Traço parcial

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Em álgebra linear e análise funcional o traço parcial é uma generalização do traço, onde o traço é uma grandeza escalar e o traço parcial é um operador funcional.

Definição

Suponha que V e W são espaços vetoriais de dimensões finitas sobre um corpo, com m e n dimensões, respectivamente. Para qualquer espaço A assuma que L(A) indique o espaço dos operadores lineares em A. O traço parcial sobre W, TrW, é um mapeamento de

TL(VW)TrW(T)L(V)

isto é definido da seguinte forma: suponha que

e1,,em

e

f1,,fn

sejam as bases para V e W respectivamente; então T possui uma matriz de representação

{ak,ij}1k,im,1,jn

relativa à base

ekf

de

VW.

agora para os índices k e i no alcance 1,,m, considere a soma

bk,i=j=1nakj,ij.

Isto nos fornece a matriz bk,i. O operador de associação linear em V é independente da escolha das bases e é por definição o traço parcial.

Definição invariante

O operador do traço parcial pode ser definido de forma invariante (ou seja, sem dependente de uma base) como segue: isto é o operador linear único

TrW:L(VW)L(V)

de forma que

TrW(RS)=RTr(S)RL(V)SL(W).

Desta definição abstrata, obtém-se as seguintes propriedades:

TrW(IVW)=dimW IV
TrW(T(IVS))=TrW((IVS)T)SL(W)TL(VW).

Traços parciais para operadores no espaço de Hilbert

O traço parcial generaliza para operadores no espaço de Hilbert com infinitas dimensões. Suponha que V e W sejam espaços de Hilbert, e que

{fi}iI

seja uma base ortogonal para W. Então existe um isomorfismo isométrico

I(Vf)VW

Sob esta decomposição, qualquer operador TL(VW) pode ser considerado como uma matriz infinita de operadores em V

[T11T12T1jT21T22T2jTk1Tk2Tkj],

onde Tk(V).

Agora suponha que T seja um operador não negativo. Neste caso, todas as diagonais da matriz são operadores não negativos em V. Se a soma

T

converge na topologia de operador forte de L(V), isto é independente da base escolhida de W. O traço parcial TrW(T) é definido como sendo seu operador. O traço parcial do operador autoadjunto é definido se e somente se o traço parcial das partes positivas e negativas são definidas.

Traço parcial e integral invariante

No caso de espaços de Hilbert com finitas dimensões, existe uma forma útil de buscar o traço parcial e envolve integral no que diz respeito a uma medida de Haar devidamente normalizada μ sobre o grupo unitário U(W) de W.

Teorema

Suponha que V e W sejam espaços de Hilbert com finitas dimensões. Então

U(W)(IVU*)T(IVU) dμ(U)

comuta com todos os operadores da forma IVS e daqui é de forma unicamente RIW. O operador R é o traço parcial de T.

Traço parcial como uma operação quântica

O traço parcial pode ser visto como uma operação quântica. Considere um sistema na mecânica quântica em que o estado do espaço é o produto do tensor HAHB dos espaços de Hilbert. Um estado misto é descrito por uma matriz densidade ρ, que é um operador de classe tracial não negativa de traço 1 no produto do tensor HAHB. O traço parcial de ρ com respeito ao sistema B, indicado por ρA, é chamado de estado reduzido de ρ no sistema A

ρA=TrBρ.

Para demonstrar que isto é de fato uma forma razoável para atribuir um estado ρ em um subsistema A, suponha que M seja um observável no subsistema A, então o observável correspondente no sistema composto é MI. Entretanto se escolhermos para definir um estado reduzido ρA, deve existir uma medição estatística consistente. O valor esperado de M após o subsistema A é preparado em ρA e MI quando o sistema composto é preparado em ρ deve ser identico, isto é

Tr(MρA)=Tr(MIρ).

Vemos que isto é satisfeito se ρA é definido como acima através de traços parciais.

Suponha que T(H) seja o espaço de Banach de operadores de classe tracial no espaço de Hilbert H. Isto pode ser verificado que o traço pacial, visto como um mapeamento

TrB:T(HAHB)T(HA)

é sempre positivo e preservador do traço.

O mapeamento do traço parcial como dado acima induz a um duplo mapeamento TrB* entre os operadores limitados da C*-álgebra em HA e HAHB dado por

TrB*(A)=AI.

TrB* mapeia observáveis para observáveis e é a representação de Heisenberg de TrB.

Comparação com a mecânica clássica

Suponha que ao invés de sistemas na mecânica quântica, os dois sistemas A e B são sistemas na mecânica clássica. O espaço dos observáveis para cada sistema são, então, C*-álgebras abelianas. Então são da forma C(X) e C(Y) respectivamente para espaços compactos X e Y. Estes estados de sistemas compostos são

C(X)C(Y)=C(X×Y).

Um estado num sistema composto é um elemento positivo ρ da dupla de C(X×Y), que segundo teorema da representação de Riesz corresponde a uma medição regular de Borel em X×Y. Então o traço parcial é o equivalente da mecânica quântica desta operação.

Ligações externas

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