Funções implícitas e explícitas

Fonte: testwiki
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Na matemática, usam-se os termos função implícita e função explícita para designar funções definidas por expressões matemáticas[1] sendo que:

  • nas funções explícitas a fórmula é dada como f(x) = φ(x), em que φ é uma expressão em x, ou seja, utiliza apenas constantes, funções anteriormente definidas e a variável x[2].
  • nas funções implícitas a fórmula é dada como Φ(f, x) = 0, em que Φ é uma expressão em f e x, ou seja, utiliza apenas constantes, funções anteriormente definidas e as variáveis f e x. Esta fórmula é interpretada como f = f(x)[2].

Em uma função explícita é fornecida uma prescrição para a determinação do valor de saída da função y em termos do valor de entrada x:

y = f(x).

Em contraste, a função é implícita se o valor de y é obtido de x por resolver-se uma equação da forma:

R(x,y) = 0.

Ou seja, ela é definida como o conjunto de nível de uma função em duas variáveis: uma variável ou o outro pode determinar a outra, mas não é dada uma fórmula explícita para um em termos do outro.

Funções implícitas podem frequentemente ser úteis em situações onde seja conveniente resolver explicitamente uma equação da forma R(x,y) = 0 para y em termos de x. Mesmo que seja possível reorganizar a equação para obter y como uma função explícita f(x), pode não ser desejável fazê-lo desde a expressão de f que pode ser muito mais complicado que a expressão de R. Em outras situações, a equação R(x,y) = 0 pode falhar em definir uma função em todos, e sim definir um tipo de função multivalorada. No entanto, em muitas situações, ainda é possível trabalhar com funções implícitas. Algumas técnicas de cálculo, tais como diferenciação, pode ser realizada com relativa facilidade usando diferenciação implícita.

O teorema da função implícita fornece uma ligação entre funções implícitas e explícitas. Ele estabelece que se a equação R(x, y) = 0 satisfaz algumas condições brandas sobre suas derivadas parciais, então pode-se, em princípio, resolver esta equação para y, pelo menos durante alguns pequenos intervalo. Geometricamente, o gráfico definida por R(x,y) = 0 irá sobrepor-se localmente com o gráfico de uma função y = f(x).

Existem vários métodos numéricos para resolver-se a equação R(x,y)=0 para encontrar uma aproximação para a função implícita y. Muitos destes métodos são iterativos em que eles produzem-se melhores aproximações sucessivas, de modo que uma precisão requerida pode ser alcançada. Muitos destes métodos iterativos são baseados em alguma forma do método de Newton.


Funções implícitas

No cálculo, a diferenciação implícita é um meio de derivar equações implícitas, ou seja, funções onde y não está definido como função explícita de x, por exemplo: y2+x2=1. Equações onde não temos de um modo explicito uma relação entre as duas variáveis pela qual possamos escrever y=f(x)

Uma função explícita é aquela que podemos escrever por exemplo: f(x)=x2+2x+3 onde f(x)=y.

Já a função implícita é aquela onde temos por exemplo:


y2+x2=1


No caso essa equação não está em termos de x, nem de y. Mas ao resolver em termos de y obtemos:


y2=1x2


y=±1x2


Ou seja, y2+x2=1 é uma forma implícita de definirmos tanto a função y=1x2 como a função y=1x2. Muitas vezes, não é sequer possível obter uma forma explícita de y em relação a x, como no caso da equação x3+y3=6xy.

Diferenciação implícita

Quando temos uma função implícita e precisamos derivá-la, o que devemos fazer? Devemos derivar tudo em relação à variável dependente. Isso significa que, se quisermos derivar y2+x2=1 em relação a x, faremos as derivadas levando em conta a variável dependente como x. Já se quisermos derivar em relação a y, tomaremos a variável dependente como sendo y.


Exemplo:


Derivemos a função em relação a x.


y2+x2=1


ddxy2+ddxx2=ddx1


Ao derivarmos y2 temos de ter o cuidado de que nosso y é a função em si, ou seja, ele é a variável que representa toda a função. Temos então de usar a Regra da cadeia nele.


2ydydx+ddxx2=ddx1


Deriva-se o restante normalmente


2ydydx+2x=0


Isolamos o quociente de diferenciais que representa a derivada


dydx=2x2y


Simplificamos e obtemos finalmente a derivada.


dydx=xy


A ideia ao realizarmos a diferenciação implícita é justamente derivarmos sempre em relação à variável independente e, ao nos depararmos com a variável dependente, trabalharmos a mesma com a regra da cadeia, já que ela representa uma função, isto é, ao derivarmos x2 estamos derivando simplesmente o quadrado da variável dependente, mas ao derivarmos y2, estamos derivando a função contida nessa variável, a função que a variável representa, ou seja, ±1x2.


Isolar y nem sempre é uma tarefa fácil. Por isso, recorremos à diferenciação implícita. Ao derivarmos esse y, estamos justamente aplicando a regra da cadeia, ou seja:


ddxyn=nyn1dydx

Exemplos

Funções inversas

Funções implícitas normalmente surgem como um meio de descrever a noção de uma função inversa. Se f é uma função, então a função inversa de f é uma solução da equação

x=f(y)y=f1(x)

para y em termos de x. Intuitivamente, uma função inversa é obtida de f por intercambiar-se os papeis das variáveis dependente e independente. Dito de outra forma, a função inversa é a solução y da equação

R(x,y)=xf(y)=0.

Exemplos.

  1. O logaritmo natural y = ln(x) é a solução da equação x − ey = 0.
  2. O log-produto é uma função implícita dada por x − y ey = 0.

Funções algébricas

Predefinição:AP

Uma função algébrica é uma solução y para uma equação R(x,y) = 0 onde R é um polinômio de duas variáveis. Funções algébricas desempenham um importante papel em análise matemática e geometria algébrica. Um exemplo simples de uma função algébrica é dada pelo círculo unitário:

 x2+y21=0

Resolvendo para y tem-se

 y=±1x2

Note-se que há dois "ramos" para a função implícita: um onde o sinal é positivo e o outro onde ela é negativa. Ambos os ramos são considerados como pertencentes à função implícita. Deste modo, funções implícitas podem ser de múltiplos valores.

Predefinição:Referências

  1. Funções dadas na forma implícita, site ecalculo.if.usp.br
  2. 2,0 2,1 Implicit Functions and their Differentiation, curso MA1002 Calculus - Differential Calculus, por Dr John Pulham, site www.maths.abdn.ac.uk