeiro argumento, para todo x,yH,

x|y=14(x+y2xy2ix+iy2+ixiy2)=R(x,y)iR(x,iy)=R(x,y)+iR(ix,y).

A penúltima igualdade é semelhante a fórmula que expressa o funcional linear φ em termos de sua parte real: φ(y)=Reφ(y)i(Reφ)(iy).

Antilinear no segundo argumento

Para o produto interno x, y que é antilinear no segundo argumento, segue dex|y pela relação: x, y:=y|x=x|y. Então para quaisquer x,yH,Predefinição:Sfn

x,y=14(x+y2xy2+ix+iy2ixiy2)=R(x,y)+iR(x,iy)=R(x,y)iR(ix,y).

Essa expressão pode reescrita como:[3] x,y=14k=03ikx+iky2.

Portanto se R(x,y)+iI(x,y) denota as partes real e imaginária de um produto interno no ponto (x,y)H×H do seu domínio, então sua parte imaginária será: I(x,y)={R(ix,y)=R(x,iy) Se é antilinear no primeiro argumentoR(x,iy)=R(ix,y) Se é antilinear no segundo argumento em que o escalar i está sempre localizado no mesmo argumento que o produto interno é antilinear.

Reconstruindo o produto interno

Seja (H,) um espaço normado que satisfaz a lei do paralelogramo: x+y2+xy2=2x2+2y2 então existe um único produto interno ,  em H tal que x2=x, x para todo xH.Predefinição:SfnPredefinição:Sfn

Outra condição necessária e suficiente para existir um produto interno que induz uma norma dada é que a norma satisfaça a desigualdade de Ptolomeu:[4] xyz+yzxxzy para todos vetores x,y,z.

Aplicações e consequências

Se Hé um espaço de Hilbert complexo, então xy é real se, e somente se, sua parte complexa é 0=R(x,iy)=14(x+iy2xiy2), o que acontece se, e somente se, x+iy=xiy. Similarmente, xy é imaginário puro se, e somente se, x+y=xy. Por exemplo, de x+ix=|1+i|x=2x=|1i|x=xix conclui-se que x|x é real e que x|ix é imaginário puro.

Isometrias

Se A:HZ é uma isometria linear entre dois espaços de Hilbert (logo Ah=h para todo hH), entãoAh,AkZ=h,kH para todos h,kH;ou seja, isometrias linear preservam o produto interno.

Se A:HZ é uma isometria antilinear, entãoAh,AkZ=h,kH=k,hH para todos h,kH.

Relação com a lei dos cossenos

A segunda forma da identidade de polarização pode ser escrita como:uv2=u2+v22(uv).Essencialmente, essa é uma forma vetorial da lei dos cossenos para o triângulo formado pelos vetores u,v, e uv. Em particular,uv=uvcosθ,em que θ é o ângulo entre os vetores u e v.

Dedução

A relação básica entre a norma e o produto escalar é dada pela equação:v2=vv,então,u+v2=(u+v)(u+v)=(uu)+(uv)+(vu)+(vv)=u2+v2+2(uv),similarmente,uv2=u2+v22(uv).As formas (1) e (2) da identidade de polarização são obtidas resolvendo essas equações para u · v, enquanto a forma (3) é obtida subtraindo essas duas equações (somando-as obtém-se a lei do paralelogramo).

Notas e referências

Referências

Predefinição:Reflist

Notas

Predefinição:Reflist

Bibliografia

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