Fórmula de Euler

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Predefinição:E (constante matemática)

Interpretação geométrica da fórmula de Euler.

A fórmula de Euler, cujo nome é uma homenagem a Leonhard Euler, é uma fórmula matemática da área específica da análise complexa, que mostra uma relação entre as funções trigonométricas e a função exponencial (a identidade de Euler é um caso especial da fórmula de Euler). A fórmula é dada por:[1]

eix=cos(x)+isen(x),

em que:

x é o argumento real (em radianos);
e é a base do logaritmo natural;
i2=1 , onde i é a unidade imaginária (número complexo);
sen(x) e cos(x) são funções trigonométricas.

A relação entre exponencial complexa e funções trigonométricas foi primeiro provada pelo matemático inglês Roger Cotes em 1714, na forma

ln(cosx+isenx)=ix

em que ln é o logaritmo natural.[2]

História

Com a introdução dos logaritmos pelo matemático e físico escocês John Napier em 1614, um grande estudo a respeito das suas propriedades surgiram, principalmente sobre logaritmos aplicados em pontos negativos. Essa pesquisa foi alavancada no século XVIII pelo matemático suíço Leonhard Euler e seu mentor Johann Bernoulli. Bernoulli acreditava que log(x)=log(x) e, apesar do receio de Euler frente à essa relação, em uma das suas cartas, Euler constatou que: se log(xx)=z12z=log(xx) 12z=log(±x).[3]

No entanto, em 1746, em uma troca de cartas à Jean d’Alembert, Euler se mostra contrário à afirmação que log(x)=log(x) e apresenta uma nova proposta a ser futuramente publicada e que daria origem à equação de Euler.

log(cosθ+senθ1)k=(kθ±2mkπ±nπ)1, em que k e m,n. [3]

Com essa equação, utilizando os valores de 1 para k e 0 para m e n, encontra-se a equação descrita por Roger Cotes em 1714,

log(cosθ+senθ1)=θ1

e, portanto,

eθ1=cosθ+senθ1

No entanto, essas relações somente seriam oficialmente descritas por Euler em um artigo publicado em 1748 utilizando expansões de série exponenciais e expressões trigonométricas.

Prova utilizando cálculo

O ponto negro representa um número complexo. Seu valor absoluto é "r", a distãncia da origem. Seu argumento é φ, seu ângulo em radianos
A função exponencial eiπ pode ser definida como o limite de uma sequência (1+iπn)n, quando n tende ao infinito. Nesta animação, "n" assume valores crescentes entre 1 e 100. À medida que n cresce, (1+iπn)n se aproxima de -1.

Predefinição:AP Predefinição:AP Predefinição:AP Predefinição:AP Uma propriedade conhecida das funções exponenciais é que elas são iguais às suas derivadas:

ddxex=ex, onde "x" é um número real.

As funções exponenciais com números complexos também satisfazem esta mesma propriedade[4]:

ddzez=ez, onde "z" é um número complexo.

Portanto, pela regra da cadeia:

ddxeix=ieix .

Então definimos uma nova função, que chamaremos de "f":

f(x)=(cosxisenx)eix .

Pela regra do produto, que vale também para funções que tenham como imagem números complexos, a derivada de f(x) será::

ddxf(x)=(cosxisenx)ddxeix+ddx(cosxisenx)eix=(cosxisenx)(ieix)+(senxicosx)eix=(icosx+senxsenxicosx)eix=0 .

Portanto, f(x) deve ser uma função constante em x. Já que f(0)=1 (o que pode ser facilmente descoberto substituindo-se x por 0 na função),

1=(cosxisenx)eix .

Multiplicando os dois lados por cos x + i senx, obtemos

cosx+isenx=(cosx+isenx)(cosxisenx)eix=(cos2x(isenx)2)eix=(cos2x+sen2x)eix=eix .

Prova utilizando série de Taylor

Para o estudo da fórmula de Euler necessitamos do conhecimento de expansão em séries de potência. Introduziremos uma grande ferramenta, sem uma análise profunda, que é o seguinte conceito:

A expansão em série de Taylor de uma função analítica f(x) centrada em a é representada como:

f(x)=n=oCn(xa)n

com |xa|<R , onde

Cn=fn(a)n!

Usando esse conceito de expansão e tomando f(x)=ex em torno de a=0, teremos:

ex=n=0fn(0)xnn!=n=0xnn!=1+x1!+x22!+x33!+...+xnn!

para todo x com intervalo de convergência de (,).

Em x=1, na equação acima, obtém-se a expressão para o número e, como uma soma de uma série infinita:

e=n=01n!=1+11!+12!+13!+...

Se admitirmos a validade de substituirmos x por ix na equação obteremos:

eix=n=0(ix)nn!=n=0(1)nx2n(2n)!+in=1(1)n1x2n1(2n1)!

A primeira parte da soma da equação anterior (eix) é a expansão do cos(x) e a segunda é a expansão do sen(x) em série de Maclaurin. Assim teremos a equação que ficou conhecida como fórmula de Euler

eix=cos(x)+isen(x)

que de forma mais generalizada pode ser escrita como:

eiux=cos(ux)+isen(ux).

Prova usando integrais e trigonometria

Todas as provas exigem uma definição para a função exponencial sobre números complexos. Nesta seção, admite-se que seja válida a seguinte generalização das integrais de números reais:

dxxk=ln(xk)+c,k

Onde "c" é uma constante complexa. Essa integral define implicitamente o logaritmo de números complexos, logo, também define a função exponencial (ao menos, a propriedade da subtração de expoentes).

Sabe-se que a seguinte expressão é válida para todo x:

1xi1x+i=2ix2+1

Ao integrar a expressão acima em ambos os lados, obtém-se:

ln(xix+i)=2iarctan(x)+c

Para alguma constante c. Fazendo a substituição: x=tan(y2), obtém-se:

ln(sen(y2)icos(y2)sen(y2)+icos(y2))=iy+c

Ou seja:

eiyec=sen(y2)icos(y2)sen(y2)+icos(y2)=[sen(y2)icos(y2)]2sen2(y2)+cos2(y2)=[sen(y2)icos(y2)]2=sen2(y2)cos2(y2)2isen(y2)cos(y2)=cos(y)isen(y)

Agora apliquemos y=0:

e0ec=1ec=1eiy=cos(y)+isen(y),y

Exemplo

Se tomarmos como x=π=3,1415...., então teremos um importante produto:[1]

eiπ=1
eiπ+1=0

Ver também

Predefinição:Referências

Ligações externas

  1. 1,0 1,1 SIMON, Carl P., e BLUME, Lawrence. Matemática para Economistas. Porto Alegre: Bookman, 2005. Reimpressão 2008. ISBN 978-85-363-0307-9. Seção A3.4, páginas 871 e 872.
  2. John Stillwell (2002). Mathematics and Its History. Springer.
  3. 3,0 3,1 Predefinição:Citar web
  4. Predefinição:Citar web