Autoproblema não linear

Fonte: testwiki
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa

Em matemática, um autoproblema não linear, às vezes um problema de autovalor não linear, é uma generalização do problema de autovalor (comum) para equações que dependem não linearmente do autovalor. Especificamente, refere-se a equações da forma

M(λ)x=0,

em que x0 é um vetor, e M é uma função a valores matriciais do número λ. O número λ é conhecido como o autovalor (não linear), o vetor x como autovetor (não linear), e (λ,x) como um par próprio. A matriz M(λ) é singular em um autovalor λ.

Definição

Na disciplina de álgebra linear numérica, normalmente é utilizada a seguinte definição.[1][2][3][4]

Seja Ω, e seja M:Ωn×n uma função que leva escalares em matrizes. Um escalar λ é chamado de autovalor, e um vetor não nulo xn é chamado de autovetor à direita se M(λ)x=0. Além disso, um vetor não nulo yn é chamado de autovetor à esquerda se yHM(λ)=0H, onde o sobrescrito H denota a transposição hermitiana. A definição de autovalor é equivalente a det(M(λ))=0, em que det() denota o determinante.[1]

Geralmente exige-se que a função M seja uma função holomorfa de λ (em algum domínio Ω)

Em geral, M(λ) poderia ser uma transformação linear, mas mais comumente é uma matriz de dimensão finita, geralmente quadrada.

Definição: O problema é considerado regular se existir algum zΩ tal que det(M(z))0. Caso contrário, é considerado singular.[1][4]

Definição: diz-se que um autovalor λ tem multiplicidade algébrica k se k é o menor inteiro tal que a k-ésima derivada de det(M(z)) em relação a z em λ é diferente de zero. Em fórmulas, isso significa que dkdet(M(z))dzk|z=λ0 mas ddet(M(z))dz|z=λ=0 para =0,1,2,,k1.[1][4]

Definição: a multiplicidade geométrica de um autovalor λ é a dimensão do espaço nulo de M(λ).[1][4]

Casos especiais

Os exemplos a seguir são casos especiais do problema de autovalor não linear.

Cadeias de Jordan

Definição: Let (λ0,x0) um autopar. Uma tupla de vetores (x0,x1,,xr1)n×n××n é chamada de cadeia de Jordan sek=0M(k)(λ0)xk=0,para =0,1,,r1, em que M(k)(λ0) denota a k-ésima derivada de M em relação a λ e avaliada em λ=λ0. Os vetores x0,x1,,xr1 são chamados de autovetores generalizados, r é chamado de comprimento da cadeia Jordan, e o comprimento máximo de uma cadeia Jordan começando com x0 é chamado de rank de x0.[1][4]

Teorema:[1] Uma tupla de vetores (x0,x1,,xr1)n×n××n é uma cadeia de Jordan se, e somente se, a função M(λ)χ(λ) tem uma raiz em λ=λ0 e a raiz é de multiplicidade pelo menos para =0,1,,r1, em que a função a valores vetoriais χ(λ) é definida comoχ(λ)=k=0xk(λλ0)k.

Não linearidade de autovetor

A não linearidade de autovetores é uma forma de não linearidade relacionada, mas diferente, que às vezes é estudada. Neste caso, a função M leva vetores em matrizes, ou às vezes matrizes hermitianas em matrizes hermitianas.[5][6]

Referências

Leitura complementar

  • Françoise Tisseur e Karl Meerbergen, "The quadratic eigenvalue problem," SIAM Review 43 (2), 235-286 (2001) (link).
  • Gene H. Golub e Henk A. van der Vorst, "Eigenvalue computation in the 20th century," Journal of Computational and Applied Mathematics 123, 35-65 (2000).
  • Philippe Guillaume, "Nonlinear eigenproblems," SIAM Journal on Matrix Analysis and Applications 20 (3), 575–595 (1999) (link).
  • Cedric Effenberger, "Robust solution methods fornonlinear eigenvalue problems", tese de doutorado EPFL (2013) (link)
  • Roel Van Beeumen, "Rational Krylov methods fornonlinear eigenvalue problems", tese de doutorado KU Leuven (2015) (link)